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EM LÍNGUA PORTUGUESA
Pelas docentes:
Dra. Ana Carolina Vasconcelos
Dra. Maria Elisabete Neves
Nota Introdutória
O presente manual visa completar a bibliografia que, de forma específica, sirva de suporte a
um curso de Técnicas de Comunicação e Expressão leccionado a estudantes de nível superior das
diferentes áreas ministradas.
Efectivamente, muitas são as obras publicadas com fins didácticos sobre a Comunicação –
seu conceito e seu arcabouço teórico – e sobre a expressão – nomeadamente a expressão em língua
portuguesa, quer a nível semântico, quer a nível sintáctico. Contudo essas obras foram concebidas
com intuitos bem definidos quanto à sua utilização: domínio das Letras ou do Marketing.
Sentimos, portanto, a necessidade de organizar uma compilação de materiais de diferentes
fontes, onde se faça a liesão entre a teoria e a prática.
Acreditamos que o resultado do esforço despendido é uma ferramenta que pode ser útil aos
nossos alunos como complemento do trabalho desenvolvido nas aulas e, eventualmente, como
material de consulta futura, aquando do exercício das suas actividades profissionais.
1. CONCEITOS
O QUE É A EXPRESSÃO?
O QUE É A COMUNICAÇÃO?
A comunicação é um daqueles fenómenos mais fáceis de reconhecer do que definir. Ocorre com
imensa frequência, nas mais diversas situações e assume diferentes formas: pelo olhar, através de
gestos, de símbolos, mas sobretudo a través da palavra, no nosso dia – a – dia.
Inúmeros livros foram escritos com o objectivo de definir e explicar a comunicação. No entanto, é
possível delinearmos, em poucas palavras, o conceito de comunicação, se nos concentrarmos nas
suas características essenciais
Então, podemos afirmar que a comunicação é um processo dinâmico porque evolui. A seguir é
possível constatar que esse processo é eminentemente interactivo, pois tem de existir neste processo
pelo menos duas partes, que interajam uma com a outra. Finalmente, é perfeitamente legítimo dizer
que o objectivo dessa interacção é a transmissão de informação. Não importa o conteúdo ou a
essência da informação, o facto de ser longa ou breve, objectiva ou subjectiva, elementar ou
elaborada.
Então, tendo em conta essas quatro características, podemos partir para a nossa própria definição de
comunicação:
“Comunicação é um processo de interacção entre pelo menos dois seres para troca de
informação.”
Ao construirmos o conceito acima, utilizamos a expressão “dois seres, em vez da mais restrita “duas
pessoas”. De facto, não só os seres humanos comunicam. Também os animais o fazem entre si e
com as pessoas. E há até teorias, ainda não de todo comprovadas, que defendem que os vegetais
também possuem a capacidade de comunicar.
Há, no entanto, uma profunda diferença entre a comunicação dos seres humanos e a dos animais.
Há cerca de 100 anos, o sábio austríaco Van Frish descobriu que uma abelha quando detecta uma
fonte qualquer de açúcar, executa um rufar de asas específico, através do qual sinaliza às suas
companheiras a existência de alimento. Após século decorrido, os estudiosos da vida das abelhas
observam o mesmo fenómeno, executado da mesma forma. Se considerarmos que, em regra, os
insectos não são animais de ciclo de vida muito longo, quantas e quantas gerações de abelhas terão
vivido desde que as observações de Van Frish foram realizadas? E, no entanto, o agitar de asas é
exactamente o mesmo.
Paralelamente, ao longo destes mesmos 100 anos, a comunicação humana passou por enormes
alterações.
È exactamente nestas alterações que reside a colossal diferença entre a comunicação humana e a
animal. Os animais transmitem informações e processam-nas, tal como o Homem, mas só ele tem
capacidade para armazenar as informações, enriquecê-las e transmiti-las novamente, já
completamente enriquecidas.
Transmite
Processa
Armazena
Enriquece
Reproduz a informação já enriquecida
3. CONCEITO DE CULTURA
Frequentemente utilizamos o vocábulo no seu sentido mais limitado, quando nos referimos ao
património artístico e científico acumulado pelo género humano. Mas a cultura é muito mais: todos
os hábitos, usos e costumes, formas de estar no mundo e de sentir e interpretar a realidade
circundante constituem a cultura de uma colectividade. Actualmente, a revolução tecnológica pela
qual o mundo tem passado, com enormíssimas consequências no plano da comunicação, tende a
atenuar a diferença entre as culturas. Mas as diferenças ainda existem e certamente é utópico supor
que, num futuro próximo, a humanidade venha a possuir uma e uma só cultura. E ainda bem que
assim é: diferentes formas de pensar e de estar contribuem para o enriquecimento do património
comum da humanidade. Favorecem o ciclo de captação, de ampliação e retransmissão da
informação que antes referimos.
Dissemos que esse ciclo é ininterrupto e é esse motor contínuo que mantém a cultura viva. Quando
pára de rodar o ciclo de transmissão – enriquecimento – transmissão da informação, a cultura fica
estagnada e morre. E não é por outra causa que civilizações passadas (babilónios, egípcios, aztecas
e tantas mais) produziram culturas notáveis que, no entanto, por condicionantes diversas, deixaram
um dia de evoluir, foram assimiladas por outras culturas que mantêm vivo o seu dinamismo ou
simplesmente as contemplamos hoje como verdadeiros “fósseis”do passado.
Alexandre Melo fala em globalização cultural a respeito da “extensão planetária dos meios
de comunicação social de massa, os mass media, com a correspondente transformação de tudo em
informação imediata e universalmente disponível” (2002: 36)
O termo indústria cultural foi “cunhado” pelos pensadores da Escola de Frankfurt, Adorno e
Horkheimer, para designar a indústria mediática que estes autores entendiam como sendo a
indústria de produção simbólica de cariz capitalista. De acordo com estes teóricos os produtos
culturais contribuem para criar, reproduzir e manter não apenas uma ideologia dominante numa
sociedade mas também a própria estrutura dessa sociedade. Esta recria-se e reproduz-se
constantemente de acordo com a base ideológica dominante, em parte devido à força dos produtos
culturais, que pela sua produção em massa se tornariam estandardizados e homogéneos (37). Para
este autor, globalização cultural produz uniformidade, mas também diversidade. Esta última apenas
será prejudicada se, “quando o alargamento da área de oferta de um determinado bem implica o
desaparecimento de um outro bem” (2002: 43). Neste ponto convém frisar que mesmo numa
sociedade aparentemente homogénea e muito linear se assistem, com frequência,
a emergências singulares. No caso das indústrias culturais isso também é verdade. No universo
“mais-do-mesmo” com que habitualmente somos brindados também aparecem pequenas pérolas.
4. OS SIGNOS
A comunicação é estabelecida por signos. Um signo é algo que representa uma realidade, algo que
contém uma informação. Algo que estabelece a relação lógica entre o significante (aquilo que
vemos, que captamos, como um conjunto de sons, imagens ou os próprios grafemas da escrita) e o
significado (a ideia, o conceito mental ou a interpretação que fazemos do que captamos ou vemos).
Alguns signos são, por assim dizer naturais. Nós homens apenas aprendemos a estabelecer a relação
lógica. Assim, por exemplo, quando avistamos uma nuvem de fumo concluímos a existência de
fogo. Atribuímos ao fumo o carácter de signo do fogo. O mesmo acontece quando vemos alguém
bocejar e concluímos que a pessoa tem sono: o bocejo é o significante, cujo significado é o sono.
Mas para além dos signos naturais, há inúmeros que foram concebidos integralmente pelo ser
humano. Estes têm as características de serem arbitrários e convencionais. Nenhuma relação
obrigatória se estabelece entre ele e a realidade; cada língua recorre a um conjunto de sons
diferentes (palavras diferentes) para referir um mesmo objecto. Por exemplo: os franceses dizem
arbre, os ingleses tree e nós árvore, mas também podíamos dizer “érvora” se tal tivesse sido
convencionado.
Arbre, tree e árvore têm o mesmo significado, mas diferem obviamente no significante.
Tomemos como outro exemplo um semáforo de trânsito, onde cada uma das luzes é signo de uma
realidade: obrigação de parar, possibilidade de seguir e necessidade de ter atenção. Numa partida de
futebol, verificamos que há toda uma série de signos que são usados: os uniformes que sinalizam
equipas diferentes, os cartões de que o árbitro se serve e os silvos que emite com o apito assumem
significados específicos convencionados pelo próprio Homem.
5. A PALAVRA
De todos os signos de que nos servimos para comunicar, o mais importante é a palavra porque:
Mesmo que não tenhamos consciência disso, estamos permanentemente a utilizar as palavras. Como
consequência, quanto melhor utilizarmos as palavras, melhor e mais exacta será a nossa
comunicação; quanto mais eficiente for a nossa expressão verbal, mais eficaz será a nossa
comunicação.
O uso da palavra está sujeito a determinadas regras. E o conjunto dessas regras denominamos por
linguagem.
Existem diferentes registos de linguagem. Na verdade, há a linguagem gestual, a da expressão
facial, a da música e inúmeras outras.
Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e
de época para época.
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma reacção
involuntária ou um acto comunicativo propositado.
Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e
encadear as interacções sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.
a) Expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão
fisionómica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas
tentam inibir a expressão emocional.
b) Movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo
pode ser entendido como prova de interesse, mas noutro contexto pode significar ameaça,
provocação.
Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão
como a de desinteresse.
d) Postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do
que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores
hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores, que tendem a
mostrar-se descontraídos.
f) A aparência: a aparência de uma pessoa reflecte normalmente o tipo de imagem que ela gostaria
de passar. Através do vestuário, penteado, maquilhagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo
de falar, etc., as pessoas criam uma projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As
relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projecção particular
e se os outros respeitarem essa projecção.
