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Projecto de Investigação
1. Tema geral: Ética
2. Tema específico: O casamento entre pessoas do mesmo sexo
3. Título do trabalho: "Quero pedir a tua mão em... união?"
4. Pergunta a que o trabalho responde: Será ético legalizar o casamento entre pessoas
do mesmo sexo?
5. Programa: Para realizar este trabalho irei analisar vários argumentos a favor e
contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, posicionando-me criticamente
quanto à questão no final.
ÁREA DE PROJECTO
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INTRODUÇÃO
O tema do casamento homossexual tem sido muito debatido ultimamente. Como tal, decidi
explorar este tema, tentando encontrar os argumentos (tanto a favor como contra) mais
convincentes. Não utilizarei argumentos religiosos, apenas morais e que consigam ser
defendidos pela lógica.
Para começar, fui procurar ao dicionário o que se entendia por casamento. A definição
encontrada foi “contracto celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família
mediante uma plena comunhão de vida”. No entanto, há dicionário que ainda utilizam a
expressão “pessoas de sexo diferente”, embora sejam cada vez mais escassos. Os mais
importantes já a excluiram. (Anónimo 1, s.d.)
Como conclusão deste tópico, proponho que, para este trabalho, se considere casamento como
uma união, de carácter social, entre duas pessoas capazes de decidir por elas mesmas, que
junta as suas vidas a nível legal, económico e emocional. (Stritof, s.d.)
ARGUMENTOS A FAVOR
Após uma procura de argumentos a favor do casamento homossexual, eu escolhi os seguintes
como mais convincentes.
Muita gente defende que as uniões civis são a solução para este problema. Mas a realidade é
que não o são. Embora as uniões civis confiram este tipo de direitos aos casais, são um tipo de
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“separados mas iguais”. Ora, ao analisarmos a história, vemos que o “separados mas iguais”
não funciona. Nos anos 50, aconteceu o mesmo com os negros. Havia segregação: escolas para
brancos e escolas para negros. Supostamente, estas deveriam ser iguais, mas não eram. Com o
passar do tempo, viu-se que as escolas de brancos eram mais beneficiadas do que as de negros,
o que foi mais tarde confirmado pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que decidiu que
“seprados mas iguais” era constitucionalmente errado. Será que acontece o mesmo em relação
ao casamento vs. união civil? Talvez. O facto é que a segregação acabou. (Hansen, 2006)
Como resposta às pessoas que dizem que não é legítimo que pessoas do mesmo sexo se casem
pois da sua união não resultam descendentes, pode comparar-se estes casais com os casais
inférteis ou idosos. Nenhum destes últimos dois origina descendentes e, no entanto, não lhes
negamos o acesso ao casamento. Hoje em dia, a principal razão para o casamento não é ter
filhos. Se o fosse, a poligamia seria muito popular. E mesmo que consideremos ter filhos
importantes no casamento, é óbvio que os casais homossexuais podem tê-los, quer por
adopção ou inseminação artificial. Aliás, um estudo feito pela American Bar Association
concluiu que oito a dez milhões de crianças cresciam em três milhões de lares homossexuais
em 1988. (Hansen, 2006)
ARGUMENTOS CONTRA
Apesar de alguns opositores da legalização do casamento homossexual serem fanáticos
religiosos, ou basearem a sua opinião na pura ignorância, existem alguns argumentos morais
contra esta questão que podem ser defendidos com base em algo real.
A maioria destes opositores defende que não é legítimo legalizar o casamento entre pessoas do
mesmo sexo porque o casamento, para eles, é a união entre uma mulher e um homem.
Um dos seus argumentos diz que as questões de direitos civis podem ser resolvidas ao adaptar
outras leis e que não há necessidade nenhuma dos homossexuais estarem a alargar as
fronteiras do casamento, simplesmente para poderem ter um certificado marital e dizerem
“estamos casados” em vez de dizerem só “somos um casal”. Segundo este argumento, parece
que a questão do casamento gay não passa de “teimosia social” por parte dos homossexuais.
(Cline, s.d.)
Especificamente em Portugal, defende-se que num país onde 89,9% da população é católica, e
sendo que a Igreja Católica ainda define o casamento como “a união conjugal entre um homem
e uma mulher...”, não é legítimo legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Diz-se
que não é possível mudar tão repentinamente uma doutrina com mais de 2000 anos. (Silveira,
2008)
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Quem é contra defende que, legalizando o casamento homossexual, estamos a abrir as portas
para outros casamentos diferentes como incesto, zoofilia, poligamia e outros comportamentos
aberrantes.
No entanto, pessoas que vivem em locais onde o casamento homossexual foi legalizado têm
outra opinião: “Eu vivo em Massachusetts. O nosso estado tem uma das taxas de divórcio mais
baixas do país, as nossas crianças estão no topo dos testes educacionais e temos uma das mais
bem educadas forças de trabalho. A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo só
trouxe coisas boas.” (Gal, 2009)
CONCLUSÃO
Sempre fui e continuo a ser da opinião que é ético legalizar o casamento entre pessoas do
mesmo sexo.
Hoje em dia, ter filhos não é a principal razão para o casamento. O casamento é mais do que
um contracto, é um símbolo dos laços criados entre duas pessoas, acompanhado dos
respectivos direitos civis. Por outro lado, também já se chegou à conclusão de que a
homossexualidade não é uma coisa anormal nem uma doença e, como tal, os casais
homossexuais devem ter os mesmos direitos que os heterossexuais. Quanto à opinião da Igreja,
vivemos num país em que a política está separada da religião e esta última não deve ser levada
em conta quando se tenta fazer leis justas para todos.
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BIBLIOGRAFIA
Rosenberg, Meir S. (1978) Quotations for the New Age. New York, Citadel Press
Hansen, Jenna (2006) “Ethical Arguments for Legalizing Gay Marriage”, online in
http://www.associatedcontent.com/article/39237/ethical_arguments_for_legalizing_gay.html?
cat=17, consultado em 4.11.2009
Cline, Austin (s.d.) “Common Arguments Against Gay Marriage: Moral and Religious
Arguments”, online in http://atheism.about.com/od/gaymarriage/p/ContraGayMarria.htm,
consultado em 4.11.2009
Silveira, C.; Almeida, P.F. (2008) “Braço de ferro: Os casamentos também foram feitos para os
homossexuais?” in Com’Out. Lisboa, Joeli Publishing, pp. 10 a 11.