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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE

2006

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
01 O RELATÓRIO................................................................................................................................ 3
02 MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ......................................................................... 7
03 VISÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL................................................................................. 11
04 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA...................................................................................................... 14
06 DESEMPENHO ............................................................................................................................. 37
DESEMPENHO ECONÓMICO....................................................................................................... 37
Principais Indicadores ............................................................................................................. 37
Resultado Liquido ................................................................................................................... 40
Accionista ............................................................................................................................... 41
Colaboradores ....................................................................................................................... 42
Fornecedores ......................................................................................................................... 43
Clientes................................................................................................................................... 43
DESEMPENHO SOCIAL................................................................................................................. 47
Emprego................................................................................................................................. 47
Distribuição Territorial............................................................................................................... 47
Estrutura Etária e de Antiguidade............................................................................................ 47
Qualificações Profissionais ...................................................................................................... 48
Trabalho e Relações Laborais................................................................................................. 49
Paz social................................................................................................................................ 49
Condições de Trabalho.......................................................................................................... 49
Segurança do Trabalho .......................................................................................................... 50
Saúde do trabalho ................................................................................................................. 50
Infra-estruturas......................................................................................................................... 50
Formação e Educação.......................................................................................................... 51
Diversidade e Oportunidade .................................................................................................. 53
Comunidade.......................................................................................................................... 55
DESEMPENHO AMBIENTAL............................................................................................................ 59
Materiais ................................................................................................................................. 59
Energia ................................................................................................................................... 61
Água....................................................................................................................................... 62
Biodiversidade ........................................................................................................................ 62
Emissões, efluentes e resíduos ................................................................................................ 65
Fornecedores ......................................................................................................................... 67
Ruído ...................................................................................................................................... 67
Valorização das acções de carácter ambiental ................................................................... 69
07 LISTAGEM DE TODOS OS INDICADORES....................................................................................... 73
08 QUADRO COMPROMISSO COM METAS A ATINGIR NO MÉDIO LONGO PRAZO ............................ 77
09 GLOSSÁRIO................................................................................................................................. 80

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
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01 O RELATÓRIO

Âmbito / Objectivos
Consciente da sua responsabilidade para um conjunto de partes interessadas e como empresa
pública, a REFER apresenta pelo segundo ano consecutivo o seu Relatório de Sustentabilidade. Assim
como na sua primeira edição, será apresentado o desempenho económico, social e ambiental do
ano de 2006, para a empresa gestora da infra-estrutura ferroviária em Portugal.
A elaboração do presente relatório tem como principais objectivos, a divulgação interna de um
Relatório de Sustentabilidade, a apresentação do Relatório de Sustentabilidade à Tutela e a avaliação
do desempenho sustentável da REFER, numa perspectiva de futuro.
De acordo com o Despacho nº 26 811/2004, apresentado no DR II Série de 24 de Dezembro de
2004, as empresas tuteladas pelo sector de transportes devem passar a integrar nos relatórios de
actividades e contas anuais, informações relativas aos aspectos sociais e ambientais da sua
actividade, a iniciar em 2005, em documento autónomo.
A estrutura apresentada foi aprovada pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações,
Auditoria Ambiental, pelo ofício nº 51-03/03/2006.

Estrutura do GRI
O processo de elaboração do presente relatório baseou-se nas Directrizes da Global Reporting
Initiative (GRI) para a elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade, na abordagem “Adopção
Informal”, em que os relatórios se baseiam nas linhas orientadoras da GRI, mas não cumprem todo o
seu conteúdo, esta opção permite que seja adoptada a abordagem mais adequada à actual
situação da nossa organização, possibilitando a evolução progressiva para a “Adopção Formal” das
Directrizes da GRI.
A GRI é uma instituição independente, fundada em 1997, na qual participam ONG’s (Organizações
Não Governamentais), consultores, universidades e outras partes interessadas a nível mundial e cuja
missão é desenvolver linhas de orientação para a elaboração de Relatórios de Sustentabilidade.
O envolvimento das organizações na GRI é voluntário e tem em vista a informação às diversas partes
interessadas sobre os aspectos sociais, económicos e ambientais das suas actividades. Até à data,
cerca de 500 organizações de áreas distintas (química, farmacêutica, telecomunicações,
transportes, energia, autoridades públicas, entre outras) publicaram relatórios adoptando as linhas
orientadoras da GRI, algumas das quais em Portugal.

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Justificação dos Indicadores
A prossecução das actividades associadas à REFER origina uma série de impactes sobre os sistemas
económicos, ambientais e sociais nos quais a empresa opera. O conhecimento desses impactes é
fundamental para avaliar o desempenho de uma empresa em termos das três áreas da
sustentabilidade: económica, social e ambiental.
Deste modo, o leque de indicadores seleccionados ilustra o relacionamento estabelecido entre a
gestora da infra-estrutura ferroviária portuguesa e os diversos Stakeholders (entidades que coexistem
no seu ambiente empresarial).

Principais Aspectos Económicos, Sociais e Ambientais


Ao longo deste relatório serão apresentadas várias medidas realizadas ou em preparação, durante o
ano de 2006, que caracterizam o nosso desempenho económico, ambiental e social.

Assegurar a Sustentabilidade Económico – Financeira através de:


• Gerir os recursos financeiros disponíveis através de um melhor planeamento financeiro e o
controlo de utilização dos recursos, visando maximizar as comparticipações financeiras e
minimizando a utilização de recursos financeiros externos bem como o respectivo custo;
• Realização de avultados investimentos na modernização da Rede Ferroviária Nacional, tendo
em vista a revitalização do transporte ferroviário;
• Redução dos custos com pessoal, resultante da politica de ajustamento do efectivo às
necessidades da REFER;

Na vertente social, há a salientar:


• O rejuvenescimento do efectivo da empresa e consequente melhoria do nível de qualificação
profissional;
• A valorização profissional do efectivo, nomeadamente através de acções de formação;
• A atribuição de regalias de carácter social aos trabalhadores e seus familiares (transporte,
seguro, subsídios escolares, bolsas de estudo);
• O desenvolvimento do Plano de supressão e reconversão de passagens de nível e a realização
de campanhas de sensibilização para a segurança;
• A dinamização de projectos de Responsabilidade Social, nomeadamente, o Projecto Ecopistas
e o Projecto dos Quiosques Multimédia (financiado pelo POSC - Programa Operacional
Sociedade do Conhecimento).

Ao nível ambiental, é importante referir:


• Prosseguimento do desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental contribuindo para o
cumprimento faseado dos requisitos da Norma NP EN ISO 14001:2004;

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• Elaboração de Estudos Ambientais em articulação com os projectos da REFER que resultem em
novos impactes no Ordenamento do Território e a monitorização dos efeitos na fase de
exploração;
• Implementação da Gestão Ambiental, nas obras de investimento e nas prestações de serviço
na área da conservação;
• Prossecução das orientações resultantes do Plano de Gestão de Resíduos, elaborado em 2003;
• Desenvolvimento de Projectos e Mapas de Ruído dos quais resultam medidas para minimização
do ruído proveniente da circulação ferroviária.

Os diversos aspectos acima referidos são caracterizados através de indicadores, sempre que os
mesmos se encontrem disponíveis, para os anos de 2004, 2005 e 2006.

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02 MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Passado um ano sobre o primeiro relatório de sustentabilidade, importa fazer uma avaliação dos
resultados face às metas estabelecidas para o ano que findou.
A nível social, os objectivos previstos foram atingidos (e mesmo superados) nos três itens:
• Reduzir o número de efectivos para os 3.730, no final de 2006 a REFER contava com um
número de colaboradores na ordem dos 3598.
• Aumentar o peso dos quadros para 18%, reduzindo o do pessoal não qualificado para os 25%;
verifica-se mais uma vez o aumento do nível das habilitações literárias, atingiu-se o peso dos
Quadros na percentagem proposta e reduziu-se o do pessoal não qualificado para 23 %;
• Estabilizar as médias de idade e antiguidade em 45 e 20 anos, respectivamente, a continuada
política de rejuvenescimento dos recursos humanos da REFER, e consequente valorização das
qualificações, permitiu que a média etária continue a baixar em 2006 para os 44 anos e 19
anos, respectivamente.
Na outra vertente da Sustentabilidade, o ambiente, há a salientar, a prossecução da elaboração do
manual de gestão ambiental e sua adaptação à nova realidade da organização REFER. Ao longo de
2006 foi finalizada a cartografia digital das Linhas de Cascais e de Sintra e subsequentemente
concluído o mapa estratégico do ruído da primeira. Foram iniciados os programas de monitorização
das linhas do Minho e do Sul. Em relação à gestão de resíduos foram valorizadas 3.400 travessas de
betão, foi concluído o contrato de produção de estilha que incluía cerca de 7.100 toneladas e
valorizadas energeticamente 10.300 toneladas de travessas de madeira.
A nível do desempenho económico, a REFER tem vindo a prosseguir no seu objectivo de
apresentação ao Estado de uma proposta de Contrato – Programa, no qual se estabelece, com
base em princípios transparentes de relacionamento na autonomização financeira e contabilística, as
obrigações por parte da Empresa no desenvolvimento das suas actividades e, por parte do Estado, o
compromisso em assegurar o apoio financeiro através de dotações anuais pré-estabelecidas,
contemplando o Investimento e a Gestão de Infra-estruturas. A ferramenta do “e-contratos” e o
modelo de informação de contratos (MIC) foram disponibilizados e são utilizados por toda a empresa,
objectivo proposto para 2006 nesta área.
A segurança é outro pilar a referir como uma vertente fundamental de qualquer sistema de
transportes e, no caso do transporte ferroviário, esta vertente é beneficiária de um vasto conjunto de
abordagens por parte da REFER, capaz de garantir aos operadores de transporte ferroviário níveis
elevados de segurança no transporte dos seus passageiros.
É de destacar do quadro dos compromissos para 2006 a prossecução de alguns objectivos,
nomeadamente, nas estações e instalações de maior movimento têm vindo a ser alargados e
modernizados sistemas de vigilância humana e de vídeo-vigilância, com cobertura de vinte e quatro
horas, que garantem o normal funcionamento das instalações e a adequada protecção do

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património ferroviário e do público utente de tais espaços, de acordo com o estabelecido no quadro
do compromissos para 2006 e futuro.
Outro objectivo atingido, prende-se com o facto da REFER dispor de Planos de Contingência que
garantem a operacionalização de meios de socorro ferroviário e de alternativas ao transporte de
passageiros.
Na realização das campanhas de sensibilização a REFER, em articulação com as autarquias, tem
desencadeado uma vasta acção no âmbito das passagens de nível, promovendo a supressão das
que são dispensáveis e a modernização das restantes e sensibilizando as populações para a sua
correcta utilização e para os riscos associados à circulação de pessoas ao longo das linhas, e ainda,
através de campanhas de divulgação junto dos agentes ferroviários, dos utentes do transporte
ferroviário e dos confinantes do caminho-de-ferro, tendo em vista o controlo dos comportamentos de
risco e a minimização de potenciais fontes de ignição e de materiais inflamáveis no domínio
ferroviário com vista à prevenção de riscos de incêndios florestais que possam atingir as linhas de
caminho de ferro.
A REFER reconhece cada vez mais a transversalidade da sua actividade na sociedade, atendendo às
responsabilidades económicas, sociais, ambientais e de segurança assumidas.
A REFER tem assegurado o regular e contínuo fornecimento do serviço público, desenvolvendo de
uma forma eficaz actividades que proporcionem aos operadores uma infra-estrutura de transporte
competitiva, gerindo e desenvolvendo uma rede ferroviária eficiente e segura, no respeito pelo meio
ambiente.
Em 2006 apresentou uma variação positiva dos níveis de serviço prestados aos Operadores atingindo
Índices de Pontualidade REFER da ordem dos 94% nos comboios Pendulares, 93% nos comboios
Regionais e 97% nos comboios Suburbanos. Prosseguiu igualmente o esforço iniciado em exercícios
anteriores em disponibilizar aos operadores uma infra-estrutura equipada com sistemas que
proporcionam acréscimos de segurança e fiabilidade.
No final de 2006, em cerca de 55% da extensão da rede via larga (onde circulam cerca de 90% dos
comboios), estão instalados sofisticados sistemas de segurança de comando e controlo da
circulação que incluíam, além da sinalização automática de elevado nível de segurança, o sistema
de Controlo Automático de Velocidade (CONVEL) e o sistema de Frenagem Automática (ATS), bem
como o equipamento fixo do sistema de Rádio Solo-Comboio, proporcionando assim, aos
Operadores redução dos tempos de percurso, o aumento da segurança, a melhoria das condições
de exploração e a melhoria das acessibilidades.
As orientações estratégicas apresentadas em, 2006, pela Tutela para o sector ferroviário identificaram
quatro objectivos estratégicos de suporte às metas e acções prioritárias identificadas para o horizonte
2015:
• Melhorar a acessibilidade e a mobilidade, de modo a que daí decorra um aumento relevante
da quota de mercado;
• Garantir padrões adequados de segurança, de interoperabilidade e de sustentabilidade

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ambiental;
• Evoluir para um modelo de financiamento sustentável e promotor da eficiência, e;
• Promover a investigação, desenvolvimento e a inovação.

Paralelamente à dinamização do modo ferroviário, a REFER adoptou uma atitude de compromisso


com os princípios do Desenvolvimento Sustentável, criando em 2006, o seu primeiro Código de Ética
e de Conduta, com o qual se pretende reforçar os padrões éticos de actuação da Empresa, na
expectativa de que este Código constituirá um pilar fundamental da política de responsabilidade
social desenvolvida pela REFER, a valorização dos seus colaboradores, o respeito pelo meio ambiente
e o apoio à comunidade, são ainda áreas consideradas chaves para o cumprimento dos princípios
de um bom governo.
A elaboração deste relatório pelo segundo ano consecutivo, constitui, assim, um excelente
instrumento de trabalho, que permitirá acompanhar a evolução do nosso compromisso. O
conhecimento consciente dos nossos progressos e a identificação rigorosa das metas ainda por
alcançar, transmitidos de uma forma clara e transparente, serão uma força motivadora e
mobilizadora na prossecução dos nossos objectivos.
Ao proporcionarmos o conhecimento rigoroso do nosso desempenho económico, social e ambiental
estamos também a sensibilizar os nossos Clientes, Colaboradores, Investidores, Fornecedores e
Comunidade em geral para a nossa realidade, criando uma relação mais forte e de maior
confiança.
Temos consciência do longo percurso que nos falta ainda percorrer, ao nível das três vertentes do
desenvolvimento sustentável, no entanto não queremos deixar de referir os grandes esforços que
foram encetados nos últimos anos a nível ambiental e social, sem nunca descurar a matéria de
segurança.

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03 VISÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

O conceito de Desenvolvimento Sustentável é, normalmente, definido como “o desenvolvimento que


procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas,
agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de
realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e
preservando as espécies e os habitats naturais”.
O Desenvolvimento Sustentável assenta em três pilares:
• Ambiental
• Social
• Económico
O Desenvolvimento Sustentável só pode ser alcançado se estes três pilares evoluírem de forma
harmoniosa.

Visão Estratégica e Missão


A REFER tem como finalidade “Gerir a rede ferroviária nacional, nas suas vertentes de construção,
conservação, preservação do património e gestão de capacidades”. Consciente de que a
sustentabilidade de uma unidade empresarial se avalia pela sua capacidade de enfrentar os
desafios do futuro actuando no presente, de forma equilibrada em três áreas nem sempre facilmente
conciliáveis (Economia, Sociedade e Ambiente) e tendo presente o seu papel como prestador de
serviço público, definiu, como objectivos estratégicos:

ÁREA ECONÓMICA ÁREA SOCIAL ÁREA AMBIENTAL

Assegurar a sustentabilidade económico- Manter a estratégia de introdução Garantir a integração dos requisitos de

financeira, contratualizando concentrada, de novas tecnologias de protecção ambiental ao nível de

responsabilidades e compromissos. informação, associadas à modernização planeamento, concepção e evolução

Racionalizando a estrutura de custos e dos processos e desenvolvimento de de novos projectos bem como o

aumentando a contribuição das competências dos colaboradores, numa desenvolvimento de uma disciplina de

actividades extra-exploração; Optimizar o perspectiva de novas práticas de gestão, gestão ambiental alargada para toda a

nível do serviço ao cliente, assegurando orientadas para o modelo de Gestão da sua actividade, com forte incidência

em simultâneo, elevados níveis de Qualidade para a conservação e exploração da

segurança e fiabilidade da exploração rede.

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MISSÃO

Proporcionar ao mercado uma infra-estrutura de transporte competitiva, gerindo e


desenvolvendo uma rede ferroviária eficiente e segura, no respeito pelo meio ambiente.

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04 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Na sequência da Directiva Comunitária 440/91 EEC de Junho de 1991, o Governo português decidiu
adoptar um modelo de gestão do sector dos transportes ferroviários integrando 3 entidades:
Regulador, gestor de infra-estruturas e operadores.
Assim, em 1997, procedeu-se à divisão, da anterior empresa CP – Caminhos-de-Ferro de Portugal que
integrava as duas actividades – gestão de infra-estruturas e operação comercial, em duas empresas
distintas: CP – Caminhos-de-Ferro de Portugal (actualmente Comboios de Portugal, E.P.), que passou
a dedicar-se exclusivamente à exploração dos serviços de passageiros e de mercadorias, e a REFER –
Rede Ferroviária Nacional, E.P. que passou a gerir as infra-estruturas.
O objecto social da REFER, estabelecido no DL-104/97 de 29 de Abril, é a prestação do serviço
público de gestão da infra-estrutura integrante da Rede Ferroviária Nacional (RFN), competindo-lhe
igualmente a construção, instalação e renovação das infra-estruturas ferroviárias.
O processo de criação da REFER apenas ficou concluído em 1999, ano em que a Empresa assumiu
a totalidade das funções que lhe tinham sido perpetradas.

