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PLACAS MIORRELAXANTES:CONFECÇÃO E AJUSTE NO LABORATÓRIO

ADRIANA SUZART DE PÀDUA(*)


CARLOS ROBERTO DE ALMEIDA(*)
EVANDRO DOS SANTOS(**)
JOÃO MARCOS PEREIRA ALVES(**)
MARCUS BUENO OLIVEIRA(**)
PATRÍCIA KIYOE KAKIDA(**)
RESUMO
As desordens temporomandibulares, mal que atinge grande parte da população, estão relacionadas com fatores
oclusais, distúrbios funcionais do sistema mastigatório, bem como o estresse. Essa patologia tem como principal terapêutica
a instalação de placas miorrelaxantes. O objetivo deste trabalho foi discutir as vantagens e desvantagens das placas miorrelaxantes
prensadas e apresentar suas fases de confecção visando a agilidade dos trabalhos laboratoriais. A montagem do modelo
superior pela técnica do modelo dividido agiliza os procedimentos laboratoriais. A utilização da pasta pesada da silicona de
moldagem proporciona maior rapidez para confecção da muralha. A possibilidade de voltar o modelo ao articulador após a
acrilização da placa para confirmar os contatos obtidos, diminui o tempo clínico do dentista e tempo de cadeira do paciente.

DESCRITORES: Desordens temporomandibulares; placas miorrelaxantes.

SUMMARY
OCCLUSALSPLINT:CONFECTION ARE ADJUSTMENT IN THE LABORATORY

Temporomandibular disorders reach an expressive portion of population and are related to three important causes:
Occlusal factors, masticatory system functional disturbances and stress. The placing of installing occlusalsplint is the main
treatment for such a disease. This text intends to discuss the gains and disadvantages off cured occlusalsplint and to introduce
their preparing stages, in order speed up laboratory proceedings. The use of the weighed paste of the molding silicona
provides larger speed for making of the wall. The possibility to return the model to the articulador after the acrilização of the
plate to confirm the obtained contacts, decreases the dentist's clinical time and time of the patient's chair.

KEY WORDS: Temporomandibular disorders, occlusalsplint.

1. INTRODUÇÃO dessa forma, uma vez que não causa alterações


irreversíveis e permite que o paciente receba o
As desordens temporomandibulares tratamento de outras áreas envolvidas na terapêutica
(D.T.M.s.) são cada vez mais freqüentes hoje, devido das desordens, como por exemplo, a fisioterapia, a
ao estresse da vida moderna, combinado ao acentuado fonoaudiologia e a psicanálise.
grau de maloclusão decorrente da evolução do ser As placas miorrelaxantes podem ser
humano, que ingere uma dieta mais pastosa e que não confeccionadas com material resistente, resina acrílica
promove o desenvolvimento adequado do Sistema ativada termo ou quimicamente, ou com material
Estomatognático. resiliente, silicone. Todas elas tentam diminuir a
Vários tratamentos vêm sendo hiperatividade muscular, estabilizar a mandíbula
experimentados na tentativa de sanar ou mesmo simulando condições ideais de oclusão, descomprimir
minimizar os sintomas de dor de cabeça, dor de a articu1ação temporomandibular (A.T.M.),
ouvido, dificuldade de abrir a boca, cansaço muscular, funcionando ainda muitas vezes como diagnóstico
entre outros. Estes tratamentos são aplicados ao fator diferencial no momento de traçar a terapêutica mais
que é visto como o principal responsável pela acertada para cada caso.
desordem que é o fator oclusal. No entanto, sempre As placas miorrelaxantes confeccionadas com
que o paciente não for visto de maneira holística, o resina ativada quimicamente, segundo Okeson
problema será resolvido parcialmente, uma vez que a (1992 ), tem como principal vantagem a possibilidade
desordem temporomandibular se caracteriza de serem instaladas na mesma consulta em que se
principalmente por ser multifatorial. realizou a moldagem, tendo assim um caráter
O tratamento com uso de placas oclusais emergencial importante. Contudo, esta placa tem
miorrelaxantes permite que o paciente seja tratado tempo de vida limitado, uma vez que o acrílico ativado
*Professores do Instituto de Odontologia da UNIFENAS, C.P. 23, CCEP. 37130-000, Alfenas-MG
**Acadêmicos do Curso Superior de Prótese Odontológica da UNIFENAS.

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quimicamente é menos resistente e sofre ação da
saliva, resultando em uma superfície porosa, propensa
a gerar gosto e cheiro desagradáveis, alem de
coloração modificada.

