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BRASIL
Prof. Dr. André Reis da Silva
1 Elaborado por Mariana Willmersdorf Steffen e Sílvia Carolina Sebben (alunas de Relações
Internacionais da UFRGS).
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Projeto “Relações Internacionais para Educadores” – 29 de maio de 2010
OS ESTADOS UNIDOS E A ASCENSÃO DE NOVOS PÓLOS: OS BRICS – BRASIL
nacionalista, a qual procurava negociar o apoio brasileiro aos Estados Unidos em troca
do auxílio norte-americano ao desenvolvimento econômico do país (PINHEIRO, ano),
principalmente por meio do fornecimento de tecnologia industrial. Ainda com esse
objetivo, mas de maneira distinta, o governo Dutra e o governo Café Filho destacam-se
pelo alinhamento automático do Brasil em relação aos Estados Unidos – o que levou, por
exemplo, ao rompimento de relações com a URSS, em 19472–, enquanto, por outro lado,
Jânio Quadros e João Goulart protagonizaram um distanciamento em relação à potência
norte-americana, período conhecido como de Política Externa Independente (PEI).
Na medida em que os interesses norte-americanos no continente encontravam-
se ameaçados pela ascensão de governos populistas e movimentos esquerdistas,
Washington demonstrou-se disposta a apoiar regimes militares que lhe fossem
simpáticos. Com o golpe militar realizado em 1964, a PEI exercida pelos governos
anteriores foi imediatamente interrompida, e o novo governo brasileiro voltou a contar
com diversos privilégios (empréstimos, por exemplo) que lhe haviam sido suspensos
durante o governo de Jango, dado sua postura de aproximação aos países comunistas,
como a China, o que desagradou aos governantes norte-americanos.
Esse fato induz a pensar que o governo militar manteve-se automaticamente
alinhado durante toda a sua duração – o que, no entanto, não se comprovou. Ao longo
dos anos, surgiram diversos pontos de desencontro entre as políticas de ambos os
países, determinando com relativa frequência períodos de distanciamento– a saber,
durante os governos Costa e Silva e Médici, quando o Brasil buscou alternativas à
bilateralidade, bem como a defesa de pontos unilateralmente importantes ao país.
É sobretudo no Governo Geisel que a busca por maior diversidade de parceiros
internacionais, em detrimento dos Estados Unidos, se consubstancia: por meio do
pragmatismo responsável3, o Brasil estabeleceu relações com a China comunista, firmou
acordo nuclear com a Alemanha Ocidental, e rompeu o acordo militar de 1952 com os
Estados Unidos – o qual consistia na cessão brasileira de materiais básicos e
estratégicos, como urânios e areias monazíticas, em troca do envio por parte do exército
norte-americano de equipamentos militares e serviços4, bem como de seu controle e
operação da Escola Superior de Guerra brasileira (RAPOPORT E LAUFER, 2000).
Os seguintes (e finais) anos do regime militar brasileiro seguiram sem romper
com o sistema interamericano de hegemonia norte-americana, mas definitivamente
questionaram-no, por meio de posturas contestatórias às ações norte-americanas
2 As relações com a União Soviética somente seriam retomadas em 1961, pelo então Presidente João
Goulart.
3 A política do pragmatismo responsável constituiu-se em uma série de atuações diplomáticas
processadas através dos chamados alinhamentos indispensáveis. O Brasil buscou atuar mundialmente,
em diferentes cenários, aproximando-se da Europa e do Japão, a fim de contrabalançar sua dependência
dos EUA. Além disso, o Brasil buscou formular políticas específicas para outras regiões do mundo, tais
como China, África e Oriente Médio (SILVA, 2005).
4 SCHILLING, Voltaire. 2002. Em: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/vargas_agosto546.htm.
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As duas últimas décadas vêm sendo marcadas por um intenso debate a respeito
da natureza das prioridades e das perspectivas da política externa brasileira. Tal debate
opõe duas tendências principais: a hemisférica-bilateral e a global-multilateral
5 Cooperação entre três ou mais atores em detrimento do antigo prevalecimento de tratados bilaterais – o
multilateralismo privilegia o estabelecimento de diversos parceiros cooperativos, estes podendo ser
tanto Estados quanto organizações internacionais(LARABURU, 2008).
