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TEMPO PASCAL. SÉTIMA SEMANA. SEGUNDA-FEIRA.

90. O DOM DE CONSELHO


– O dom de conselho e a virtude da prudência.

– O dom de conselho é uma grande ajuda para manter uma consciência recta.

– Os conselhos da direcção espiritual. Meios que facilitam a actividade deste dom.

I. SÃO MUITAS AS OCASIÕES de nos desviarmos do caminho que


conduz a Deus, como também são muitos os caminhos errados que se nos
apresentam com frequência. Mas o Senhor assegurou-nos: Eu te farei saber
e te mostrarei o caminho que deves seguir; serei teu conselheiro e os meus
olhos estarão fixos em ti1.

O Espírito Santo é o nosso melhor Conselheiro, o Mestre mais sábio, o


melhor Guia. Quando vos entregarem – prometia o Senhor aos Apóstolos,
referindo-se às situações extremas que os aguardavam –, não vos
preocupeis nem com a maneira com que haveis de falar nem com o que
haveis de dizer, porque naquele momento vos será dado o que devereis
dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas será o Espírito do vosso Pai
que falará em vós2. Teriam uma especial assistência do Paráclito, como a
tiveram os fiéis cristãos ao longo dos séculos em circunstâncias semelhantes.
Comove-nos verificar a serenidade e a sabedoria com que tantos mártires
cristãos, às vezes homens e mulheres de pouca cultura, ou mesmo crianças,
confessaram a sua fé.

Mediante o dom de conselho, o Espírito Santo aperfeiçoa os actos da


virtude da prudência, que diz respeito aos meios que se devem empregar
para resolver cada situação. Na nossa vida, é muito frequente termos que
tomar decisões, umas mais importantes, outras menos. Em todas elas, de
alguma maneira, está comprometida a nossa santidade. Pois bem, às almas
dóceis à acção do Espírito Santo, Deus concede o dom de conselho para que
possam decidir com rectidão e rapidez. É como que um instinto divino para
que possam acertar com o caminho que mais convém à glória de Deus. Da
mesma maneira que a virtude da prudência abarca todo o campo da nossa
actuação, o Espírito Santo, pelo dom de conselho, é Luz e Princípio
permanente das nossas acções: inspira a escolha dos meios para realizarmos
a vontade de Deus em todas as nossas tarefas, e conduz-nos pelos caminhos
da caridade, da paz, da alegria, do sacrifício, do cumprimento do dever.
Inspira-nos o caminho que devemos seguir em cada circunstância.

O primeiro campo em que este dom exerce a sua acção é o da vida interior
de cada um. Na alma em graça, o Paráclito actua de uma maneira silenciosa,
suave e ao mesmo tempo forte. “Este sapientíssimo Mestre é tão hábil em
ensinar que vê-lo agir é o que há de mais admirável. Tudo é doçura, tudo é
carinho, tudo bondade, tudo prudência, tudo discernimento”3. Desses
“ensinamentos” e dessa luz na alma procedem os impulsos que se traduzem
em apelos para sermos melhores, para correspondermos mais e melhor; daí
surgem as resoluções firmes, como que instintivas, que mudam uma vida ou
são a origem de uma melhora eficaz nas relações com Deus, no trabalho, na
actuação concreta de cada dia.

Para nos deixarmos aconselhar e dirigir pelo Paráclito, devemos desejar


ser inteiramente de Deus, sem pôr conscientemente limites à acção da graça;
devemos procurar a Deus por ser Quem é, infinitamente digno de ser amado,
sem esperar outras compensações, tanto nos momentos em que tudo é fácil
como nas situações de aridez. “Temos que procurar, servir e amar a Deus de
maneira desinteressada, não para sermos virtuosos, nem para adquirir a
santidade, nem por causa da graça, ou do Céu, ou da alegria de possuí-lo,
mas somente para amá-lo. E quando Ele nos oferece dons e graças,
devemos dizer-lhe que não, que não queremos outra coisa além do amor para
amá-lo; e se nos chega a dizer: pede-me tudo o que queiras... nada, nada lhe
devemos pedir; só amor e mais amor, para amá-lo e mais amá-lo”4. E com o
amor a Deus vem tudo o que pode saciar o coração do homem.

II. O DOM DE CONSELHO exige que nos tenhamos esforçado


previamente por agir com prudência: que tenhamos colhido os dados
necessários, previsto as possíveis consequências das nossas acções,
recordado as experiências de casos análogos, pedido o conselho oportuno
quando o caso o tenha requerido... É a prudência natural, que depois vem a
ser esclarecida pela graça. É sobre ela que actua este dom, tornando mais
rápida e segura a escolha dos meios, mais adequada a resposta, mais claro o
caminho que devemos seguir. E isso, mesmo nos casos em que não é
possível adiar a decisão, porque as circunstâncias exigem uma resposta firme
e imediata, como a que o Senhor deu aos fariseus que lhe perguntavam com
má-fé se era lícito ou não pagar o tributo a César5.

O dom de conselho é de grande ajuda para manter uma consciência recta,


sem deformações, porque, quando somos dóceis a essas luzes e conselhos
com que o Espírito Santo ilumina a nossa consciência, a alma não se evade
nem se justifica diante das faltas e dos pecados, mas reage com a contrição,
com uma maior dor por ter ofendido a Deus.