Mas a que mais directamente nos interessa é a linguagem verbal. Estudada de forma consistente por
L. Wittgenstein, que entretanto se baseou em estudos anteriores, e depois desenvolvida por vários
outros teóricos da matéria, a linguagem é:
Um conjunto de signos
Cuja utilização é subordinada a determinadas regras impostas por cada língua,
Cuja finalidade é dar suporte à comunicação
Palavras
Poucas pessoas têm verdadeira consciência da importância da palavra. Quando afirmo isso, não
estou me referindo apenas à sua importância como meio de comunicação ou na sua dimensão
artística na poesia ou na prosa. Na sua canção “Língua”, Caetano Veloso termina com uma
pergunta: O que quer? O que pode esta língua? As línguas querem ser objeto de comunicação,
condição fundamental para que as sociedades existam e a cultura possa ser transmitida de uma para
outra geração. Mas, a segunda questão proposta de forma inteligente pelo compositor pode e deve
produzir uma ampla discussão. O que pode uma língua? Pode se transformar em arte e, nessa
dimensão, trazer o sentimento, a reflexão sobre as questões existenciais mais profundas, a crítica da
realidade, a denúncia da injustiça e a busca da compreensão da vida, do mundo, do outro. Parece
muito, mas, há um detalhe significativo que é preciso atentar: A língua é formada de palavras e
palavra é energia que pode se materializar. As pessoas de uma maneira geral, não têm cuidado com
esse detalhe, tão significativo. O que pensamos e o que falamos termina, dependendo da impressão
que essas palavras provoquem no nosso psiquismo, se materializando no nosso dia a dia. Portanto,
muitas vezes somos vítimas de nós mesmos, quando inadvertidamente, expressamos algo
desagradável ou negativo em relação a nós ou aos outros. Se observarmos e examinarmos nossa
própria vida, veremos que muitas coisas que nos aconteceram ou que acontecem são manifestações
ou materializações de nossas palavras. Por isso é fundamental ter mais cuidado e, principalmente
utilizar a palavra para produzir bem estar.
Esclarecer
Na linguagem verbal, as regras a que nos referimos são de duas naturezas: regras de sintaxe e
de semântica.
Quando desejamos aprender uma língua, necessitamos antes de mais de um dicionário, pois este dá-
nos o significado das palavras; permite que interpretemos correctamente os signos. No dicionário
encontramos o conteúdo semântico da língua, na medida em que a semântica estuda o
significado das palavras e das frases.
Porém, ainda que nos fosse possível conhecer todas as palavras contidas no dicionário, ainda assim
não estaríamos aptos a dominar a língua. Isto porque nos faltaria conhecer a forma adequada de
articular os diferentes signos, de forma a dar um conteúdo lógico ao que dizemos ou escrevemos. O
uso da Língua não se faz através de palavras soltas. Temos a necessidade de organizá-las em frases.
Neste plano precisamos de recorrer a uma gramática. É com a gramática que aprendemos como
concatenar correcta e adequadamente as palavras. É a gramática que nos ensina a sintaxe da
língua, pois é a ciência que estuda as relações e funções das palavras nas frases.
Em conclusão, podemos afirmar que quanto maior for o domínio que tenhamos quer da semântica,
quer da sintaxe da língua, mais adequadamente poderemos comunicar-nos através dessa língua.
6. MODELOS DE COMUNICAÇÃO
Diversos foram os autores que se preocuparam em explicar como é que ocorre o fenómeno da
comunicação humana. A essas explicações chamamos modelos, pois são representações
esquematizadas do processo de comunicação.
Desses modelos, os mais conhecidos foram os desenvolvidos por Schramm e por Lasswell.
Segundo Schramm, o acto comunicacional tem início num Emissor, alguém que define não só o
que vai comunicar como também o Código ( ou seja a linguagem) que vai utilizar, razão pela qual é
chamado de Codificador. A essência da comunicação, isto é, aquilo que é informado, denomina-se
de Mensagem. O envia a mensagem codificada através de um via, também da sua escolha (que
poderá ser, por exemplo, a via oral ou a via escrita, ou outra). Essa via é o Canal, através do qual a
mensagem é recebida pelo destinatário – o Receptor – a quem compete descodificá-la. Por isto, o
receptor é conhecido também por Descodificador.
Este modelo de Schramm, assim definido, confere ao emissor todo o protagonismo, todo o trabalho
activo do processo de comunicação.
Os seus seguidores, contudo, cedo se aperceberam de que não era exactamente assim, pois também
o receptor realiza um papel importante nesse processo. Como vimos, a comunicação é
eminentemente interactiva e, portanto, só se completa quando, depois de receber a mensagem, o
Receptor reage, escolhendo também um código e um canal, através dos quais enviará ao Emissor
original a sua Retroacção ou Resposta.
Mas, na verdade, não é só através da resposta que se evidencia a importância do Receptor. Ela já se
faz sentir antes mesmo da mensagem ser enviada, pois quer o código, quer o canal são escolhidos
pelo Emissor tendo em conta quem é o Receptor. Por exemplo: um Emissor nunca escolherá como
código a língua japonesa se o Receptor não conhecer esse idioma, nem elegerá como canal a via
oral se o Receptor é totalmente surdo.
No modelo de Schramm devemos ainda ressaltar um elemento importante: o Ruído. Quer isto dizer,
a possibilidade poderem ocorrer ruídos (interferências que distorcem o sentido e,
consequentemente, a compreensão da comunicação) quer aquando do envio da mensagem, quer
durante a resposta.
Uma das fontes mais frequentes de ruído é a má utilização da linguagem, que pode fazer com que a
mensagem captado pelo Receptor não seja aquela que efectivamente o Emissor desejava enviar.
Portanto o perfeito domínio da linguagem é que nos dá o conforto de vermos substancialmente
reduzido o risco de uma interpretação incorrecta das mensagens que emitimos.
Quem?
Diz o quê?
Por que via?
A quem?
Com que efeito?
A essas cinco perguntas correspondem como resposta os cinco termos básicos do modelo de
Schramm: Emissor, Mensagem, Canal, Receptor e Retroacção.
Considerar os aspectos que dizem respeito ao contexto, isto significa que devemos atender
aos aspectos situacionais, culturais, sociais, psicológicos, etc.;
Não esquecer que comunicamos não apenas através de palavras (palavras em si e tom de
voz), mas também através de outros sinais e, como tal, devemos estar atentos a essa “outra
linguagem” (linguagem corporal, facial, aparência, etc.);
Exemplos:
Todo. Ou pelo menos algum. Falar de Meios de Comunicação Social (MCS) enquanto elementos
de regulação cultural é abarcar num só desígnio uma série de dimensões tão díspares quanto
semelhantes da sociedade. É pelos MCS que se sabe o que se passa no mundo, que se conhecem e
visualizam outras culturas, que se sabe o que existe, o que se publica ou que se faz. É também
através dos MCS que fruímos cultura, ou pelo menos alguma, independentemente da sua qualidade.
Na realidade, cultura e comunicação são dois termos que se interpenetram desde o surgimento dos
primeiros meios de comunicação social. Apesar da existência de outros agentes mediadores e
transmissores de cultura, como a Educação ou a Família, é inegável o poder que os media exercem
sobre um número elevado de indivíduos. Para Breton, os media “passaram a ser o único lugar onde
estão as informações que hão-de permitir descodificar os diferentes universos em que evoluímos”
(1994:123), transferindo para os MCS o poder de orientação dos indivíduos na sociedade. Tal como
refere Rodrigues “a comunicação não é um produto, mas um processo de troca simbólica
generalizada, processo de que se alimenta a sociabilidade, que gera os laços
sociais que estabelecemos com os outros” (1999:22).
A mensagem pode ser processada por via oral e/ou escrita implicando diferenças notórias.
A mensagem oral processa-se na conversação, exigindo a presença de, pelo menos, duas pessoas
que alternam sucessivamente os papéis de emissor e de receptor, que se encontram no mesmo
referente situacional, bastando um gesto para clarificar elementos relativos a esse referente. A
mensagem escrita (texto escrito), exige a descrição do referente situacional, ou seja, do ambiente.
Observemos no quadro que se segue as principais diferenças.
Prepara com antecedência o tema, tendo em conta o limite de tempo que tem para o
expor;
Tem em conta as características do receptor, quando prepara o tema;
Utiliza vocabulário simples, objectivo e variado;
Apresenta-se bem vestido e bem penteado, não usando decotes muito acentuados
nem saias muito curtas;
Não coça a cabeça, o nariz ou rói as unhas;
Controla o nervosismo com técnicas adequadas, mas nunca masca pastilha elástica;
Começa por apresentar o tema de forma atraente, para captar a atenção da
assistência;
Expõe o tema mantendo sempre viva a atenção e a curiosidade da assistência;
Movimenta-se e gesticula de forma a captar a atenção do ouvinte, mas não exagera
para não se tornar caricato;
Vai rodando olhar por todos os membros da audiência e não o fixa num só;
Usa um tom de voz adequado, nem muito alto nem muito baixo, diversificando a
entoação para dar mais ênfase à apresentação;
Vai colocando perguntas para captar a participação da audiência;
Apresentação do trabalho:
Distribuição de Espaços:
No início da frase;
Em nomes próprios;
Caligrafia:
Diferenciar as letras;
Ortografia:
Evitar os erros;
Não trocar/eliminar letras;
Construção da frase:
Pontuação:
Evitar as repetições:
de ideias e de palavras.
Quando falamos com uma pessoa, tratamo-la por TU, por VOCÊ ou por SENHOR/A. A forma de
tratamento escolhida deve ser mantida, fazendo-se as devidas concordâncias com as formas de
pronome correspondentes a cada pessoa. O que não se deve fazer é tratar a pessoa ora por “tu”, ora
por “você”, ou confundir as formas dos pronomes, usando-as arbitrariamente. Se se tratar a pessoa
por “tu”, deve ser sempre tratada por “tu”. Se se tratar a pessoa por “você” deve ser sempre tratada
por “você”.
TU OU VOCÊ
SENHOR / A
PRONOMINALIZAÇÃO
2. Translineação
Mas, por vezes, surgem dúvidas. Preste então atenção às seguintes regras:
Á-gua pe-quei
Ora-ção cons-ti-tui
Se o hífen está a ligar palavras compostas e coincide com o fim da linha, convém repartir-se
no começo da seguinte:
Mão-/-de-obra guarda-/-chuva
EXERCÍCIO: tendo em atenção as regras a respeitar na translineação, faça a divisão silábica das
palavras que se seguem:
cadeira
director
connosco
Baptista
declarar
afilhado
segredo
qualidade
bandeira
igualdade
terra
quadrado
guarda-redes
acto
Pão-de-ló
3. Acentuação
O acento agudo assinala a sílaba tónica ou ditongos orais abertos ou, por vezes, a sílaba com as
vogais i e u: pé, herói, país
O acento grave indica a contracção da preposição a com a forma feminina do determinante artigo
definido a(s) e com os determinantes ou pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: à(s)
àquele(s), àquela(s), àquilo.
O acento circunflexo indica o timbre semifechado das vogais a, e, o: tâmara, vês, avô.
