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TEMPO PASCAL. SÉTIMA SEMANA.

TERÇA-FEIRA

91. O DOM DE PIEDADE


– Este dom tem como efeito próprio o sentido da filiação divina. Move-nos a tratar a Deus
com a ternura e o afecto de um bom filho para com seu pai.

– Confiança filial na oração. O dom de piedade e a caridade.

– O espírito de piedade para com a Virgem Santíssima, os santos, as almas do purgatório e


os nossos pais. O respeito pelas realidades criadas.

I. O SENTIDO DA FILIAÇÃO divina, efeito do dom de piedade, move-nos a


tratar a Deus com a ternura e o carinho de um bom filho para com seu pai, e a
considerar e tratar os outros homens como irmãos que pertencem à mesma
família.

O Antigo Testamento manifesta este dom de forma muito variada,


especialmente nas preces que o Povo eleito dirige constantemente a Deus:
louvores e súplicas, sentimentos de adoração perante a infinita grandeza
divina, confidências íntimas em que expõe com toda a simplicidade ao Pai
celestial as suas alegrias e angústias, a sua esperança... De modo especial,
os Salmos são um compêndio de todos os sentimentos que embargam a alma
no seu trato confiante com o Senhor.

Ao chegar a plenitude dos tempos, Jesus Cristo ensinou-nos qual havia de


ser o tom adequado para nos dirigirmos a Deus. Quando orardes, haveis de
dizer: Pai...1 Em todas as circunstâncias da vida, devemos dirigir-nos a Deus
com esta confiança filial: Pai, Abba... É uma palavra – abba – que o Espírito
Santo quis deixar-nos em arameu em diversos lugares do Novo Testamento,
e que era a forma carinhosa com que as crianças hebreias se dirigiam a seu
pai. Este sentimento define a nossa atitude e matiza a nossa oração. Deus
“não é um ser longínquo, que contemple com indiferença a sorte dos homens,
seus anseios, suas lutas, suas angústias. É um Pai que ama os seus filhos
até o extremo de lhes enviar o Verbo, a Segunda Pessoa da Santíssima
Trindade, para que, pela sua encarnação, morra por eles e os redima; o
mesmo Pai amoroso que agora nos atrai suavemente a Si, mediante a acção
do Espírito Santo que habita em nossos corações”2.

Deus quer que o tratemos com total confiança, como filhos pequenos e
necessitados. Toda a nossa piedade alimenta-se desta realidade: somos
filhos de Deus. E o Espírito Santo, mediante o dom de piedade, ensina-nos e
facilita-nos esse trato confiante de um filho com seu Pai.

Considerai com que amor o Pai nos amou, querendo que sejamos
chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato3. “É como se depois das
palavras que sejamos chamados filhos de Deus, São João tivesse feito uma
longa pausa, enquanto o seu espírito penetrava profundamente na
imensidade do amor que o Pai nos teve, não se limitando a chamar-nos
simplesmente filhos de Deus, mas tornando-nos seus filhos no sentido mais
autêntico. Isto é o que faz São João exclamar: E nós o somos de fato”4. O
Apóstolo convida-nos a considerar o imenso bem da filiação divina que
recebemos com a graça do Baptismo, e anima-nos a secundar a acção do
Espírito Santo que nos impele a tratar o nosso Pai-Deus com inefável
confiança e ternura.

II. ESTA CONFIANÇA FILIAL manifesta-se sobretudo na oração que o


próprio Espírito Santo suscita em nossos corações. O Espírito Santo ajuda a
nossa fraqueza, porque, não sabendo o que devemos pedir nem como
convém orar, o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis5.
Graças a essas moções, podemos dirigir-nos a Deus no tom adequado, numa
oração rica e de matizes tão variados como a vida. Umas vezes, falaremos ao
nosso Pai-Deus numa queixa familiar: Por que escondes o teu rosto?6; outras,
exporemos os nossos desejos de maior santidade: Procuro-Te com ardor. A
minha alma está sedenta de Ti, e a minha carne anela por Ti como terra árida
e sequiosa, sem água7; ou a nossa união com Ele: Fora de Ti, nada mais me
atrai na terra8; ou a esperança inabalável na sua misericórdia: Tu és o meu
Deus e Salvador, em Ti espero sempre9.

Este afecto filial do dom de piedade manifesta-se também nas súplicas que
dirigimos ao Senhor, pedindo-lhe as coisas de que precisamos como filhos
necessitados, até que no-las conceda. É uma atitude de confiança no poder
da oração, que nos faz sentir seguros, firmes, audazes, que afasta a angústia
e a inquietação daqueles que somente se apoiam nas suas forças.

