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Mais simples ou mais difícil?

Reforma
Ortográfica
começa em 2009

Entenda o que muda no modo de você escrever e conheça os


benefícios da tentativa de padronização da língua portuguesa
Fotos Divulgação
V
ocê acha que a língua portuguesa é complexa? Já se de São Tomé e Príncipe. Em 2008, caiu o grande obstáculo que
perdeu pelos caminhos do hífen ou caiu nas armadilhas impedia o começo da reforma: a assinatura de Portugal.
do trema? Se a resposta para estas e outras perguntas O país resistiu bastante tempo ao acordo, pois terá que alter-
for sim, você deve ficar ainda mais atento para as mudanças que ar 1,6% de todo seu vocabulário, enquanto o Brasil alterará so-
começarão a vigorar a partir de 2009 no Brasil. mente 0,45 % de sua ortografia. Apesar de haver mudanças em
A tão polêmica Reforma Ortográfica visa uma unificação ambos os países, Portugal deverá mudar a escrita de palavras
na escrita entre os países que falam a língua portuguesa, mas, tradicionais de acordo com a grafia brasileira. Um exemplo é a
enquanto alguns defendem a ação, muitos acreditam que ela vai alteração de “facto” (ortografia lusitana) para o nosso “fato”.
contra seu objetivo principal, ou seja, complicando ainda mais Anteriormente, a ortografia já teve duas reformas impor-
o português. tantes: a de 1943 e 1971. A mudança mais significativa da
Os países citados para a unificação compõem a CPLP (Co- primeira foi ter retirado o “ph” de algumas palavras, mudando
munidade dos Países de Língua Portuguesa), formada por Bra- a “pharmácia” para a atual “farmácia”. Já a segunda aboliu
sil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, muitos acentos diferenciais (acentos utilizados para diferenciar
São Tomé e Príncipe e Timor Leste. palavras iguais, mas de classes gramaticais diferentes), resul-
Apesar de ter sido proposta em 1990, a Reforma Ortográfica tando na mudança da grafia das palavras “côrte” e “êsse”, que
começará a vigorar 19 anos depois porque somente em julho passaram a ser escritas “corte” ou “esse”.
de 2004 foi acordado que as reformas poderiam começar com Na época, as mudanças causaram reações adversas e foram
a concordância de apenas três países da CPLP. Antes, era ne- recebidas com muito estranhamento pela população. O mesmo
cessário que todos os países grupo concordassem com a me- ocorre atualmente com o anúncio do novo acordo ortográfico.
dida. Muitos têm medo de como se adaptar, mas, fica claro que o
Em 1995, o Brasil ratificou a reforma. Em fevereiro de 2006, melhor a fazer é começar a entender como o nosso português
Cabo Verde tomou a mesma atitude e, em dezembro, foi a vez será escrito a partir do ano que vem.

A padronização visa unificar os países que falam o português.


Esta medida será benéfica para resolver entraves burocráticos
devido às diferentes versões de documentos governamentais

2 11 de Outubro de 2007
Saiba o que muda em 2009
Apesar de estar programada para o inicio do próximo ano, os es-
pecialistas afirmam que a reforma será aderida pela população aos
poucos. Por isso, inicialmente, a obrigatoriedade é aos documen-
tos governamentais. Um segundo momento é a mudança dos livros
didáticos, que já começam a ser encomendados com as devidas mu-
danças pelo Ministério da Educação. O período compreendido entre
2010 e 2012 é o estipulado para que a nova ortografia passe a ser
obrigatória nos livros didáticos para todas as séries.
Uma das mudanças que entrará em vigor é a eliminação completa
da trema, utilizada anteriormente em palavras como “freqüente” e
“lingüiça”. A medida só vem a conformar uma tendência, visto que
muitas pessoas não utilizam essa acentuação há tempos.
Para se padronizar com a linguagem de Portugal, as palavras paroxí-
tonas com ditongos abertos “ei” e “oi” (como “heróico” e “assem-
bléia”) perderão o acento agudo. O mesmo ocorre com o “i” e o “u”
precedidos de ditongos abertos, como em “feiúra”. Outro acento que
deixa de existir é o circunflexo em paroxítonas de formas verbais
com duplos “e” ou “o”, como “dêem” e “vêem”.
Haverá algumas flexibilidades em manter grafia dupla, ou seja, que
será aceita da forma escrita tanto no Brasil como em Portugal. Esta
flexibilidade será aplicada à diferença da entonação aberta e fecha-
da. Algumas palavras escritas com acento circunflexo no Brasil são
escritas com acento agudo em Portugal e as duas formas serão acei-
tas. Exemplo: fenômeno e fenómeno.
Contudo, uma das principais mudanças é relativo ao uso do hífen,
considerado uma das regras mais complexas da ortografia. O sistema
será utilizado de acordo com o encontro da última letra da primeira
palavra com a primeira letra da segunda palavra. Quando um termo
terminar em vogal e o outro começar também com vogal, o sinal será
abolido (aeroespacial). A exceção é quando as vogais forem iguais
e neste caso, usa-se o hífen (micro-ondas). Já quando a primeira
palavra terminar em vogal e a segunda começar com “r” ou “s”, es-
sas letras devem ser duplicadas (antissemita). Vale destacar que se
houver encontro de “r”, o hífen se mantém (inter-racial).
Outra medida que inicialmente causará estranhamento é novamente
a retirada dos acentosdiferenciais, como o verbo “pára”, que pas-
sará a ser escrito como a preposição “para”. A medida foi feita para
simplificar a língua, mas alguns especialistas afirmam que causará
complicações na interpretação de textos.
Pareceu complexo? Se mesmo com as dicas desta reportagem a re-
sposta for sim, o melhor é começar a se adaptar, pois, fica claro que
a medida trará benefícios, principalmente na unificação da língua e
na circulação de documentos sem as atuais diferenças de versões.
Como toda mudança, a Reforma Ortográfica causa reações adver-
sas e dificuldades nas adaptações, mas, é algo a ser feito em longo
prazo, que somente começará a ser implantada em 2009 para, em
um futuro próximo, ser encarada como algo normal e enraizado na
nossa educação.

11 de Outubro de 2007 3

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