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O documento discute a formação da classe operária no Brasil da Primeira República, argumentando que: (1) a formação de classe é um processo demorado que envolve a constituição de interesses e instituições coletivas; (2) a classe operária era mais diversa do que a imagem "branca, fabril e masculina" sugere, com significativa participação negra e de mulheres; (3) a imigração trouxe trabalhadores sem experiência sindical, mas alguns eram militantes, e conflitos étnicos dificultaram organização, apesar de não s
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FICHAMENTO - O Brasil Republicano _ o tempo do liberalismo excludente.docx
O documento discute a formação da classe operária no Brasil da Primeira República, argumentando que: (1) a formação de classe é um processo demorado que envolve a constituição de interesses e instituições coletivas; (2) a classe operária era mais diversa do que a imagem "branca, fabril e masculina" sugere, com significativa participação negra e de mulheres; (3) a imigração trouxe trabalhadores sem experiência sindical, mas alguns eram militantes, e conflitos étnicos dificultaram organização, apesar de não s
O documento discute a formação da classe operária no Brasil da Primeira República, argumentando que: (1) a formação de classe é um processo demorado que envolve a constituição de interesses e instituições coletivas; (2) a classe operária era mais diversa do que a imagem "branca, fabril e masculina" sugere, com significativa participação negra e de mulheres; (3) a imigração trouxe trabalhadores sem experiência sindical, mas alguns eram militantes, e conflitos étnicos dificultaram organização, apesar de não s
o tempo do liberalismo excludente: da Proclamao da Repblica
Revoluo de 1930. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2008. Organizao: Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado Formao da classe operria e projetos de identidade coletiva Claudio H M. Batalha, p. 161- 190. A FORMAO DA CLASSE OPERRIA: UM FENMENO ECONMICO? Uma das crticas aos estudos calcados nessa perspectiva que tomavam a classe como um efeito quase mecnico da estrutura produtiva (PETERSEN, 2001, p. 13), deixando de considerar que a existncia de trabalhadores fabris, em si, no assegura a existncia de uma classe, o que pressupe interesses coletivos constitudos na experincia comum. A formao de classe , portanto, um processo mais ou menos demorado, cujos resultados podem ser verificados na medida em que concepes, aes e instituies coletivas, de classe, tornam-se uma realidade (p. 163). H, igualmente, anlises que, alm do surgimento da indstria, associam a formao da classe operria plena imposio do trabalho assalariado sem a concorrncia do trabalho escravo. Nessa concepo a escravido dificultaria e at entravaria o processo de formao do proletariado como classe (Foot e Leonardi, 1982, p. 109), partindo de uma suposta oposio entre trabalho escravo e trabalho livre, que, na prtica, est longe de ser verificada, posto que, at mesmo em fbricas, as duas formas de trabalho podiam coexistir (p. 163). A COMPOSIO DA CLASSE OPERRIA A imagem associada classe operria na Primeira Repblica de que esta foi branca, fabril e masculina. Cada um desses atributos falseia a realidade ao seu modo (p. 164). Falar de uma classe operria branca, composta em sua maioria de imigrantes europeus, sem dvida uma avaliao globalmente correta para os estados de So Paulo e do Sul, mas desconsidera o peso do operariado nacional, com significativa participao de negros e mulatos no restante do pas (p. 164). Por fim, no que diz respeito dimenso masculina da classe operria, de fato na Primeira Repblica prevalecem os homens no trabalho manufatureiro e industrial. Entretanto, a mo-de-obra feminina foi muito significativa em ramos como o txtil e o de vesturio, chegando a ser majoritria em alguns lugares. De qualquer modo, o que importante ressaltar que o peso do trabalho feminino esteve sub-representado na face mais visvel da classe operria suas organizaes. Inclusive nas organizaes de setores que contavam com presena significativa e at