6 Compreende relações, processos e estruturas de dominação e apropriação desenvolvendo-se em escala
mundial, as quais compreendem todas as realidades sociais, desde o indivíduo à coletividade, ou povo,
tribo, nação e nacionalidade, corporações transnacionais, partidos políticos, sindicatos, entre outros.
IANNI, 1998.
7 Relações no cenário internacional focadas nos países considerados de terceiro mundo – classificação
atualmente considerada ultrapassada, mas que compreendia primeiro mundo (países desenvolvidos, de
importante desempenho econômico), segundo mundo (países comunistas) e terceiro mundo (países
periféricos de baixo desenvolvimento).
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grandes países emergentes (entre os quais Rússia, Índia e China) e por uma postura
mais firme na OMC.
Entre 1999 e 2004, as relações entre os governos norte-americano e brasileiro
mantiveram-se em compasso de espera – por parte dos Estados Unidos –, sem avanços
nem rupturas, em parte pelo foco de Clinton em manter-se no poder para terminar o
mandato, e em parte pela agenda neoconservadora de Bush, que deu prioridade à
Eurásia (PECEQUILO, 2008).
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10 Reunião da OMC em Cancun, em 2003, em que ocorreu a criação do G20 para contestar as posturas dos
Estados Unidos e demais países desenvolvidos, bem como para ampliar as concessões aos países em
desenvolvimento e subdesenvolvidos. PECEQUILO, 2008
11 Nesse ponto, cabe destacar as tentativas da aproximação do Brasil em relação ao Oriente Médio.
Recentemente, a diplomacia brasileira obteve um grande sucesso, tendo se responsabilizado pela
intermediação da organização do Programa Nuclear do Irã. O presidente Lula intermediou, em Teerã,
um acordo entre Irã e Turquia. A intermediação brasileira insere-se dentro do contexto através do qual o
Brasil vem afirmando um maior protagonismo internacional, o que tem feito com que o país procure
manter canais de diálogo com o Irã, assim como com outros países do Oriente Médio (SILVA, 2010).
Disponível em: http://meridiano47.info/2010/05/18/as-relacoes-do-brasil-com-o-ira-e-a-questao-
nuclear-por-andre-luiz-reis-da-silva/#more-2421. Acessado em 23/05/2010.
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15 A Comunidade Andina é um bloco econômico formado por Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e
Venezuela que, em 1996, substituiu o Pacto Andino, fundado em 1969. Retirado de:
http://www.comunidadandina.org/. Acessado em 23/05/2010.
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18 Disponível em http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=1962
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LEITURAS COMPLEMENTARES20
Leitura obrigatória
PECEQUILO, Cristina S. A Política Externa do Brasil no Século XXI: Os Eixos Combinados de
Cooperação Horizontal e Vertical. Revista Brasileira de Política Internacional, 2008.
Leitura complementar
SILVA, André Reis da. As Relações entre o Brasil e os Estados Unidos durante o regime militar
(1964-1985). Ciências e Letras, 2005.
LINKS ÚTEIS
1. Correio Internacional
Blog de notícias nacionais e internacionais, voltado para o público jovem brasileiro.
Disponível em: http://www.correiointernacional.com/
2. Boletim Meridiano 47
Boletim de Análise de Conjuntura em Relações que publica análises breves sobre temas
candentes da agenda internacional contemporânea.
Disponível em: http://meridiano47.info/
LEITURAS SUGERIDAS
FIORI, José Luis. O Novo Mosaico Global, visto por Fiori. Le Monde Diplomatique Brasil, 2007.
Disponível em http://diplo.org.br/2007-10,a1974. Acessado em 20/05/2010.
SILVA, André Reis da. As Relações do Brasil com o Irã e a Questão Nuclear. Boletim Meridiano
47, 2010. Disponível em: http://meridiano47.info/2010/05/18/as-relacoes-do-brasil-com-o-
ira-e-a-questao-nuclear-por-andre-luiz-reis-da-silva/ . Acessado em 23/05/2010.
OLIVEIRA, Marcelo F. de. Alianças e Coalizões Internacionais do Governo Lula: O IBAS e o G20.
Revista Brasileira de Política Internacional, 2005. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v48n2/a03v48n2.pdf . Acessado em 20/05/2010.
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BIBLIOGRAFIA
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