Todas as palavras esdrúxulas são graficamente acentuadas: ácido, código, húmido, mínimo,
efémero
Nota importante: as palavras graves terminadas em ditongo crescente (ea, ia, eo, ie, ao, uo,…), que
antigamente se consideravam esdrúxulas, funcionam como se de facto o fossem, e por isso também
são acentuadas
EXERCÍCIOS
1. Coloque o acento, correctamente, nas palavras que dele necessitem, e, à frente, indique que
regra foi aplicada (Ex.: 1.a ; 2.c ; 3; etc.)
2.2 A tia Claudia serviu cha e cafe aos convidados, porem o Jose e a Tarsia nao acharam agradavel.
2.3 O Portugues e o Frances sao linguas dificeis para uns e faceis para outros.
2.4 As palavras esdruxulas, ou designadas proparoxitonas, sao aquelas cuja silaba tonica e a
antepenúltima.
3. Preste atenção ao texto que se segue, com base nas regras de acentuação coloque o acento
gráfico nas palavras que dele necessitem.
«O professor de Frances fez um grande escarceu, a directora decidiu que nao lhe cumpria decidir,
assunto da Policia, a Policia tomou conta da ocorrencia, o professor de Frances jurou que ia
continuar com as aulas, a directora disse que sim senhor, la por ela, e ate a conclusao das
investigaçoes, o professor de Matematica lembrou que carta anonima nao era prova, “so e infamia",
acrescentou a professora de Fisico-Quimica, Lourenço, o continuo, meteu-se no debate, a porta
estava nas hortensias tambem nao queria dizer pescoço, qualquer um a poderia ter levado – “mas
quem?, mas quem?”, perguntaram todos -, isso e que Lourenço continuo nao sabia, va la uma
pessoa adivinhar.»
PONTO FINAL
O ponto final indica uma pausa grande. Emprega-se no final das frases:
“Não te quero convencer. Quero apenas que leves os teus pensamentos sempre até
ao fim, sem medo de chocar contra ideias que consideras sagradas, porque foram legadas pelos
mais velhos. E que estudes o que se passa a todo o momento. Tirarás as tuas conclusões, que não
poderão ser muito diferentes das minhas. Ou não serias honesto.”
Pepetela, A Revolta da Casa dos Ídolos
O ponto emprega-se também nas abreviaturas, chamando-se, neste caso, ponto de abreviatura:
Sr. – abreviatura de Senhor;
Dr. – abreviatura de Doutor;
D. – abreviatura de Dom ou Dona
Engº. – abreviatura de Engenheiro
Arqº - abreviatura de Arquitecto
Exmo. ou Ex. mo – abreviatura de Excelentíssimo
VÍRGULA
A vírgula indica a pausa mais pequena da pontuação. Encontra-se no interior da frase, para separar
orações ou os elementos que as constituem.
“A mãe foi inaugurar a loja com o primeiro carregamento da quinta: couves, alface, tomate,
galinhas, ovos e fruta.”
Pepetela, O Cão e os Caluandas
“Todos sabem, porém, que não há carreiras de tiro, por mais bem apetrechadas, que possam
satisfazer o apetite de uma batalha a sério.”
David Mourão-Ferreira, Gaivotas em Terra
Nota: No entanto, quando a adversativa fizer parte de um bloco de frase de que não se quer
quebrar a sequência, não se usará a vírgula:
“Ninguém tinha visto, porém todos sabiam que era verdade.”
Irene Lisboa, Uma Mão Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma
Usa-se a separar as orações assindéticas, isto é, as que não têm expressa uma conjunção de
ligação:
Usa-se, muitas vezes, para separar a oração subordinada que está antes da subordinante,
para tornar a frase mais clara:
“Quando o soldado foi tirar a galinha debaixo do cesto, Beto e Xico miraram-se calados.”
Luandino Vieira, Luuanda
“Se ao menos alguém abrisse a persiana e o sol entrasse, teria a consolação de saber que era
melhor lamentar-se ali do que no quartinho da casa da Redonda.”
Lídia Jorge, O Cais das Merendas
Usa-se para separar as orações relativas explicativas, porque elas são necessárias para a
compreensão da frase:
“ O Salta, que parece anão, esgueira-se pelos fundos da casa, chega ao cruzeiro, benze-se, e
ninguém lhe põe mais a vista em cima.”
Miguel Torga,
“A sala, que era ao mesmo tempo quarto de dormir, tinha abertas as portadas da varanda.”
Agustina Bessa-Luís, A Sibila
Nota: Repare-se que esta última frase, por exemplo, continuaria perfeitamente compreensível se
eliminássemos a explicação que está entre vírgulas: “A sala tinha abertas as portadas da varanda”.
Já o mesmo não acontece com as orações relativas restritivas, que por isso não levam vírgulas:
“Atribuíam-lhe os males que afligiam a aldeia e temiam-na.”
Agustina Bessa-Luís, Contos
“Estive para me levantar e ir logo lá explicar-lhe a minha intenção, isto é, que não tinha tido
nenhuma intenção.”
Branquinho da Fonseca, Rio Turvo
Nota: Mas quando estas palavras ou expressões estão integradas na sequência da frase, não devem
separar-se por vírgulas:
“Nuno Miguel recorda perfeitamente as letras incrustadas nos cascos negríssimos e também
pintados nos dorsos das grandes chaminés.”
João de Melo, Gente Feliz com Lágrimas
“ Não, mal não lhe havemos de fazer: mandamo-lo governador para Bissau.”
Almeida Garrett, D. Filipa de Vilhena
Usa-se para assinalar que se subentendeu numa segunda frase o verbo do predicado:
“O Francisco da Segunda era miúdo e vivo como azougue; o Abílio, pacato e pesado.”
Vitorino Nemésio, O Mistério do Paço do Milhafre
Nota: Mas tratando-se de frases muito simples e claras, é preferível não usar a vírgula:
“Schiu, as paredes têm ouvidos, os montes olhos.
Aquilino Ribeiro, Terras do Demo
Geralmente usa-se a vírgula (mas também os dois pontos) no vocativo com que se iniciam
cartas, requerimentos, ofícios, etc..
(e não: O presidente entregou, as medalhas aos vencedores, que estavam muito contentes).
PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula assinala uma pausa maior do que a da vírgula, mas menor do que a do ponto
final.
“A manhã corria incolor nas coisas da casa e no céu; o vento, sobre a madrugada, descaíra um
pouco a sueste; e o mar, levemente enrugado contra os cachopos da costa, seguia largo e
acinzentado ao norte do Canal.”
Vitorino Nemésio, Mau Tempo no Canal
“Os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos económicos, sociais e
culturais, nomeadamente:
a) No ensino, na formação profissional e na cultura;
b) No acesso ao primeiro emprego, no trabalho e na segurança social;
c) No acesso à habitação;
d) Na educação física e no desporto;
e) No aproveitamento dos tempos livres.
Constituição da República Portuguesa, art. 70
DOIS PONTOS
Os dois pontos empregam-se também para indicar citações de outros textos ou palavras
que foram ditas:
“A rádio dizia: «O presidente dos Estados Unidos respondeu negativamente ao apelo que lhe foi
enviado pelo Governo francês.»”
Ferreira de Castro, A Missão
“A rapariga tirou uma pequena flauta da sua mala e começou a tocar. A música parecia ter um
efeito hipnótico: o ruído do tráfego foi-se tornando distante e o meu coração acalmou-se.”
Paulo Coelho, Nas Margens do Rio Piedra eu Sentei e Chorei
PONTO DE INTERROGAÇÃO
“- Ora aí está, mestre António. A sua filha é alguma coisa. Ou não será? Tenho os braços, tenho-a
a ela e tenho um filho. Que me importam a mim os lavradores?
- E a mim, Jacinto?
- Nem a ela, entendeu? E deixe lá que são de boa raça os lavradores. Como os cardos que
nem os burros querem.”
Carlos de Oliveira, Uma Abelha na Chuva
“Horas e horas a arca navegou assim, carregada de incertezas e terror. Iria Deus obrigar o corvo a
regressar à barca? Iria sacrificá-lo, pura e simplesmente, por exemplo? Ou que iria fazer?”.
Miguel Torga, Bichos
PONTO EXCLAMAÇÃO
TRAVESSÃO
Emprega-se no discurso directo, para introduzir as falas e para separá-las das palavras do
discurso indirecto que se intercalam:
Emprega-se também para separar determinada oração, expressão ou palavra que se quer
colocar em destaque ou em aparte.
“Depois, no sábado seguinte, Carlos ao voltar do jantar dos Gouvarinhos – que fora excelente-
contou-lhe a conversa que tivera com a senhora condessa.”
Eça de Queirós, Os Maias
RETICÊNCIAS
Indicam que algo mais ficou por dizer e, assim, o leitor ou ouvinte imaginarão o resto.
Podem significar hesitação, dúvida, amargura, ironia ou outros sentimentos.
“A tia Suzana perguntou:
- Mas vais ficar por lá?…
-
Ó mãe… Vou ficar por uns tempos… Habituei-me àquilo, àquela terra, àquela gente,
àqueles horizontes… Eu acho que já não sou capaz de viver aqui…”.
PARÊNTESES CURVOS
“Certa ocasião sonhara com uma lagartixa azougada e com uma ratazana (ou coisa semelhante)
que a perseguia.”
José Cardoso Pires, O Hóspede de Job
PARÊNTESES RECTOS
Servem para indicar a supressão num texto. Geralmente, faz-se essa supressão para tornar a
citação mais curta e objectiva, eliminando algo de secundário que, pelo menos naquele momento,
não tem importância.
ASPAS OU COMAS
Colocam-se no princípio e no fim de frases ou palavras que são citação de outros contextos.
“Era-me preciso, de qualquer modo, que alguém ao menos “soubesse”, e “acreditasse”, para eu
também acreditar no que estava esboçando.”
David Mourão-Ferreira, Um Amor Feliz
ITÁLICO
O itálico é uma espécie de letra inclinada e aparece, de certo modo, associado aos sinais de
pontuação.
“As duas começaram a andar em torno de um círculo imaginário, como faziam os velhos cowboys
do Oeste antes do duelo.”
Paulo Coelho, As Valquírias
Usa-se para assinalar títulos de obras, como romances, poesia, jornais, revistas, óperas,
nomes de esculturas, pinturas, etc.
“A própria reacção dos Bastos, violenta, queimando uma edição do Diário de Ilhéus, vinha prová-
lo.”
Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela
NEGRO
EXERCÍCIOS
c) Àquela hora quase ninguém andava na rua, porque a chuva, caía sem cessar, e a noite levava
as pessoas a preferirem, o aconchego, da casa.