mesmo majoritria de mulheres, como nas associaes de trabalhadores
txteis, elas estavam quase que invariavelmente ausentes dos quadros diretores (p. 165). IMIGRAO E ORGANIZAO OPERRIA [...] o que esses estudos mostraram que a imensa maioria dos imigrantes provinha do campo e, na maioria das vezes, no tinha qualquer experincia prvia de engajamento sindical ou poltico. Isso, evidentemente, no quer dizer que no existissem imigrantes com experincia prvia nos seus pases de origem e cuja emigrao se devia no a razes de ordem econmica, mas a problemas polticos. Particularmente entre os militantes operrios em So Paulo, possvel encontrar vrios casos que se encaixam nesse perfil (p. 166). Nos pases em que a imigrao teve um peso fundamental, como no Brasil, entre os fatores que dificultam a organizao operria, em primeiro lugar, costumam figurar as divises tnicas e os conflitos que delas derivam. Alm dos problemas que naturalmente decorrem da convivncia de grupos tnicos que nem ao menos possuem uma lngua comum, h problemas entre os grupos instalados h mais tempo nos centros urbanos brasileiros e os de chegada mais recente. Isso vale tanto para os conflitos entre brasileiros e imigrantes, como para os conflitos entre diferentes grupos tnicos de imigrantes (p. 167). Outra dimenso da cultura do imigrante frequentemente apontada por observadores contemporneos, e que refora sua resistncia ao de classe, a perspectiva de fazer a Amrica, ou seja, de enriquecer e voltar ao pas de origem. Mas a despeito do ndice relativamente alto de retorno 45% no caso do estado de So Paulo -, como aponta Michael Hall, h pouca evidncia de que os que retornaram tivessem efetivamente conseguido alcanar o objetivo de enriquecer (HALL, 1975, p. 400) (p. 167). Se os conflitos tnicos so frequentes, quase sempre assumem o carter de uma oposio entre setores organizados e no organizados do proletariado. Grevistas contra no-grevistas ou fura-greves. Trabalhadores empregados e protegidos por sua organizao sindical contra recm-chegados desvinculados de uma organizao profissional (p. 167). Mesmo nesse caso, porm, discutvel at que ponto a composio tnica de cada um dos grupos explica o conflito, posto que no faltam outros exemplos de confrontos fsicos violentos entre faces dos sindicatos porturios do Rio de Janeiro sem que a diferena tnica estivesse presente. Pode-se at falar de uma cultura da violncia nas associaes porturias tanto no Rio como em Santos, que no tem qualquer ligao direta com a oposio entre grupos tnicos (Gitahy, 1992, p. 122) (p. 168). [...] h uma srie de categorias profissionais que so dominadas por determinados grupos tnicos, o que frequentemente provoca o afastamento dos trabalhadores de outras etnias das organizaes profissionais
controladas pelo grupo majoritrio, a organizao dos trabalhadores com
base na nacionalidade relativamente pouco significativa (p. 168). Nesse sentido, seria lgico supor que, se a identidade tnica fosse um fator fundamental em meio ao operariado organizado, proliferariam associaes operrias organizadas exclusivamente com base na nacionalidade ou na origem tnica, mas os exemplos nesse sentido so pouco numerosos (p. 168). No incio de 1913 o movimento operrio chegou a organizar uma campanha contra a emigrao para o Brasil, decidindo, em reunies realizadas no Rio de Janeiro, em Santos e em So Paulo, pelo envio de representantes Europa a fim de fazer propaganda. Essa campanha, porm, longe de representar uma reao contra os imigrantes, visava a fazer conhecer aos candidatos potenciais emigrao, assim como aos seus governos, as condies desfavorveis que encontrariam no Brasil. Tratava-se da resposta dada pelo movimento s expulses de operrios imigrantes que participaram das greves em Santos em 1912 e ampliao dos dispositivos da Lei de Expulso de Estrangeiros de 1907, aprovada pelo Congresso Nacional em 1913 (Gitahy, 1992, p. 69-71) (p. 169). A CLASSE COMO MANIFESTAO HISTRICA Os segmentos da classe operria que mais facilmente se organizaram, em muitos casos desde o sculo XIX, foram os trabalhadores qualificados, detentores de um