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Lesões musculotendíneas e seu tratamento

JOÃO GILBERTO CARAZZATO1

INTRODUÇÃO Dividiremos nosso estudo em nove itens, a saber: defini-


ção, tipos, causas, quadro clínico, diagnóstico, prognóstico,
O músculo é a estrutura motora do corpo humano. É ele
tratamento, complicações e músculos mais lesados.
que aciona voluntária ou involuntariamente o corpo huma-
no.
DEFINIÇÃO
Os músculos de contração involuntária (musculatura li-
sa – músculo cardíaco) apresentam características próprias e A ruptura muscular pode ser dividida em dois tipos bási-
não serão abordados neste momento. cos: “ruptura propriamente dita”, com lesão transversal ao
Ater-nos-emos à musculatura estriada, de contração vo- corpo muscular (de maior gravidade); “estiramento” – micro-
luntária, a denominada musculatura esquelética. lesões de “alongamento” (de menor gravidade).
Também não entraremos em detalhes dos tipos de fibras Os termos “ruptura” e “estiramento” devem ser utiliza-
musculares (contração lenta – aeróbica; contração rápida – dos em função da gravidade,
anaeróbica). Devem ser abolidos os termos “distensão” e “contratura”.
A unidade muscular consta de origem tendão-músculo- O termo “distensão” tem utilização pelos leigos para subs-
tendão-inserção, na maior parte dos músculos. Em alguns, tituir “ruptura” quando, na realidade, se assemelha lingüis-
com percentagem tendínea mínima ou quase inexistente; em ticamente ao “estiramento”, que é lesão menos grave.
outros, com longos tendões e baixa quantidade de músculo O termo “contratura”, utilizado pelos leigos como sinô-
propriamente dito. Não podemos deixar de mencionar o nimo de “estiramento”, também é inadequado, pois, por de-
“mioentésio”, importante estrutura de transição entre tendão finição, significa “estado do músculo em contração”, não apre-
e periósteo. sentando qualquer tipo de lesão, pois, ao extinguir-se a con-
O assunto a ser abordado é a lesão muscular. tração muscular, ele volta à sua integridade anatomofuncio-
Existem basicamente quatro tipos de lesões musculares, nal. Para maior compreensão, lembre-se do termo “contratura
a saber: ferida, necrose, contusão e ruptura. antálgica”, que é a contração de determinados músculos para
As feridas devem ser tratadas como tal, ou seja, com a posicionar melhor o segmento corpóreo, eliminando a dor,
devida e perfeita sutura. principalmente nos casos de lesão articular.
A necrose é lesão grave, que, uma vez verificada, leva à Abordaremos aqui a lesão mais grave, que é a ruptura
necessidade quase absoluta de exérese do tecido necrosado. muscular.
A contusão, verdadeiro esmagamento do corpo muscu-
lar, caracteriza-se por micro ou macrorrupturas, acrescidas TIPOS
de abundante sangramento e edema. Devem ser tratadas de
1) Pelo nível da lesão: músculo, transição miotendínea,
maneira semelhante às rupturas musculares, com os devidos
tendão e arrancamento ósseo.
cuidados quanto aos fenômenos de compressão intrafascial
2) Pela gravidade: parcial; total.
provocados pelas microrrupturas vasculares comuns neste ti-
As lesões mais graves seriam a ruptura total do tendão,
po de lesão. A crioterapia prolongada se impõe desde o mo-
que exigiria tenorrafia, e o arrancamento ósseo, que necessi-
mento do trauma.
taria de reinserção.
Iremos abordar com maior profundidade a ruptura mus-
3) Pelo tempo de lesão: aguda; crônica.
cular, por sua alta incidência e importância.
Lesão aguda é aquela que ocorre pela primeira vez em
1. Chefe do Grupo de Medicina Esportiva do IOT do HC da FMUSP; Mem- determinado músculo, com tempo de evolução inferior às
bro da Comissão Médica do Comitê Olímpico Brasileiro. três semanas necessárias para sua perfeita cicatrização.
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Fadiga muscular, que ocorre com a deposição excessiva