3. Utilize os sinais de pontuação adequados de forma a obter, para cada frase, duas frases
com significado diferente:
a) Ao voltar a casa à tarde Mariana encontrou o gato na cozinha aninhado a comer um rato que
tinha apanhado.
c) No dia seguinte após as tarefas matinais disse ao filho hoje vou levar-te comigo porque não te
quero sozinho em casa vamos lá Bernardo
5.1
“Desde que a minha irmã nasceu só vejo o meu pai a correr quando ele tem tempo de ir jantar a
casa da avó numa destas alturas ouvi o meu pai perguntar então o nome qual nome qual havia de
ser o nome para a tua irmã ou tu queres que ela se vá chamar Jaime apesar de toda a minha má
disposição ainda consegui sorrir com a ideia”.
5.2
“Todos os olhos se fixaram em João Eduardo que se fez escarlate aquilo pareceu-lhe nesse
momento pior do que a prisão enfim continuou o administrador por altas considerações que eu
pesei devidamente tomo a responsabilidade de o soltar veja agora como se porta a autoridade não o
perde de olho bem pode ir com Deus e Sua Excelência recolheu-se ao gabinete João Eduardo ficou
imóvel como parvo posso ir hem balbuciou para a China para onde quiser […] exclamou o
Domingos que interiormente detestando padres jubilava com aquele final João Eduardo olhou um
momento em redor os empregados o carrancudo Carlos duas lágrimas bailavam-lhe nas pálpebras
de repente agarrou o chapéu e abalou”.
Eça de Queiroz, O Crime do Padre Amaro
VERBO HAVER
Singular Plural
Havia uma pessoa na sala. Havia muitas pessoas na sala.
Houve apenas uma negativa. Houve dezenas de negativas.
Hoje, há arroz no forno. Hoje, há batatas no forno.
2. O verbo “haver” tem plural quando é auxiliar de outro verbo. Equivale ao verbo “ter”.
Neste caso, a oração tem sujeito e o predicado (verbo) concorda com ele. No exemplo que se segue
os sujeitos são respectivamente “eu” e “nós”. Assim:
SINGULAR PLURAL
Ex: Eu já havia lido este livro. Ex: Nós já havíamos lido este livro.
EXERCÍCIOS
f) Foi construído por um senhor que havia morado na Ilha de Luanda. (dois)
Ficaste / Ficas-te
Ficaste é o pretérito perfeito do verbo ficar. Como o “te” faz parte da terminação
do tempo verbal, nunca se separa.
EXERCÍCIOS
1. Cada uma das frases seguintes tanto pode estar correcta, como conter erros. Detecte-os e
corrija-os.
a) Ontem ficas-te zangado comigo?
2. Complete as frases que se seguem com as formas dos verbos, entre parênteses, no
Pretérito Perfeito do Indicativo ou no Presente do Indicativo, acompanhado do pronome
pessoal reflexo te.
a) Tu não _______________ (ganhar) nenhum prémio na lotaria. Mas ___________
(pensar) comprar um carro novo.
f) Não ____________ (arranjar) o teu quarto, mas ______________ (arranjar) dos pés à
cabeça para ires passear.
g) Não sei se __________________ (amar) aquela rapariga. Será que amas alguém?
__________________ (amar) a ti próprio?
Verbo poder
O verbo “poder” tem formas que se escrevem com U e outras que se escrevem com O.
Pode Pôde
3ª pessoa do singular do presente 3ª pessoa do singular do pretérito
do indicativo perfeito do indicativo
Ex: Hoje, o Bernardo não pode vir Ex: Ontem, o Bernardo não pôde
almoçar a casa. vir almoçar.
Todas as formas dos verbos querer e do verbo pôr se escrevem sempre com “s”.
Ao contrário do que acontece com o verbo PÔR, que leva acento para de diferenciar da
preposição “por”, os verbos derivados de pôr não têm acento.
Compor
Repor
Decomp
or
VERBOS Supor
Dispor DERIVADOS
DO VERBO
PÔR
Transpor Sobrepor
Opor
Impor
EXERCÍCIOS
6. DÚVIDAS GRAMATICAIS
Nos dois exemplos supracitados por que é um pronome relativo e escreve-se portanto em separado.
Para melhor compreensão vamos fazê-lo variar. Assim:
“Não sei por qual razão te foste embora.”
Aceito plenamente a razão pela qual te foste embora.”
“Ele não sabia por qual (motivo) se tornara tão antipático.
PORQUÊ?
EXERCÍCIOS
MAS / MAIS
EXERCÍCIOS
a) Decidi escrever o meu diário, na esperança de que a minha vida se tornasse um pouco ______
interessante. ______ decididamente, não foi uma boa opção, porque me tornei cada vez _______
introvertido.
b) O meu quadro foi ______ barato que o teu, _______, em contrapartida, o teu é _______ interessante
e _____ colorido.
c) Eu sei que gostas ______ de carne, ______ também precisas de comer peixe.
d) Temos ______ trabalho nesta altura do ano, por causa da aproximação do Natal. Por esta razão
fechamos a loja ______ tarde, _______, em compensação, os índices de vendas são ______ elevados. É
a época do ano em que vendemos _______.
h) Senti-me ______ adulto, quando usei a minha primeira gravata. ______, ao mesmo tempo senti-me
muito ________ desconfortável, por não estar habituado.
Há / À / Ah
Há (verbo haver) À (contracção da preposição “a” com o artigo definido “a” Ah (interjeição)
Quando estabelece apenas relação entre duas palavras
Quando é sinónimo de “existir” Ex: Calças à boca de sino Quando traduz espanto, aflição, uma gargalhada, etc.
Ex: Há muito peixe no mar.
Quando indica lugar ou direcção (pode passar-se para o plural) Ex: Ah, és tu! Que susto!
Quando traduz tempo Ex: Vou à feira. / Vou às feiras.
Ex: Há muitos anos que não via a Maria.
“No jardim há muitas flores...” / “... havia muitas flores...” / “... haverão...”
Neste caso, trata-se da conjugação do verbo haver, que se escreve sempre com h.
À/A
A crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” só ocorre antes de nomes
femininos.
Mas se na troca o “a” não se transformar num “ao”, então não há contracção da preposição “a” com o
artigo definido feminino singular “a”:
Não há crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” quando à
preposição “a” se segue o artigo indefinido “um/a/s”:
Não há crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” quando à
preposição “a” se segue o pronome demonstrativo “este/a/s”:
Não há crase da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” quando à
preposição “a” se segue a palavra “ninguém”:
Topónimos são palavras que designam nomes de lugares. Por exemplo: Angola, Huambo, Catete,
Viana, Malange, Cabinda, Benfica, Portugal, etc.
Como saber se antes de um topónimo há ou não contracção da preposição “a” com o artigo
definido feminino singular “a”? Tratando-se de um topónimo masculino, é fácil:
Vou ao Canadá.
Vou ao Luxemburgo.
Vou ao Lubango.
Há, porém, topónimos que não se usam precedidos de artigo: Angola, Portugal, Moçambique, Cabo
Verde, S. Tomé e Príncipe, Timor, Macau, etc. Portanto, nesses casos, nunca há a crase da
preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a”.
Que transformações
ocorrem na frase quando
se troca o verbo VIR DE
pelo verbo IR?
EXERCÍCIOS
1. Complete as frases que se seguem, usando correctamente “a(s)”, “à(s)”, “há” ou “ah”,
consoante o contexto linguístico em presença:
SE NÃO / SENÃO
“Vai te embora já, senão chegarás atrasado.” (conjunção senão = quando não; caso contrário)
“Vai-te já embora senão não chegarás a tempo.” (conjunção senão + adv. não)
Estamos perante a conjunção, também condicional, senão. Mais fácil de identificar são o advérbio e o
substantivo senão, repare:
“Não tenho senão a roupa do corpo.” (advérbio senão = apenas, só; excepto)
“Não há bela sem senão.” (substantivo senão = defeito, mácula)
EXERCÍCIOS
TODO/A/S
A palavra “todo”, quando seguida de um substantivo, deve ter à sua frente um artigo que com ela
concorda em género e número.
Ex:
Todo o homem é mortal.
EXERCÍCIOS
i) ____________ vezes que tento falar com o Francisco, ele não atende o telefone.
ONDE / AONDE
Onde indica o lugar em que se está ou onde se passa algum facto. Normalmente, utiliza-se aquando da
presença de verbos que exprimem estado ou permanência:
Aonde exprime uma ideia de movimento. Costuma utilizar-se aquando da presença de verbos que
exprimem movimento:
EXERCÍCIOS
a)
R: A reunião vai ser na sala dos professores.
b)
R: A bagagem foi levada para o aeroporto 4 de Fevereiro.
c)
R: Nós vamos ao Mussulo.
d)
R: Estive no Instituto Camões.
e)
R: As raparigas foram à praia.
Expressão que indica tempo. Expressão que significa “a respeito de…”. Expressão que significa “a
distância.
Ex: Estou à tua espera há cerca deEx: Sabes alguma coisa acerca da
duas horas. decisão tomada? Ex: A escola fica a cerca de 2
km da casa da Joana.
EXERCÍCIOS
1. Complete os espaços em branco com as expressões “há cerca de”, “acerca de” e “a cerca de”:
h) Galileu viveu ___________ de cinco séculos e estudou matérias _____________ do sistema solar.
i) Sei tudo ____________ desse assunto e espero _____________ quinze anos para o poder revelar.
Havia Avia
EXERCÍCIOS
“ ___________ outrora um jovem que tinha uma estalagem. Um dia entrou lá um homem
muito velho que lhe disse:
- Tenho muita fome e pouco dinheiro, rapaz, _________ aí qualquer coisa para eu comer.
Ora, __________ já vários dias que ninguém visitava a estalagem e o jovem estava a ter
problemas com o negócio. Já ________ falta de muita coisa na despensa. Mesmo assim, o jovem
arranjou-lhe um pedaço de pão.
O velho comeu e disse:
- Ainda tenho fome. ______ mais um pedaço de pão a este velho.
Mas o rapaz sabia que já não ________ mais nada na despensa. Porém, quando abriu a porta
viu que ______ grande fartura de comida.
O velho tinha partido e quatro fregueses estavam ao balcão:
ANO LECTIVO 2009 / 2010 45
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
- _____-te, rapaz – disse um deles – Vem aí mais gente e não tarda nada tens a estalagem
cheia.”
Houve (verbo haver) / Ouve (verbo ouvir)
Houve Ouve
Pretérito perfeito do indicativo do verbo haver. Presente do indicativo ou imperativo do
Ex: Já houve aqui um jardim. verbo ouvir.
Ex: Ouve com atenção o que ele diz.