ofcio. Tipgrafos, alfaiates, sapateiros, pedreiros, marceneiros, padeiros estavam frente da mobilizao operria de Belm a Porto Alegre. Esses trabalhadores geralmente no eram mais artesos independentes, mas assalariados submetidos a um patro; no entanto, detinham um saber de ofcio que lhes conferia um certo poder de barganha nas negociaes por melhores salrios ou condies de trabalho. Alm disso, estavam mais protegidos do infortnio que os trabalhadores desqualificados, por serem mais bem pagos e possurem maior facilidade de colocao no mercado de trabalho, mas tambm por contarem com mecanismos de proteo contra doenas e mesmo o eventual desemprego, quer atravs de sociedades mutualistas de ofcio, quer atravs dos seus sindicatos. Essas caractersticas no eram uma exclusividade do caso brasileiro, pois, mesmo em pases europeus industrializados, at 1914, a base do movimento operrio era constituda pelos trabalhadores qualificados, e a maioria dos trabalhadores, isto , os desqualificados, estava fora dos sindicatos (Geary, 1984, p. 16-17) (p. 170). Sob a liderana de trabalhadores qualificados de ofcio, o movimento operrio foi moldado pelo discurso e pelas formas de organizao desses trabalhadores. At 1917, em cidades como o Rio de Janeiro e So Paulo, os trabalhadores fabris tiveram pouco peso na condio do movimento operrio, a despeito de ser o setor que mais crescia e cujas empresas reuniam o maior numero de operrios. O prprio predomnio, at a segunda metade da dcada de 1910, de organizaes sindicais fundadas sobre o
ofcio em detrimento das organizaes baseadas no ramo de atividade ou
no setor industrial dificultava uma maior participao de operrios fabris nos movimentos coletivos. Os vrios ofcios da construo civil foram reunidos no Rio de Janeiro, em 1915, pela Unio Geral da Construo Civil, que logo se desarticulou, voltando a organizar-se em 1917. Em So Paulo, a unio dos ofcios desse setor ocorre em 1919 com a formao da Liga Operria da Construo Civil. Fenmeno semelhante se produziu entre os metalrgicos, que s foram unificados no Rio de Janeiro em 1917, na Unio Geral dos Metalrgicos, e em So Paulo em 1919, na Unio dos Operrios Metalrgicos. A principal exceo a essa lgica o caso dos operrios txteis, cujas organizaes desde os primeiros anos do sculo XX foram formadas com base na indstria, mas tinham inmeras dificuldades para mobilizar o grande nmero de trabalhadores do setor (p. 171). Entretanto, tanto o socialismo como o anarquismo eram doutrinas presentes nesse movimento operrio. O que levou o anarquismo a suplantar o socialismo na preferncia de muitos militantes operrios deve-se menos s caractersticas do tipo de trabalhador que militava nesse movimento e muito mais s condies polticas do Brasil da Primeira Repblica. Pois difcil supro que um socialismo em grande parte voltado para a mudana atravs do processo eleitoral, que distingue o socialismo da Segunda Internacional, pudesse florescer em um quadro poltico em que o espao para a participao eleitoral dos trabalhadores fosse to limitado quanto o caso brasileiro. Entretanto, como veremos adiante, essa explicao est longe de ser satisfatria (p. 172). Assim, de 1917 a 1919, nas cidades do Rio de janeiro e de So Paulo, foram criadas mais organizaes operrias do que em qualquer outro perodo de tempo equivalente (p. 172). So nesses processos que a classe como uma realidade histrica aparece, na medida em que os interesses coletivos se sobrepem aos interesses individuais e corporativos. ento que podemos falar de formao de classe operria, no como o resultado mecnico da existncia da indstria ou da abolio da escravido, mas como um processo conflituoso, marcado por avanos e recuos, pelo fazer-se e pelo desfazer-se da classe, que surge na organizao, na ao coletiva, em toda a manifestao que afirma seu carter de classe (p. 173). QUAL REPBLICA? Essa desiluso propiciou trs tipos de respostas de parte do movimento operrio. A primeira foi a da busca de obteno de direitos sociais, sem questionamento do sistema poltico, sustentada pelo positivismo, cooperativistas e toda uma srie de manifestaes do sindicalismo reformista. Como deixa claro o ofcio circular de outubro de 1909 do Crculo dos Operrios da Unio, com sede no Rio de Janeiro, que proclamava entre seus objetivos: Pugnar dentro da mais absoluta ordem e do respeito lei, perante os poderes constitudos do pas, pelos direitos e interesses legtimos