As placas miorrelaxantes confeccionadas com


silicone, representam uma superfície macia sobre a
qual o paciente tende a morder e, ao invés de promover
uma diminuição da hiperatividade muscular, esta se
faz aumentada. Para Henriques (1992 ) que essas
placas devem ser contra-indicadas para pacientes
portadores de sintomatologia muscular dolorosa, já
que os resultados da terapia deixam a desejar, opinião
compartilhada com os autores deste trabalho. Figura 1: Dicagem do modelo e guias de orientação.

As placas miorrelaxantes confeccionadas com O modelo superior foi montado em


resina acrílica ativada termicamente, apresentam as articulador semi-ajustável com o auxílio do arco facial
mesmas indicações e resultados quando comparadas fornecido pelo dentista e o modelo inferior foi
com as placas confeccionadas com resina ativada montado com o auxílio de um registro da relação
quimicamente, com a vantagem de terem um caráter cêntrica em cera do paciente, este também fornecido
mais definitivo, uma vez que o processamento do pelo dentista.
material garante maior resistência e estabilidade Com um lápis delimitou-se no modelo
evitando a modificação da cor e o aparecimento de superior, a área a ser ocupada pela placa: extensão
gosto e cheiro desagradáveis. O inconveniente desta vestibular máxima de 2 mm, 10 a 15 mm da borda
placa está na técnica de confecção, que se faz de gengival dos dentes por palatino e 2 mm
maneira artesanal e demorada, pois necessita de uma posteriormente ao último dente.
fase laboratorial.
Uma lâmina de cera 7 dobrada ao meio foi
O objetivo deste trabalho é apresentar uma plastificada, dando-se o formato de ferradura, e
forma rápida e precisa da confecção da placa acomodada sobre a área demarcada previamente. O
miorrelaxante em laboratório, visando o mínimo de articulador foi então fechado promovendo a edentação
ajuste por parte do cirurgião dentista e agilizando os na cera para posterior escultura da placa. O excesso
trabalhos laboratoriais. Além de fazer algumas de cera foi removido com uma lecron, deixando
considerações a respeito de outras técnicas e materiais apenas o fundo das cavidades formadas pelas cúspides
de confecção e seus resultados. dos dentes inferiores.
Após a escultura da placa, removeu-se a fita
crepe, que segurava o modelo superior e procedeu-se
2.MATERIAL E MÉTODO a inclusão do mesmo de maneira convencional. Porém
no lugar do gesso pedra usado na confecção da boneca,
utilizou-se a pasta pesada da silicona de moldagem.
2.1.TÉCNICA DE CONFECÇÃO. O desceramento e a prensagem da resina também
foram feitos de maneira convencional. Decorrido as
3 horas de polimerização, a mufla foi aberta e o
A seqüência a seguir, descreve a confecção modelo removido.
de uma placa miorrelaxante prensada, onde não há O modelo superior foi novamente colocado
necessidade de duplicação do modelo de trabalho, no articulador e os contatos conseguidos no padrão
como preconizam Oliveira e Arcuri (1995). de cera foram checados. Nos locais da placa onde não
se comprovou os contatos através do carbono,
No laboratório, com os modelos superior e procedeu-se o ajuste da mesma com uma broca freza,
inferior do paciente em mãos, removam-se as até serem constatados contatos em todos os dentes
retenções de suas bases. Confeccionou-se guias de em relação cêntrica e desoclusão dos mesmos pela
orientação em forma de V nas bordas laterais, anterior guia canina nos movimentos excursivos.
e posterior do modelo superior, aplicou-se vaselina e
passou-se fita crepe em suas bordas como observado Após a checagem dos contatos oclusais,
na Figura 1. executou-se o polimento final com cuidado de não se
remover os mesmos.
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3.RESULTADOS E DISCUSSÃO.

O arco facial utilizado na montagem do


modelo superior teve por função localizar
corretamente o eixo de rotação do paciente para que a
placa promovesse estabilização adequada da
mandíbula, juntamente com a montagem do modelo
inferior em relação cêntrica, como recomenda
Ramijord e Ash (1994) (Figuras 2 e 3).

A finalidade das extensões vestibulares de 2


mm, palatina de 10 a 15 mm e posterior de 2 mm, foi
de promover estabilidade e resistência, sem contudo Figura 4. Marcas das cúspides inferiores na cera.
causar desconforto ao paciente. As bordas da placa
foram biseladas pelo mesmo fim.