Historial

Assinatura do primeiro
Conclusão da passagem protocolo para a
para a REFER de todas as construção de uma
Início da
actividades relacionadas Ecopista, tendo por base
concepção de um
com a gestão e exploração o traçado do antigo
sistema de gestão
da Rede Ferroviária Nacional Ramal de Monção.
da qualidade
com a integração da
(SGQ), em “Estações com Vida”,
actividade de controlo e
conformidade arranque da primeira fase
gestão da circulação.
com a norma NP do projecto, abrangendo
Fundação da REFER,
A 29 de Julho de 1999 foi treze cidades. Este
com a integração EN ISO 9001:2000,
inaugurada oficialmente a projecto tem como
das actividades de a implementar na
instalação do caminho-de- objectivo requalificar o
investimento REFER.
Passagem para o ferro na Ponte 25 de Abril e o modo ferroviário e sua
provenientes dos Ex-
âmbito da REFER Eixo Ferroviário Norte – Sul, Início dos estudos envolvente, devolvendo-
Gabinetes dos Nós
das actividades de elemento fundamental nas referentes ao lhe o papel de importante
Ferroviários de Lisboa
conservação e ligações da margem sul do reaproveitamento dinamizador do
e do Porto, da Ponte
manutenção Tejo a Lisboa e que passou a do património desenvolvimento social,
25 de Abril e da
assumidas até à ser explorada por um ferroviário cultural e económico das
própria CP.
data pela CP. operador privado. desactivado. comunidades que serve..

1997 1998 1999 2000 2001

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Obtenção da
Obtenção da Certificação Realização da viagem
Certificação de
de Qualidade da ZOC inaugural da ligação directa
Qualidade da
Lisboa, de acordo com a Braga/Faro no dia 30 de O ano de 2006
Zona Operacional
Norma NP EN ISO 9001:2000, Maio de 2004. A intervenção assinala a
de Conservação
concedida pela APCER subjacente a esta ligação passagem de 150
do Porto, em
Elaboração do (Associação Portuguesa de teve por objectivo tornar este anos do caminho-
Junho de 2005, de
primeiro Directório de Certificação). Concretização eixo fundamental da rede de-ferro em
acordo com a
Rede, onde se do acordo CP/REFER relativo (Eixo Atlântico) mais Portugal, que
Norma NP EN ISO
estabelecem as à Taxa de Utilização das competitivo relativamente representou um
9001:2000,
condições de acesso infra-estruturas ferroviárias aos modos de transporte marco na História
concedida pela
e utilização da infra- referente aos anos de 1999- concorrentes. Assinatura de do nosso país, a
APCER (Associação
estrutura ferroviária 2002. Criação das Direcções um protocolo com a UMIC primeira viagem
Portuguesa de
nacional, indo ao de Ambiente e de (Unidade de Missão para a inaugural de
Certificação).
encontro do que se Segurança. Publicação do Inovação e o comboio, que
previa vir a ser o Directório de Rede 2004 Conhecimento), no âmbito Electrificação da ligou Lisboa –
estatuído no DL- elaborado de acordo com o das iniciativas relacionadas Linha da Beira – Estação de Santa
270/2003 de 28 de estabelecido no DL-270/2003 com a promoção da Baixa (Mouriscas A Apolónia ao
Outubro. 28 de Outubro. sociedade de informação. – Castelo Branco). Carregado.

2002 2003 2004 2005 2006

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Enquadramento Legal

29 de Abril de 1997

2003 2006
29 de Setembro 1 de Outubro
de 1998 de 1998

Separação INTF Primeiro 1º Pacote 1.ª Adenda ao


Operador Ferroviário para a Directório de
CP/REFER (Regulador) Independente Lei Portuguesa 2006

Decreto-Lei Criado pelo Despacho Decreto-Lei


104/97 Decreto-Lei 299- Conjunto nº 270/03
B/98 731/98 Publicado
Directório da
Rede

A Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres, Lei n.º 10/90 de 17 de Março, define que o
sistema de transportes terrestres compreende as infra-estruturas e os factores produtivos afectos às
deslocações por via terrestre de pessoas e de mercadorias no âmbito do território português ou que
nele tenham término ou parte do percurso e rege-se pela presente lei, seus decretos-leis de
desenvolvimento e regulamentos.
A 29 de Abril de 1997 foi publicado o Decreto-Lei 104/97 que cria a REFER, E.P.
A REFER é uma empresa cujo capital estatutário é 100% do Estado, sendo tutelada conjuntamente
pelos Ministérios das Finanças e das Obras Públicas.
Compete-lhe desenvolver as actividades pertinentes ao seu objecto, de acordo com princípios de
modernização e eficácia de modo a assegurar o regular e contínuo fornecimento do serviço público
da gestão de infra-estrutura integrante da Rede Ferroviária Nacional.
De acordo com o estabelecido, a REFER:
• pode praticar todos os actos de gestão necessários ou convenientes à prossecução do seu
objecto;
• conserva os direitos e assume as responsabilidades atribuídas ao Estado relativamente ao
Domínio Público Ferroviário nas disposições legais e regulamentos aplicáveis.

O Decreto-Lei 299-B/98, publicado a 29 de Setembro de 1998, cria o Instituto Nacional do Transporte


Ferroviário (INTF), que tem por finalidade regular e fiscalizar o sector ferroviário, supervisionar as
actividades desenvolvidas, assim como intervir em matéria de concessões de serviço público.
Em Setembro do mesmo ano, pelo Despacho Conjunto nº 731/98, foi dada a concessão do serviço
de transporte ferroviário de passageiros no Eixo Norte-Sul à FERTAGUS, primeiro operador privado.

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Em Maio de 2000 é publicado o Decreto-Lei n.º 93/2000, que estabelece as condições a satisfazer
para realizar no território nacional as condições de interoperabilidade do sistema ferroviário
transeuropeu de alta velocidade (transpõe a Directiva n.º 96/48/CE, do Conselho de 23 de Julho de
1996). É alterado pelo Decreto-Lei n.º 152/2003, de 11 de Julho, que procede à supressão de
omissões detectadas na transposição da Directiva nº 96/48/CE, do Conselho, de 23 de Julho.
Em Outubro de 2003, é publicado o Decreto-Lei 270/2003 de 28 de Outubro, que transpõe para o
direito nacional as Directivas nos 2001/12/CE, 2001/13/CE e 2001/14/CE, normalmente designadas por
“Pacote Ferroviário I”, visando abrir o mercado do transporte ferroviário à participação dos agentes
económicos privados, garantindo um conjunto de critérios de capacidade técnica, financeira e de
segurança.
O Decreto-Lei n.º 276/2003, de 4 de Novembro, estabelece o novo regime jurídico dos bens do
domínio público ferroviário, incluindo as regras sobre a sua utilização, desafectação, permuta e, bem
assim como, as regras aplicáveis às relações dos proprietários confinantes e população em geral
com aqueles bens, autorização legislativa concedida pela Lei n.º 51/2003, de 22 de Agosto.
Na sequência do estabelecido neste diploma legal a REFER preparou e publicou, logo neste ano, a
primeira edição do Directório da Rede que visa fornecer às empresas de transporte ferroviário a
informação essencial de que necessitam para o acesso e utilização da infra-estrutura ferroviária
nacional, gerida pela REFER e aberta ao transporte ferroviário.
Em Março de 2005 foi publicado o Regulamento nº 21/2005 do INTF que versa sobre o regime geral
de tarifação dos serviços prestados aos operadores pelo gestor de infra-estrutura.
O Directório da Rede de 2006, publicado em Setembro de 2005, foi o primeiro directório a ser
elaborado à luz das regras fixadas no Regulamento n.º 21/2005. Após a sua publicação, os
Operadores interpuseram recursos o que obrigou a REFER a apresentar os processos devidamente
instruídos à Entidade Reguladora e a disponibilizar, no decurso de 2006, várias informações adicionais
em complemento aos elementos disponibilizadas aquando da fundamentação da tarifação, com
vista à tomada de decisão por parte do INTF.
Decorrente dessa decisão foi publicada em 2006 a 1.ª Adenda ao Directório de 2006.

Áreas de Negócio
A REFER, de acordo com o seu objecto social, actua em duas áreas de negócio que se
complementam:
• Gestão e Exploração da Infra-estrutura, enquanto prestadora do serviço público de gestão da
infra-estrutura integrante da Rede Ferroviária Nacional, que engloba a gestão da capacidade,
conservação e manutenção da infra-estrutura, bem como a gestão dos respectivos sistemas
de comando e controlo e de segurança,
• Investimento na construção, instalação e renovação da infra-estrutura, actividade desenvolvida
por conta do Estado (os bens integram o domínio público ferroviário).

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

A REFER ocupa assim uma posição chave na cadeia de valor do sector ferroviário devendo garantir,
por um lado, a disponibilização de uma rede ferroviária com capacidade e condições de
exploração fiáveis, com qualidade e segurança e, por outro, o cumprimento das metas e objectivos
de modernização da rede traçados pelo Estado.

Gestão e Exploração da Infra-estrutura

A Rede Ferroviária Nacional apresentava, no final do ano de 2006, uma extensão de 3.613 km, mas
somente 2.839 km da rede registava tráfego ferroviário.
As linhas actualmente em exploração, quanto à sua extensão, assumem uma distribuição por Rede
Principal, Rede Complementar e Rede Secundária com o seguinte peso:
REDE FERROVIÁRIA
(Em Exploração)

27% VA L E N Ç A

38% V. C A S T E L O BRAGA

GUIM ARÃ ES

TUA

POCINHO
PORTO RÉGUA

ESPINHO

VISEU
AV E I R O V. F O R M O S O

GUARDA

35% PA M P I LH OS A

Rede Secundária
COIMBRA
F. F O Z
SERPINS

Rede Complementar LEIRIA


C. BRANCO

Rede Principal
TOM AR

MARVÃO
E N T R O N . TO ABRANTES

P OR TAL EG R E

Decorrente da modernização da rede, têm sido colocadas ao


SETIL
T. V E D R A S

E LVA S
SINTRA

serviço uma quantidade significativa de novas instalações e feita


LI SB OA
V. N O VA S
CASCAIS
ÉVORA

SETÚB AL

a remodelação e a reconversão tecnológica de muitas outras


BEJA

que conferem à exploração ferroviária maior segurança, maior SINES

FUNCH EIRA

fiabilidade e flexibilidade, maior adequação às necessidades da REDE PRINCIPAL

REDE COMPLEMENTAR
V. R . S . A N T Ó N I O

procura e melhor mobilidade entre modos de transporte.


REDE SECUNDARIA LA GOS TUNES

FA R O

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
18
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Apresenta-se a sua caracterização, de forma sucinta, no seguinte quadro:

CARACTERIZAÇÃO DA REDE FERROVIÁRIA NACIONAL

Com Tráfego Ferroviário

Electrificada Não
TOTAL
Electrificada
25.000V 1.500V Sub-Total

Via Larga 1.411 25 1.436 1.211 2.648


Via Única 844 - 844 1.196 2.040
Via Dupla 534 25 559 15 575
Via Múltipla 33 - 33 33
Via Estreita 0 0 0 192 192
Via Única - - - 192 192

TOTAL 1.411 25 1.436 1.403 2.839

As linhas electrificadas totalizam 1.436 km, o que corresponde


51%
a 51% da rede com tráfego ferroviário, sendo que 531 km
entraram ao serviço nos últimos 5 anos.
Actualmente existem 1.436 km de linha electrificada numa 49%
Electificada
extensão de rede com tráfego ferroviário de 2.839 km, o que Não
Electrificada
corresponde a um grau de electrificação de 51%. Desses
1.436 km entraram ao serviço 531 km no período de 2002 a 2006 o que representa um incremento
de 59% nos últimos 5 anos em relação à extensão que havia sido electrificada até ao início de 2002.
O crescimento de linhas electrificadas corresponde a ter de se manter novas infra-estruturas de
tracção eléctrica inexistentes até essa data, nas quais naturalmente se inscrevem também as
subestações de tracção para alimentação da catenária. Não se trata de substituir instalações
obsoletas por outras mais actualizadas mas sim dotar a rede com um sistema que permita aos
operadores fazer a opção entre um transporte por tracção diesel ou eléctrico. Acresce ainda que
parte desses novos sistemas foram implementados em linhas nas quais se verificou um aumento
generalizado das velocidades até aí praticadas, o que obrigou a desenvolver novos requisitos
técnicos mais exigentes para dar resposta às novas condições de circulação, o que, por sua vez,
conduz a actuações de manutenção com características distintas para garantir a sua funcionalidade
e disponibilidade.
Na Rede Ferroviária Nacional, a primeira linha a dispor de tracção eléctrica foi a Linha de Cascais,
onde se instalou um sistema em corrente continua a 1.500 Voltes, inaugurado no ano de 1926.
Apenas em 1956, ou seja 30 anos depois, entram em serviço novas electrificações, sendo a opção
técnica em corrente alterna a 25.000Volt/50 Hertz. Esta circunstância justifica o facto de anteriormente
a Linha de Cascais dispor de um sistema de electrificação distinto do observado na restante rede.
A electrificação a 25.000 Volt atinge, nos primeiros 39 anos, uma extensão de 462 km de linha. Esta
extensão é superada pelas colocações em serviço ocorridas nos últimos 5 anos, o que demonstra o
esforço de investimento que está a ser feita nesta área, conforme evidencia o gráfico seguinte:

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
19
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

LI N HA E LE CTRI FI CAD A

1.600
1.400
1.200

Km de Linha
1.000
800
600
400
200
0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006
Ano

No final de 2006, na via larga,


em cerca de 55% da sua SISTEMAS DE SEGURANÇA E CONTROLO DE COMANDOS
(Km)
extensão (onde circulam cerca
Convel 1.404
de 90% dos comboios),
ATS (Frenagem Automática) 25
estavam instalados sofisticados
sistemas de segurança de Rádio Solo/Comboio 1.400

comando e controlo da Rádio Solo/Comboio


25
s/ Transmissão de Dados
circulação que incluíam, além
da sinalização automática de
elevado nível de segurança, o sistema de Controlo Automático de Velocidade (CONVEL) e o sistema
de Frenagem Automática (ATS), bem como o equipamento fixo do sistema de Rádio Solo – Comboio.
Quanto à cobertura actual da rede com os sistemas evidenciados no quadro, será de salientar que
72% do sistema de controlo de velocidade foi instalado nos últimos 5 anos e, no mesmo período,
entrou ao serviço 69% dos quilómetros de linha equipadas com o sistema rádio solo comboio.
Estes números são expressivos do esforço da REFER em procurar disponibilizar aos operadores uma
infra-estrutura equipada com sistemas que proporcionam acréscimos de segurança e fiabilidade.

EVOLUÇÃO ANUAL DOS COMBÓIOS QUILÓMETRO REALIZADOS


Unidade : 10^3
Rede Geral
2004 2005 2006
Comboios Km - CK
Operador CP 36.646 37.611 37.289
Operador Fertagus 1.253 1.620 1.750
Total CK's 37.899 39.232 39.039

No acesso à infra-estrutura, os CK’s percorridos pelos operadores nas linhas da rede ferroviária

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
20
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
nacional, situaram-se nos dois últimos anos na ordem dos 39 milhões de CK’s (comboios quilómetro).
As medidas adoptadas tendentes à liberalização
D I STRI B UI ÇÃO D OS CK's P OR OP E RAD OR
progressiva do mercado, a iniciar pelas
mercadorias, ainda não teve impacto na procura
em 2006, continuando a existir apenas dois
Operadores, a CP, que assume 96% do tráfego na
Fertagus
rede, e a FERTAGUS com 4% confinando a sua
CP
exploração ao transporte de passageiros no eixo
Norte/Sul.

A distribuição do tráfego nas várias linhas da Rede é bastante heterogénea incidindo na Rede
Principal, que em extensão representa 39% da rede com tráfego, 73% do tráfego total.

CK's NA REDE GERAL

Rede Principal 28.392.178 DISTRIB UIÇÃ O DÕ S CK' s P O R TIP O L O G IA DA


RE DE
Rede Complementar 7.769.685
7%

Rede Secundária 2.877.119 20%

TOTAL 39.038.982
73
Rede Principal

Em 2006 manteve-se encerrado à exploração o Rede Complementar


Rede Secundária
túnel do Rossio continuando o tráfego a rebater-se
sobre a Linha de Cintura.

No campo da pontualidade, a empresa tem vindo a apresentar índices cada vez melhores, tendo
em 2006 atingindo os 97% da assiduidade no tráfego suburbano e de mercadorias, os valores mais
altos dos últimos anos. Assim, no que se refere aos Índices de Pontualidade por causas imputáveis à
REFER (IPR), verificou-se a seguinte evolução:

Í N D I CE D E P ON TUALI D AD E RE FE R

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Pendulares Internacionais Intercidades Inter-Regionais Regionais Suburbanos Mercadorias

2004 2005 2006

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
21
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Nos últimos anos, a REFER tem vindo a realizar grandes investimentos de expansão e modernização
da rede ferroviária, por conta do Estado. Estes investimentos são resultado de uma politica de
conservação que a REFER tem levado a cabo, visando a disponibilização ao operador de uma infra-
estrutura com maior segurança, fiabilidade e flexibilidade, através da modernização da rede,
colocando em serviço uma quantidade significativa de novas instalações, muitas delas inexistentes
anteriormente, e outras substituindo sistemas muito rudimentares com introdução de novas
tecnologias.