de ácido láctico em músculo não adequado para determina-
da prática desportiva;
Fadiga nervosa, que, pelo momentâneo desequilíbrio
psicoemocional, poderia intervir no automatismo da contra-
ção muscular;
Condições climáticas, temperatura baixa e percentagem
elevada de umidade, facilitando o advento das rupturas;
Práticas extemporâneas, tentativa em participar de mo-
vimentos corpóreos acima das condições atuais de funciona-
mento, quer musculares quer articulares.
Erro de treinamento : a) força-velocidade: contrapondo
e intensificando o treinamento de força, simultaneamente em
época de competição, o que acarretaria distúrbios na veloci-
dade de contração muscular; b) aeróbica-anaeróbica: desen-
volvendo, em época errônea, o maior condicionamento de
determinadas fibras, em detrimento de outras mais utiliza-
das e mais necessárias em determinada fase de treinamento
ou competição.
Enfim, quaisquer destas causas poderiam predispor a uma
ruptura do músculo.
2) Por erro de mecanismo
Podem ocorrer por três formas distintas: erro de trans-
missão por falta de automatismo, impulso voluntário inter-
Fig. 1 - Tipos de lesão rompendo o automatismo e distúrbio externo ao movimento.
O erro de transmissão pode ocorrer por falta de automa-
A lesão crônica poderia ser decorrente de lesão aguda, tismo decorrente de treinamento insuficiente. Sabemos que
levada à presença de fibrose cicatricial abundante em conse- repetimos infinitamente o movimento esportivo durante o
qüência da gravidade da lesão ou de terapêutica inadequada, treinamento para tornar automático o “ato atlético”.
ou mesmo inveterada (que não foi tratada). Pode ser subdivi- Qualquer impulso voluntário que modifique o automa-
dida, em função do segmento comprometido, com fibrose no tismo (como, por exemplo, uma parada brusca da trajetória
corpo muscular ou com microlesões inflamatórias ao nível corpórea) pode levar à ruptura do músculo.
do mioentésio. Finalmente, o distúrbio externo ao movimento pode tam-
Estas lesões do mioentésio (transição tendão-periósteo) bém determinar a mudança do funcionamento das alavancas,
caracterizam as denominadas “mioentesites’’, tão comuns nos levando a tensões indevidas e à ruptura do músculo (como
esportes de alto nível, através de mecanismos intensamente prender o pé em irregularidades do terreno, por exemplo).
repetitivos e que não serão abordados neste artigo.
QUADRO CLÍNICO
CAUSAS
1. Objetivos
As causas das rupturas musculares podem ser divididas São aqueles realmente encontrados no paciente: dor, im-
em: 1) predisponentes; e 2) por erro de mecanismo.
potência funcional, solução de continuidade, edema e hema-
1) Predisponentes toma.
As predisponentes estariam presentes antes da lesão e Dentre os sintomas objetivos, a “dor” ocupa lugar de des-
aquelas por erros de mecanismo ocorreriam no momento da taque. É o primeiro sinal de alarme e ocorre em todos os
lesão. casos. Tende a declinar com a evolução e é mais intensa à
Dentre as “causas predisponentes”, podemos citar: contração ou alongamento do músculo.
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LESÕES MUSCULOTENDÍNEAS E SEU TRATAMENTO