EXERCÍCIOS
1. Complete os textos que se seguem com “houve” ou “ouve”. Quando tiver dúvida a respeito da
grafia, já sabe que, no caso de se escrever com “h”, pode substituir a forma verbal por “tem
havido”:
a) Não ________ nada do que se lhe diz. Bem se pode falar alto, ouvir é que não ________. Não
________ nada que tivesse aprendido. Está mesmo a zero! Nunca _________ um aluno assim.
b) Neste local _________ antigamente um castelo onde vivia um príncipe com orelhas enormes. Um
dia um camponês perguntou-lhe:
- __________ lá, já _________ alguém na tua família com orelhas assim?
- Não _________ - respondeu o príncipe -. Mas _________ um espertinho como tu que fez a
mesma pergunta e ficou sem orelhas. Sabes que agora não __________ nada?
Vêem Vêm
Presente do indicativo do verbo VER. Presente do indicativo do verbo VIR.
Ex: Eles vêem bem para o quadro. Ex: Eles vêm de autocarro.
EXERCÍCIOS
1. Produza quatro frases em que utilize as formas do verbo ver e do verbo vir.
a) ____________________________________________________________________________
b) ____________________________________________________________________________
c) ____________________________________________________________________________
d) ____________________________________________________________________________
“ Talibãs roubaram víveres para três semanas do Programa Alimentar Mundial.” (pretérito perfeito)
“ Caso continuem esfomeados, roubarão os víveres alheios?” (futuro imperfeito)
EXERCÍCIOS
1. Complete os excertos das notícias que se seguem, utilizando os verbos nos tempos indicados
entre parêntesis.
c) “As respostas das autoridades monetárias e dos Governos _______________ (evitar, Pret.
Perfeito) que o pânico se instalasse.”
7. ALARGAMENTO VOCABULAR
Sinonímia
Duas palavras são sinónimos quando têm significados semelhantes podendo ser substituídas uma
pela outra em contextos iguais.
Antonímia
Duas palavras são antónimas quando apresentam significados opostos e são utilizadas em
contextos completamente diferentes.
Hiperonímia / Hiponímia
Homonímia
Designa as palavras que se lêem e escrevem da mesma forma, mas têm significados diferentes.
Homofonia
Designa as palavras que se lêem da mesma forma, mas têm escrita e significados diferentes.
Ex: Sinto que tenhas sido multada por não usares o cinto de segurança.
Homografia
ANO LECTIVO 2009 / 2010 48
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Designa as palavras que se escrevem da mesma forma, mas têm acentuação e significados
diferentes.
Paronímia
Designa palavras com escrita e leitura semelhantes, mas significados diferentes.
EXERCÍCIOS
1. Atente nos seguintes pares de palavras homófonas e redija uma frase em que evidencie o
sentido de cada uma delas. (Consulte o dicionário, se for preciso)
a) Era/hera g) Conserto/concerto
b) Nós/noz h) Passo/paço
c) Vós/voz i) Assento/acento
d) Coser/cozer j) Asso/aço
e) Sem/cem k) Senso/censo
f) Conselho/Concelho
d) Uma vez que o tecido do sofá está um pouco velho, decidimos mandá-los _____________
com um tecido novo.
O Diogo não se importa de ______________ a carne, pois gosta de culinária.
Aprendizagem da escrita
EXERCÍCIOS
1. Em cada uma das frases que se seguem, substitua a palavra coisa por outros
substantivos que se revelem mais adequados ao contexto:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Indique adjectivos à sua escolha que melhor sirvam para substituir, em cada um dos
exemplos apresentados, a palavra maravilhoso:
a) Um professor maravilhoso.
___________________________________________________________________________
b) Um colega maravilhoso.
_______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
e) Um país maravilhoso.
___________________________________________________________________________
3. Construa frases em que utilize com precisão cada um dos sinónimos de autorizar:
Permitir
_______________________________________________________________________________
Tolerar
_______________________________________________________________________________
Facultar
_______________________________________________________________________________
Condescender
_______________________________________________________________________________
Conceder
_______________________________________________________________________________
Consentir
____________________________________________________________________________
ANO LECTIVO 2009 / 2010 52
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
4. Preencha o texto com as formas verbais que lhe são dadas de forma a completar o texto.
Nesse dia o tio Veron não foi ___________________. _______________ a casa e fechou
com pregos a caixa do correio.
- ________________? – explicou à tia Petúnia, pelo meio de um monte de pregos, - se eles
não ____________entregá-las, _______________ por desistir.
- Não tenho tanta certeza assim de que isso _________________, Vernon.
- Ora, a cabeça daquela gente _______________ de um modo estranho, Petúnia. Eles não
______________ como nós - _______________ o tio Vernon, tentando ______________ um prego
com o pedaço de bolo de fruta que a tia Petúnia lhe acabara de trazer.
Na sexta – feira _____________ doze cartas para o Harry. Como não podiam entrar na caixa
do correio, ______________ metidas por baixo da porta, outras introduzidas pelas frinchas laterais
e algumas empurradas pela janela da casa de banho do rés – do – chão.
O tio Vernon ________________ a ficar em casa. Depois de _______________ todas as
cartas, foi _______________ um martelo e pregos e pregou tábuas nas portas, de tal modo que
ninguém podia _______________. Enquanto trabalhava ia _______________ entre dentes o Tiptoe
through the Tulips (Em bicos de pés entre as tulipas) e __________________ sempre que ouvia um
pequeno barulho.
O que dizer?
A quem dizer?
A quem se destina o texto? Que expectativas, necessidades, capacidades ou exigências têm os meus
leitores?
Como dizer?
Informar ou expor não sinónimo de comunicar. Comunicar é criar uma corrente comum, entre
destinador e destinatários. Assim: Que estratégias devo usar para que o meu texto seja eficaz e
adequado nesta circunstância? Como organizar o meu texto de modo a interessar e a envolver o meu
leitor? Que linguagem utilizar? Falo em nome próprio ou em nome de uma organização (empresa
ou instituição)? Em que tipo de texto: Carta, requerimento, memorando, relatório? Que extensão
(livre, ou, pelo contrário, controlada, i.e., em número predeterminado de palavras)?
Em determinados tipos de texto, como carta de negócios, memorando e alguns relatórios, há que
não esquecer que a brevidade, a precisão e a clareza são qualidades cada vez mais valorizadas.
Quando dizer?
Cumprindo prazos? Por iniciativa própria? Nesta última situação há vários elementos a ponderar. Se
numa organização, há dois extremos a evitar: a ausência de informação (geradora do mal-estar, do
boato e da intriga) e o excesso, a “tempestade” de papéis (que retira impacto ao que é, de facto,
importante ser transmitido). Se para o público em geral, há que saber escolher o tempo mais
propício.
1. Encontrar ideias
2. Panificá-las
3. Desenvolvê-las / redigi-las
Aproveitar a inspiração para o texto – Sabendo com alguma antecedência que terá de escrever o
texto, vá anotando as ideias que vão surgindo (poderão esfumar-se…). Vale a pena o esforço
de registar as suas ideias, mesmo numa situação delicada (por exemplo, início do sono).
Introdução >>> Desenvolvimento >>> Conclusão e cada uma destas pode ser novamente
abordada nessa sequência.
- A “Introdução” prepara o leitor para o texto, assumindo a forma de uma apresentação, uma
síntese, um preâmbulo ou um prelúdio.
3. Inserir credibilidade no texto – Acrescentar uma citação, uma referência, uma data, uma
quantidade, um exemplo, uma situação concreta, …, tendo pesquisado textos similares.
4. Autentificar o texto – Coloque o seu cunho pessoal, a sua opinião, a sua contribuição, a sua
experiência única. “O objectivo de um artigo é convencer alguém de uma nova ideia, não
convencer alguém da sua inteligência”. Mas tenha cuidado com os preconceitos!
- EXPRESSÃO ESCRITA -
no planeamento;
na formação linguística;
na revisão;
na correcção;
na reformulação do texto.
3. HARMONIA: para além da clareza e da correcção o uso da língua deve preocupar-se também
com a harmonia, fundamentada no cuidado com a selecção e colocação das palavras, de modo que a
linguagem utilizada se estruture em frases elegantes, fluentes e variadas.
4. PUREZA: a constante entrada na língua portuguesa de elementos provindos doutras línguas não
deve impedir que, em cada momento, se tenha a noção clara dos limites do conceito de
vernaculidade e se use uma linguagem respeitadora do carácter da língua ou se assinale
conscientemente todo o uso que extravase destes limites.
Por outro lado, a língua, na sua evolução natural como fenómeno social marcado pela História,
não comporta, em cada fase da sua evolução, o uso de todas as feições que revestiu no passado,
nem pode aderir precipitadamente a todas as mudanças que se indiciam como suas características
futuras possíveis.
As variantes sociais, que convivem no uso da língua, não devem impedir o seu utente de ter a
clara noção da norma, que é a referência fundamental de todas essas diferenciações.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO:
Significa prefácio, isto é, o que se diz no princípio. É a parte que serve para situar,
“ambientar” o leitor no trabalho que vai ser desenvolvido. De acordo com o tema proposto ou com
o enunciado da questão, a introdução pode ter algumas finalidades, a saber:
apresentar ao leitor o entendimento da ideia dominante;
situar o trabalho no tempo e no espaço;
evitar a antecipação de ideias ligadas ao desenvolvimento e à conclusão;
evitar a inclusão de exemplos;
expor a intenção do trabalho.
Evitar:
Introdução vaga: aquela que não consegue situar o leitor, pois contem somente ideias que
não dizem respeito, directamente, ao tema a ser desenvolvido;
Introdução abrupta: que leva o leitor a entrar no assunto sem ter sido orientado a respeito
do que vai encontrar;
DESENVOLVIMENTO:
É a parte que vai permitir explanar a ideia central, desdobrando-a através de uma sequência
de reflexões integradoras do pensamento, articuladas entre si, de forma lógica, clara e coerente, a
fim de que, no seu final, se obtenha um conjunto harmónico que suceda, naturalmente, a
introdução e que seja suporte para a fase seguinte, a conclusão.
CONCLUSÃO:
Síntese:
Manifesta-se, naturalmente, no inconsciente do leitor durante o desenvolvimento;
É consequência da síntese das ideias expostas no trabalho;
Obrigatoriamente, tem fundamento nas outras partes do trabalho;
Tem uma estrutura dedutiva. Não é mera repetição de ideias;
Constitui erro antecipar a conclusão em outra parte do trabalho.
ORDENAÇÃO DAS IDEIAS – A falta de ordenação é um erro comum e indica a falta de hábitos
de escrita; o texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para
outra sem critério, sem ligação.