Assim nos custos da actividade de gestão das infra-estruturas existem duas grandes rubricas
dominantes, os “Fornecimentos Serviços Externos”, com destaque para os “Subcontratos”, e os custos
com Pessoal.
A evolução dos encargos com pessoal, fruto da redução do efectivo e da racionalização do
trabalho, manteve a tendência decrescente dos últimos anos.
A redução progressiva de efectivo deve-se a vários factores, designadamente:
• Novas instalações em serviço, de comando centralizado, que permitem reconverter o sistema
de exploração e libertar efectivos. Igualmente, o esforço no âmbito da supressão e reconversão
de PN’s também tem possibilitado libertar pessoal afecto ao seu guarnecimento;
• A interferência do intenso ritmo de modernização da rede nos planos de manutenção já que,
onde existiam frentes de trabalho a realizar investimentos não ocorriam, normalmente,
intervenções de manutenção nesses troços, o que permitiu dispensar trabalhadores quando se
verificava abrandamento nas acções de manutenção. A especialidade “Via” é particularmente
sensível a este facto.
• Articulação da política de gestão dos recursos humanos com a estratégia delineada no âmbito
da manutenção.

Assim, as saídas de pessoal afecto à gestão das infra-estruturas, muitas delas por negociação da
rescisão dos contratos de trabalho, surge de forma gradual ao longo dos últimos anos e com
bastante antecedência em relação à data de produção de efeitos dos contratos de manutenção
integrada.
Individualizando a evolução do
500.000
efectivo afecto à Conservação das
400.000
Infra-estruturas, e recuando ao
300.000
período de 2000 a 2005, verifica-se
uma redução progressiva dos 200.000

colaboradores nesta área 100.000

operacional pese embora a entrada 0


em serviço de novas instalações 2004 2005 2006

requerendo manutenção. No Total Custos Custos com Pessoal da Total dos Custos
com Pessoal Infra-estrutura

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
22
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
entanto, o ritmo intenso dos investimentos, em determinados períodos, tomou o lugar da
manutenção nos troços onde estavam a ocorrer as intervenções o que permitiu a saída de pessoal,
muito dele com fracas habilitações literárias e de idade avançada.
Comportamento inverso teve a rubrica FSE – Fornecimento e Serviço Externo com uma tendência
sempre crescente.
Dentro dos FSE é a classe
FORNE CI ME NTOS E SE RVI ÇOS E XTE RNOS
de “Subcontratos” que mais
contribui para esse 120.000
103.854
comportamento. As causas
80.000
86.658
dessa evolução são várias, 69.849
69.687

designadamente, as novas 40.000 54.348


43.646
infra-estruturas conferem 32.310 34.167
26.203

uma manutenção mais 0


2004 2005 2006
exigente e mais eficiente, Subcontratos

com tempos de resposta Outros Fornecimentos e Serviços


TOTAL
mais rápidos pelos reflexos
na exploração, que internamente não é possível dar resposta. O gráfico expõe a evolução do recurso
à subcontratação ao longo dos últimos anos.

FORNE CI ME NTOS E SE RVI ÇOS E XTE RNOS

120.000
103.854

80.000
86.658 69.687
69.849

40.000 54.348
43.646
32.310 34.167
26.203
0
2004 2005 2006
Subcontratos
Outros Fornecimentos e Serviços
TOTAL

Investimento
Segundo os estatutos da REFER, esta deverá desenvolver a sua actividade segundo princípios de
modernização e eficácia, utilizando para o efeito os meios disponíveis mais adequados à actividade
ferroviária e garantindo as melhores práticas, sendo que o investimento na construção, instalação e
renovação da infra-estrutura é suportado pelo Estado.
No âmbito da sua actividade investimento a REFER realizou, por conta do
Estado, projectos de investimento, na ordem dos 313 milhões de euros, tendo
em vista a modernização e desenvolvimento da Rede Ferroviária Nacional.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
23
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Deste investimento destacam-se, na Linha do Norte, a empreitada geral de modernização do troço
Azambuja – Vale de Santarém que permite assim circular integralmente em linhas renovadas entre
Vila Franca de Xira Norte e Vale de Santarém, numa extensão superior a 30 kms; a empreitada de
construção do viaduto ferroviário em Santana do Cartaxo e dos trabalhos de modernização dos
sistemas de telecomando de energia e de vídeo vigilância na Subestação de Vila Franca de Xira e
Entroncamento; a continuação da empreitada de instalação de sinalização e telecomunicações
entre Alhandra e Vale de Santarém e dos estudos para protecção da Estação de Azambuja contra as
cheias do rio Tejo; o reinicio do estudo prévio da Variante de Santarém e da modernização do
subtroço Setil – Entroncamento que permitirá que a Linha do Norte fique integralmente modernizada
numa extensão de cerca de 170 kms. Na Linha do Minho, destaca-se, a construção do viaduto
rodoviário de acesso à passagem superior, que viabilizou o encerramento da passagem de nível do
Leandro, no concelho da Maia, bem como os projectos de execução respeitantes à supressão das
passagens de nível a Norte do concelho de Viana de Castelo; a instalação do sistema de controlo
automático da velocidade dos comboios nos troços Campanhã / Contumil e Santo Tirso / Guimarães
e a ligação à Linha do Douro da Plataforma Logística da Sociedade Portuguesa de Contentores (SPC)
em Valongo; a abertura, em Dezembro de 2006, do concurso público internacional para a
adjudicação do túnel da Variante da Trofa, com 1.404 m de extensão, com a conclusão desta obra
irá notar-se uma melhoria das actuais condições operacionais da Linha do Minho e cumprimento do
tempo de percurso fixado para a ligação Porto – Vigo; a continuação dos trabalhos para a utilização
do sistema de informação ao público na área do Centro de Comando Operacional do Porto em
regime semi-automático, tendo sido possível disponibilizar o funcionamento e a instalação deste
equipamento na Estação de Ermesinde. Já na Linha de Sintra, há a evidenciar a Reabilitação do
Túnel do Rossio, sobre o qual em Outubro de 2006 foi rescindido o contrato com o Consórcio Teixeira
Duarte/EPOS existente desde Julho do mesmo ano, com base em incumprimentos contratuais quer
do ponto de vista técnico, quer de prazo. Até à data da rescisão do contrato
apenas tinham sido executados 30% dos trabalhos do contrato inicial. Em
Dezembro de 2006, foram adjudicados dois novos contratos para execução
dos trabalhos de Suporte Primário entre a Estação do Rossio – km 0+573 e o
km 0+869 – km 0+934 e para a execução dos restantes trabalhos de
Construção Civil e Especialidades, necessários à conclusão da Reabilitação do Túnel. Outro dos
destaques da Linha de Sintra é a conclusão da intervenção na Passagem Inferior do Papel, Posto de
Catenária e Diagonais do Cacém e instalação de Barreiras Acústicas (2ª fase). Na Ligação de Sines –
Elvas, em 2006, procedeu-se à Renovação Integral da Via e Plataforma da Linha de Évora – Troço
Casa Branca – Évora (P.k. 89.900/116.100), correspondente à 1ª fase. No troço Évora – Elvas foi
concluído o programa base e iniciado o estudo prévio, a decorrer em coordenação com a RAVE. É
de referir a empreitada de adaptação/alteração de sinalização, Convel, telecomunicações,
catenária, via e implementação de medidas provisórias do normativo RCT+TP (Retorno de Corrente
de Tracção - Terras de Protecção) na Linha de Sines. Na Linha do Sul – Grande Variante de Alcácer foi

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
adjudicada em Dezembro de 2006 a empreitada da 1ª Fase construção da Variante de Alcácer que
se irá desenrolar por 3 fases, correspondendo essencialmente às terraplanagens e drenagens, e foi
publicado, em Novembro, o anúncio da 2ª fase correspondendo ao Atravessamento Ferroviário do
Sado – Ponte e Viadutos. A construção desta grande Variante permitirá, além da redução do tempo
de percurso entre Lisboa e Faro em cerca de 10 minutos, o reforço da capacidade com separação
dos tráfegos de passageiros e de mercadorias entre a Variante e o troço existente, a harmonização
das condições de operação com a dos padrões dos troços adjacentes e a eventual integração no
itinerário Sines / Espanha. No que profere à modernização da Ligação ao Algarve, destaca-se a
empreitada das Barreiras Acústicas entre Ermidas e Funcheira e a consignação das Barreiras Acústicas
entre o Pk 94 e Ermidas, e os Projectos de Execução relativos às Passagens Desniveladas a construir na
zona de Alcácer do Sal, estando os mesmos em fase de revisão.
Há ainda que destacar a prossecução da construção do edifício do Centro Comando Operacional
(CCO) de Lisboa, concebido com vista à optimização da exploração da Rede e da gestão
operacional da circulação ferroviária, de forma a obter elevados padrões de fiabilidade,
disponibilidade, eficiência, qualidade e segurança.

Procedeu-se, durante o ano de 2006, à supressão / reclassificação de cerca de 150 passagens de


nível (PNs). A promoção de acções com objectivo de redução da sinistralidade nos atravessamentos
de nível, através da sua supressão, melhoria das suas condições de segurança e de campanhas de
sensibilização, foi um dos objectivos da REFER em 2006.
Em resultado, no universo das Linhas com Tráfego da rede ferroviária, atingiu-se em Dezembro de
2006 a quantidade de 1297 PNs (1348 PNs 2005), a que corresponde a densidade média de 0,457
PNs/km, tendo em 2005 este valor, sido de 0,524 PNs/Km. A distribuição do tipo de passagens de nível
em 2006 era a seguinte:

Tipo de PN Quantidade

Com Guarda 97
Automatizadas
Com meias barreiras 371 398
Sem meias barreiras 27
PN's Públicas Sem Guarda
Tipo D 307 492
5ª catª 185
Peões 174
Subtotal 1161
PN's Particulares 136

TOTAL 1297

Foram ainda desenvolvidas, diversas acções de beneficiação das condições da segurança dos
atravessamentos de nível, quer através da melhoria dos pavimentos das PNs, quer mediante a
colocação de sinalização de obrigatoriedade de utilização de sinais sonoros à aproximação de PNs
com visibilidade reduzida.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
25
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
P E SSOAL RE FE R P OR N UT I I
O esforço exercido pela REFER, nos últimos anos, tem-se
Alentejo Algarve
vindo a concretizar na diminuição progressiva de acidentes 7% 3%

Norte
em Passagens de Nível, de salientar que o número de 22%

acidentes em 2006 foi de 68, quando há dezasseis anos


atrás foi 234. O quadro que se segue mostra a forte quebra Lisboa
35%

de acidentes em PNs nos últimos dezasseis anos:


Centro
33%

ACI D E N TE S E M P ASSAGE N S D E N Í VE L - 1990 A 2006

250
225

200
175
Nº de acidentes

150
125
100

75
50

25
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

TOTAL 234 218 198 205 182 166 147 144 144 154 119 123 113 105 102 78 68
Colhidas 35 45 38 34 22 18 18 22 17 25 15 17 18 15 18 19 11
Colisões 199 173 160 171 160 148 129 122 127 129 104 106 95 90 84 59 57

Dimensão da Organização
Em 2006 o número médio de trabalhadores situou-se nos 3654, resultado de 113 entradas e de 366
saídas, 87% das quais através de rescisão por mútuo acordo. Deste valor há a destacar uma maior
incidência do efectivo da empresa na região de Lisboa e do centro do país.

milhares de euros

REFER 2003 2004 2005 2006

Prestações de Serviços 76.083 69.506 65.283 83.167


Valor Acrescentado Bruto 86.208 72.008 54.229 46.001
Activo Líquido 5.677.670 6.046.156 6.504.882 6.914.189
Capitais Próprios 2.576.162 2.445.437 2.447.126 2.317.036
Investimento 714.398 494.179 426.337 312.510
Efectivo Médio (nº) 4.814 4.362 4.024 3.654

PIB (preços correntes) 135.822 141.124 144.883 155.289

Inv. REFER/PIB 526,0% 350,2% 294,3% 201,2%

Fonte: Refer, INE

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
26
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

Organigrama Vocacionado para o Negócio da REFER

Conselho de Administração

Direcção de Direcção de
Comunicação e Auditoria e Sistemas
Imagem de Qualidade

Direcção de
Relações Direcção de
Internacionais Ambiente

Direcção Geral de Direcção Geral de Direcção Geral de N. do Projecto


Organização e Engenharia e Exploração de Infra- CCO’s
Desenvolvimento Construção estrutura

Direcção Geral de
Planeamento e
Controlo Estratégico

Direcção de
Economia e
Finanças

Direcção de
Património
Imobiliário

Enquadramento no sector da gestão de infra-estrutura dos transportes


A análise, que se apresenta neste Capítulo, baseia-se na comparação dos dados relativos a um
conjunto de empresas que se considerou representativo da actividade de “Gestão de Infra-estruturas
de Transportes” em termos de indicadores económicos.
Ao recolher os dados relativos ao sector em questão, verificou-se que ao nível dos dados disponíveis
no INE, este sector “Transportes, armazenagem e comunicações” CAE 6 (Classificação das
Actividades Económicas) incluía actividades tão distintas como:
• Transportes terrestres, transportes por oleodutos ou gasodutos (pipelines), onde se incluem os
Caminhos-de-ferro;
• Transportes por água;
• Transportes aéreos;
• Actividades Anexas e Auxiliares dos Transportes, Agências de Viagem e de Turismo;
• Correios e Telecomunicações;
A REFER está incluída na CAE – Outras Actividades Auxiliares dos Transportes Terrestres (63210), que

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
27
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
inclui empresas com actividades muito variadas, muitas das quais dificilmente comparáveis com a
REFER, nomeadamente agências de viagem, parques de estacionamento e empresas de
armazenagem.
Pelo exposto, optou-se por abandonar esta fonte de informação.
Para esta mesma CAE, a Central de Balanços do Banco de Portugal apresenta anualmente,
indicadores económicos relevantes do ano anterior, para um grupo mais restrito de empresas.
Assim sendo, optou-se por utilizar como termo de comparação com a REFER, os valores apurados
pela Central de Balanços, apresentando-se no quadro seguinte uma síntese dos indicadores
seleccionados.

Valores da Empresa Valores Médios do Sector

2003 2004 2005


2003 2004 2005
(33 Empresas) (39 Empresas) (34 Empresas)

Vendas e
76.082.682 69.506.312 65.282.830 23.593.145 23.119.120 30.365.821
Prestações de Serviços
VAB 86.207.600 72.008.312 54.229.182 19.172.442 18.414.928 26.368.120

Custos com Pessoal 124.850.487 120.512.223 116.158.899 6.040.292 5.368.637 6.100.519

Emprego (nº Pessoas) 4.803 4.330 4.024 240 210 215

Fonte: Banco de Portugal e Relatório


e Contas REFER

Da análise do quadro anterior, constata-se:


• O valor das Vendas e Prestações de Serviços da REFER, é bastante superior à média do sector,
tendo vindo a diminuir nos anos em análise, enquanto que a média do sector tem vindo a
aumentar. É de referir que o valor das Vendas e Prestações de Serviços para 2006 foi de
83.166.785 euros, aumento bastante significativo, derivado da vendo do edifício
INTRTREPÚBLICA.
• O Valor Acrescentado Bruto (VAB) da REFER, apresenta valores bastante superiores aos da média
do Sector. No entanto é de salientar que embora o VAB da REFER tenha vindo a diminuir, nos
anos em análise, em média nas empresas do sector aumentou de 2004 para 2005.
• Os indicadores, custos com o pessoal e efectivo da REFER, têm uma dimensão muito elevada
quando comparado com a média das restantes empresas do sector.

Face às disparidades detectadas, optou-se por restringir a análise a um grupo de empresas, cuja
actividade é a gestão de infra-estruturas de transporte, embora não pertencendo à CAE da REFER.
O Grupo seleccionado integra 6 empresas ligadas ao transporte aéreo, rodoviário e ferroviário (REFER)
possibilitando assim um melhor enquadramento da actividade da empresa.
As empresas seleccionadas foram, para além da REFER, a BRISA – Auto-estradas de Portugal S. A, a
Lusoponte Concessionária para a Travessia do Tejo, S.A., ANA Aeroportos de Portugal, S.A., Auto-
Estradas do Atlântico, Concessões Rodoviárias de Portugal, S.A.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
28
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Valores da Empresa Valores Médios do Sector

2003 2004 2005


2003 2004 2005
(5 Empresas) (7 Empresas) (6 Empresas)

Vendas e
76.082.682 69.506.312 65.282.830 140.366.568 110.446.133 138.939.245
Prestações de Serviços

VAB 86.207.600 72.008.312 54.229.182 120.663.010 93.750.039 120.021.200

Custos com Pessoal 124.850.487 120.512.223 116.158.899 36.794.702 27.212.939 31.152.121

Emprego (nº Pessoas) 4.803 4.330 4.024 1.432 1.045 1.086

Fonte: Banco de Portugal e Relatório


e Contas REFER

Constatou-se que no grupo de empresas mais reduzido, para os períodos analisados, a REFER
continua a destacar-se.
Os indicadores transmitem de uma forma simples a realidade da REFER: uma empresa de grande
dimensão, com grande preocupação na prestação de um serviço de qualidade, com um elevado
nível de investimento realizado por conta do Estado, e que tem como missão a prestação de um
serviço público (patente num Volume Vendas e Valor Acrescentado Bruto baixos).