O cristão que se deixa conduzir pelo espírito de piedade sabe que seu Pai-
Deus quer o melhor para cada um dos seus filhos e que nos preparou todas
as coisas para o nosso maior bem. Por isso sabe também que a felicidade
consiste em ir conhecendo o que Deus quer de nós em cada momento e em
realizá-lo sem dilações nem atrasos. Desta confiança na paternidade divina
nasce a serenidade, mesmo no meio das coisas que parecem um mal
irremediável, pois contribuem para o bem dos que amam a Deus10. O Senhor
nos mostrará um dia por que foi conveniente aquela humilhação, aquele revés
económico, aquela doença...

Este dom do Espírito Santo permite ainda que se cumpram os deveres de


justiça e os ditames da caridade com presteza e facilidade. Ajuda-nos a ver os
demais homens como filhos de Deus, criaturas que têm um valor infinito
porque Deus os ama com um amor sem limites e os redimiu com o Sangue do
seu Filho derramado na Cruz. Anima-nos a tratar com imenso respeito os que
estão ao nosso redor, a compadecer-nos das suas necessidades e a procurar
remediá-las; a julgá-los sempre com benignidade, dispostos também a
perdoar-lhes facilmente as ofensas que nos façam, pois o perdão generoso e
incondicional é um bom distintivo dos filhos de Deus. Mais do que isso, o
Espírito Santo faz-nos ver nos outros o próprio Cristo: Em verdade eu vos
declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais
pequenos, foi a mim mesmo que o fizestes11.

III. O DOM DE PIEDADE move-nos ao amor filial à nossa Mãe do Céu, a


quem procuramos tratar com o mais terno afecto; à devoção aos anjos e
santos, especialmente aos que exercem um especial patrocínio sobre nós12; à
oração pelas almas do purgatório, como almas queridas e necessitadas dos
nossos sufrágios; ao amor ao Papa, como Pai comum de todos os cristãos...

A virtude da piedade, que é aperfeiçoada por este dom, move-nos também


a prestar honra e reverência a todos os que estão constituídos legitimamente
em autoridade, às pessoas mais velhas (como Deus premiará a nossa
solicitude para com os idosos!), e em primeiro lugar aos pais. A paternidade
humana é uma participação e um reflexo da de Deus, da qual, como diz o
Apóstolo, procede toda a paternidade no céu e na terra 13. “Eles nos deram a
vida, e deles se serviu o Altíssimo para nos comunicar a alma e o
entendimento. Eles nos instruíram na religião, no relacionamento humano e
na vida civil, e nos ensinaram a manter uma conduta íntegra e santa”14.

O dom de piedade estende-se aos actos da virtude da religião e ultrapassa-


os15. Mediante este dom, o Espírito Santo dá vigor e impulso a todas as
virtudes que de um modo ou de outro se relacionam com a justiça. A sua
acção abarca todas as nossas relações com Deus, com os anjos, com os
homens e mesmo com as coisas criadas, “consideradas como bens familiares
da Casa de Deus”16: o dom de piedade anima-nos a tratá-las com respeito
pela sua relação com o Criador.

Movido pelo Espírito Santo, o cristão lê com amor e veneração a Sagrada


Escritura, que é como uma carta que seu Pai lhe envia do Céu: “Nos livros
sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro dos seus
filhos para conversar com eles”17. E trata com carinho as coisas santas,
sobretudo as que se prendem com o culto divino.

Entre os frutos que o dom de piedade produz nas almas dóceis às graças
do Paráclito, contam-se, enfim, a serenidade em todas as circunstâncias; o
abandono cheio de confiança na Providência, porque, se Deus cuida de todas
as coisas criadas, muito maior ternura manifestará para com os seus filhos18;
a alegria, que é uma característica própria dos filhos de Deus: “Que ninguém
leia tristeza nem dor na tua cara, quando difundes pelo ambiente do mundo o
aroma do teu sacrifício: os filhos de Deus têm que ser sempre semeadores de
paz e de alegria”19.

Se considerarmos muitas vezes ao dia que somos filhos de Deus, o


Espírito Santo irá fomentando em nós, cada vez mais, este trato filial e
confiante com o nosso Pai do Céu.

(1) Lc 11, 2; (2) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 84; (3) 1 Jo 3, 1; (4) B.
Perquin, Abba, padre, Rialp, Madrid, 1986, pág. 9; (5) Rom 8, 26; (6) cfr. Sl 43, 25; (7) Sl 52,
2; (8) Sl 72, 25; (9) Sl 34, 5; (10) cfr. Rom 8, 28; (11) Mt 25, 40; (12) cfr. São Tomás, Suma
Teológica, 2-2, q. 121; (13) Ef 3, 15; (14) Catecismo Romano, III, 5, 9; (15) cfr. M. M. Philipon,
Los dones del Espíritu Santo, pág. 300; (16) ib.; (17) Conc. Vat. II, Const. Dei Verbum, 21;
(18) cfr. Mt 6, 28; (19) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 59.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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