COERÊNCIA E COESÃO – Em muitos textos fica patente a falta de coerência: o autor defende
um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante
comum: a falta de coesão. O autor dá voltas num mesmo assunto sem acrescentar um dado novo. É
típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.
Portanto:
→ Aprimore a sua capacidade de expressão escrita, adquirindo hábitos de leitura e escrita;
→ Escreva frases curtas, na ordem directa (sujeito, verbo e complementos). A frase é a unidade
mínima da comunicação, delimitada no início por uma maiúscula e, no fim, por um sinal de
pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, dois pontos ou reticências).
As frases podem ser simples (quando integra apenas uma oração) ou composta (quando contém
mais que uma oração);
O DEBATE
O debate é uma técnica comunicativa cujo objectivo visa aprofundar o conhecimento sobre
um determinado tema polémico, através do confronto de ideias e de opiniões.
Compete ao moderador:
Saber ouvir;
Respeitar as opiniões dos outros;
Convencer com argumentos lógicos;
Não interromper o outro quando ele fala;
Defender os seus pontos de vista, sem atacar os dos outros;
Respeitar o moderador quando ele fala;
Esperar a sua vez de intervir;
Evitar monopolizar o debate;
Não ser redundante.
Quem não cumprir as regras deverá ser impedido de continuar a participar no debate.
Dar uma explicação Ou seja… / Significa isto que… / Por outras palavras… / Ou, se
preferirem… / Dito de outro modo…
Pedir um esclarecimento Poderia explicar melhor? / Receio não ter entendido bem… / O que
quer dizer com… / Posso concluir com as suas palavras que …?
Sossegar Longe de mim tal ideia… / Não pretendi ofendê-lo… / Como pode
ver… / Muito pelo contrário…
Persuadir bem…
TEXTO DESCRITIVO
2. Na descrição de uma pessoa, por exemplo, podemos começar por uma visão geral e depois,
aproximando-se dela, passar aos pormenores: os olhos, o nariz, a boca, o sorriso, o que esse sorriso
revela (inquietação, ironia, desprezo, desespero...), etc.
3. Na descrição de objectos, é importante que, além da imagem visual (cores, formas…), sejam
transmitidas ao leitor outras referências sensoriais, como as tácteis (o objecto é liso ou áspero?), as
auditivas (o som emitido pelo objecto), as olfactivas.
4. A descrição de paisagens ou de ambientes também não deve limitar-se a uma visão geral. É
preciso ressaltar os pormenores, o que não depende apenas da visão. Certamente, numa paisagem
ou num ambiente haverá ruídos, sensações térmicas, cheiros, que deverão ser transmitidos ao
leitor, evitando que a descrição se transforme numa fotografia fria e pouco expressiva. Também
poderão integrar a cena pessoas, vultos, animais ou objectos, que lhe dão vida. É, portanto,
fundamental destacar esses elementos.
TEXTO EXPOSITIVO
O texto expositivo remete para a ideia de explanar ou explicar um assunto, tema, coisa,
situação ou acontecimento, que se pretende desenvolver ou apresentar, em pormenor, referindo o
tempo, o espaço, a importância ou as circunstâncias do seu acontecer.
O discurso expositivo tem por objectivo informar, definir, explicar, aclarar, discutir, provar
e recomendar alguma coisa, recorrendo à razão e ao entendimento.
Exposição oral
A apresentação do assunto deve ser consequente e lógica, com articulação apropriada de
partes relevantes; os argumentos apresentados devem ser pertinentes e eficazes. As razões e dados
não só necessitam de possuir clareza e precisão, mas têm de estar de acordo com o que se quer
transmitir para que produzam efeito, quer seja na transmissão de uma informação, quer surjam
como opinião, ou mesmo se o texto é de propaganda. Como, muitas vezes, a exposição oral é uma
comunicação sem intercâmbio, qualquer enunciado deficiente não pode ser esclarecido e sofre,
com frequência, interpretações diversas e que podem ser totalmente deturpadas. O cuidado a ter na
organização das ideias e na estruturação do discurso tem de ser o melhor.
Exposição escrita
Surge, com frequência, sob as formas de texto informativo-expositivo ou expositivo-
argumentativo. O informativo-expositivo tem por finalidade a transmissão de informações e
indicações que digam respeito a factos concretos e referências reais; o expositivo-argumentativo
procura defender uma tese, apresentando dados e observações que a confirmem. Deve expor com
clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião sobre o tema.
TEXTO ARGUMENTATIVO
O texto argumentativo procura defender uma tese, apresentando dados e observações que
ANO LECTIVO 2009 / 2010 64
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
a confirmem. Deve expor com clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião
sobre o tema.
Convém, na construção do texto, ser concreto e objectivo, evitando pormenores
desnecessários; fazer raciocínios correctos e claros, incidindo no que é importante; evitar
argumentos pouco explícitos.
Desde a antiguidade, a filosofia e a política recorreram à argumentação, discutindo e
aduzindo razões para fazerem valer as suas ideias e opiniões. Os sofistas eram mestres da fala;
Sócrates ouvia e apresentava objecção aos argumentos; Aristóteles dizia que se conhecer era
formar proposições (afirmações), tornava-se necessário examinar os modos como elas eram
construídas; através de "silogismos" (raciocínios) procurava encadear as proposições (premissa
maior e premissa menor) até formar o conhecimento (conclusão). Na época medieval, a
argumentação partia de uma disputa que exigia a formulação de um problema e argumentos a favor
e contra, uma solução e respectiva fundamentação e, por fim, respostas às objecções encontradas
ou supostas. Nos nossos dias, a argumentação ainda utiliza regras desta arte filosófica.
O texto argumentativo, como qualquer outro texto, pode dividir-se em três partes, a
introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
A introdução inclui a exposição do tema da argumentação e uma breve alusão à
tese/opinião que se pretende defender.
No desenvolvimento, o autor apresenta os argumentos contrários e favoráveis à sua tese,
refutando os primeiros e confirmando estes últimos com referência a exemplos, isto é, autores,
experiências ou estudos que comprovem a sua visão dos factos, e assim ajudem a persuadir o
auditório a aderir à tese defendida.
A conclusão irá servir para reforçar as ideias anteriores utilizando frases-súmula do que foi
dito, ou seja, repetindo a tese e os argumentos mais importantes de uma forma sintética de modo a
permitir a sua fácil memorização. Na conclusão o argumentador reforça igualmente o apelo já
feito, mas agora mais enfaticamente.
Estabelecer conexões de causa porque; visto que; dado que; uma vez que
Estabelecer conexões de
de tal modo que; de forma que; tanto que; e por isso
consequência
se; a menos que; a não ser que; desde que; supondo que;
Expressar condição, hipótese
se por hipótese; admitindo que; excepto se; se por acaso
Expressar semelhança, do mesmo modo; tal como; pelo mesmo motivo; pela
comparação mesma razão; igualmente; assim como
ANO LECTIVO 2009 / 2010 66
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
“Quando o aparelho grita a família cala-se. Faz-se silêncio para escutar o grande fazedor
de opinião dos tempos que correm. O silêncio, porém, nem sempre é de ouro.
A CAIXA DO SILÊNCIO
Substitutos
Segundo esta corrente de opinião, através dos mass media a pessoa não só conseguiria
repousar, esquecendo preocupações, como teria hipótese de estimular a imaginação e a
criatividade com uma imagem de TV, uma música na rádio, ou um artigo de jornal.
No plano da interacção das substituições referido por Kappler, tanto a televisão como a
rádio, ao dirigirem-se directamente ao espectador ou ao ouvinte, serviriam directamente como
substitutos de contactos humanos, quando estes faltam, ou satisfazem o desejo de realizá-los de
uma maneira diferente da proporcionada pela vida quotidiana.
Alardear que a televisão incita à violência é outra das inconveniências que frequentemente
lhe são atribuídas. Estudos feitos a partir de inquéritos realizados em Inglaterra, América e Japão
indicam que não se podem estabelecer relações “directas” entre cenas consumidas pelos utentes
dos mass media e o seu comportamento posterior.
As crianças, no entanto, nos seus comportamentos agressivos, servem-se do material
simbólico de que dispõem e daquele que os “media” lhes fornecem. Olivier Burgelin, no livro
Comunicação Social, refere que as crianças que vêem westerns na televisão “massacram-se”
simbolicamente com as normas em uso no western, aqueles que vêem filmes policiais
“entrematam-se” por palavras, segundo o uso da luta entre “gangsters” e polícias. Mas nada
permite dizer que estes comportamentos agressivos são mais numerosos ou mais violentos devido
aos mass media.
Pode mesmo atribuir-se à representação da violência um efeito catártico. A vivência
fictícia das situações, estados e sentimentos de outrem dispensaria o aprofundamento das nossas
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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
próprias necessidades e conflitos. A contemplação do universo dos ricos e das ascensões sociais,
frequentes nos enredos televisivos, fazem-nos apropriar desses ambientes, habitá-los e viver esses
golpes de sorte como se da nossa vida se tratasse.
O objectoTV
Enquanto que para uns a TV é um usufruto cultural, para muitos é um objecto. Antes da
imagem é uma coisa que se compra e se possui, um sinal de riqueza e de integração nos
imperativos da moda que precisa de estar sempre em evidência e em respeito frente ao qual se
mantém uma atitude passiva.
Vê-se televisão todas as noites, seguem-se emissões diferentes e sucessivas duma ponta à
outra. À falta de uma economia racional do objecto dá-se a “submissão” deliberada a uma norma
económica formal e irracional: “no tempo do uso absoluto”.
Ao televisor é, por isso, dado o privilégio que deveria caber ao indivíduo: ser o centro da
casa, o transmissor de experiências, o interlocutor do quotidiano.
No texto argumentativo apresentado, que tem como tema principal o papel da televisão na
nossa sociedade, a estrutura interna é respeitada, correspondendo a introdução ao primeiro
parágrafo e a conclusão ao último, sendo o restante texto o desenvolvimento da tese.
No primeiro parágrafo, o autor enuncia o primeiro juízo de valor, característico da
argumentação, que encerra a tese a ser demonstrada. Ele apresenta a televisão como um “rei”
indiscreto, que gera evasão mas também isolamento, esta apresentação do tema é feita de um modo
irónico mas não exageradamente hostil, o que evidencia um conhecimento razoável do auditório e
do “amor” nutrido pela televisão, aliás, este tom de ironia verifica-se ao longo do texto assim como
a evidente preocupação de evitar ferir susceptibilidades.
Nos parágrafos seguintes, que correspondem ao desenvolvimento da tese argumentativa, o
autor apresenta argumentos contra e a favor recorrendo a opiniões diversas cujos autores se aceitam
ter algum prestígio perante o auditório, como por exemplo Georges Friedman, Joseph T. Kappler e
Olivier Burgelin.