Grupo REFER
A REFER tem participações num conjunto de empresas criadas no
âmbito da reorganização do Sector Ferroviário, que se iniciou na
década de 80, ainda antes da criação da própria REFER, e que,
pela natureza da sua actividade complementam a actividade da
gestão de infra-estruturas ferroviárias.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, EP

TELE- GESTÃO FORMAÇÃO ACTIVIDADES GESTÃO DOS


COMUNICAÇÕES ESPAÇOS
IMOBILIÁRIA PROFISSIONAL FERROVIÁRIAS COMERCIAIS

REFER
TELECOM, SA INVESFER, SA FERNAVE, SA FERBRITAS, SA CP COM, SA

100% 99,33% 10% 98,43% 80%

GIL, SA
33%

RAVE, SA
40%

METRO
MONDEGO, SA
2,50%
REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.
Relatório de Sustentabilidade 2006
29
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Das Participações REFER destacam-se as actividades das empresas que são detidas em mais de 50%
pela Empresa mãe.

O estabelecimento, gestão e exploração de infra-estruturas e sistemas de


telecomunicações, a prestação de serviços de telecomunicações, bem como o
exercício de quaisquer actividades que sejam complementares, subsidiárias ou
acessórias daquelas, directamente ou através de constituição ou participação em
sociedades.

Promoção e comercialização de terrenos e edifícios, gestão de


empreendimentos imobiliários, aquisição e venda de bens imóveis,
bem como a constituição de direitos sobre os mesmos bens.

Prestação de serviços de consultoria e assistência técnica, industrial e


comercial, no domínio dos transportes e outros, realização de empreitadas
de obras públicas e de construção civil, exploração industrial e comercial
de pedreiras e actividade de gestão da qualidade em empreendimentos
da construção.

Promoção e comercialização das lojas e espaços comerciais existentes ou


a criar nas estações e gares dos caminhos-de-ferro portugueses, existentes
ou futuras.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
30
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

ESTRUTURA DE GOVERNAÇÃO
REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.
Relatório de Sustentabilidade 2006
31
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Áreas de Actividade dos Membros do Conselho de Administração
O Governo é responsável por definir os objectivos gerais a prosseguir pela REFER e o enquadramento
no qual se deve desenvolver a respectiva actividade de modo a assegurar a sua harmonização com
as politicas globais e sectoriais do país.
O Conselho de Administração é composto por cinco membros: Presidente, Vice – Presidente e três
Vogais, são seleccionados pelo Governo, exercem funções por um período de três anos e podem ser
reeleitos.
Ao Conselho de Administração compete, em geral, o exercício de todos os poderes necessários para
assegurar a gestão e o desenvolvimento da Empresa e a administração do seu património, sem
prejuízo dos poderes da tutela. Naturalmente, os membros do Conselho de Administração têm de
assegurar os deveres e obrigações legalmente estabelecidas para os gestores públicos, dos quais o
mais importante é a ausência de conflito de interesses.
O actual Conselho de Administração da REFER tomou posse no final do ano de 2005. O quadro a
seguir apresenta os membros do Conselho de Administração e as suas áreas de actividade:

Direcção Geral de Engenharia e Construção;


Presidente do Conselho de
Administração Direcção Geral Organização e Desenvolvimento;
Direcção Geral de Engenharia e Construção;
Presidente do Conselho de
Luís Filipe Melo e Sousa Pardal, Eng.
Administração
Ambiente
Direcção Geral Organização e Desenvolvimento;
Luís Filipe Pardal, Eng. Ambiente

Economia e Finanças
Vice-Presidente do Conselho Economia e Finanças
de Administração
Vice-Presidente do Conselho Direcção Geral de Planeamento e Controlo Estratégico
de Administração Direcção Geral de Planeamento e Controlo Estratégico
Alfredo Vicente Pereira, Dr. Património Imobiliário
Alfredo Vicente Pereira, Dr. Património Imobiliário

RelaçõesInternacionais
Relações Internacionais
Vogal dodo
Vogal Conselho
Conselhode
de FundosComunitários
Fundos Comunitários
Administração
Administração
Auditoria
Auditoria
Romeu
Romeu Costa
Costa Reis,
Reis, Dr.Dr.
Comunicação
Comunicação e Imagem
e Imagem

Vogal do Conselho de
Vogal do Conselho de
Administração Direcção Geral de Exploração de Infra-estruturas
Administração
Alberto Castanho Ribeiro, Eng.º Direcção Geral de Exploração de Infra-estruturas
Alberto Castanho Ribeiro, Eng.º

DGEI:
Tarifação de Acesso à Infra-estrutura
DGEI:
Vogal do Conselho de
Administração Direcção de Gestão de Contratos Comerciais
Tarifação de Acesso à Infra-estrutura
Vogal
Carlos do Conselho
Alberto Fernandes,de
Eng.º Articulação com o Contrato de Concessão da Fertágus
Administração Direcção de Gestão de Contratos Comerciais
Contratualização com o Estado
Politicas Transversais daCarlos
Empresa
Alberto (Qualidade,
Fernandes, Eng.ºSegurança, Ambiente
Articulação e Contrato
com o Social) de Concessão da Fertágus
Contratualização com o Estado

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
32
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

QUALIDADE SEGURANÇA AMBIENTE

Garantir o cumprimento dos


Garantir a implementação e Garantir a implementação dos
requisitos de protecção
manutenção de Sistemas da requisitos necessários à
ambiental ao nível do
Qualidade e de monitorização Segurança, com o objectivo
planeamento, concepção e
de desempenho em de eliminar a sinistralidade e os
execução de novos projectos,
conformidade com a prejuízos materiais e pessoais,
bem como, na exploração e
estratégia e objectivos beneficiando os valores da
conservação da rede,
definidos comunidade, do Estado, da
enquadrado na lógica de um
Empresa e dos seus
Sistema de Gestão Ambiental
trabalhadores.
e num processo, implícito, de
melhoria contínua.

SUSTENTABILIDADE

SOCIAL

Assegurar o alinhamento das actividades de Gestão dos Recursos


Humanos com a estratégia global da empresa. Definir as linhas
orientadoras e as ferramentas de gestão de Recursos Humanos,
que permitam atingir bons níveis de satisfação/motivação e de
produtividade nos colaboradores da empresa. Apoiar iniciativas
desenvolvidas no âmbito da promoção do desenvolvimento da
comunidade em que se insere.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
33
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
QUALIDADE

A Qualidade é uma preocupação explícita da REFER desde 2000.


A par da implementação e consolidação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) nas
Zonas Operacionais de Conservação, Lisboa, Porto (já certificadas), a REFER pretende adaptar
o SGC à totalidade da DGEI, implementação na DGEN e implementação nas Direcções de
Suporte e Apoio.
Ainda no âmbito da qualidade a empresa está apostada em optimizar a gestão e controlo dos
investimentos/contratos e em fomentar a optimização de processos e promover a
normalização da infra-estrutura.
Objectivo 2006: Consolidação / melhoria do SGC das unidades certificadas, prosseguimento
do processo a outras unidades orgânicas da REFER dos órgãos centrais da Exploração e
entrada em funcionamento do sistema de monitorização de desempenho. Arranque da
certificação da ZOC Centro e da Direcção Geral de Engenharia.
Objectivo 2007: Melhorar a qualidade dos projectos de Engenharia gerindo a sua execução de
acordo com a ISO:9001:2000. Aumentar o número de colaboradores enquadrados pelo SGQ.

SEGURANÇA

A segurança na REFER é entendida como uma responsabilidade de todos e de cada um,


requerendo a cooperação institucional e a participação empenhada e responsável de todos os
colaboradores.
A política de Segurança cobre essencialmente três vertentes:
Segurança no Trabalho, quer dos colaboradores quer junto dos empreendimentos construtivos.
Segurança das Instalações, quer na vertente de emergência quer de vigilância das mesmas.
Segurança da Exploração como apoio aos Órgãos que desenvolvem estas actividades.
Objectivo 2006: Implementação do Sistema e Gestão de Segurança, conforme Directiva
Comunitária, centralização dos sistemas de monitorização de vídeo vigilância, identificação de
sistemas e equipamentos de segurança, análise das ocorrências e apresentação das medidas
correctivas contratualização do Socorro Ferroviário.
Objectivo 2007: Dispor dos principais riscos profissionais (segurança e saúde do trabalho) existentes
na empresa. Reforçar enquadramento de empreiteiros e prestadores de serviços na politica da
segurança do trabalho REFER. Reforçar sistemas de vigilância das instalações. Dotar todos os
estabelecimentos com sistemas de emergência.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
34
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
AMBIENTE

Dando continuidade ao desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental, iniciado em


2003 assente no referencial da Norma NP EN ISO 14001:2004, a REFER traçou objectivos a
médio/longo prazo cuja exequibilidade assenta em metas estabelecidas anualmente.
Metas 2006: Foi iniciado o processo de monitorização ambiental dos projectos de
investimento, dada prossecução aos trabalhos conducentes à elaboração dos mapas e
planos de redução de ruído e recuperados passivos ambientais na área dos resíduos,
destacando-se a valorização de travessas de madeira e de betão.
Metas 2007: As actividades relevantes identificadas para 2007 assentam na continuidade
do processo de monitorização ambiental dos projectos de investimento, na prossecução
dos trabalhos conducentes à elaboração dos mapas e planos de redução de ruído e na
expansão da rede de recolha selectiva de resíduos.

SOCIAL

No âmbito da política social a actuação da REFER pode ser analisada em duas vertentes:
1.Responsabilidade social interna – As políticas de recursos humanos e de segurança e saúde
até hoje implementadas são demonstrativas de uma observância atenta e continuada das
necessidades dos colaboradores, reflectindo-se nomeadamente ao nível do conjunto de
apoios à educação e de incentivos ao desenvolvimento profissional quer dos colaboradores da
empresa quer dos seus familiares (lar ferroviário, colónias de ferias, apoio a Associações
desportivas e sociais ferroviárias , etc); Programa de apoio à deficiência, nomeadamente no
que respeita aos problemas de mobilidade e/ou de meios de trabalho adaptados às diferentes
deficiências; Melhoria qualitativa dos processos de trabalho através do incremento da
digitalização e dos meios electrónicos de arquivo e de transmissão da informação (abandono
gradual do arquivo tradicional em suporte papel).
2.Responsabilidade social externa – nesta vertente a actuação da REFER tem-se centrado no
relacionamento com os utentes e as populações vizinhas da Rede Ferroviária Nacional. A este
nível regista-se nomeadamente:
a) o apoio à reabilitação urbana das estações e zonas envolventes em colaboração com
as Autarquias;
b) a realização de campanhas de promoção do uso do transporte público (e,
particularmente, da ferrovia) nas zonas urbanas e na sensibilização para o respeito das
regras de segurança em passagens de nível;
c) a recolha periódica de sangue junto dos colaboradores para entrega aos serviços de
saúde;
d) a divulgação da actividade da empresa e suas associadas através do Portal;
e) Manutenção de um programa de estágios académicos protocolados com várias
instituições académicas de ensino médio e universitário;
f) Apoio a instituições de carácter social como Associações de Bombeiros Voluntários de
várias localidades e organizações não governamentais como os Médicos do Mundo.
g) Em 2006 a REFER promoveu o lançamento do Código de Ética. Este documento propõe
um conjunto de princípios gerais de conduta, determinantes para a qualidade dos
serviços prestados, procurando igualmente estimular uma dinâmica de aplicação de
boas práticas empresariais.
Objectivo 2006: Ajustamento do efectivo às necessidades da REFER.
Objectivo 2007: Continuação da política de ajustamento, qualificação e rejuvenescimento do
efectivo da REFER.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
35
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
36
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
06 DESEMPENHO

DESEMPENHO ECONÓMICO
A REFER, que tem como objecto principal a prestação do serviço público de gestão da infra-estrutura
ferroviária nacional, procura desempenhar um papel determinante no sentido de inverter a tendência
de utilização do transporte individual, através da melhoria do serviço prestado aos utilizadores da
ferrovia, oferecendo-lhes segurança, conforto, rapidez e pontualidade, atributos que são perceptíveis
e valorizados pelo consumidor.
No âmbito da sua actividade a REFER tem dinamizado, por conta do Estado, grandes projectos de
investimento, tendo em vista a modernização e desenvolvimento da Rede Ferroviária Nacional,
Modernização, porque só assim é possível proporcionar aos operadores condições que lhes
permitirão oferecer um serviço de qualidade aos utilizadores finais. Desenvolvimento, porque a Rede
Ferroviária Nacional deve cobrir o território nacional independentemente da importância de cada
troço, contribuindo para a coesão e o desenvolvimento económico e social de todas as regiões do
país. Em resumo, atendendo às crescentes necessidades de mobilidade da população e em
perfeita sintonia com o mercado europeu, a REFER tem a sua estratégia orientada para a
revitalização e promoção da utilização do comboio como meio de transporte preferencial em
condições de fiabilidade e segurança, e em sintonia com as políticas ambientais.

Principais Indicadores

A REFER nos últimos quatro anos investiu por I nvest iment o em Modernização
conta do Estado um valor de cerca de 2
800.000 714.399
mil milhões de euros na modernização da
Rede Ferroviária Nacional, situação que se 600.000 494.179

reflecte no aumento do Total do Activo. 426.337


400.000
312.510

200.000

0
2003 2004 2005 2006

No sentido da análise exaustiva da Modernização e Desenvolvimento que a REFER pretende levar a


cabo, a avaliação de indicadores característicos será uma boa ferramenta.
Assim, os indicadores mais adequados:

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
37
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
E volução do Financiament o do I nvest iment o
A progressiva redução dos apoios
750.000
financeiros do Estado, e apesar
da difícil situação económica do
600.000
país, a REFER, tem conseguido
milhares de euros

450.000 manter o seu plano de


Investimentos. Assim, em 2006, o
300.000
total do investimento da REFER foi
de 265.873 mil euros, quando
150.000
em 2002 esse valor tinha sido de

0 528.508 mil euros. Derivado da


2002 2003 2004 2005 2006
envolvente económica, nota-se
PIDDAC Financiamento Comunitário Outras assim uma quebra significativa
do financiamento estatal (Orçamento Estatal), comparticipando em 2006 cerca de 1,7% do volume
anual do investimento. Este facto influenciou o aumento do recurso ao financiamento externo, o que
conduziu a uma degradação da situação económica e financeira atingindo o passivo, em 4,6 mil
milhões de euros.
Milhares de euros

2004 2005 2006


Total do Passivo 3.600.719 4.059.366 4.597.153

Capitais Próprios 2.445.437 2.440.886 2.317.036

Total do Activo 6.046.156 6.500.252 6.914.189

Aut.Financeira 0,40 0,38 0,34

O Passivo da REFER tem vindo a crescer nos últimos anos, atingindo em 2006 o valor de 4.597.153 mil
euros, tendo aumentado de 2005 para 2006 em 13%.

2004 2005 20 06

40% 38% 34%

60% 62%
66%
Total do Passivo Total do Passivo
Capitais Próprios Capitais Próprios Total do Passivo
Capitais Próprios

O aumento do Passivo é justificado pelo recurso ao endividamento a instituições de crédito,


devido por um lado para a cobertura dos investimentos em ILD’s, por outro para fazer face ao
crescente défice de exploração.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
38
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
milhares de euros

ESTRUTURA DO ENDIVIDAMENTO 2004 2005 2006

Passivo Médio e Longo Prazo 2.343.127 2.920.438 4.088.527

Passivo Curto Prazo 1.257.592 1.138.929 508.626

TOTAL DO PASSIVO 3.600.719 4.059.366 4.597.153

Pelos gráficos seguintes, podemos constatar o aumento do recurso a Instituições de Crédito Médio
Longo Prazo.
2004 2005 2006

11%
35% 28%

65%
72%

89%
Passivo Médio e Longo Prazo Passivo Médio e Longo Prazo
Passivo Médio e Longo Prazo
Passivo Curto Prazo Passivo Curto Prazo
Passivo Curto Prazo

No que refere ao valor do Capital Próprio da REFER, verifica-se uma redução ao longo dos últimos
anos, devido principalmente à inexistência de dotações de capital por parte do Estado e pelos
sucessivos anos com resultados líquidos negativos.
milhares de euros

2004 2005 2006

CAPITAL PRÓPRIO 2.445.437 2.440.886 2.317.036

milhares de euros

2004 2005 2006


Volume de Negócios 97.852 92.384 112.165

Resultado Operacional -88.807 -87.713 -99.681

Resultado Liquido -154.157 -156.007 -201.702

Resultados Operacionais
Os Resultados Operacionais atingiram o valor negativo de 99,68 milhões de euros, o que representa
um agravamento de 8% (7,5 milhões de euros), comparativamente com o ano de 2005.
Este agravamento é resultado da política de
Re sultado s O pe r ac io nais
conservação que a REFER tem levado a cabo,
visando a disponibilização ao operador de uma 2004 2005 2006
-80.000
infra-estrutura com maior segurança, fiabilidade e
-88.807
flexibilidade, através da modernização da rede, -90.000 -92.168

colocando em serviço uma quantidade


-99.681
significativa de novas instalações, muitas delas -100.000

inexistentes anteriormente e outras substituindo


-110.000

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
39
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
sistemas muito rudimentares, com introdução de novas tecnologias, origina um crescimento
acentuado da rubrica de subcontratos, uma vez que as novas infra-estruturas conferem uma
manutenção mais exigente e mais eficiente, com tempos de resposta mais rápidos pelos reflexos na
exploração dado tratar-se, frequentemente, de sistemas de concepção centralizada, que
internamente não é possível dar resposta.