A “impotência funcional” é total nas rupturas completas Quanto ao tempo, não devemos nos esquecer daquele
(que são raras) e parcial nas demais, tendendo a desaparecer necessário para a cicatrização de partes moles (em torno de
em poucos dias. três semanas). Dificilmente poderemos abreviar este período
A “solução de continuidade”, proporcional à gravidade para retorno às atividades competitivas normais. As lesões
de cada caso, pode ser facilmente visualizada nas rupturas mais graves evidentemente deverão necessitar de um tempo
graves de músculos superficiais. proporcional para sua resolução.
O “edema” pode coexistir, mas pode passar despercebi- Quanto à “qualidade”, podemos dividir o prognóstico em
do nas rupturas de músculos mais profundos. relação ao “esporte” ou ao “atleta”. Se ele pode continuar
O “hematoma” ocorre com freqüência e é proporcional praticando o mesmo esporte ou ainda qualquer esporte.
à espessura dos vasos lesados e não à intensidade da estrutu- Dificilmente um atleta tem que abandonar seu esporte
ra muscular comprometida. ou mesmo a prática de outro esporte, em função de uma rup-
2. Subjetivos tura muscular. Não podemos nos esquecer, porém, que a le-
São os sintomas referidos pelo paciente. São conhecidos são de certos músculos pode dificultar muito a prática de
os termos “levei uma pedrada na barriga da perna” ou “levei determinados esportes (um exemplo típico é a lesão do mús-
um pontapé por trás”, que são rotina na anamnese dos pa- culo supra-espinhal, para a prática do beisebol ou do volei-
cientes com ruptura do tríceps sural. bol). Nesses casos, podemos orientar o paciente quanto às
diversificações de que ele poderá dispor.
Os critérios da “idade” do atleta, da lesão ser “aguda ou
DIAGNÓSTICO recidivada” ou ainda do “músculo atingido” ser importante
O diagnóstico deve estar baseado principalmente na para determinado esporte devem também ser utilizados no
“anamnese”, no “mecanismo de lesão” e no “exame físico”. prognóstico de qualidade e tempo a ser proferido.
A “anamnese” deve principalmente caracterizar se a le-
são é aguda ou recidivada e qual o tempo decorrido até o TRATAMENTO
atendimento.
O “mecanismo de lesão” é fundamental, não só para de- O tratamento deve ser determinado em função do nível
tectarmos a causa da lesão, mas também para estabelecer- de lesão.
mos o planejamento terapêutico. A maioria das lesões ocorre Em caso de desinserção, o tratamento cirúrgico se im-
na musculatura antagonista ao movimento executado. põe com a fixação do fragmento ósseo desprendido.
Finalmente, o “exame físico” deve basear-se não só na Nas rupturas ao nível de tendão, as tenorrafias simples
inspeção estática e dinâmica, quando poderemos observar as ou com reforço são indispensáveis, na sua grande maioria.
irregularidades com saliências ou depressões no corpo mus- As rupturas dos tendões de Aquiles, tibial anterior, tibial pos-
cular. É, porém, na palpação que podemos constatar a devida terior e fibulares são exemplos claros.
extensão da lesão. A palpação executada com o músculo em As rupturas ao nível do músculo merecem atenção espe-
contração contra certa resistência, acrescida da dor e impo- cial. Nas rupturas totais de músculos importantes, a miorrafia
tência funcional, leva ao diagnóstico definitivo. pode se impor e deve ser feita com cuidadosa hemostasia,
O diagnóstico deve ser preciso, sendo citados o múscu- Fato importante deve ser analisado, além dos cuidados
lo, o local da lesão e a gravidade do caso. com a hemostasia. É a técnica da sutura do músculo, que
preocupa muito o ortopedista. Deve ser feita com fio absor-
vível e de maneira a evitar necrose por compressão (quando
PROGNÓSTICO
se dá o ponto pegando quantidade maior dos rebordos mús-
Na realidade, é o grande questionamento do atleta. Ele culares) ou então a soltura do ponto, por compreender massa
questiona sua participação em competição importante a ser muscular insuficiente que desliza entre os pontos. O tama-
realizada em dias, sem, muitas vezes, preocupar-se com o nho do ponto, sua profundidade e sua técnica não admitem
diagnóstico ou mesmo coma terapêutica a ser utilizada. Ele, erro maior que possa levar a um mau resultado, o qual não
na realidade, quer “o prognóstico”. terá justificativa na preferência pelo tratamento cirúrgico.
O prognóstico deve ser encarado em “tempo” e em “qua- Já para o tratamento das rupturas musculares subtotais,
lidade”. aborda-se fundamentalmente o hematoma.
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Quando ocorre a ruptura, nota-se no local um afasta- 2) Medicamentoso