da classe, outorgados pela librrima Constituio de 24 de fevereiro [de
1891], to descuidados at hoje... (p. 174). A segunda resposta foi aquela que propunha a conquista de direitos sociais aliada a direitos polticos, visando mudana do sistema pela participao no processo poltico-eleitoral, posio dos socialistas e dos setores mais politizados do sindicalismo reformista (p. 174). Finalmente, a posio de negao da poltica institucional, depositando na ao direta a forma de presso necessria para a obteno de conquistas, defendida por sindicalistas revolucionrios e anarquistas. Apesar das implicaes no inteiramente iguais em um caso e no outro da noo de ao direta, para ambos a ao direta passava pela rejeio de intermedirios, de mediadores, fossem esses mediadores os partidos polticos, indivduos ou representantes do governo (p. 175). A LUTA POR DIREITOS SOCIAIS Como resposta excluso social e poltica que no terminou com o advento da Repblica, parte substancial dos setores organizados da classe operria priorizou a luta por direitos sociais. Mas as razes que conduzem a eleger os direitos sociais, muitas vezes em separado e em prejuzo da luta por direitos polticos, variam consideravelmente de corrente para corrente do movimento operrio (p. 176). A posio positivista no meio operrio foi representada especialmente pelo j mencionado Crculo dos Operrios da Unio Culto do Trabalho, organizao que atuou, sobretudo, na ento capital da Repblica com ramificaes pelos estados vizinhos entre 1909 e a dcada de 1920 (p. 177). Prevalece, portanto, nessa organizao uma perspectiva que descarta a luta poltica e o conflito. Nesse sentido, o Crculo representa um tipo bastante peculiar de organizao de trabalhadores, agindo muito mais como grupo de presso moral do que como sindicato (p. 177). Partindo de uma perspectiva completamente diversa, mas guardando em comum com as posies anteriormente descritas a separao entre direitos polticos e direitos sociais, situava-se a corrente de maior visibilidade do sindicalismo brasileiro: o sindicalismo revolucionrio. Essa corrente que frequentemente foi designada por diversos autores como anarcosindicalista, no foi uma mera ramificao do anarquismo, mas uma corrente autnoma, fundamentada em uma doutrina prpria, que conservava tanto elementos do anarquismo, como a ao direta e o federalismo, como do marxismo, a exemplo da luta de classes (Toledo, 2002, p. 7-8). Entretanto, a confuso com o anarquismo em parte se justifica na medida em que vrios dirigentes do movimento operrio eram anarquistas que defendiam, como vimos, a adoo de um programa sindicalista revolucionrio pelas organizaes de cunho sindical. Essa corrente, que dominou os trs congressos operrios brasileiros realizados
durante a Primeira Repblica, recusava a luta poltica no por conformismo
com a ordem vigente, mas por no ver nas prticas eleitorais e parlamentares a possibilidade de transformar a sociedade. atravs da luta econmico-sindical em torno das condies e da remunerao do trabalho, e adotando por mtodo a ao direta particularmente expressa em movimentos grevistas, que o sindicalismo revolucionrio pretendia alcanar a emancipao dos trabalhadores (p. 178-9). Ao contrrio de outras correntes que buscavam a garantia de direitos sociais atravs da legislao, o sindicalismo revolucionrio acreditava unicamente na capacidade de mobilizao dos trabalhadores para garantir que os patres mantivessem as conquistas obtidas em greves (p. 179). A CIDADANIA OPERRIA A resposta encontrada pelas classes trabalhadoras durante a Primeira Repblica a um sistema que levava a sua excluso social e poltica est em parte no mundo associativo criado. O associativismo nesse perodo das classes trabalhadores em geral, e da classe operria em particular, se expressa atravs de uma rede extremamente diversificada e rica de associaes. Sociedades