Resultados Financeiros
O Resultado Financeiro agravou-se face a igual Re sultado s Financ e ir o s

período do ano anterior, devido ao aumento do 2004 2005 2006


0
endividamento e das taxas de juro associadas.
A REFER tem vindo a recorrer ao endividamento, por
-40.000 -52.675
-53.768
um lado, para fazer face à cobertura dos
investimentos em ILD’s e por outra devido ao
-80.000
-98.255
crescente défice de exploração. A agravar esta
situação ao longo do exercício de 2006 recorreu-se -120.000

à utilização de elevados níveis de crédito curto


prazo, reflectindo um agravamento em termos de taxa de juro, só no ultimo trimestre deste ano é que
se concretizou a operação de refinanciamento a longo prazo, no montante de 1,1 mil milhões de
euros, consolidando a totalidade da divida de curto
prazo. Result ado E xt raordinário

2004 2005 2006


0
-3.632

-5.000
Resultados Extraordinários
Traduzindo os esforços desenvolvidos no âmbito da -10.000 -11.486

gestão, reflectindo num reconhecimento e planeamento -15.000


-15.456

atempado dos custos e proveitos, os Resultados


-20.000
Extraordinários apresentam uma melhoria de 7%, face ao
período homólogo do ano anterior.

Resultado Liquido
A degradação na situação económica da REFER é justificada, por um agravamento do défice de
exploração. Para exercer a actividade de gestão da infra-estrutura ferroviária, a REFER cobra aos
operadores uma taxa de utilização que deveria tender, progressivamente, para a cobertura total dos
custos de gestão da rede ferroviária, até, e de acordo com o estabelecido no art.º 8º Decreto-Lei nº
104/97, deveriam ser atribuídas, a título de indemnizações compensatórias, as verbas necessárias ao
equilíbrio financeiro das suas contas, na lógica da titularidade dos direitos sobre a rede ferroviária
pertencer ao Estado, o que na realidade não tem sucedido. Por outro lado, a determinação do

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
40
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
cálculo das tarifas considera toda a capacidade potencial de venda, mas a receita obtida
corresponde à utilização efectiva, que em 2006 correspondeu apenas a 42%. Um outro factor que
condiciona a receita é o facto das tarifas
Re sultado L íquido
terem o crescimento condicionado a um
2004 2005 2006
“price cap” definido regulamentarmente.
0
Existiu ainda uma diminuição das
-50.000
contribuições do Orçamento de Estado,
quer sob a forma de dotações de capital, -100.000

quer ao abrigo do PIDDAC Capitulo 50, o -154.157 -160.369


-150.000
que implicou um sistemático recurso ao -201.702
-200.000
endividamento, consequentemente um
incrementos dos juros de financiamento. -250.000

STAKEHOLDERS

Accionista

Clientes Colaboradores

Fornecedores

Accionista
O Estado enquanto único accionista da REFER tem um papel primordial no desenvolvimento
sustentável da Empresa, tendo o compromisso de assegurar apoio financeiro à REFER quer através da
atribuição de dotações financeiras anuais, quer na sua vertente de investimento, quer na de gestão
da infra-estrutura.
Nos últimos 3 anos, as prestações financeiras do Estado foram as seguintes:

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
41
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
milhares de euros

2004 2005 2006

Dotações de Capital 0 0 0

Capitulo 50 do Orçamento de Estado 20.630 18.054 4.508

Indeminizações Compensatórias 28.345 27.101 28.998

TOTAL 48.975 45.155 33.506

Conforme se evidencia, o esforço financeiro do Estado tem diminuído nos últimos anos, situando-se o
contributo para o investimento, no valor de 5064.508 mil euros, em 2006 enquanto que no ano
anterior esse valor tinha sido de 15518.054 mil euros.
De notar, contudo, que a importância do Estado enquanto accionista passa também pela
concessão de avales a pedidos de empréstimo da REFER, e pelo peso que tem na atribuição da
notação de rating (normalmente indexada à notação da República Portuguesa).

Colaboradores
Em 31 de Dezembro de 2006, o efectivo da REFER era de 3598 colaboradores. A nível financeiro, os
custos com o pessoal, são a rubrica que apresenta uma maior expressão no total dos custos.

2004 2005 2006

Número de colaboradores a Dezembro 4.258 3.849 3.598

Nos últimos anos tem-se vindo a assistir a uma diminuição do número de colaboradores na empresa
o que está a influenciar a diminuição dos custos com o pessoal:
milhares de euros

Estrutura de custos com Pessoal 2004 2005 2006

Remunerações 91.726 87.880 83.461

Encargos Sociais 28.786 28.279 26.836

Total Custos com Pessoal 120.512 116.159 110.297

Custos Totais 336.443 359.408 451.976

Peso Custos com Pessoal 35,82% 32,32% 24,40%

Como se pode constatar, o peso dos custos com o pessoal no total dos custos da empresa tem
vindo a diminuir, sendo em 2006 de 24,4%.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
42
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Fornecedores
A importância da REFER relativamente a este grupo de “stakeholders” pode ser analisada em duas
vertentes:
1. Investimento – em que a Empresa assume uma importância primordial;
2. Actividade de conservação e manutenção da infra-estrutura – que, conforme se verifica no
quadro, atingiu neste mesmo ano cerca de 69,7 milhões de euros (Subcontratos), a que se
deverá acrescer os 34 milhões de euros da actividade corrente da empresa.
milhares de euros

Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) 2004 2005 2006

Subcontratos 43.646 54.348 69.687

Fornecimentos e Serviços 26.203 32.310 34.167

Total dos FSE 69.849 86.658 103.854

Peso dos SubContratos no Total dos FSE 62,49% 62,72% 67,10%

Custos Totais 336.443 359.408 451.976

Peso Custos com FSE no Total dos Custos 20,76% 24,11% 22,98%

Clientes
No grupo dos grandes clientes da REFER, estão as empresas CP – Comboios de Portugal e a
FERTAGUS.
O cliente CP, em 2006 realizoupercorreu cerca de 37,2 milhões de Comboios / Quilometro (CKs), que
são traduzidos em 51 milhões de euros. Já a Fertagus realizouFERTAGUS percorreu 1,7 milhões de CKs,
que se traduziram em 2,4 milhões de euros.
A importância relativa dos dois operadores e a evolução da Taxa de Uso facturada está patente no
gráfico.
E volução Taxa de Uso e Comboios/ Kilómet ro

60.000 40.000

35.000
50.000

30.000

40.000
milhares de euros

25.000
milhares de CK's

30.000 20.000

15.000
20.000

10.000

10.000
5.000

0 0
2004 2005 2006

CP Fertagus Operador CP Operador Fertagus

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
A evolução do valor da Taxa de Uso cobrada aos operadores ferroviários, é retratada no seguinte
quadro:
milhares de euros

2004 2005 2006

CP (taxa de uso) 55.755 54.934 51.318

Fertagus (taxa de uso) 2.438 3.271 2.454

Total Facturação Taxa de Uso 58.193 58.205 53.772

Total Proveitos 182.286 199.108 250.408

Peso CP/Total Proveios 31% 28% 20%

milhares de ck's

ck Realizados 2004 2005 2006

Operador CP 36.646 37.611 37.289

Operador Fertagus 1.253 1.620 1.750

Total ck's 37.899 39.231 39.039

A rubrica com maior peso no total dos proveitos desta actividade é a taxa de utilização (59%) tendo
registado o montante de 53,8 milhões de euros, o que correspondeu a um decréscimo de 2.9%
comparativamente com o período homólogo do ano anterior. De salientar que nesse montante está
incluído um ano completo de cobranças à FERTAGUS o que não acontecia nas receitas de taxa de
utilização de anos anteriores.

Para efeito comparativo deveria fazer-se a


E VOLUÇÃO TU SE RVI ÇOS E SSE N CI AI S
OP E RAD ORE S CP + FE RTAGUS harmonização entre o ano de 2006 e 2005, ou
56.000 seja, reflectir em 2005 o impacto de uma

55.000
anuidade completa do operador FERTAGUS o que
nos projectaria para proveitos pela prestação dos
54.000
serviços essenciais de 57,7 milhões de euros nesse
53.000
ano, (o que significava uma descida de 7%).
52.000
2004 2005 2006
E VOLUÇÃO TU SE RVI ÇOS E SSE N CI A I S
A evolução dos proveitos dos serviços essenciais OP E RAD OR CP
58.000
para os dois operadores é evidenciada neste
gráfico, sabendo que, em anos anteriores a 2005, 56.000

o operador FERTAGUS usufruía de um regime


54.000
especial.
52.000
Analisando a evolução das receitas com o
Operador CP, que é o detentor da quase 50.000
2004 2005 2006

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
totalidade do tráfego que circula na rede ferroviária nacional, representa 96% dos CK’s realizados,
torna mais evidente a evolução anual dos proveitos relativa aos serviços essenciais.
As tarifas publicadas no Directório da Rede de 2006 foram as primeiras a serem calculadas de
acordo com as regras fixadas no Regulamento n.º 21/2005. Por esse facto e porque havia diferenças
regulamentares entre as regras desse Directório e as aplicadas ao que lhe antecedeu, reforçado pela
circunstância de ter ocorrido um período de forte investimento, foi entendido pela REFER que as tarifas
desse primeiro ano, relativas à prestação dos serviços essenciais, deveriam constituir o referencial
tarifário para aplicabilidade do incentivo à eficiência de gestão em anos seguintes. Dentro deste
princípio, as tarifas dos serviços essenciais relativas ao Directório de 2006 não deveriam estar sujeitas
ao “price cap”.
Interpretação diferente teve a Entidade Reguladora ao considerar que, neste âmbito, o regulamento
era de aplicação imediata e como tal os preços dos serviços essenciais estavam sujeitos a limitações
de crescimento abaixo da inflação. Esta decisão teve fortes reflexos, conforme comprovam as tarifas
divulgadas na 1.ª Adenda ao Directório de 2006, o que originou uma quebra drástica nas receitas,
na ordem dos 27%, em relação às expectativas iniciais avaliadas com base nas tarifas que tinham
sido publicadas no Directório.
Os serviços prestados aos Operadores envolvem também a prestação de serviços conexos com a
actividade ferroviária, designados por serviços adicionais e serviços auxiliares, aos quais se aplicou o
tarifário publicado no Directório.
Nos outros proveitos verificou-se um decréscimo de 7,2% comparativamente com o ano anterior,
salientando-se nesta rubrica a contabilização dos serviços adicionais, repartidos em 3,43 milhões de
euros de venda de energia de tracção, 2,2 milhões de euros da actividade manobras de comboios,
1,8 milhões de euros em estacionamento do material circulante e 1,4 milhões de euros de comboios
suprimidos, ou seja os proveitos resultantes da capacidade pedida e não utilizada que fica sujeita ao
pagamento de uma tarifa, variável em função do tempo de antecedência com que é suspenso o
pedido.
O valor das indemnizações compensatórias atribuídas à REFER pelo Estado a título de normalização
de contas foi de cerca de 29 milhões de euros, o que correspondeu a um incremento de 7%
relativamente ao recebido em 2005.

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
DESEMPENHO SOCIAL
A política de Recursos Humanos da REFER tem por objectivo fomentar o desenvolvimento profissional
e reforçar as competências técnicas e de gestão, garantindo a satisfação dos seus colaboradores e
alinhando as suas actividades com os objectivos da empresa, para que cada um se sinta parte de
uma instituição viva, moderna e participativa.

Emprego
A tendência de redução do efectivo desde a criação da REFER manteve-se nos últimos 3 anos,
resultando essencialmente de rescisões por mútuo acordo, na sequência da reestruturação da
organização.
Desde 1999, data em que toda a actividade de exploração foi assumida pela REFER, até ao final de
2006, a redução do efectivo rondou as 3007 pessoas.

P essoal RE FE R P essoal RE FE R por NUT I I

4.500
4.362 Alentejo Algarve
7% 3% Norte
4.000 4.024 22%
Lisboa
35%
3.654
3.500

3.000 Centro
2004 2005 2006 33%

Distribuição Territorial

Pese embora a redução verificada em termos de pessoal, durante o período compreendido entre
20034 e 2006 não se constataram modificações significativas na estrutura territorial do efectivo.
A considerável concentração de pessoal nas proximidades de Lisboa é o reflexo natural da
conjugação de dois factores: a localização da grande maioria dos órgãos corporativos e de staff
junto da sede da empresa, e o elevado volume de tráfego ferroviário na Área Metropolitana de
Lisboa, com a consequente necessidade de meios humanos.

Estrutura Etária e de Antiguidade


Analisando a estrutura etária do pessoal da REFER, constata-se uma nítida predominância de
trabalhadores com idades relativamente avançadas, situando-se a média etária em torno dos 44
anos.

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
E st rut ura E t ária - RE FE R
100% 8% 8%
10%
80%
41% 41% 39%
60%

40% 30% 32%


29%
20%
18% 19% 19%
2% 2% 2%
0%
2004 2005 2006

Inferior ou igual a 25 anos Entre 26 e 35 anos Entre 36 e 45 anos


Entre 46 e 55 anos Entre 56 e 65 anos

O esforço de rejuvenescimento do efectivo tem produzido alguns efeitos, mas sem alterar
radicalmente a estrutura.

E st rut ura de Ant iguidades - RE FE R


100%
29% 25%
80% 35%

14% 16%
60% 13%
25% 25%
40% 20%
9% 7% 12%
20% 15%
14% 10%
9% 10% 11%
0%
2004 2005 2006
Inferior ou igual a 5 anos Entre 6 e 10 anos Entre 11 e 15 anos
Entre 16 e 20 anos Entre 21 e 25 anos Superior a 25 anos

Em termos de antiguidade, a situação é algo diferente, espelhando com maior nitidez a rotação de
pessoal verificada nos últimos anos. Os colaboradores com mais de 25 anos de serviço perderam 10
pontos percentuais no seu peso, enquanto o pessoal admitido nos últimos 5 anos viu o seu peso
passar para os 11% em 2006.

Qualificações Profissionais
O reajustamento do efectivo da REFER teve igualmente reflexos nos níveis de qualificação profissional
e na preparação para os desafios decorrentes da inovação tecnológica associada ao sector
ferroviário, verificando-se um acréscimo do peso relativo dos Quadros e uma diminuição de
Profissionais Não Qualificados.

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2006
Pessoal REFE R - Níveis de Qualificação
100%
14% 16% 18%
80% 10% 10% 11%

60%
47% 48% 48%
40%

20%
29% 26% 23%
0%
2004 2005 2006

Profissionais Não Qualificados Profissionais Qualificados


Encarregados e Chefes de Equipa Quadros

Trabalho e Relações Laborais


Na REFER, a grande maioria (75%) dos trabalhadores está representada por organismos sindicais.
Verifica-se ainda uma adesão generalizada, a nível da empresa, a um Acordo de Negociação
Colectiva.

Taxa de Sindicalização D ist ribuição do P essoal


2006 Sindicalizado

25% 24%

45%

75%
31%

Pessoal Sindicalizado
Pessoal Não Sindicalizado CGTP UGT INDEPENDENTE

Paz social
Apesar da elevada percentagem de trabalhadores sindicalizados e do elevado número de
organizações sindicais que os representam (que pode funcionar como estimulador de rivalidades), a
Empresa tem mantido um bom relacionamento com todas as ORTs e, igualmente, com a Comissão
de Trabalhadores, entidade particularmente importante na resolução de problemas por forma a
aumentar o índice de satisfação dos trabalhadores e a sua maior identificação com os objectivos da
Empresa.

Condições de Trabalho
A preocupação com as condições de saúde e segurança no trabalho tem sido um vector
fundamental da estratégia da REFER, traduzindo-se em medidas como o controlo de alcoolemia, o

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
incentivo à melhoria das condições de trabalho e acções de formação e sensibilização para a
necessidade de conhecer e respeitar os riscos profissionais decorrentes da actividade da empresa.

700 6,00%

600 5,00%
4,46%
4,15%
500

Taxa de Absentismo
3,86% 4,00%
N.º Ocorrências

400 3,06%
2,61% 3,00%
300 2,41%
213 2,00%
200 172
130
100 1,00%

0 0,00%
2004 2005 2006

Ocorrências
Taxa de Absentismo (Total)
Taxa de Absentismo (Doença e Ac. Trabalho)

Segurança do Trabalho
Neste âmbito específico a Empresa desencadeou a elaboração de Planos de emergência, de
modelos-tipo de planeamento da segurança e saúde nos locais de construção e de concepção de
meios tendo em vista uma maior sensibilização dos trabalhadores na avaliação de riscos relativos aos
trabalhos de conservação e manobras relativos aos trabalhos que se desenvolvem nas imediações
da via férrea, por forma à adopção das medidas preventivas adequadas.

Saúde do trabalho
A manutenção de uma política de rigoroso cumprimento da legislação e controlo da sua execução
permitiu efectuar 3243 exames médicos no âmbito da medicina do trabalho;
No âmbito da prevenção foram igualmente desencadeadas:
• Campanha de sensibilização e acções de controlo, relativa ao consumo de álcool e drogas
nos locais de trabalho (0,4% de testes positivos);
• Campanha de rastreio de patologias da próstata (440 rastreios);
• Estruturação de um plano de contingência para uma pandemia de gripe e campanha de
vacinação anti gripe (612 vacinas ministradas);
• Estruturação de um plano de acção relativo à exposição ao amianto.