Este dom ilumina a alma fiel a Deus para que não aplique erradamente as
normas morais nem se deixe levar pelos respeitos humanos, pelos critérios do
ambiente ou da moda, mas pelo querer de Deus. Directamente ou por meio
de outros, o Paráclito dá luzes para discernir o rumo certo e mostra os
caminhos a seguir, talvez diferentes daqueles que o “espírito do mundo”
sugere. Quem deixa de aplicar as normas morais à sua conduta concreta,
sejam elas mais importantes ou menos importantes, é porque antepõe os
seus caprichos ao cumprimento da vontade de Deus.

Ser dócil às luzes e moções interiores que o Espírito Santo inspira não
exclui de modo algum “a necessidade de consultar os outros e de ouvir
humildemente as directrizes da Igreja. Pelo contrário, os santos sempre se
mostraram pressurosos em submeter-se aos seus superiores, convencidos de
que a obediência é o caminho real, o mais rápido e seguro, para a santidade
mais alta. O próprio Espírito Santo inspira esta filial submissão aos legítimos
representantes da Igreja de Cristo: Quem vos ouve, a mim me ouve; e quem
vos rejeita, a mim me rejeita (Lc 10, 16)”6.

III. ENSINA SÃO TOMÁS que “todo o bom conselho sobre a salvação dos
homens vem do Espírito Santo”7. Os conselhos da direcção espiritual –
através dos quais o Espírito Santo nos fala tantas vezes e de modo tão claro
– devem, pois, ser recebidos com a alegria de quem descobre uma vez mais
o caminho, com agradecimento a Deus e a quem faz as suas vezes, e com o
propósito eficaz de os pôr em prática. Há ocasiões em que estes conselhos
ganham na alma dos que os recebem uma ressonância particular, promovida
directamente pelo Espírito Santo.

O dom de conselho é necessário para a vida diária, tanto para os nossos


assuntos pessoais como para podermos aconselhar os nossos amigos na sua
vida espiritual e humana. É um dom que corresponde à bem-aventurança dos
misericordiosos8, “pois é necessário sermos misericordiosos para sabermos
dar prudentemente um conselho salutar aos que dele carecem; um conselho
proveitoso que, longe de desanimá-los, os estimule com força e suavidade ao
mesmo tempo”9.

Hoje pedimos ao Espírito Santo que nos conceda docilidade às suas


inspirações, pois o maior obstáculo para que o dom de conselho arraigue na
nossa alma é o apego ao juízo próprio, o não saber ceder, a falta de
humildade e a precipitação no agir. Facilitaremos a acção desse dom se nos
acostumarmos a considerar na oração as decisões importantes da nossa
vida: “Não tomes uma decisão sem te deteres a considerar o assunto diante
de Deus”10; se procurarmos desapegar-nos do critério próprio: “Não
desaproveites a ocasião de abater o teu próprio juízo”, aconselha Mons.
Escrivá11; se formos completamente sinceros à hora de fazer uma consulta
moral em algum assunto que nos afecte muito directamente: por exemplo, em
matéria de ética profissional ou em relação ao número de filhos, para avaliar
se Deus não nos pede mais generosidade para formarmos uma família
numerosa...

Se formos humildes, se reconhecermos as nossas limitações, sentiremos a


necessidade, em determinadas circunstâncias, de recorrer a um conselheiro.
E então não recorreremos a qualquer um, “mas a quem for idóneo e estiver
animado dos nossos mesmos desejos sinceros de amar a Deus e de o seguir
fielmente. Não basta pedir um parecer; temos que dirigir-nos a quem no-lo
possa dar desinteressada e rectamente [...]. Na nossa vida encontramos
colegas ponderados, que são objectivos, que não se deixam apaixonar,
inclinando a balança para o lado que mais lhes convém. Dessas pessoas,
quase instintivamente, nós nos fiamos, porque procedem sempre bem, com
rectidão, sem presunção e sem espalhafato”12.

Aquele que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida13. Se
procurarmos seguir o Senhor todos os dias da nossa vida, não nos faltará a
luz do Espírito Santo em qualquer circunstância. Se tivermos rectidão de
intenção, Ele não permitirá que caiamos no erro. A nossa Mãe do Bom
Conselho conseguir-nos-á as graças de que precisamos, se recorrermos a
Ela com a humildade de quem sabe que, por si só, tropeçará e entrará
frequentemente por caminhos errados.

(1) Sl 32, 8; (2) Mt 10, 19-20; (3) Francisca Javiera del Valle, Decenario al Espíritu Santo, pág.
96; (4) idem, op. cit.; (5) Mt 22, 21-22; (6) M. M. Philipon, Los dones del Espíritu Santo,
Palabra, Madrid, 1983, págs. 273-274; (7) São Tomás, Sobre o Pai-Nosso, in Escritos de
catequese; (8) idem, Suma Teológica, 2-2, q. 52, a. 4; (9) R. Garrigou-Lagrange, Las tres
edades de la vida interior, pág. 637; (10) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 266; (11) ib., n.
177; (12) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, ns. 86 e 88; (13) Jo 8, 12.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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