O autor Silvio Zamboni inicialmente relata sobre a divisão do conhecimento human
o, o qual se deu principalmente a partir de Descartes. Para desenvolver sua teor ia ele apóia-se em quatro conceitos básicos: a evidência; a divisão; a ordem e p or fim a enumeração. Mas Descartes não foi o único responsável por mudanças hist óricas, Bacon por sua vez pensou em um método experimental, indutivo e empírico; já Galileu, utilizou-se da matemática para a física e Newton uniu Bacon e Desca rtes. A divisão do pensamento em subáreas não é bem vista por Zamboni, pois apesar de ganhar em profundidade tira a amplitude do conhecimento. O autor ainda refere q ue a intuição e o intelecto estão ligados a questão do consciente e inconsciente . De forma grosseira pode-se relacionar o racional com o consciente e a intuição com o inconsciente. Sabe-se ainda que a criatividade está ligada a intuição. Em arte a intuição é fundamental, ela traz em grau de intensidade maior a imposs ibilidade de racionalização precisa. A arte não é mensurável, mais sim sentida e receptada. Tanto na arte como na ciência o ato da criação é o surgimento de alg o original. De uma forma ou outra a criatividade também está ligada diretamente a sensação da descoberta. Nas revoluções cientificas é necessário mais criatividade para assim produzir o rompimento de alguns paradigmas. A ciência é rodeada de paradigmas, ou seja, em torno de conjuntos de teorias coe rentes entre si e que não se contradizem. | Na época da ciência normal, pequenos atos criativos como a solução de quebra-cab eças, a intenção p de preservar padrões pré-estabelecidos afloraram. Esses para digmas não se mantêm eternamente, à medida que o paradigma começa a ser contesta do, contraprovas são apresentadas e aos poucos o paradigma começa a ser totalmen te ou parcialmente substituído por outro. Pode-se dizer que de uma maneira formal a arte também se desenvolve através de p aradigmas. As sucessões dos paradigmas na arte se dão de forma muito próxima aos da ciência. Contudo a elaboração dos princípios nas comunidades científicas são mais organizadas e formais do que na arte. Falando das revoluções artísticas, acredita-se que grandes mudanças muitas vez es tenham sido “mais traumáticas e difíceis” do que nas ciências exatas. O autor cita que o referencial histórico tem pouca importância para a ciência, c ontudo na arte é fundamental para a formação de qualquer artista. Para a mudança de um paradigma somente a inovação tecnológica por si própria não é suficiente, porém pode apontar novos rumos e provocar pequenas mudanças que a judam a resolver pequenos problemas. De qualquer forma as inovações tecnológicas muito têm a contribuir tanto com a arte como com a ciência, pois funciona como um quarto cérebro, ou seja, equipamentos e tecnologias avançadas que estão fora do crânio, ampliando sua capacidade. Toda vez que se fala em pesquisa, pensa-se em solucionar algo. Para solucionar a lgo é necessário alcançar um objetivo e para isso conseqüentemente é necessário trilhar um método. Este por sua vez está sempre ligado a ordem, implicando na o rganização, método a seguir etc. Ao contrário da pesquisa, a especulação não é o método mais adequado para buscar soluções e sim um método de descoberta descompromissado. As soluções podem ser encontradas inesperadamente. Para cada área científica existem modelos metodológicos diferentes entre si, uma vez que se sai das ciências exatas para as ciências humanas e sociais fica cada vez mais difícil a utilização de parâmetros quantificáveis. É necessário lembrar que toda pesquisa é iniciada uma vez que ocorra a existênci a de um problema. Os problemas resolvidos na área da arte são diferentemente res olvidos da área da ciência, muitas vezes o próprio artista deve ser o pesquisado r das descobertas. Na arte a apresentação dos resultados não é verbalizada e sim faz parte da própria arte. Já a ciência busca resultado único aos problemas apr esentados. De modo geral o artista que escreve sobre seu trabalho nem sempre faz uma pesqui sa na maior parte das vezes expressa seus conceitos, duvidas, inquietações, form as de trabalho e opiniões. O autor selecionou duas formas de obtenção de material para trabalhos, para test ar suas propostas metodológicas; as pesquisas e as dissertações e teses. As pesquisas em artes adotadas pelo CNPq são de suma importância, uma vez que é a única instituição brasileira que apóia sistematicamente as pesquisas em arte. Todas as decisões são tomadas a partir da comunidade acadêmica da área e de cons ultores também da mesma área. Assim os conceitos de pesquisas não se restringem a questões burocráticas ou de forma isolada. Quanto às dissertações e teses estes são aceitos como trabalhos de conclusão de curso e não obrigatoriamente são constituídos de pesquisas. De uma forma em geral este trabalho reúne vários conceitos e idéias que podem se r utilizados por todos aqueles que se preocupam com a questão da pesquisa em art e.