Com uma lecron, removeu-se todo o excesso


de cera, preservando apenas o fundo das cavidades
feitas pelas cúspides, pois nessa área e que os dentes
inferiores devem manter contato com a placa
(Figura 5).

Figura 2. Modelo superior montado com arco facial

Figura 5. Remoção do excesso de cera com a Lecron

Após a escultura da placa, sua superfície


apresentou-se plana, com no máximo 10 mm de
extensão vestibulo-palatina, com pelo menos uma
cúspide vestibular de cada dente inferior tocando sua
superfície e com angulações de 450 na região de
Figura 3. Registro oclusal em RC. caninos, que promoverão a desoclusão dos dentes
posteriores durante a protrusão e lateralidade, como
preconizou Dawson (1993) e como mostra a
A lâmina de cera 7 dobrada ao meio Figura 6. Okeson (1992 ) afirma que este tipo de guia
promoveu um levantamento mínimo da dimensão é a que causa menor hiperatividade muscular, já que
vertical, dando condições para que as marcas das quando somente o canino faz parte do movimento
cúspides inferiores ficassem gravadas na mesma para látero-protrusivo, apenas o músculo temporal está
posterior escultura (Figura 4). ativo.

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no de protrusão (Figuras 9 ,10 e 11).

Figura 6. Confecção das guias caninas.


Figura 8. Muralha de silicone
Concluída a escultura, a fita crepe foi removida
e o modelo foi levado para a mufla para ser incluído
(Figura 7). É importante notar que em nenhum
momento o padrão de cera foi removido do modelo
como recomenda Oliveira e Arcuri (1995 ), já que tal
procedimento poderia causar alterações no padrão e
introduzir distorções após a acrilização da placa.

Figura 9.Contatos em RC confirmados.

Figura 7. Inclusão do modelo na mufla.


O modelo foi incluído na mufla de maneira
convencional, modificando-se apenas o material
utilizado para a fabricação da muralha. Optou-se pela
utilização da pasta pesada da silicona para moldagem,
porque esta é bem mais fácil de ser removida durante
a demuflagem da peça, deixando-a mais limpa, Figura 10. Lado de Trabalho
diminuindo os resíduos(Figura 8).
A resina foi polimerizada durante 3 horas,
conforme orientação do fabricante. Após o
resfriamento da mufla, esta foi aberta e executou-se a
demuflagem do modelo.
O modelo juntamente com a placa foi
reposicionado no articulador com o auxilio das guias
de orientação confeccionadas pela técnica do modelo
dividido, muito usada na confecção de próteses totais.
Dessa forma, pôde-se confirmar os contatos em
relação cêntrica em todos os dentes e a efetividade
das guias caninas na desoclusão dos dentes posteriores
tanto nos movimentos de trabalho e balanceio como
Figura 11. Lado de Balanceio.
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Após o ajuste, a placa foi então removida do OLIVEIRA W.; ARCURI H. Placas Oclusais de
modelo e polida de maneira convencional, tomando- Relaxamento: Confecção e Ajuste. Revista da
se cuidado para que os contatos obtidos não fossem APCD, v.49, n.5, p.358-362, set./out., 1995.
removidos (Figura 12).

Figura 12. Polimento final da placa miorrelaxante.

4. CONCLUSÃO

A montagem do modelo superior pela técnica


do modelo dividido, agiliza os procedimentos
laboratoriais.
A utilização da pasta pesada da silicona de
moldagem proporciona maior rapidez para confecção
da muralha.
A possibilidade de voltar o modelo ao
articulador após a acrilização da placa para confirmar
os contatos obtidos, diminui o tempo clínico do
dentista e tempo de cadeira do paciente.

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.

ASH, P.; RAMFJORD, V. - Oclusão. Rio de Janeiro:


Guanabara/Koogan. 1994. p.197-203.

DAWSON P. E. Avaliação Diagnóstico e Tratamento


dos Problemas Oclusais. São Paulo: Artes
Médicas. l993. p.199-216.

HENRIQUES S. E. F. Efeitos de Placas Oclusais Totais


Rigidas e Resilientes Sobre a Atividade Muscular
Noturna de Pacientes com Diagnóstico
Confirmado de Parafimção. Arquivos do Centro
de Estudos do Curso de Odontologia, Belo
Horizonte, v.29, n. l, p.35-40, jan./jun., 1992.

OKESON J. P. Fundamentos de Oclusão e Desordens


Temporomandibulares. São Paulo: Artes
Médicas, 1992. p.134-135, 322 - 332

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