mento das fibras musculares proximais e distais, com a for- O tratamento medicamentoso deve abordar basicamente
mação de um hematoma cuja extensão será de enorme im- um produto que apresente potente ação antiinflamatória, ação
portância no diagnóstico e prognóstico da lesão. esta mais importante do que as ações analgésicas e miorre-
O tratamento pode ser dividido em: 1) termoterápico; 2) laxantes que possam coexistir. A ação antiinflamatória do
medicamentoso; 3) funcional; 4) fisioterápico e 5) reabilita- medicamento vai proporcionar menor afluxo de células e,
ção e retorno às atividades. em conseqüência, menor percentagem de fibrose cicatricial.
A via oral é a mais utilizada, podendo porém ser indica-
do o uso tópico, caso a lesão tenha ocorrido em músculo
QUADRO 1
superficial.
Não devemos de forma alguma nos valer das infiltra-
COMPETIÇÃO TREINAMENTO
ções, quer de anestésicos, quer de corticóides, pelas graves
lesões que eles podem provocar no músculo ou na região
perimuscular. Tal fato pudemos comprovar através de traba-
LESÃO
lhos que fizemos publicar na Revista Brasileira de Ortope-
MUSCULAR
dia (vol. 15 (2): 61-65, 1980): “Estudo experimental das al-
terações histológicas e biomecânicas induzidas pela infiltra-
ção local de corticóide e anestésico”.
TRATAMENTO ORTOPÉDICO REABILITAÇÃO
3) Funcional
TERMOTERAPIA FÍSICA
Sempre que possível, nos primeiros dias, devemos
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO TÉCNICA
promover o repouso do músculo atingido, impedindo seu
TRATAMENTO FUNCIONAL TÁTICA
PSÍQUICA
estiramento e aumento do hematoma.
FISIOTERAPIA
4) Fisioterápico
A “cinesioterapia” ocupa lugar de destaque na terapêuti-
1) Termoterápico ca fisioterápica.
A termoterapia é dirigida diretamente ao hematoma. Deve iniciar-se com as contrações isométricas sem re-
Assim, de início devemos evitar sua formação através da “crio- sistência, assim que o quadro inflamatório e antálgico o per-
terapia”. O gelo promovendo a vasoconstrição local evitará a mita, e devem persistir por todo o tratamento.
formação de grandes hematomas. Deve ser prolongado por Logo que for possível, devemos passar à isometria resis-
24 horas, deixando sempre períodos de repouso. O mais cor- tida, com o grau de resistência aumentando com o correr dos
reto seria a aplicação de gelo por cada 15 minutos por dez dias.
minutos de descanso, para evitar a lesão de estruturas nervo- A isotonia simples só deve ser iniciada dez a 15 dias
sas na região atingida. após a ocorrência da lesão.
Após as primeiras 24 horas, poderemos iniciar a absor- A isotonia resistida deverá vir apenas no período final
ção do hematoma através da aplicação de “contraste térmi- das três semanas de lesão.
co” (gelo + compressas quentes), sendo de início com o tem- Ao contrário do que alguns terapeutas possam preconi-
po do gelo quatro vezes maior do que o do calor, tendendo a zar, os exercícios de alongamento passivo são proibidos nas
igualar-se no final do período. primeiras dez semanas de lesão.
Após as 48 horas iniciais, ativamos mais a absorção do 5) Reabilitação
hematoma, através da introdução de “ondas curtas”. Na realidade, o processo de reabilitação deve iniciar-se
Após outras 48 horas, acrescentamos o “ultra-som”, que, desde o momento da lesão, evitando a imobilidade dos seg-
por rnicromassagem profunda, promove a fase final de ab- mentos não comprometidos. A simples contração dos mús-
sorção do hematoma, bem como a tentativa de bom dire- culos não lesados pode proporcionar melhor afluxo sanguí-
cionamento das fibras musculares. neo, inclusive ao músculo lesado, assim que o perigo do san-
A termoterapia com ondas curtas e ultra-som deve ser gramento extinguir-se.
executada até completar-se um mínimo de 240 horas a partir Se o músculo atingido permitir, não devemos interrom-
do momento da lesão. per o processo de condicionamento físico até então em anda-
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LESÕES MUSCULOTENDÍNEAS E SEU TRATAMENTO

