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1. INTRODUÇÃO
como entidade familiar, da união entre pessoas do mesmo sexo, desde que atendidos os
requisitos exigidos para constituição de união estável entre homem e mulher, bem como
que os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas uniões estáveis estendem-se
homoafetivas.
como ADI 4277, sob a relatoria da Ministra Ellen Gracie. Intimada a Chefia do Poder
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Nesse trabalho, buscaremos mostrar porque concordamos com a Procuradoria
4277.
dizer, inicialmente, que, para os fins deste trabalho, consideramos que homossexual
da era cristã. Não é demais ressaltar que esta sucessão deu-se, em verdade, de forma
doutrina cristã (RIOS, 2001. p.32). As atividades sexuais deveriam ser voltadas à
reprodução, cujo âmbito adequado é a vida marital. Toda prática sexual não reprodutiva
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para a constituição de identidades sexuais distintas. Existiria apenas a prática de ato
em 1995 do catálogo de doenças mentais (onde constava no artigo 302), sendo o sufixo
“-ismo” sido substituído pelo sufixo “-idade”, que significa modo de ser2 (DIAS, 2006.
p. 37).
sexo de seu caráter meramente reprodutivo (GIRARDI, 2005. p. 71), a formação de uma
consciência coletiva por parte dos homossexuais enquanto grupo social (RIOS, 2001. p.
do mesmo sexo deixou, ou, pelo menos, está em processo de deixar de ser vista como
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O sufixo “–ismo” é característico de doenças
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O Conselho Federal de Medicina Brasileiro foi pioneiro neste aspecto, antecipando-se em 10 anos à
OMS (MOTT, 2006) http://br.geocities.com/luizmottbr/artigos08.html
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3. Razões da necessidade de proteção jurídica específica da orientação
própria condição humana. E que ninguém pode se realizar plenamente como ser
todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual (RIOS, 2001. p. 70), não
homossexual ainda se multiplicam em nossa sociedade (MOTT, 1998. p.1), tendo por
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Por tudo isso, concluímos que a livre expressão da sexualidade, inclusive de
proteção, ante sua hipossuficiência social e jurídica (DIAS, 2006. p.71). Em síntese,
Não descuidamos que esta posição que assumimos está longe de ser
mecânica da tese de que a homossexualidade, longe de ser direito humano, é doença, até
aquele que reconhece o direito dos gays e lésbicas ser deixados em paz no que se refere
à sua intimidade sexual (BALL, 2003. p. 02), mas evita reconhecer-lhes qualquer outro
direito além desse, sobre o pretexto de conflito com outros direitos humanos como o
direito à proteção da família e à liberdade de religião (SEVERO, 2004. p.01). Entre eles,
Em primeiro lugar, deve ser afastado o que está implícito em todos estes
argumentos, ainda que não pronunciado em voz alta: o receio de que o reconhecimento
Admitindo-se, para argumentar, que este receio, por si próprio, não seja a
expressão de um preconceito, o fato é que não há nenhum dado empírico deste temido
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restringiu-se a retirar da marginalidade e da clandestinidade um grande número de
Podem ser examinadas em conjunto, porque unidas pelo mesmo grave defeito de olvidar
distanciar seu bem estar de certos tipos de associação ou ligação com a comunidade,
chegando a ter uma sensação de perda quando há perturbação dos padrões tradicionais
desta (DWORKIN, 2005. p. 305), em toda sua evolução histórica os direitos são
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Restabelecido este ponto fundamental, não há como se sustentar a existência
orientação sexual homossexual, dado que este princípio não tem a extensão imaginada
2005. p. 310), que leva à presunção de que a vida comunitária é como a vida de uma
dilemas morais e éticos, e estaria sujeita aos mesmos modelos de êxito e fracasso. Na
nas quais os membros podem dizer enfaticamente “nós”; ela não constitui uma
201).
Assim, sua proteção não pode ter por pressuposto o paternalismo, mas
apenas o risco objetivo de dano que uma conduta individual possa trazer a esta
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entes coletivos para sustentar esta restrição, o que é incompatível com a própria idéia
4. Conclusão
nossa posição no sentido de que, sim, deve haver uma proteção específica à pessoa com
orientação sexual homossexual, que lhe garanta a vivência plena desta sua característica
membros da sociedade.
recusa há quase treze anos sequer colocar em votação o projeto da ex-deputada Marta
conveniente, como mesmo urgente, que a mais alta Corte brasileira manifeste-se sobre o
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP
rocessoEletronico.jsf?
tipoConsulta=PROC&numeroProcesso=4277&siglaClasse=ADI. Acesso em 12 de
agosto de 2009.
http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP
rocessoEletronico.jsf?
tipoConsulta=PROC&numeroProcesso=4277&siglaClasse=ADI. Acesso em 12 de
agosto de 2009.
5. DIAS, Maria Berenice. União homossexual: o preconceito & a justiça. 3ª. ed. rev.
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8. GIRARDI, Viviane. Famílias contemporâneas, filiação e afeto: a possibilidade
10. MOTT, Luiz. Estratégias para a promoção dos direitos humanos dos homossexuais
http://www2.mre.gov.br/ipri/Papers/DireitosHumanos/Artigo34.doc).
11. RICHARDS, David A. J. Identity and the case for gay rights: race, gender, religion
13. SEVERO, Júlio. A agenda gay e a sabotagem dos direitos humanos. As implicações
http://www.cacp.org.br/homo-agenda%20gay-julio.htm.)
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