Infra-estruturas
Tendo em vista a melhoria contínua das condições dos locais de trabalho efectuou-se um
levantamento global dessas situações quer nos locais de trabalho quer nas instalações sociais, tendo
resultado a estruturação de um Programa para a Melhoria das Condições de Trabalho a desenvolver
em 2007, cujo orçamento ascende a 1.120.000 euros.

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Os impactos destas medidas são ilustrados pela significativa diminuição do absentismo derivado a
doença e a acidentes de trabalho.

Cont rolo da Taxa de A lcoolémia


15.000 60

50

N.º Colaboradores
10.000 40
N.º Testes

29
30
20 21
5.000 20
5.120
4.397 10
4.099
0 0
2004 2005 2006

Testes Efectuados Nº. Colaboradores Detectados

A redução de ocorrências associadas ao consumo excessivo de álcool reforça a validade das


medidas implementadas.

Formação e Educação
A aposta na formação tem sido um aspecto chave no processo de valorização profissional do
efectivo.
A descida do número de formandos, relativamente ao ano anterior deveu-se ao facto de 2005 ter
sido um ano excepcional no que respeita a três factores: a) ter ocorrido um grande número de
concursos internos para mudança de categoria; b) ao grande número de recrutamentos externos de
pessoal operacional aos quais é necessário ministrar a respectiva formação inicial; c) ter sido
decidido ministrar a todas as trabalhadoras Guardas de PN (na altura cerca de 300) uma reciclagem
de matérias de segurança ferroviária.

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2006
70 5.000

60 3.935
4.000
3.486
50

N.º Formandos
2.700 3.000
N.º Horas
40

30
2.000
23
20
20
14
1.000
10

0 0
2004 2005 2006

Horas de Formação por Trabalhador


Formandos

Contudo, é de salientar que, apesar de ter sido inferior o número de trabalhadores envolvidos,
aumentou significativamente o número de horas de formação ministradas.

Quadros com Formação Complement ar em


Gest ão
30%

19%
20%
18%

11%
10%

0%
2004 2005 2006

Os resultados mais relevantes prendem-se com a cada vez maior percentagem de Quadros com
formação complementar em gestão, ao que não é alheio o facto de a REFER financiar os encargos
inerentes às propinas de mestrados e pós-graduações. Os dados de 2006 indiciam alguma
estabilidade nesta matéria.
Em 2006, os encargos com formação ascenderam a aproximadamente 630 mil euros.

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2006
Formação Média por N ível de Qualif icação
60

50 47

40 35
33
N.º Horas 30 25
22 22
20 14
10 11
10 6
2 1
0
Quadros Encarregados e Profissionais Profissionais Não
Chefes de Equipa Qualificados Qualificados
2004 2005 2006

Em termos funcionais, constata-se uma maior incidência do tempo de formação sobre as categorias
profissionais mais qualificadas.
O decréscimo no conjunto das categorias “Encarregados e Chefes de Equipa” deveu-se ao facto de,
2005, ter sido um ano absolutamente excepcional no número de concursos internos que envolveram
aquelas categorias, nomeadamente para responder ao acréscimo de necessidades geradas pela
função “fiscalização” aquando do incremento da contratualização das actividades da conservação.

Diversidade e Oportunidade
Igualdade entre Homens e Mulheres
A observação do efectivo da REFER permite constatar o elevado peso da população masculina, ao
que não será alheia a actividade propriamente dita (mais concretamente, o desgaste físico e as
condições de risco subjacentes à área operacional da empresa, na qual está concentrada a maioria
dos recursos humanos) e, de algum modo, a tradição inerente ao sector.

Rácio Homens / Mulheres

5,00 4,75
4,23 4,19
4,00
3,37 3,38 3,26
3,00

2,00

1,00

0,00
2004 2005 2006

Total REFER Cargos de Chefia

O rácio tem evidenciado uma tendência crescente (em particular em 2006), devido ao número de

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
saídas de Guardas de PN, uma vez que esta categoria contempla mais de metade da população
feminina da REFER.

Benefícios dos Colaboradores


Para além da remuneração propriamente dita, a compensação atribuída aos trabalhadores da
REFER é composta por um considerável leque de regalias de carácter social.
Custo 2006
Beneficios %
(€)
Concessões de Transporte 2.600.000 68%

Seguros e Comparticipações por Doença 651.224 17%

Apoios ao Agregado Familiar 460.975 12%

Apoios a Actividades Lúdicas 92.709 2%

Outros Apoios 46.700 1%

TOTAL 3.851.608

Do conjunto de benefícios, o mais relevante em termos de valor é o que respeita às concessões de


transporte pagas à CP, totalizando 2,6 milhões de euros em 2006. Este benefício, proporciona ao
efectivo transferido da CP para a REFER aquando da criação desta empresa, corresponde a
possibilidade de viajar gratuitamente nos comboios daquele operador, sendo este direito extensível
aos respectivos agregados familiares, totalizando cerca de 20.000 potenciais utilizadores.
No que concerne ao leque de benefícios de aplicação universal abrangendo, por conseguinte, a
totalidade do efectivo, é de considerar:
Seguro de acidentes pessoais
Este seguro cobre qualquer tipo de acidentes, decorrentes de riscos profissionais e extra profissionais
em caso de morte ou invalidez permanente no valor de 15.000 euros por trabalhador:
Seguro de saúde
Este contrato proporciona amplas coberturas, através das quais os trabalhadores são reembolsados
em 90% das despesas de hospitalização, consultas exames e despesas ambulatórias, bem como
80% das despesas de lentes e armações. Este seguro tem ainda a possibilidade de ser extensível aos
familiares do colaborador em condições financeiras muito favoráveis.
Apoios financeiros à educação
Os incentivos e apoio aos filhos dos trabalhadores com bom aproveitamento escolar consiste na
atribuição de uma bolsa de estudo (entre o 9º ano e o fim do ensino superior) cujos valores se situam
entre os 400 e os 850 euros. Este benefício representa, em média, um encargo de cerca 135.000
euros;
Subsídio de pré-escolaridade
Este subsídio é atribuído aos filhos dos trabalhadores (ou legalmente equiparados) com idades entre
os 4 meses e os 6 anos que frequentem creches, jardins de infância ou amas reconhecidas pela

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Segurança Social, cujo valor é inversamente proporcional ao vencimento do colaborador;
Outros benefícios
A Empresa garante, ainda:
• o pagamento de inscrições no INATEL aos colaboradores interessados (950 em 2006) e a
comparticipação de encargos com campos de férias para filhos;
• Descontos e parcerias com várias empresas, nomeadamente na área bancária (no acesso a
condições vantajosas na aquisição de bens e serviços), dos combustíveis, consultas médicas
não cobertas pelo seguro de saúde, ginásios, cultura (teatro, livros), etc.)
• o compromisso de adiantar o subsídio pago pela Segurança Social quando um trabalhador se
encontre de baixa por motivo de doença; caso este subsídio não cubra a totalidade da
retribuição perdida, é a REFER quem suporta o encargo com a atribuição do complemento
destinado a colmatar a diferença;
Em circunstâncias muito particulares, a REFER disponibiliza casas para habitação dos colaboradores
(através do Fundo de Conservação de Casas) e suporta o custo com melhorias nas condições de
habitabilidade das mesmas (através do Fundo de Acção Social, sendo este parcialmente financiado
através da venda de resíduos da actividade ferroviária).
Apoios institucionais
A Refer tem vindo a manter, praticamente desde a sua criação, mas em especial após 1999, uma
política de apoio efectivo a organizações de carácter desportivo e social, essencialmente ferroviárias,
mas abrangendo também outras, de âmbito mais alargado.
Em 2006, a par da manutenção das organizações acima citadas, veio a ser reforçado o apoio a
ONG’s e outras instituições de carácter social. Destacamos o apoio dado aos “Médicos do Mundo”,
com actuação marcante em Portugal e Moçambique, entre outros países, bem como a diversas
corporações de bombeiros. De realçar ainda, pela sua área de actuação, a Sangfer e a Associação
dos Lares Ferroviários
Estes apoios atingiram em 2006 um total de 47.700 euros, valor que se prevê vir a ser reforçado em
2007.

Comunidade
Passagens de Nível e Sinistralidade
A vertente de segurança assume uma importância capital na esfera da relação entre a REFER e a
comunidade na qual está inserida. Neste contexto, foi dada especial atenção às questões
relacionadas com a sinistralidade e, em particular, com as passagens de nível, tendo-se vindo a
verificar um significativo esforço em termos de investimento na supressão e na reconversão (ou
adaptação) deste factor de risco.
Projectos Diversos

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
No âmbito da relação entre a
REFER e a comunidade há que
E ncargos com P roject os para a Comunidade
referir, para além dos gastos em
200.000
patrocínios e donativos, o
150.000
surgimento e a maturação de
projectos directamente 100.000

relacionados com o meio 50.000

ferroviário, capazes de potenciar o


0
aproveitamento de diversos Patrocionios e Donativos 2003 2004 2005
Investimento em Ecopistas
recursos disponíveis
(nomeadamente o património imobiliário, a requalificação urbanística e paisagística na envolvente
das estações e as redes digitais de dados) e, simultaneamente, prestar um serviço útil para a
população.

A título de exemplo, salientam-se o “Projecto Ecopistas” (aproveitamento de corredores ferroviários


desactivados para fins turísticos, por vezes proporcionando uma acessibilidade alternativa a centros
urbanos) e os “Quiosques Multimédia” com 64 terminais instalados em 31 estações, financiados no
montante de 248 mil euros pelo POSC (Programa Operacional Sociedade do Conhecimento).
Igualmente digno de destaque é o facto de a REFER ter dispendido, nos últimos anos, sensivelmente
600 mil euros em campanhas de promoção do uso do transporte público (e, particularmente, da
ferrovia) nas zonas urbanas e na sensibilização para o respeito das regras de segurança em
passagens de nível.

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

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2006

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
DESEMPENHO AMBIENTAL
No prosseguimento da implementação do Sistema de Gestão Ambiental, iniciado em 2003 assente
no referencial da Norma NP EN ISO 14001:2004, a REFER no ano de 2006, contribuindo para o
cumprimento faseado dos requisitos da Norma, desenvolveu seis Procedimentos Gerais e duas
Instruções de Trabalho transversais à Organização, numa perspectiva de regular e uniformizar as
actividades respectivas e assegurar o cumprimento da legislação ambiental.

Procedimento Geral

Estabelece a metodologia para o acompanhamento do processo global de


PG.001.01 – Avaliação Ambiental de Projectos
avaliação de impactes ambientais dos projectos de investimento da REFER EP .
Descreve a metodologia para os processos administrativos, no âmbito do
PG.001.02 – RAN, REN, LDH
Licenciamento Ambiental dos Projectos de Investimento da REFER EP .
Descreve a metodologia para elaboração de pedidos de autorização e
manifesto do corte ou arranque de espécies arbóreas e arbustivas sujeitas a
PG.001.03 – Corte ou Arranque de Vegetação
legislação nacional, no âmbito dos projectos de investimento e actividades de
conservação da REFER, EP .
Descreve a metodologia para os pedidos de emissão de Licenças Especiais de
PG.004.01 – Licenças Especiais de Ruído
Ruído.
Estabelece a metodologia para o acompanhamento arqueológico dos
PG.007.01 – Arqueologia
Empreendimentos, em fase de concepção e em fase de construção.
PG.008.01 – Nidificação de Cegonha Branca em Descreve a metodologia para a transferência de ninhos de cegonha branca
Postes de Catenária e afins (ciconia ciconia ) e colocação de dispositivos dissuasores.
Instrução de Trabalho
Estabelece a metodologia na gestão dos óleos usados, desde a sua produção
até ao envio para destino final.
IT.003.01.05 – Gestão de Óleos Usados
Estabelece a metodologia para o registo e controlo da produção de óleos
usados.
Estabelece a metodologia na gestão dos pneus usados, desde a sua produção
IT.003.01.06 – Gestão de Pneus Usados
até ao envio para o Ponto de Recolha.

Na área de conservação da REFER, a actuação ambiental em 2006, incidiu no arranque do processo


de identificação da caracterização das actividades, tendo em vista o desenvolvimento do respectivo
diagnóstico e identificação dos aspectos ambientais significativos.
Ressalta ainda a integração de requisitos ambientais nos contratos de Manutenção da Sinalização e
posterior acompanhamento ambiental, nomeadamente, para as prestações de serviços de
Manutenção Integral do Sistema de Sinalização de,
• Troço Entroncamento (exclusive) – Alfarelos (exclusive), da Linha do Norte;
• Futura extensão do Ramal de Tomar;
• Troço Pampilhosa (Excl.) – Ovar (Excl.), da Linha do Norte;
• Estação de Souselas, da Linha do Norte.
Foi igualmente assegurado o acompanhamento e auditoria das áreas abrangidas pela conservação
integrada, destacando-se as acções de formação a nível interno aos colaboradores responsáveis
pela fiscalização das diferentes actividades.

Materiais
A materialização de projectos de investimento reflecte-se numa variação do consumo dos principais
materiais adquiridos, maioritariamente a nível nacional, pela REFER designadamente, balastro, carril e

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
59
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
travessas face ao normalmente aplicado
em actividades de B alast ro
170.000
conservação/manutenção.

Balastro (toneladas)
A modernização do troço Casa 130.000

Branca/Évora, da linha de Évora, no ano de


90.000
2006, traduziu-se num aumento do
50.000
consumo de balastro face ao do ano de
2005, embora bastante inferior ao 10.000
2004 2005 2006
praticado no ano de 2004 no qual, entre
Entrada Consumo
outras obras de investimento, se concluiu a
ligação Braga/Faro

Carril

200
No ano de 2006 assistiu-se a um decréscimo da
150
utilização de carril regenerado (consumo em 2006,
Carril (km)

100 9%) face ao consumo do mesmo material nos


50 anos de 2004 (19%) e 2005 (25%).
0
Entrada Consumo Entrada Consumo Entrada Consumo

2004 2005 2006

Regenerado Novo

No que respeita ao consumo de travessas, de madeira e de betão, verifica-se que o ano de 2006
apresenta um comportamento semelhante ao do ano de 2005 embora a reutilização de travessas
de betão tenha aumentado ao longo do período de 2004 a 2006 cujos consumos de travessas
regeneradas totalizam 3, 14 e 29%, respectivamente.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
60
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Travessas
300.000

250.000

Travessas (números)
200.000

150.000

100.000

50.000

0
entrada

entrada

entrada

entrada

entrada

entrada
consumo

consumo

consumo

consumo

consumo

consumo
Nova Madeira Betão Madeira Betão Madeira Betão

Regenerada 2004 2005 2006

É de salientar que, embora a REFER potencie a reutilização de materiais, dadas as exigências


técnicas dos mesmos com vista à segurança de circulação, apenas pequenas quantidades são
passíveis de poderem ser reutilizadas, isto no caso das travessas de betão e do carril, uma vez que o
balastro quando retirado não é reutilizado na via, sendo muitas das vezes, utilizado para outros fins
como seja a implementação de acessos
temporários a estaleiros.
P rodut o de deservagem
O consumo directo, pela REFER, de produtos
de deservagem tem vindo a decrescer, uma 3.000
Produtos de Deservagem (kg)

vez que a aplicação destes materiais cada 2.500

vez mais fica a cargo dos prestadores de 2.000

serviços contratados para este fim. Todos os 1.500

produtos fitofarmacêuticos aplicados nas 1.000

actividades de deservagem constam do 500


conjunto de produtos homologados pela 0
Direcção-Geral de Agricultura e 2004 2005 2006

Desenvolvimento Rural.

Consumo E nergét ico D irect o - 2004 a 2006


Energia
100 200
O consumo directo de energia no ano
Consumo total de energia (TJ)
Consumo de energia (%)

80 180
de 2006, à semelhança dos dois anos
60 160
anteriores, compôs-se por cerca de
20% de combustíveis de origem fóssil 40 140

(gasolina, gasóleo, propano e gás 20 120

0 100

61
2004 2005 2006
REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.
Comb. Fósseis Electricidade Total
Relatório de Sustentabilidade 2006
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
natural) e a restante fracção de energia eléctrica.
Embora se mantenha constante a proporção entre os vários tipos de energia consumida, na
globalidade, o consumo directo de energia no ano de 2006 sofreu um aumento de 5% face a 2005
e deste em relação a 2004, de 18%. Na base destes resultados estão os aumentos verificados nos
consumos de gasóleo e de electricidade. O primeiro devido ao abastecimento dos veículos
rodoviários e ferroviários de apoio à actividade e o segundo ao aumento de consumo de energia
eléctrica afecto aos sistemas de mobilidade eléctricos (escadas rolantes e elevadores)
implementados nas novas estações bem como aos sistemas de climatização de espaços, de
utilização pública e pelos trabalhadores, com vista à melhoria do seu conforto térmico.
Paralelamente ao consumo directo de energia, a REFER no ano de 2006 adquiriu 341GWh de energia
eléctrica para alimentação dos veículos circulantes dos operadores em actividade designadamente,
CP e FERTAGUS. O consumo de energia eléctrica para tracção, no ano de 2006, teve um aumento
de 1% face a 2005 e de 6% face a 2004. O maior aumento verificado entre os anos de 2005 e 2004
(5%) relativamente aos anos de 2006 e 2005 (1%) deve-se ao facto de, no ano de 2004 se ter
assistido à conclusão de várias obras de investimentos, em que a electrificação da via foi um dos
principais objectivos de modernização. No ano de 2005 entrou ao serviço o troço Mouriscas A /
Castelo Branco electrificado, da linha da Beira Baixa. O aumento verificado no ano de 2006 face ao
ano de 2005 deve-se à substituição de material circulante diesel por material eléctrico.