mento (por exemplo: lesão de músculo do membro superior, membros inferiores, em particular o tríceps sural, os isquio-
permitindo a continuidade de treinamento aeróbico e anae- tibiais, o quadríceps e os adutores.
róbico através de corridas). Para confirmarmos a importância do estudo das rupturas
Após desenvolvidas as quatro primeiras fases, devemos musculares, basta citar as estatísticas apresentadas em nosso
concluir a reabilitação psíquica, técnica e tática, promoven- artigo publicado na Revista Brasileira de Ortopedia (vol. 27
do o retorno do atleta à competição apenas com 100% de (10): 745-758, 1992), sobre 20 anos de atendimento de le-
suas condições. sões em atletas de alto nivel de clube poliesportivo de São
Paulo.
COMPLICAÇÕES De 6.955 lesões ocorridas, 887 foram rupturas muscula-
res, num total de 12,75% (tabela 1).
Podemos citar seis tipos de complicações das lesões mus-
culares: 1) hemorragia grave; 2) supuração; 3) necrose; 4) TABELA 1
calcificação; 5) ossificação; 6) hémia muscular.
1. Hemorragia grave – As hemorragias mais intensas Tipos de lesão Número %

e que se prolongam muito a1ém do tempo de coagulação san- Entorse 2.140 30,77
guínea são raras e, caso ocorram, apresentam gravidade para Ruptura muscular 887 12,75
Contusão 638 9,17
o lado das síndromes compartimentais, que devem ser pre- L. men. Iigam. joelho 622 8,94
venidas. Mioentesite 477 6,86
2. Supuração – A coexistiência de processo infeccioso Rótula sub luxans 407 5,85
Fraturas 347 4,99
corpóreo (amigdalite, por exemplo) pode levar à contamina-
Algias na coluna 334 4,80
ção do hematoma, que seria de alta gravidade, exigindo dre- Tendinite 199 2,86
nagem cirúrgica. Felizmente, trata-se de complicação muito Osteocondrite 186 2,67
rara. Cifoescoliose 146 2,10
Neurite 94 1,35
3. Necrose – A necrose do tecido muscular, também ra- Bursite 86 1,24
ra, poderia ocorrer nos grandes traumatismos com esmaga- Luxação 82 1,18
mento extenso, o que tambem exigiria intervenção cirúrgica Espondilolistese 78 1,12
Periostite 71 0,30
com retirada do segmento muscular necrosado.
Inst. cron. joelho 21 0,30
4. Calcificação – Dependendo da extensão do hemato- Artrose 7 0,10
ma e de alterações do metabolismo do cálcio, podemos ter Outros 133 1,91
deposições anômalas de sais de cálcio no músculo lesado, Total 6.955 100,00
formando verdadeiras calcificações de difícil resolução.
5. Ossificação – Nos casos mais graves, as calcifica- Das 887 rupturas musculares, a coxa foi o segmento mais
ções evoluem para verdadeiras ossificações, cuja tentativa comprometido com 610 lesões (68,78%) (tabela 2).
de ressecção quase sempre leva a recidivas. A função muscu-
lar se apresenta muito comprometida e dificilmente volta à TABELA 2
normalidade. lncidência segmentar de rupturas musculares

6. Hérnia muscular – A hernia ocorre na ruptura da


Segmento corpóreo Número %
fáscia muscular. O tecido muscular hernia, formando verda-
deiro “tumor”. Caso não haja sintomatologia com dor ou al- Coxa 610 68,78
Coluna 80 9,02
teração de função, não se necessita de grandes medidas tera- Perna 74 8,34
pêuticas. A sutura da fáscia só deve ser feita nos casos mais Ombro 56 6,31
graves. Mão 21 2,37
Bacia 19 2,14
Braço 18 2,03
MÚSCULOS MAIS LESADOS Tornozelo 5 0,56
Joelho 3 0,34
Pé 1 0,11
Se formos analisar individualmente, vamos encontrar que
Total 887 100,00
os músculos mais lesados na prática desportiva são os dos
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J.G. CARAZZATO

Em resumo, para facilitar o esquema terapêutico, apresentamos a seguir o quadro cronológico do tratamento das rupturas
musculares (quadro 2).

QUADRO 2

CRONOLOGIA DO TRATAMENTO DA RUPTURA MUSCULAR


Termoterapia
00-24h - crioterapia
24-48h - contraste
48-96h - ondas curtas
96-240h - ondas curtas + ultra-som
Funcional
repouso
Medicamentoso
antiinflamatórios
miorrelaxantes
analgésicos
Fisioterápico
exercícios isométricos simples
exercícios isométricos resistidos
exercícios isotônicos sem carga
exercícios isotônicos com carga
Reabilitação
desde o início até o retorno à
prática esportiva com
“restitutio ad integrum”

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