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opinio
O menino dana?
JOANA PORTELA
Me e Revisora de Texto
A bailarina
Esta menina
to pequenina
quer ser bailarina.
No conhece nem d nem r
mas sabe ficar na ponta do p.
No conhece nem mi nem f
Mas inclina o corpo para c
e para l.
No conhece nem l nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda,
com os bracinhos no ar
e no fica tonta nem sai
do lugar.
Pe no cabelo uma estrela
e um vu
e diz que caiu do cu.
Esta menina
to pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece
todas as danas,
e tambm quer dormir
como as outras crianas.
Ceclia Meireles,
in Ou Isto ou Aquilo
Anda a bailar-me no esprito este tema desde que li, h dias, uma
notcia no Pblico: A dana contempornea foi Bater Porta de
jovens que no eram bailarinos.
Bater Porta l-se nesse artigo
um espectculo de dana protagonizado por dez rapazes (entre
os 12 e os 18 anos), de uma instituio de acolhimento de crianas
e jovens em risco, que aceitaram
participar num projecto do Servio Educativo do Teatro Municipal
de Vila do Conde. Ao longo do texto, percebe-se o indelvel impacto
positivo e o efeito libertador que
a (mu)dana tem exercido nestes
rapazes, improvveis bailarinos.
Por ser uma actividade colectiva e
ldica, a dana um instrumento
pedaggico de facilitao nos relacionamentos interpessoais, no
desenvolvimento da autoestima,
da autoconfiana e do sentido de
responsabilidade. Alm disso, a
dana ajuda-nos a interagir
reconhece um dos midos. Para
estes rapazes, a dana no s
movimento: metamorfose,
mudana!
E , tambm, muito mais do
que isso: a dana um prazer,
acrescentam outros rapazes bailarinos, de uma academia de Leiria, que no se tolhem nem encolhem com os preconceitos sociais
que, muitas vezes, ainda se fazem
sentir, como grilhes, sua volta.
Apaixonados pela dana clssica,
por essa sustentvel leveza do
ser, estes meninos voam alto e
conquistam com os seus corpos
alados em perptuo movimento
os mais prestigiados prmios
internacionais (http://videos.sapo.pt/djyRCEvfa5OotnwAyqlQ).
V-los danar a corporizao
de um poema. Evoca dentro de
ns A dana e alma, de Carlos
Drummond de Andrade:
A dana? No movimento,
sbito gesto musical.
concentrao, num momento,
da humana graa natural.
No solo no, no ter pairamos,
nele amaramos ficar.
A dana no vento nos ramos:
seiva, fora, perene estar.
Um estar entre cu e cho,
novo domnio conquistado,
onde busque nossa paixo
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever