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No passado, a doença foi disseminada pelos fluxos migratórios ou em decorrência das guerras e da
colonização das novas terras descobertas a partir do século XV. Antes dos antibióticos, o tratamento da
tuberculose era precário, com elevada taxa de mortes dos indivíduos afetados.
O mundo hoje assiste à dramática tendência de ressurgimento e expansão dos problemas tradicionais que
sempre aflingiram a humanidade. Bolsões de pobreza nas cidades mais populosas constituem terreno
fértil para a proliferação da doença. A emergência da AIDS e a desinformação vigente sobre nutrição,
promoção da saúde e prática de vida saudável completam os requisitos para a escalada do problema.
A tuberculose pulmonar dissemina-se através do ar. Seu bacilo é transportado pelas gotículas de saliva
expelidas pela tosse, fala ou espirro de doentes não tratados. O contágio, com maior freqüência, se dá
pela proximidade com o doente em casa, ocorrendo, também, em ambientes fechados (como no local de
trabalho, salas e ambientes refrigerados).
Ao final destas medidas, é possível ressaltar a importância do enfermeiro sanitarista em prover e prever
serviços de enfermagem em saúde pública voltados para a plena investigação de clientes doentes, pois a
sua atuação pode ser a parte fundamental para um efetivo controle da tuberculose junto à população.
Classificação da Tuberculose
São empregados dados a partir da história, exame físico, teste cutâneo, radiografia de tórax e exames
microbiológicos para classificar a tuberculose em uma de suas cinco classes. Um esquema de classificação
fornece aos profissionais de saúde pública uma maneira sistemática para monitorar a epidemiologia e o
tratamento da doença.
Classe 2: infecção latente; sem doença (ex.: reação de PPD positiva, mas sem evidência clínica da
tuberculose ativa).
A tuberculose dissemina-se de uma pessoa para outra por meio da transmissão pelo ar. Uma pessoa
infectada libera núcleos em gotículas (geralmente partículas de 1 a 5 micrômetros de diâmetro) através
da conversa, tosse, espirros, riso ou canto. As gotículas maiores depositam-se e as gotículas menores
permanecem suspensas no ar e são inaladas pela pessoa suscetível.
Contato próximo com alguém portador da tuberculose ativa. A inalação de núcleos transportados pelo ar a
partir de uma pessoa infectada é proporcional á quantidade de tempo despendida no mesmo espaço
aéreo, proximidade com a pessoa e grau de ventilação.
Estado imunocomprometido (ex.: aqueles com infecção por HIV, Câncer, órgãos transplantados e terapia
prolongada com corticoesteróides em dose alta).
Qualquer pessoa sem os cuidados de saúde adequados (desabrigados, pobres, minorias, principalmente
as crianças com menos de 15 anos de idade e adultos e jovens entre 15 e 44 anos de idade).
Condições médicas preexistentes ou tratamento especial (ex.: diabetes, insuficiência renal crônica,
desnutrição, malignidades selecionadas, hemodiálise, órgão transplantado, gastrectomia ou bypass
jejunoileal).
Imigração de países com alta prevalência de tuberculose (sudeste da Ásia, África, América Latina,
Caribe).
Institucionalização (Instituições de cuidados de longo prazo, como hospitais psiquiátricos, asilos, casas de
repouso e prisões).
Viver em habitações com muitas pessoas, abaixo dos padrões de habitação (ex.: cortiços e favelas).
Ser um profissional de saúde que realiza atividades de alto risco: Administração de pentamidina
aerossolizada e outros medicamentos, procedimentos de indução de escarro, broncoscopia, aspiração,
procedimentos de tosse, cuidado de paciente imunossuprimido, cuidados domiciliares com a população de
alto risco e administrar anestesia e procedimentos correlatos (ex.: intubação e aspiração).
Terapêutica Farmacológica
Esse regime de tratamento intensivo inicial geralmente é administrado diariamente durante oito
semanas. Se as culturas demonstram que o organismo é sensível aos medicamentos antes de
completadas oito semanas da terapia, pode-se interromper o etambutol ou a estreptomicina. Depois de
oito semanas de regime medicamentoso, a pirazinamida pode ser interrompida, e a Isoniazida e a
Rifampina são administradas por mais quatro meses.
O regime de medicamentos, no entanto, pode continuar por 12 meses. Uma pessoa é considerada não
infecciosa depois de 2 a 3 semanas de terapia medicamentosa contínua. Em geral, a vitamina B
(piridoxina) é administrada com a Isoniazida para evitar a neuropatia periférica associada.
Os 10 Estados Brasileiros com maior incidência de Tuberculose (por 100 mil habitantes)?
Rio de Janeiro 73.6 / Amazonas 73.4 / Ceará 58.8 / Mato Grosso 56.3 / Acre 52.3 / Pernambuco 48.1 /
Roraima 47.6 / Pará 47.3 / Bahia 43.5 / São Paulo 43
Conhecida como mal do século em meados de 1800, quando boêmios românticos e poetas como Castro
Alves foram suas vítimas, a tuberculose pulmonar não ficou no passado. Cerca de 8 milhões de pessoas
são contaminadas todos os anos no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O
Brasil, com 80 mil novos doentes registrados anualmente, é o 16º no ranking dos países com mais casos.
Segundo o Ministério da Saúde, cinco mil brasileiros morrem todos os anos por causa da doença, o que é
lamentável, já que a tuberculose é 100% curável se tratada corretamente. Para alertar a sociedade sobre
sua gravidade, 24 de Março foi instituído o Dia Mundial de Combate á Tuberculose.
Apesar de um terço da população no mundo já ter tido contato com o bacilo de Koch, apenas 5% dessas
pessoas desenvolveram a tuberculose, devido as más condições de alimentação e moradia, além das
falhas no sistema imunológico. È justamente por isso que a população de baixa renda é a mais atingida.
Antes de começar a tomar os remédios, estima-se que um doente transmite o bacilo para outras 15
pessoas. Após 15 dias de tratamento, o cliente já não transmite a doença e logo no primeiro mês os
sintomas desaparecem.
O problema é que, ao abandonar o tratamento, a doença se fortalece e pode se tornar resistente a vários
medicamentos ou mesmo a todos os remédios disponíveis, e esse é o principal complicador para o
controle da tuberculose.
Para tentar conter as taxas de desistência, a OMS recomenda a adoção do chamado tratamento
supervisionado. Nele o cliente adere a um programa e se dispõe a tomar o medicamento numa unidade
de saúde. O Ministério da Saúde também recomenda ainda a distribuição de cestas básicas e vale-
transporte à clientela que se fideliza ao tratamento supervisionado.
DOTS (Directly Observed Treatment Short Course) significa tratamento diretamente observado de curta
duração. Parte da estratégia caracteriza-se pela observação e monitorização da administração de
medicamentos, mas não deve ser entendida apenas como tal.
Na realidade, compreende um corpo de medidas que se complementam definidas pela OMS (Organização
Mundial da Saúde) como os cinco pilares da estratégia:
Sua prática desenvolve a capacidade de articulação com outros setores, promove uma aproximação com
a realidade social dos pacientes, possibilitando ampliar a capacidade de interação e atuação dos agentes,
através de estabelecimento de vínculo, acolhimento, responsabilidade, na perspectiva de garantir maior
qualidade e adesão do paciente ao tratamento.
O tratamento supervisionado no controle da tuberculose desponta no espaço saúde como capaz de gerar
mudanças na prática dos agentes envolvidos, configurando um novo modo de agir em saúde.
Histórico
O enfermeiro realiza uma história e exame físico completos. As manifestações clínicas de febre, anorexia,
perda de peso, sudorese noturna, fadiga, tosse e produção de escarro geram uma avaliação mais
completa da função respiratória, como por exemplo, avaliar os pulmões para a consolidação ao examinar
os sons respiratórios (diminuídos, sons brônquicos, estertores), frêmito, egofonia e macicez à percussão.
Os linfonodos aumentados e dolorosos também podem ser palpados. O enfermeiro também avalia os
arranjos de vida do cliente, percepções e compreensão da tuberculose e seu tratamento, bem como
aptidão para aprender.
Diagnósticos
Problemas e Complicações
Com base nos dados do histórico, os problemas interdependentes ou as complicações potenciais que
podem ocorrer incluem:
Desnutrição.
Planejamento e Metas
As principais metas para o cliente incluem a manutenção de uma via aérea permeável, conhecimento
aumentado sobre a doença e regime de tratamento e adesão ao regime medicamentoso, tolerância
aumentada à atividade e ausência de complicações.
Prescrições
Promover o cuidado domiciliar e comunitário (ensinar a autocuidado aos clientes e reforçar o cuidado
continuado).
Evolução
Mantém uma via aérea permeável controlando as secreções com hidratação, umidificação, tosse e
drenagem postural.
Demonstra um nível adequado de conhecimento (Lista os medicamentos pelo nome e o horário correto
para tomá-los; Nomeia os efeitos colaterais esperados dos medicamentos; Identifica como e quando
contactar o profissional de saúde).
Participa das medidas de prevenção (Descarta adequadamente os lenços de papel utilizados; Encoraja os
contactantes próximos a reportar para a testagem; Adere ás recomendações para a higiene com as
mãos).
Não exibe complicações (Mantém o peso adequado ou os ganhos de peso, quando indicado; Exibe os
resultados normais dos testes das funções hepática e renal).
Empreende as etapas para minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos (Toma os suplementos
vitamínicos – vitamina B, conforme prescrito, para minimizar a neuropatia periférica; Evita o uso de
álcool; Evita alimentos que contêm tiramina e histamina; Faz exames físicos e testes sanguíneos
regulares para avaliar a função hepática e renal, neuropatia, audição e acuidade visual.
CONCLUSÃO
Cabe aos sanitaristas desenvolver atividades para a manutenção e promoção da saúde, bem como para a
prevenção de doenças, sendo de sua responsabilidade o diagnóstico e a intervenção de enfermagem. Seu
objetivo é assistir as pessoas para atingirem seu potencial máximo de saúde.
Enfim, deve-se consolidar o trabalho do enfermeiro como prática social, reflexiva, numa visão que
ultrapasse o modelo biomédico. Temos que entender as reações do cliente, principalmente no
desenvolvimento da escuta, do respeito e da empatia com o sofrimento do outro. Desta forma,
conseguiremos desenvolver competências emocionais ligadas às competências técnicas, nos tornando
melhores cuidadores.
REFERÊNCIAS
2.CAMPOS, H. S. Tuberculose. Um perigo real e crescente. 1 ed., Rio de Janeiro: JBM, 1996. v.70, nº
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3.CHAUÍ, M. Cultura e Democracia: o discurso competente e outras falas. São Paulo: Moderna; 1981.
4.FIGUEIREDO, N. M. de. Ensinando a cuidar em Saúde Pública. 2 ed., São Caetano do Sul: Yendis,
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5.FIGUEIREDO, N. M. de. Método e Metodologia na Pesquisa Científica. 1. ed., São Paulo: Difusão
Paulista de Enfermagem, 2004.
6.MINAYO, M. C. S. (Org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 1. ed., Rio de Janeiro: Vozes,
1994.
8. SATIRO, A.; WUENSCH, A. M. Pensando Melhor. 4 ed., São Paulo: Saraiva, 2003.
9.TRIVIÑOS, 1987. in MINAYO, M. C. S. (Org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 1 ed.,
Rio de Janeiro: Vozes, 1994.