O autor argumenta também com base em estudos feitos a partir de inquéritos efectuados em
países como a Inglaterra, o Japão e na América, locais pretensamente mais desenvolvidos e cuja
sociedade se tem como padrão.
Neste texto argumentativo o autor opta por um registo irónico, isto é, apresenta vários
argumentos que poder-se-iam considerar contrários à sua própria tese se não fossem apresentados
com esse grau de ironia que pretende criticar apontando as (pseudo) virtudes da televisão e os
programas transmitidos. Apesar desta crítica, o autor revela subtileza por não fazer uma crítica
aberta e hostil que poderia provocar uma reacção de boomerang, ou seja de rejeição da tese por
parte do auditório.
Os argumentos são apresentados com uma estrutura específica, que pretende formar a
opinião dos leitores. Num primeiro momento, o autor socorre-se de opiniões e estudos de autoridade
relativa que parecem ser contrários à tese defendida mas no momento que se segue, o autor critica
estas mesmas opiniões ironicamente, refuta-as, retirando-lhes qualquer valor argumentativo.
O último parágrafo, como já referido, corresponde à conclusão da tese. Neste caso, o autor
reforça a sua crítica à televisão e a todos que a supõe como essencial, fazendo alusão ao lugar
central que esta ocupa na família e que “roubou” ao ser humano.
O texto argumentativo encontra-se coerentemente encadeado através de diversos conectores
lógicos, por exemplo o vocábulo “no entanto”, utilizado ao longo do texto para realçar a
contradição entre as partes distintas do argumento que não pode limitar-se a enunciar os vários
juízos e pretender uma adesão total, é necessário que se alcance uma opinião razoável, verosímil
que, conquanto não necessária nem constringente, se torna própria do auditório.
A argumentação apresentada, parte da opinião pessoal do autor e tem como finalidade uma
alteração dos valores, das opiniões de outrem, procurando ter acção transformadora sobre estes. No
entanto, esta tentativa de persuasão não se efectua nem se torna real se não se recorrer a raciocínios,
pelo menos aparentemente, válidos, e se não se tiver em conta que o auditório é composto em si por
seres humanos, emocionais e sensíveis a estímulos exteriores e cuja apreensão da tese se torna
indispensável, mas influenciada no seu todo pelo ambiente circundante, afinal o homem é um ser no
mundo, envolvido social, histórico e culturalmente.
Também se apresenta como uma tese bem actual, pois é uma realidade que para a maioria
das famílias fúteis de todo o mundo, a televisão perde o seu estatuto de simples companhia e
recreação para se tornar um vício, um meio de controlar as mentes mesquinhas que se subjugam à
comunicação social, que desonestamente se serve deste meio para muitas vezes “impingir” ideias
falsas como realidades.
Torna-se preocupante que actualmente, a televisão e os meios de comunicação em geral
controlem a opinião pública de uma maneira completa e assustadora. Para provar esta visão um
tanto pessimista, são vários os exemplos que se podem oferecer: mesmo no jornalismo televisivo
que deveria ser isento e completo, de forma a manter a população em geral correctamente
informada, se substituem temas de interesse nacional ou até internacional de modo a noticiar algo
mais supérfluo que ocupa, no entanto, a mentalidade de muitos, que se mostram preocupados
perante questões absolutamente fúteis.
Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
sabe, a um princípio.
O RESUMO
Resumir, condensar textos, é cada vez mais uma tarefa quotidiana – exigida em diversas
circunstâncias. Os gestores, os políticos, sem tempo para a leitura de tantas fontes e páginas de
informação, precisam, para as suas tomadas de decisão, de dados seguros, mas concisos. A
natureza de alguns trabalhos escritos, quando extensos, como relatórios ou abordagens de âmbito
científico, exige a redacção de um resumo de apresentação.
Assim, são exigências do resumo que no mais curto espaço possível – ou na extensão
indicada, se tal estiver predefinido -, reproduza com fidelidade as ideias essenciais do texto que
condensa e mantenha, igualmente, as relações lógicas entre essas mesmas ideias.
*Rigor e clareza - Exprime as ideias fundamentais do texto, de uma forma coerente clara e que
respeite o pensamento do autor.
*Linguagem pessoal - Não se copia frases do texto; exprime-se as ideias por palavras nossas.
1. Ler o texto e tentar compreendê-lo bem. Identificar as ideias principais, parágrafo a parágrafo.
A SÍNTESE
A síntese (como o resumo) exige uma correcta e objectiva captação do que é efectivamente
dito no texto-fonte e uma consequente e fiel reprodução do essencial do conteúdo. Só com estes
dois requisitos imprescindíveis se poderá falar de uma síntese; só a partir deles poderá – se for
também esse o objectivo – ter lugar uma avaliação honesta e credível.
A síntese poderá incidir sobre um texto apenas, ou sobre dois ou mais textos, com a
finalidade de os comparar nas suas semelhanças ou diferenças. Nesta última situação exige-se uma
particular honestidade mental para que não se caia na tendência de forçar o que não está, de facto,
presente num ou noutro dos textos. (O autor A afirma que… O autor B, ao contrário, defende a
tese de que… Os autores A e B concordam nos aspectos X e Y, mas divergem em…)
A síntese usa o estilo indirecto, a 3ª pessoa gramatical (pode, naturalmente, transcrever-se,
entre aspas, um pequeno excerto particularmente significativo que se encontre em discurso
directo). O autor da síntese tem de ter sempre presentes estes objectivos: densidade, clareza e
legibilidade.
O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não
para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma.
Quando Chico Buarque de Holanda criou na letra de “Pedro Pedreiro” o neologismo “penseiro”,
teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova
palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos
melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a
expressão “segura o tcham”. Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou
absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.
O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que
propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo
ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma
diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que
provoca as grandes mudanças na língua.
Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas
aqueles 60 milhões de “desletrados” que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo
sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas
placas a expressão “vende-se a praso”, em vez de “vende-se a prazo”; ou “meio-dia e meio”, em
vez de… como é mesmo?
O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido
por expressões de origem indígena e pela contribuição dos negros, europeus e orientais que para
cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia-a-dia o idioma falado
aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo.
Voltando á questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria.
Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros,
jornalistas. Afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?
ANO LECTIVO 2009 / 2010 72
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Exemplo de resumo:
Os puristas resistem às mudanças naturais da língua. Mas, não obstante essa fiscalização, a
língua vai-se diferenciando, por circunstâncias diversas. Daí a existência de variedades de
Português.
Exemplo de síntese:
Jorge Fernando dos Santos critica os puristas da língua que resistem às mudanças
linguísticas. Segundo este jornalista, o natural dinamismo de qualquer língua, faz com que ela se
vá modificando e seja diferente em cada localidade. O autor conclui que toda a gente é passível de
atentar contra a língua, desde o homem comum ao intelectual.
Por vezes, confunde-se o resumo com a síntese. Embora tenham muitas semelhanças, não
são a mesma coisa.
A síntese é uma espécie de resumo crítico. Com efeito, na síntese, além da condensação das
ideias principais, dá-se conta da intenção do autor ao escrever o texto.
Resumo Síntese
Ordem das ideias Não pode ser alterada Pode ser alterada
Início
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TEXTOS UTILITÁRIOS
Tendo em conta que «utilitário» é «o que se refere à utilidade ou ao proveito que se pode tirar
das coisas», isto é, «que toma a utilidade ou o proveito como princípio», um texto utilitário será
todo aquele que pode ser útil a alguém, como é o caso de:
requerimento
carta oficial (formal e informal)
carta de apresentação
curriculum vitae
acta
relatório
1. O Requerimento
nome da autoridade, cargo por ele ocupado e órgão requerido - colocam-se na parte
superior direita;
Exemplo:
Ex.mo Senhor
, filho de
e de
Luanda, de de 200___
Pede deferimento,
(Assinatura)
2. A Carta
Carta Formal
Normalmente, tem formas mais ou menos estereotipadas facilitando a sua automatização.
De qualquer modo, o início da carta tem de estar de acordo com o desenvolvimento de mesma.
✍ Informação / esclarecimento:
✍ Sequência de assunto:
Na sequência da carta de V. Ex.ª de (data) temos o prazer de…
De acordo com a carta de V. Ex.ª de (data) somos…
LOCALIDADE E DATA
ABERTURA
Ex.mo Senhor, / Ex.mo Senhor Doutor, / Ex.ma Senhora, / Ex.ma Senhora Doutora,
FÓRMULA DE DESPEDIDA
À atenção de…
Referência (N/Ref:)
Assunto
Data
(Localidade, dia,mês, ano)
Saudação
Corpo da carta
Despedida
P.S.
Assinatura
(Nome e apelidos)
(Cargo na empresa)
Carta Informal
Este tipo de carta tem um âmbito mais familiar no que se refere ao seu conteúdo, também
ela adquire uma estrutura mais ou menos estereotipada.
LOCALIDADE E DATA
ABERTURA
(Vocativo ou fórmula de saudação)
FÓRMULA DE DESPEDIDA
Saudações de amizade, / Saudações cordiais (relativamente formal)
de
Um abraço, (informal)
Um beijinho, / Um beijo, / Muitos beijos, / Muitos beijinhos,
(familiar)
)
ASSINATURA
Carta de Apresentação
Deverá sempre fazer chegar uma Carta de Apresentação juntamente com o Currículo, que
explique resumidamente o que deseja atingir na sua candidatura e breve apresentação para
incentivar a pessoa que está a ler, a continuar a analisar a sua candidatura e passar para o passo
seguinte, que é olhar para o Currículo.
Depois deverá colocar o Currículo num envelope fechado e endereçar à pessoa responsável pela
análise das candidaturas. Este ponto é muito importante, porque em empresas com uma dimensão
maior, é fácil perderem-se documentos que não estejam completamente explícitos. Depois do
trabalho que teve, não vai querer que o Currículo nunca chegue às mãos certas…
Se tiver dúvidas sobre a pessoa responsável, ligue para a empresa e descubra o nome da pessoa e
enderece-lhe a carta directamente.
Comece por colocar um cabeçalho sublinhado que indique a vaga a que se candidata,
inclusivamente se tiver visto num anúncio publicitário, faça referência ao sítio onde viu o anúncio
da candidatura.
Esta Carta de Apresentação deverá ser formal dentro dos parâmetros do país onde se encontra.
Ela é estruturada em três parágrafos:
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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
A Carta de Apresentação deverá ser muito resumida, no máximo poderá ter um dos lados
de uma folha A4 preenchida. Deverá ainda ser educada e formatada de forma a ser de fácil leitura.