Água
Consumo de água - Abast eciment o público
Proveniente do sistema de
250.000
abastecimento público, a REFER
consumiu no ano de 2006 cerca de
Consumo de água (m3)

200.000
3
190 mil m de água que se traduzem
150.000
num custo aproximado de 414 mil
euros. 100.000

Valor próximo do consumo verificado


50.000
em 2004 e inferior ao registado no ano 2004 2005 2006

de 2005 em cerca de 20%.

Biodiversidade
No ano de 2006 não se verificou qualquer alteração na ocupação de áreas sensíveis, pelo que a
percentagem da Rede Ferroviária Nacional, total e com tráfego que atravessa zonas com a referida
classificação mantém-se em cerca de 19% e 8%, respectivamente.

Impacte Ambiental
Mantendo como objectivo a avaliação ambiental de todos os seus projectos, embora no ano de
2006 a REFER não tenha necessitado de desencadear qualquer procedimento de Avaliação de

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
62
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Impacte Ambiental (AIA) ao abrigo do D.L. n.º 69/2000 de 3 de Maio (tendo-se dado seguimento aos
processos já aprovados, em fase de pós-avaliação) desenvolveu vários Estudos de Incidências
Ambientais (EIncA’s) para projectos que não se enquadravam na referida legislação. Constam entre
os mencionados os vários EIncA’s de projectos de passagens desniveladas, a construir para supressão
das passagens de nível existentes ao longo da rede ferroviária. Paralelamente, foi desenvolvido e
submetido para apreciação do Instituto de Conservação da Natureza, ao abrigo do D.L. n.º 140/99
de 3 de Maio, o EIncA do projecto de “Alargamento e estabilização da plataforma ferroviária
contígua ao rio e construção de passeio pedonal ribeirinho entre Alhandra e Vila Franca de Xira”,
devido ao facto do projecto se desenvolver no limite de áreas integrantes da Rede Natura 2000
designadamente, a Zona de Protecção Especial e Sítio do Estuário do Tejo.
Dos projectos submetidos em 2005 a AIA (“Quadruplicação do troço Chelas/Braço de Prata”, na linha
de Cintura, em Estudo Prévio e “Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro-Plataforma multimodal de
Cacia/ramal ferroviário e feixes ferroviários”,em projecto de execução) ou pós-avaliação (“Variante
entre a estação do Pinheiro e o km 94, da linha do Sul”) foram emitidas em 2006, a Declaração de
Impacte Ambiental (DIA) sobre o projecto da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro e o parecer da
Comissão de Avaliação sobre o projecto e Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de
Execução (RECAPE) da Variante de Alcácer. A DIA sobre o projecto da Quadruplicação do troço
Chelas/Braço de Prata foi emitida ainda em 2005, estando a REFER a desenvolver o respectivo
projecto de execução.

Monitorização Ambiental
Dando continuidade à avaliação de impactes em fase de projecto, a REFER promove a
implementação de programas de monitorização com vista à avaliação dos reais impactes dos
projectos, quer na fase de construção, quer na fase de exploração. Essa informação serve ainda
para melhor aferir os impactes em futuros projectos, assegurando a sustentabilidade dos mesmos. A
monitorização é desenvolvida em diferentes áreas ambientais e fases da vida do projecto, ajustada
principalmente à envolvente, dado que o projecto por si só, apresenta características semelhantes a
nível nacional.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
63
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Fase anterior à construção
Monitorização dos impactes devido a perturbação/perda de habitats para
espécies da avifauna nidificante e invernante na zona de sapal e salina (ZPE da Ria
Ligação Ferroviária ao porto de Aveiro
de Aveiro) numa extensão de 5,5km (62,5% do projecto) com vista à definição da
situação de referência.

Fase de construção

Renovação Integral da Via e Plataforma da linha de


Monitorização do ruído gerado pela actividade de construção
Évora entre as estações de Casa Branca e Évora

Monitorização do ruído gerado pela actividade de construção e nível piezométrico


Supressão de PN’s no troço Caíde/Marco de
das captações de água subterrânea (poços e furos) existentes na envolvente do
Canaveses, da linha do Douro
projecto.

Fase de exploração
Monitorização dos seguintes aspectos ambientais:
Recursos hídricos superficiais e subterrâneos
Remodelação dos troços Lousado/Nine (exclusive), da
Sócio-economia
linha do Minho e Nine/Braga, do ramal de Braga e
estação de Nine Fauna
Flora/Paisagem
Ruído

Recursos hídricos superficiais


Sócio-economia
Modernização da ligação Lisboa/Algarve, troços
Fauna
Pragal/Pinhal Novo, km94/Ermidas e Ermidas/Funcheira,
da linha do Sul Vibrações
Flora/Paisagem
Ruído

Recuperação Ambiental
Gestora de uma infra-estrutura com 150 anos de existência, a REFER tem de ajustar a sua rede à
realidade actual com vista a prestar um serviço que responda às necessidades dos utentes, em
respeito com o ambiente e por todos quantos recorrem e convivem proximamente com a infra-
estrutura. Com este objectivo em mente, promove a modernização de troços, recorrendo quando
possível à rectificação da geometria de traçados com a implementação de variantes, o que conduz
à desactivação de troços que por essa via deixam de ser utilizados. Regista-se também a
desactivação de linhas ou troços de linha, cuja exploração deixa de ser interessante para os
operadores, procurando redireccionar estes espaços canal para outros fins mais úteis.
Os troços desactivados, quer devido
E copist as
a rectificação de traçados, quer
100
pela ausência de exploração
Extensão em utilização (%)

80
comercial, são alvo de Projectos de
60
Integração Paisagística de modo a
40
proceder à sua integração no meio
20
envolvente e no segundo caso a
0
conferir-lhes nova vida Ramal de Ramal de Mora Linha do Corgo Linha do Sabor
Monção
designadamente, como ecopistas.
No ano de 2006, foram inaugurados 2004 2005 2006

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
64
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
26km, dos 56km actualmente em utilização, distribuídos pelo ramal de Mora e linhas do Sabor e do
Corgo. O ramal de Mora completa assim 35% de extensão recuperada e as linhas do Corgo e Sabor,
10% cada, da extensão total a recuperar. A extensão total actualmente em funcionamento
representa 8% da extensão que se pretende vir a recuperar (667km).

Emissões, efluentes e resíduos


Emissões
Considerando que em termos de emissões atmosféricas a maior percentagem é proveniente de
fontes indirectas, energia de tracção diesel ou eléctrica, e que a eficiência energética da energia
eléctrica face à combustão diesel é bastante superior, com a progressiva electrificação da via, a
REFER tem contribuído significativamente para a diminuição deste tipo de emissões. No ano de 2006
a extensão de via electrificada manteve-se face aos
valores de 2005, representando 51% da rede em Ganho ambient al

exploração. Com base em factores de emissão para

Ganho ambiental (kgeCO 2/veículo)


11,0
gases com efeito de estufa e nos consumos tipo de 10,5

duas composições, diesel e eléctrica, estimou-se o 10,0

9,5
ganho ambiental associado à substituição de uma
9,0
composição diesel por uma de tracção eléctrica em
8,5
cerca de 11kgeCO2/veículo. 8,0
2004 2005 2006
A diferença registada entre os anos de 2004 e 2005,
deve-se à entrada ao serviço da electrificação do troço Mouriscas-A/Castelo Branco, da linha da
Beira Baixa.
Efluentes
Considerando a produção de efluentes E f luent es domést icos
essencialmente de origem doméstica, dado que nas
65.000
actividades de investimento o encaminhamento dos
62.500
efluentes gerados é da responsabilidade dos
Efluentes (m3)

60.000

adjudicatários, no ano de 2006 a quantidade de 57.500

55.000
efluentes domésticos produzidos estima-se, com base
52.500
no valor típico de 57l/d.t, em cerca de 53 mil m3.
50.000
2004 2005 2006

Resíduos
Face aos trabalhos desenvolvidos nos anos anteriores para a implementação da estratégia proposta
no Plano de Gestão de Resíduos (PGR), nomeadamente na identificação de soluções de
encaminhamento, foi possível desenvolver durante o ano de 2006 os seguintes projectos de
valorização:
• Valorização energética de resíduos de madeira: Durante o ano de 2006 a REFER enviou para
valorização energética, nas instalações da SECIL em Outão, cerca de 10 300 toneladas de

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
65
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
resíduos de travessas de madeira, reduzindo assim o passivo existente no Complexo Logístico do
Entroncamento.
A adopção desta solução, em detrimento do envio para aterro de resíduos perigosos (solução
adoptada no passado), levou a uma diminuição substancial dos custos de gestão, bem como
permitiu diminuir as importações de pet-coque (combustível usado nas cimenteiras) em cerca
de 5 000 toneladas.
• Valorização material de resíduos de travessas de betão: De forma a minimizar os custos de
transporte, os trabalhos de valorização das travessas de betão foram realizados nas instalações
da REFER no Entroncamento e consistiram na separação mecânica da fracção metálica
existente no interior do betão. Em termos gerais os trabalhos saldaram-se pela valorização de
cerca de 3 400 toneladas de travessas de betão, de onde resultaram 3 150 toneladas de
betão que foram valorizadas como agregados e 250 toneladas de ferro que foram
encaminhadas para reciclagem.
• Valorização material dos isoladores cerâmicos: este projecto, iniciado em 2005, permitiu
durante o ano de 2006 a valorização de cerca de 75 toneladas de isoladores com a
consequente separação da fracção metálica da fracção cerâmica. Estas fracções foram alvo
de valorização individual, tendo a primeira (cerca de 23 toneladas) sido encaminhada para
reciclagem e a segunda (cerca de 52 toneladas) integrada no fabrico de cimento.
Como resultado dos trabalhos de triagem e de separação dos resíduos por lotes, trabalhos que
tiveram particular incidência no Complexo Logístico do Entroncamento, foram lançados durante o
ano de 2006 vários processos de consulta para a venda dos resíduos valorizáveis a operadores
qualificados pelo Sistema de Qualificação em vigor na REFER. Estas vendas incidiram sobretudo nos
resíduos metálicos ferrosos e não ferrosos e atingiram o valor global de 3 310 toneladas.
Aproveitando a entrada em funcionamento da Entidade Gestora dos resíduos de óleos usados
(SOGILUB) foi considerado como objectivo da REFER implementar, no ano de 2006, um sistema de
recolha e envio para destino final adequado destes resíduos. A solução adoptada passou pela
colocação de 10 oleões de 600 litros em locais estratégicos da rede e pela criação de um
procedimento interno que garantiu a uniformidade de critérios na sua gestão, bem como a
obtenção de dados acerca do real quantitativo de óleos usados produzidos anualmente pela REFER.
Como resultado do primeiro ano de funcionamento do sistema a recolha saldou-se pelo
encaminhamento de cerca de 4 700kg de óleos usados.
Em termos de gestão dos resíduos
Re c o lha se le c tiva de pape l
resultantes da actividade administrativa,
desde 2005 que se procede à recolha 15.000
selectiva de resíduos de papel/cartão nas
Resíduos recolhidos (kg)

instalações da REFER em Vila Nova de 10.000


Gaia (Delegação Norte) e em Stª
Apolónia, havendo a registar em 2006 a 5.000

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
0 66
Delegação Norte Stª Apolónia

2005 2006
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
ampliação da rede de recolha instalada em Stª Apolónia, o que se repercutiu num acréscimo
considerável da quantidade de resíduos recolhidos.
Fruto do protocolo de cedência dos consumíveis informáticos firmado com a AMI – Assistência
Médica Internacional, a REFER passou a dispor de uma rede com 25 locais de recolha, assegurando
um destino adequado para estes materiais e promover a sua reutilização. Este protocolo constituiu
também uma forma de a REFER colaborar com a Fundação AMI, na sua campanha de angariação
de fundos para prossecução das suas campanhas de apoio Humanitário.

Fornecedores
No ano de 2006 todas as consultas para encaminhamento de resíduos foram efectuadas tendo em
conta os operadores qualificados no âmbito do “Sistema de qualificação de resíduos para prestação
de serviços de recolha selectiva e encaminhamento de resíduos” que conta actualmente com 13 e 7
operadores de resíduos não perigosos e resíduos perigosos, respectivamente.

Desde 2005 que os Termos de Referência dos Sistemas de Qualificação de Fornecedores de Materiais
para a REFER passaram a incluir requisitos ambientais, ano em que foram lançados dois Sistemas de
Qualificação de Fornecedores para o fornecimento de AMV’s e carril os quais foram concluídos ainda
em 2005 e 2006, respectivamente.

Ruído
O ruído produzido pela actividade ferroviária constitui um dos maiores desafios ambientais que a
REFER enfrenta. Esta realidade tem vindo a assumir contornos cada vez mais claros à medida que se
tem consolidado o trabalho desenvolvido na área do ambiente na empresa.
Constata-se que esta é uma área em que a REFER está pressionada a agir, quer por força de
imposições legais, quer por uma questão de imagem. O ruído é, frequentemente, motivo de
exposição pública, algo que tem repercussões negativas a vários níveis, destacando-se a posição
defensiva que as entidades ambientais adoptam, tornando cada vez mais complexa a aprovação
de novas iniciativas de investimento, quer sejam referentes a novas linhas, quer ao reforço da
capacidade das actuais. Durante o ano de 2006 foram apresentadas 27 reclamações relacionadas
com o ruído gerado pela actividade da
responsabilidade da REFER o que Ano 2004 2005 2006
representa uma estabilização do número
Nº de reclamações 5 29 27
de reclamações apresentadas
anualmente.
Deste modo, a gestão do ruído é um desafio incontornável e a REFER deve ser o motor de uma
acção concertada, estruturada e global, tendo a empresa, até ao momento, dado uma resposta,
que deve ser melhorada de forma a introduzir racionalidade de investimento.
A gestão deve aqui assumir um papel de procurar identificar a estratégia de prossecução do
cumprimento dos requisitos legais de protecção acústica (que estão legislados), estabelecendo

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
67
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
metas e acompanhando a evolução da sua acção com indicadores de controlo.
O decreto-lei n.º 146/2006 de 31 de Julho prevê a elaboração de mapas de ruído atribuindo-lhes a
importância enquanto meios de diagnóstico.
No início de 2006, a REFER procedeu à elaboração do mapa estratégico da sua rede, numa escala
nacional, estando consolidado e em curso, o processo de elaboração da cartografia digital que
servirá de suporte à elaboração dos mapas de ruído, desta feita à escala 1:2 000, centrando-se
sobre as linhas, e troços de linha, onde há maior pressão em termos de ruído.
Sem prejuízo da importância que os mapas de ruído assumem, designadamente no quadro dos
diplomas legais nacionais e comunitários em vigor, a REFER terá de estar munida dos instrumentos e
soluções técnicas que lhe permitam desenvolver planos de investimento/manutenção sólidos, com os
quais a empresa assuma um
Plano de
GIF60k (linha) Cartografia 3D Mapa de Ruído
compromisso quanto à sua Redução

implementação. Cascais Concluída Concluída 50%


Os Planos de Redução de Ruído
Sintra Concluída 50% 1º Sem. 2007
(PRR) são a consequência lógica
do trabalho de diagnóstico, sendo Cintura 50% 1º Sem. 2007 2º Sem. 2007
a sua concretização no terreno o
Norte (até
fim último que se pretende 25% 2º Sem. 2007 1º Sem. 2007
Azambuja)

alcançar. Minho (até


1º Sem. 2007 2º Sem. 2007 2º Sem. 2007
Ermesinde)

Os projectos de modernização têm aplicado, até à data, soluções tradicionais de redução de ruído
como, barreiras acústicas e utilização de material resiliente ao nível da via ou da plataforma da via.
Actualmente estuda-se a utilização de soluções alternativas, com uma melhor relação custo/eficácia
e que permitam reduzir o número de pessoas sujeitas a níveis elevados de ruído. Importa referir que a
modernização do armamento de via, é o primeiro passo, essencial, para se estruturar a minimização
dos efeitos do ruído. Medidas implementadas pela REFER à data de 31.12.2006.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
68
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Medidas de minimização Instaladas Em projecto/em construção

51% da rede com tráfego


Electrificação da rede 100% das grandes infra- -
estruturas de transporte
ferroviário (GIF)

1 765 km (62% da rede


Via com barra longa com tráfego)
-
soldada (BLS) 725 km em GIF (71% dos
GIF)

58 km 67 km
Barreiras acústicas
46 km em GIF 62 km em GIF

54 600 m2
Manta de balastro -
48 254 m2 em GEF

Via tratada com palmilhas


6 km -
resilientes

Via tratada com solas de


1 km -
travessa

Valorização das acções de carácter ambiental


Seguidamente apresentam-se alguns valores de custos associados a acções, da REFER, de carácter
ambiental.

