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– O dom de conselho é uma grande ajuda para manter uma consciência recta.
O primeiro campo em que este dom exerce a sua acção é o da vida interior
de cada um. Na alma em graça, o Paráclito actua de uma maneira silenciosa,
suave e ao mesmo tempo forte. “Este sapientíssimo Mestre é tão hábil em
ensinar que vê-lo agir é o que há de mais admirável. Tudo é doçura, tudo é
carinho, tudo bondade, tudo prudência, tudo discernimento”3. Desses
“ensinamentos” e dessa luz na alma procedem os impulsos que se traduzem
em apelos para sermos melhores, para correspondermos mais e melhor; daí
surgem as resoluções firmes, como que instintivas, que mudam uma vida ou
são a origem de uma melhora eficaz nas relações com Deus, no trabalho, na
actuação concreta de cada dia.
Este dom ilumina a alma fiel a Deus para que não aplique erradamente as
normas morais nem se deixe levar pelos respeitos humanos, pelos critérios do
ambiente ou da moda, mas pelo querer de Deus. Directamente ou por meio
de outros, o Paráclito dá luzes para discernir o rumo certo e mostra os
caminhos a seguir, talvez diferentes daqueles que o “espírito do mundo”
sugere. Quem deixa de aplicar as normas morais à sua conduta concreta,
sejam elas mais importantes ou menos importantes, é porque antepõe os
seus caprichos ao cumprimento da vontade de Deus.
Ser dócil às luzes e moções interiores que o Espírito Santo inspira não
exclui de modo algum “a necessidade de consultar os outros e de ouvir
humildemente as directrizes da Igreja. Pelo contrário, os santos sempre se
mostraram pressurosos em submeter-se aos seus superiores, convencidos de
que a obediência é o caminho real, o mais rápido e seguro, para a santidade
mais alta. O próprio Espírito Santo inspira esta filial submissão aos legítimos
representantes da Igreja de Cristo: Quem vos ouve, a mim me ouve; e quem
vos rejeita, a mim me rejeita (Lc 10, 16)”6.
III. ENSINA SÃO TOMÁS que “todo o bom conselho sobre a salvação dos
homens vem do Espírito Santo”7. Os conselhos da direcção espiritual –
através dos quais o Espírito Santo nos fala tantas vezes e de modo tão claro
– devem, pois, ser recebidos com a alegria de quem descobre uma vez mais
o caminho, com agradecimento a Deus e a quem faz as suas vezes, e com o
propósito eficaz de os pôr em prática. Há ocasiões em que estes conselhos
ganham na alma dos que os recebem uma ressonância particular, promovida
directamente pelo Espírito Santo.
Aquele que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida13. Se
procurarmos seguir o Senhor todos os dias da nossa vida, não nos faltará a
luz do Espírito Santo em qualquer circunstância. Se tivermos rectidão de
intenção, Ele não permitirá que caiamos no erro. A nossa Mãe do Bom
Conselho conseguir-nos-á as graças de que precisamos, se recorrermos a
Ela com a humildade de quem sabe que, por si só, tropeçará e entrará
frequentemente por caminhos errados.
(1) Sl 32, 8; (2) Mt 10, 19-20; (3) Francisca Javiera del Valle, Decenario al Espíritu Santo, pág.
96; (4) idem, op. cit.; (5) Mt 22, 21-22; (6) M. M. Philipon, Los dones del Espíritu Santo,
Palabra, Madrid, 1983, págs. 273-274; (7) São Tomás, Sobre o Pai-Nosso, in Escritos de
catequese; (8) idem, Suma Teológica, 2-2, q. 52, a. 4; (9) R. Garrigou-Lagrange, Las tres
edades de la vida interior, pág. 637; (10) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 266; (11) ib., n.
177; (12) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, ns. 86 e 88; (13) Jo 8, 12.