Coloque ainda a sua disponibilidade para ser entrevistado nas semanas seguintes.
Se seguir estes conselhos, conseguirá fazer um Currículo bastante completo e, mais importante,
com as coisas que são importantes de serem analisadas pelas empresas que o estão a considerar
para uma vaga. Além disso, fazer uma Carta de Apresentação para acompanhar o Currículo,
dar-lhe-á ainda mais vantagens sobre os outros candidatos concorrentes.
Se tiver feito um bom trabalho nas empresas por onde passou, indique os contactos de pessoas que
trabalhem lá (preferencialmente seus antigos chefes) para que possam dar a opinião deles acerca
do seu desempenho enquanto colaborador.
Se quiser, pode também colocar o contacto de algum professor que possa também referenciá-lo
positivamente.
Exemplo:
Exmos. Senhores:
Deduzo do vosso anúncio que procuram alguém que … De facto penso que a minha
preparação/experiência em … por … Particularmente entusiasma-me a possibilidade de na
vossa empresa …
Na entrevista que V. Exas. quiserem conceder-me terei oportunidade de completar
estas informações.
Na expectativa das vossas prezadas notícias, apresento a V. Exas. os meus melhores
cumprimentos e subscrevo-me
De V. Exas.
Atentamente,
Assinatura
3. Curriculum Vitae
Se está à procura de emprego, então aprender como fazer um Curriculum Vitae é muito
importante para que demonstre todo o seu potencial a um eventual empregador, ainda antes de ter a
oportunidade de estar numa entrevista e aí explicar melhor porque deve ser contratado.
Existem vários modelos de Curriculum Vitae disponíveis, inclusivamente existe há alguns anos o
Curriculum Vitae Europeu, para uniformizar este documento em todos os países pertencentes à
União Europeia. No entanto, os princípios do que deve colocar quando está a fazer um
Curriculum Vitae são iguais em todos os modelos.
Devemos enviar um Curriculum Vitae sempre que queremos concorrer a uma vaga numa
empresa directamente ou então para enviar para empresas de recrutamento on-line ou empresas de
recrutamento tradicionais.
O principal objectivo do Curriculum Vitae é impressionar quem o lê, o suficiente para que
consiga uma entrevista presencial, que é um tópico e tem uma preparação diferente.
Se ainda está a estudar e não tem qualquer experiência de emprego, procure no seu
estabelecimento de ensino, ajuda para preencher o seu. Eles deverão ter as habilitações
fundamentais do que aprendeu enquanto lá estudou, no entanto é preciso garantir que não vai
copiar textualmente o que aparece nesses documentos, porque isso é o que farão quase todos e
ninguém gosta de ver dezenas de Curriculum Vitae iguais quando estão a entrevistar candidatos
para a sua empresa.
Antes de começar a escrever o que quer que seja, analise os empregos a que pretende concorrer e
compare os seus conhecimentos com os conhecimentos que são pretendidos pela empresa. Se
estiver mesmo interessado numa determinada vaga, ligue para lá e peça mais informações sobre o
que se pretende do novo colaborador. As empresas maiores têm „job descriptions‟ que detalham
exactamente o que é pretendido de cada função dentro da organização. Só assim saberá se tem as
qualificações necessárias para o cargo, bem como saber se é o tipo de emprego que pretende para
si.
Informações Pessoais
Deve incluir os dados pessoais relevantes: nome, morada, contactos e data de nascimento.
Formação Académica
Coloque os locais onde estudou, começando pelos mais recentes, ou seja, a sua escola básica
deverá ser a última linha. Detalhe a sua educação mais recente e resuma a educação mais antiga, já
que esta não é muito relevante para uma função profissional.
Ano
Nomenclatura do curso
Instituição
Experiência Profissional
Aqui também deverá colocar as suas experiências mais recentes em primeiro lugar. Os dados
importantes nesta informação são:
Nome da empresa
Cargo que ocupava
E o mais importante, quais os seus sucessos na empresa
Formação profissional
Nesta secção deverá incluir todos os cursos e formações que tenham contribuído para a sua
educação académica.
Ano
Nomenclatura da formação
Instituição que dinamizou (ministrou) a formação
Para fazer um Curriculum Vitae completo deve incluir todas as informações que podem ser
relevantes para um emprego e não mais do que isso. Por isso, nesta área deverá colocar
competências como:
Carta de condução
Conhecimentos de outras línguas
Conhecimentos informáticos
Existem dois tipos de Curriculum Vitae, com algumas diferenças entre eles.
Quando está a fazer este Curriculum Vitae, dentro de cada área incluem-se os eventos
cronologicamente, com os mais recentes inicialmente.
Este modelo dá mais trabalho porque é necessário adaptar a cada vaga, no entanto é mais eficaz
porque tenta responder às necessidades directas das empresas.
Saiba agora como fazer o Currículo chegar às mãos certas. Deve fazer a sua formatação correcta
quando o for entregar às empresas e fazer uma carta de apresentação para introdução.
Use os sublinhados e os negritos para realçar os cabeçalhos, mas não use muitos tipos diferentes.
Da mesma forma, mantenha apenas uma ou duas fontes, tamanhos e cores. Não faça do Currículo
um obra artística, mas sim um documento formal, bem organizado e de fácil leitura. Para isso,
deixe muitos espaços em branco e estruturas hierárquicas como balas e contadores.
O importante é, quando o documento estiver terminado, colocar-se na pele da pessoa que vai
analisar o Currículo, que tem de olhar para dezenas ou centenas diariamente, e pense se conseguia
ler o documento facilmente e se todas as ideias principais que quer transmitir estão bem
explicadas.
A melhor forma de testar se o Currículo está bem feito, é pedir a outra pessoa que o leia e dê a sua
opinião sobre o documento. Amigos, familiares, colegas de emprego e professores, são todos
candidatos a ajudá-lo como fazer um Currículo perfeito.
Aqui depende um pouco da informação relevante que tiver para dizer ao seu entrevistador.
Certifique-se apenas que é o mais reduzido possível (, sem perder informações importantes. Pode
ser apenas uma página A4, se conseguir resumir tudo e mesmo assim o documento ficar bem
legível.
Se tiver mais do que uma página, coloque números no canto inferior de cada uma delas, para
identificar correctamente a ordem do documento.
De qualquer forma, evite mais do que duas páginas A4 já que irá tornar-se enfadonho para a
pessoa que tiver de o analisar.
Resumindo….
Resumindo…
4. A Acta
A acta requer a elaboração antecipada de uma convocatória. Na qual consta o dia, a hora, o local e
a ordem de trabalhos da reunião. A acta é um relato oficial de decisões tomadas em assembleias,
reuniões ou conselhos. O documento é elaborado pelo secretário que, no decurso da reunião, vai
tomando apontamentos com vista à elaboração de um texto prévio. Este texto, depois lido,
aprovado e assinado pela Assembleia Geral, no final da reunião ou no início da reunião seguinte, é
que corresponde à acta propriamente dita e tem valor jurídico.
Regras de redacção:
ANO LECTIVO 2009 / 2010 89
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Exemplo
Aos _______ (1) dias do mês de ____________(1) de __________ (1), pelas _________ (1) horas
e _________ (1) minutos, realizou-se na ___________(2) uma reunião presidida por
______________(3) e com a presença de ____________ (4) e com a seguinte ordem de trabalhos
_____________ (5).
Desenvolvimento detalhado de todos os assuntos tratados, registo das várias opiniões e das
conclusões.
E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser
assinada pelo presidente e por mim,___________ (6), na qualidade de secretário(a), que a redigi.
_______________ _________________
Técnicas de redacção:
parágrafos frequentes;
precisão de vocabulário;
destaque dos pontos de desenvolvimento;
FICHA Nº1
Esopo, o fabulista, escravo do filósofo Xantós, em Samos, recebe do seu dono a ordem de
correr ao mercado e de aí comprar tudo o que houver de melhor para um banquete.
O escravo obedece e traz apenas línguas. Quando o dono o censura por ele apenas
servir esse prato, Esopo responde:
- Que há de melhor que a língua? A língua é que nos une a todos, quando falamos. Sem
a língua nada poderíamos dizer.
Xantós é levado a concordar, mas, para experimentar a sabedoria de Esopo, manda-o
novamente ao mercado, mas, desta vez, para trazer o que lá houver de pior.
E Esopo novamente traz língua…
- Língua, ainda? Língua? Não disseste, mostrengo, que língua era o que havia de
melhor? Queres ser espancado?
M. Santos (texto adaptado)
2. “E Esopo novamente traz língua…”. Que ideia traduzem as reticências no final desta frase?
3. Os dois pontos surgem duas vezes no texto. Explique a razão da sua utilização.
FICHA Nº 3
ANEXO 2
1. Sempre que possível, leia primeiro o texto silenciosamente, prestando muita atenção para
entender a mensagem;
2. Ao ler o texto em voz alta deve fazê-lo com expressividade para que a mensagem chegue
facilmente ao ouvinte;
3. Leia pausadamente. Ler rápido não significa ler bem;
4. Pronuncie bem as palavras, não omitindo as últimas sílabas;
5. Não baixe o tom à medida que se aproxima do fim da frase;
6. Leia com fluidez, sem hesitações;
7. Respeite a pontuação, fazendo as pausas ou entoações exigidas pelas diferentes frases;
8. Dê ao texto a entoação apropriada para que se possa, por exemplo, distinguir a fala das
personagens da voz do narrador;
9. Deixe transmitir ao ouvinte, através da expressividade, as emoções que o texto encerra;
10. Não se debruce sobre o texto, projete bem a sua voz para fora para que a mensagem seja
ouvida com clareza;
11. Levante, sempre que puder, os olhos do papel;
12. Treine a leitura em voz alta e se puder grave a sua leitura. Ao ouvir-se, se não gostar
dificilmente os outros poderão gostar;
13. Leia muito, pois quanto mais ler, melhor será a sua leitura e consequentemente, a sua escrita.
BIBLIOGRAFIA
Coimbra, Olga Mata e Coimbra, Isabel (2002). GRAMÁTICA ACTIVA 1 (2ª edição).
Lisboa; Lidel – Edições Técnicas, Lda.
Coimbra, Olga Mata e Coimbra, Isabel (2002). GRAMÁTICA ACTIVA 2 (2ª edição).
Lisboa; Lidel – Edições Técnicas, Lda.
Estrela, Edite e outros (2004). SABER ESCREVER SABER FALAR (3ª edição). Lisboa;
Publicações Dom Quixote.