recreativas, carnavalescas, danantes, esportivas, conviviam lado a lado com sociedades mutualistas, culturais e educativas e, tambm, com sociedades profissionais, classistas e polticas. Em que medida toda e qualquer sociedade composta por trabalhadores, independentemente de seus objetivos, expressa a identidade operria a formas de ao coletivas e associaes que reivindiquem seu carter de classe (Batalha, 1991-1992), ao passo que outros vem em toda sociedade composta por trabalhadores, inclusive clubes de futebol, uma forma de identidade classista (Pereira, 2000, p. 255-280) (p. 180). Desde a ltima dcada do sculo XIX, a maioria dos programas polticos de organizaes que, sob a denominao de partidos operrios ou socialistas, tinham como objetivo a defesa dos interesses da classe trabalhadora passava pela ampliao dos direitos polticos, em particular propondo reformas do sistema eleitoral. No sistema vigente votavam apenas os homens, brasileiros, maiores de 21 anos, alfabetizados e alistados como eleitores. Todo o processo eleitoral era controlado pelo partido situacionista, propiciando fraudes, e no havia voto secreto, deixando os eleitores merc de todo tipo de presso (p. 180-1). As caractersticas do funcionamento dos legislativos, com garantia de ampla maioria para o situacionismo, tornavam as eleies de eventuais candidatos operrios muito mais um feito propagandstico do que uma possibilidade para mudanas significativas no sistema poltico (p. 181). [...] os comunistas defendem a participao no processo eleitoral, no compartilhando, porm, da esperana de que a via poltico-parlamentar possibilite mudanas. Assim, como os ltimos, na revoluo, e no na via parlamentar, que concebem a nica possibilidade de rupturas; entretanto,
no deixam de ver a luta eleitoral como mais um espao de exerccio da luta
poltica (p. 182). Por um lado, o sistema poltico brasileiro no passou por nenhuma reforma ao longo da Primeira Repblica que ampliasse a participao poltica, mantendo-se mais excludente que seus congneres argentino e chileno; por outro lado, no ocorreu nenhuma campanha sistemtica por parte da liderana operria no Brasil no sentido do alistamento eleitoral ou da naturalizao do operariado de origem estrangeira. Apelos visando participao no processo eleitoral, como o do Manifesto de 1902 ou do artigo de 1928 j mencionado, assinado sob o nome de Lavinsky, so exemplos de manifestaes que ocorreram de forma espordica, geralmente prximas realizao de pleitos, cujo resultado prtico foi limitado (p. 183-4). Outro aspecto a ser levado em conta era a maneira como as classes dominantes e os governantes brasileiros estavam costumados a lidar com as classes subalternas: a represso. Prises arbitrrias, fechamento de associaes, deportao dos estrangeiros, desterro para a Amaznia dos nacionais ainda que a verificao da nacionalidade exata dos atingidos por esses dois tipos de medidas fosse falha so parte do arsenal de medidas repressivas tomadas pelos poderes constitudos contra o movimento operrio. Essas medidas tornaram-se mais sistemticas depois das greves de 1917 e 1919, e atingiram seu pice sob o governo de Artur Bernardes (1922 1926). Entretanto, a despeito da violncia da represso sobre o operariado no Brasil, esta mantinha-se menos mortal e ao mesmo tempo mais eficaz que suas congneres na Argentina, particularmente no Chile, onde chegaram a ser perpetrados massacres de trabalhadores (Deshazo, 1983, p. XXIX; Hall e Pinheiro, 1983, p. 5) (p. 185). Ao longo da Primeira Repblica, o movimento operrio no conseguiu jamais uma efetiva coordenao nacional. As confederaes, que em tese exerceriam esse papel, tiveram uma existncia mais nominal do que real, como a Confederao Operria Brasileira, de orientao sindicalista revolucionria, que nos perodos em que funcionou, 1908-1909 e 19131915, foi muito mais uma extenso da Federao Operria do Rio de Janeiro, limitada rea de atuao daquela federao (p. 186).
DEL ROIO Marcos. A Democratização Do Liberalismo e A Crítica Socialista. in - O Império Universal e Seus Antípodas - A Ocidentalização Do Mundo. São Paulo Ícone, 1998, P. 113 - 182. 1