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
69
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Área Acção Ano Custo (€)

2004 13 168 000

Barreiras acústicas instaladas 2005 16 528 867

2006 1 100 000

2004 39 098 000

Barreiras acústicas em
2005 34 539 000
projecto/construção

2006 33 439 000

2004 40 000
Protocolo estabelecido com o
Ruído
centro de Análise e Processamento
2005 20 000
de Sinais do Instituto Superior
Técnico (Diversos)
2006 20 650

2005 18 658
Cartografia digital da linha de
Cascais
2006 18 658

Cartografia digital da linha de


2006 48 007
Sintra

Mapa de ruído da linha de Cascais 2006 27 700

Plano de redução de ruído da linha


2006 24 000
de Cascais

2004 736 107

Gestão de resíduos 2005 306 209

2006 554 813

2004 3 432
Análises de resíduos para
determinação da admissibilidade 2005 3 937
em aterro
2006 2 209

Análises de resíduos de travessas


de madeira para avaliação da sua 2005 4 800
perigosidade
Resíduos
Avaliação de novas formas de
valorização dos resíduos de 2005 7 720
travessas de madeira

Implementação do sistema de 2005 2 857


recolha selectiva de resíduos de
papel/cartão 2006 875

Desenvolvimento da aplicação
2005 89 878
informática e-Residuos

Protocolo com o Centro para a 2005 1 000


Valorização de Resíduos (CVR) da
Universidade do Minho 2006 2 000

Aquisição de unidades de
2005 5 000
participação do CVR

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
70
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Área Acção Ano Custo (€)

Estudos de impacte ambiental e 2005 170 010


relatórios de conformidade ambiental
do projecto de execução 2006 65 220

Monitorização ambiental da linha do


2006 2 946
Minho e ramal de Braga
Monitorização ambiental da linha do
2006 3 259
Sul
Avaliação ambiental
Monitorização ambiental da avifauna
– Ligação ferroviária ao porto de 2006 10 254
Aveiro
Caracterização das Areias removidas
para implementação do projecto de
“Rebaixamento da via no 2006 15 201
atravessamento da cidade de
Espinho”

2004 20 000

Protocolo estabelecido com a


2005 20 000
Universidade de Évora
Património
2006 15 000

Prospecção arqueológica no túnel


2005 3 763
do Rossio

2004 4 609

Assessoria 2005 700

Biodiversidade 2006 38 000

Instalação de dissuasores e 2004 144 888


plataformas para ninhos de
cegonhas 2006 32 668

Protocolo estabelecido com a


2006 15 000
Universidade de Évora
Paisagem Projecto de Integração Paisagística
do troço Casa Branca/Évora, da linha 2006 18 120
de Évora

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


Relatório de Sustentabilidade 2006
71
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

REFER – Rede Ferroviária Nacional, E.P.


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72
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
07 LISTAGEM DE TODOS OS INDICADORES

Código GRI Indicadores Integrados REFER Página

Custos com Pessoal / Custos com Pessoal sector


28; 29
da infra-estrutura de transportes

VAB / VAB sector da infra-estrutura de transportes 28; 29

Código GRI Desempenho Económico REFER Página

Indicadores Económicos

Total do Activo 26; 38

Resultados Operacionais 39

Resultados Líquidos 41

Estrutura do Endividamento 39

EC1 Volume de Negócios 39

Volume de investimento 23; 37; 38

Accionistas

Cobertura do Investimento pelos diversos


38
subsidios

Colaboradores

Estrutura de custos com Pessoal, nomeadamente


22;42
remunerações, encargos sociais

Fornecedores

Estrutura de conta de custos 62, nomeadamente


43
peso dos subcontratos

Clientes

Prestação de Serviços (Taxa de uso) 43; 44

Capacidade disponível da rede 18; 19; 21

Índice de pontualidade por causas imputáveis à


21
REFER
Valores dos Investimentos e conservação
nd
destinados a estações e interfaces

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2006
Código GRI Desempenho Social REFER Página

Emprego

LA1 Número colaboradores por Qualificação 49

LA1 Número de colaboradores por região NUT II 26; 47

LA2 Admissões por região NUT II 26

Benefícios dos colaboradores, para além dos


LA12 54
legalmente previstos;

Trabalho e Relações Laborais

LA3 Taxa de Sindicalização 49

Saúde e Segurança

LA7 Taxa de Absentismo por Acidente de Trabalho 50

Indicador de Alcolémia 51

Acidentes de trabalho por não cumprimento das


50
normas de Segurança

Formação e Educação

LA9 Horas de Formação Média Anual 52;53

LA9 Número de formandos 53

LA9 Custos com formação / Custos com pessoal 52

Quadros com formação complementar em


52
gestão

Comunidade

Índice de sinistralidade em PNs 26

Investimentos na supressão e reconversão de PNs 55

Número de PNs suprimidas 25

Custos com donativos e patrocinios 56

Investimentos em projectos para a comunidade


SO1 (Ecopistas, Estações com vida, quiosques 56
multimedia, etc.…)

Diversidade e Oportunidade

LA11 Rácio Homem/Mulher na empresa, 53

LA11 Rácio Homem/Mulher nos cargos de chefia 53

Estrutura etária 48

Gráfico Antiguidade 48

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Código GRI Desempenho Ambiental REFER Página

Materiais

ton balastro;
km e ton carril;
nº e ton travessas (madeira, bibloco e betão);
EN1 59-61
kg de produto de deservagem e suas
características;
Origem dos Meteriais.

Energia

Joule de electricidade comprada;


EN3 61
Joule de comb fósseis, diesel, consumidos.

Água

EN5 Custo associado ao consumo total de água 52

Biodiversidade

Quantificação do domínio ferroviário afecto a


EN6 áreas protegidas; 62
Indicação de medidas de minimização.
Indicação dos impactes:
Sobre áreas protegidas;
EN7 62
Quantificação, se possivel em %, das áreas
impermeabilizadas.

Indicação das medidas implementadas para:


Recolha de residuos abandonados;
EN27 Reabilitação de troços sem trafego; 63
Reflorestação de áres intervencionadas (Proj.
Int. Paisagistica).

Emissões, efluentes e resíduos

ton de resíduos por tipo e origem;


EN11 Fracção de recicláveis face ao total;
Indicação dos destinos.
ton de subs e toneq CO2 provenientes dos
64-66
EN30 operadores, relação com a electrificação das
linhas.
Quantificação dos resíduos considerados
EN31
perigosos.

Fornecedores

EN33 Indicação das medidas implementadas. 66

Ruído

Indicação das medidas implementadas em obra


(investimento/conservação) para a minimização
do ruído;

Indicação do ruído proveniente da circulação de


composições e medidas implementadas pela
REFER, EP com vista à minimização de impactes;

AM1 Nº total de pessoas potencialmente afectadas 66-68


por níveis de ruído > 55dB(A);
Nº de metros lineares de via com barra longa
soldada;
Nº de metros lineares de barreiras acústicas
instaladas e em projecto;

Nº de metros lineares de via electrificada.

Total

EN35 Custo das barreiras acústicas; 68

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
08 QUADRO COMPROMISSO COM METAS A ATINGIR
NO MÉDIO LONGO PRAZO
Objectivos Metas para 2007

Aumentar a produtividade da organização Incentivar o acréscimo do factor trabalho

Social Reforçar as competências técnicas e de gestão Adequar os recusos humanos às necessidades da empresa

Fomentar o desenvolvimento profissional Incrementar a qualidade da formação, racionalizando os seus custos

Desenvolver e Implementar o Sistema de Gestão Ambiental da Consolidar a caracterização das actividades de conservação e
REFER manutenção.

Implementação dos seguintes planos de monitorização:


Implementar os Planos de Monitorização Ambiental decorrentes
dos projectos de investimento da REFER.
Linhas de Guimarães, Douro, Beira Baixa e Cintura.

Assegurar a protecção acústica* dos receptores Concluir a cartografia Digital das linhas de Cintura e do Norte (até
significativamente** afectados pelo ruído decorrente da Azambuja)
circulação ferroviária.

* Considera-se garantida a protecção acústica dos receptores se


Ambiente forem cumpridos os limiares legislados, ou, ainda que não Cartografia Digital da Linha do Minho (até Ermesinde)
cumprindo esses mesmos limiares, se forem implementadas as
medidas concertadas com os órgãos representativos das
populações. Mapa de Ruído das linhas de Sintra, Cintura, Norte (até Azambuja) e
** Consideram-se significativamente afectados os receptores Minho (até Ermesinde)
sujeitos a níveis de ruído superiores aos limiares legislados para
zonas mistas (critério este passível de ser revisto em função de
alterações legislativas) Plano de Redução das linhas de Sintra, Cintura e Minho

Alargar a rede de recolha selectiva de resíduos da REFER.


Eliminar a dispersão de resíduos fora da rede de locais de
concentração estabelecidos.
Proceder à recuperação de passivos identificados.

Adaptação e Alargamento do SGQ à totalidade da DGEI

Implementação do Sistema de Gestão da Qualidade na REFER


Qualidade Implemantação na DGEN
e respectiva Certificação até 2009

Implemantação nas Direcções de suporte e de apoio

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Relatório de Sustentabilidade 2006
77
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
Objectivos Metas para 2007

Dispôr da avaliação dos principais riscos profissionais ((segurança e


Aumentar a produtividade da organização
saúde no trabalho) existêntes na empresa.

Reforçar enquadramento de empreiteiros e prestadores de serviços


Optimizar a gestão e controlo dos investimentos/contratos
na politica de segurança do trabalho REFER
Segurança

Assegurar elevados níveis de segurança Reforçar sistema de vigilância nas instalações

Assegurar elevados níveis de segurança Dotar todos os estabelecimentos com sistemas de emegência

Contrato Programa Desenvolvimento de acções no sentido da assinatura com o Estado.

Campanhas de sensibilização junto dos colaboradores no sentido da


redução de alguns custos de funcionamento.
Económico Racionalização de custos

Centralização de contratos de prestação de serviços

Assinatura do contrato relativo ás condições de facturação do tráfego


Contratualização com os operadores dos serviços auxiliares
das linhas incluídas no Anexo I

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006
09 GLOSSÁRIO

Autonomia financeira – indicador que CH4 – Metano

apresenta o peso do capital próprio, CK – abreviatura de comboio-quilómetro,

relativamente ao Activo Líquido unidade de prestação de exploração

Balastro – material de granulometria ferroviária, correspondente ao deslocamento

seleccionada destinado a suportar e encastrar de 1 comboio na distância de 1 Km. O seu

as travessas, a distribuir as cargas transmitidas custo depende das características quer da

pelas travessas à plataforma, a conferir linha quer do comboio em causa

elasticidade à via e a facilitar a drenagem. CO2 – Dióxido de carbono

Quanto à sua natureza pode ser saibro de “Contratualização Global” (Outsourcing) –

grão grosso, brita de rocha calcária e brita de contratação de especialistas externos à

rocha dura, dividindo-se quanto às dimensões empresa para a realização de algumas

em normal (de 25 a 50 mm) e fino (de 16 e funções da empresa, proporcionando um

31.5 mm) que se destina a ser utilizado no desempenho mais eficaz e com custos

nivelamento inferiores

Barreira acústica – painel disposto em série ao CONVEL – abreviatura de Controle Automático

longo da via-férrea e de ambos os lados, em de Velocidade. Sistema de protecção de

zonas onde se torne necessário proteger o comboios que, através de circuitos

meio ambiente da agressividade sonora das ressonantes indutivos colocados na via e de

circulações equipamentos de bordo correspondentes,

BLS – abreviatura de Barra Longa Soldada: verifica de modo pontual se as velocidades

carril soldado, com um comprimento são cumpridas, se as frenagens são

indefinido, em que exista uma zona central, efectuadas e se os sinais de paragem são

de extensão variável com o tipo de fixação às respeitados. Em caso de anomalia, o sistema

travessas, em que as tensões internas atingem desencadeia a aplicação automática dos

o seu valor máximo e os movimentos estão freios, auxiliando assim os maquinistas no

impedidos exercício das suas funções, impedindo que a

Cadeia de valor – modelo de gestão que velocidade dos comboios ultrapasse certos

permite determinar o valor, que cada valores impostos pelas condições de

elemento ou segmento da cadeia acrescenta segurança

ao produto, que vai evoluindo através dessa Core business – negócio principal de uma

mesma cadeia empresa

CAE – Código de Actividade Empresarial dB(A) – decibel malha ponderada A

Capital estatutário – montante de capital


fixado nos estatutos da empresa

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

Deservagem – tratamento preventivo, Intercidades – designação da família de

realizado periodicamente com recurso a comboios de passageiros que ligam

equipamento adequado para eliminar a regularmente duas cidades

vegetação daninha que prolifera no balastro e Isolador – dispositivo isolador de material

nos passeios da via cerâmico, intercalado na "catenária" para

Domínio Público Ferroviário – Bens de domínio separar a zona em tensão e que apresenta

público afectos ao funcionamento e à uma resistência à rotura, por tracção, de 9

exploração do serviço público ferroviário toneladas

Ecopista – rota de passeio não motorizado kgep – quilograma equivalente de petróleo

para lazer e contacto com a natureza, kgeqCO2 – quilograma equivalente de dióxido

resultante do aproveitamento de corredores de carbono

ferroviários desactivados Linhas electrificadas - Infra-estrutura de

Família de comboios - designação dada ao transporte ferroviário cujas vias estão

grupo de comboios com o mesmo itinerário equipadas por forma a permitir a tracção

de circulação, ou seja com idênticos tempos eléctrica, incluindo instalações de sinalização

de trajecto e CONVEL e de telecomunicações

FBCF – Formação Bruta de Capital Fixo, que Longo curso – forma corrente e abreviada de

significa o valor dos bens duradouros designar os comboios de longo curso que

adquiridos em cada ano, visando o aumento transportam passageiros em distâncias

da capacidade produtiva do país superiores a um dado patamar, normalmente

Fundos comunitários – Instrumentos financeiros fixado entre 50 e 100 km

de apoio comunitáro Manta de balastro - tapete de borracha ou de

INE – Instituto Nacional de Estatística material sintético colocada entre o balastro e

Infra-estrutura ferroviária – conjunto de todas a plataforma da via, para baixar o nível de

as instalações fixas respeitantes às vias ruído propagado através da estrutura da via

principais e de serviço e às estações Marcha – comboio em vazio efectuado por

necessárias à circulação ferroviária, incluindo razões de gestão do material, ou outras

edifícios afectos ao serviço das infra-estruturas, Mercadorias – composições essencialmente

bem como o conjunto dos elementos utilizadas para o tráfego de mercadorias

referidos na parte A do Anexo I Regulamento N2O – Óxido de azoto

nº1108/70 /CE. DLnº270/2003 de 28 de


Outubro

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

Norma ISO 14001- Norma orientadora na Plano de Gestão de Resíduos – Documento


implementação e certificação de sistemas de desenvolvido pela Direcção de Ambiente com
gestão ambiental a colaboração da Direcção de
Notação de rating – classificação de Aprovisionamentos e Logística, Direcção de
entidades, em função do seu risco de crédito Conservação e Manutenção e Direcção Geral
Notch – níveis de diferença entre notações de de Engenharia, que após a avaliação da
rating situação de referência equacionou as linhas
NP EN ISO 9001:2000 – Norma orientadora na de acção, orientações e objectivos
implementação de sistemas de gestão da estratégicos para o desenvolvimento do
qualidade sistema de gestão de resíduos da REFER.
NUT – Nomenclatura das Unidades Territoriais PN – abreviatura de Passagem Nivelada ou
para fins Estatísticos Passagem de Nível: travessia de nível do
“Pacote Ferroviário I” – conjunto de Directivas caminho-de-ferro com uma estrada nacional
Comunitárias que define as condições de ou municipal.
prestação dos serviços de transporte ferroviário Rádio solo-comboio c/ transmissão de dados
e de gestão da infra-estrutura ferroviária, – Sistema de comunicações para controlo e
promovendo a coerência na concessão de comando de circulação, com fonia e
licenças a empresas ferroviárias, no acesso à transmissão de dados ligados ao CONVEL,
infra-estrutura ferroviária e na emissão de estabelecido entre o maquinista e o terreno ou
certificados de segurança vice-versa.
PCB’s – Bifenilos policlorados. Rádio solo-comboio s/ transmissão de dados -
Pendular – comboio de Pendulação, também Sistema de comunicações em fonia, para
designado por "comboio basculante", ou controlo e comando de circulação,
simplesmente "pendular", cuja tecnologia estabelecido entre o maquinista e o terreno ou
permite a prática de velocidades superiores às vice-versa.
do material convencional, nas curvas e sem “rail pad” - placa de borracha ou de material
perda de segurança, ao mesmo tempo que sintético colocada entre o chapim e a patilha
proporciona um maior conforto ao passageiro do carril, para baixar o nível de ruído
PIB – Produto Interno Bruto, que significa o valor propagado através do ar e da estrutura da via
da produção dos bens e serviços produzidos Rede complementar – a rede complementar
no país, durante um ano da rede ferroviária nacional, compreende as
PIDDAC – Programa de Investimentos e linhas e ramais de interesse público não
Despesas de Desenvolvimento da incluídas na rede principal. DLnº10/90 de 17
Administração Central de Março

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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2006

Rede principal – a rede principal ferroviária é Suburbanos – forma corrente e abreviada de

composta pelas linhas vocacionadas para a designar os comboios suburbanos que visam

prestação de serviços de transportes de satisfazer as necessidades de deslocação

passageiros, nacionais e internacionais, de dentro de um município ou de uma região

longo curso, grande velocidade e elevada metropolitana de transportes. DLnº10/90 de 17

qualidade e pelas linhas basicamente de Março

destinadas ao transporte de grandes volumes Taxa de uso – montante a pagar por um

de tráfego de passageiros deslocando-se operador ferroviário pela utilização de uma

diariamente entre os locais de residência e os linha ou de um troço de linha

locais de trabalho. DL nº10/90 de 17 de Março Travessa – elemento situado transversalmente

Regionais – forma corrente e abreviada de à via que faz a ligação entre o carril e o

designar os comboios regionais destinados a balastro. A roda actua sobre o carril,

dar resposta às necessidades dos passageiros transmitindo-lhes tensões elevadas, a travessa

no interior de uma dada região, recebe essas tensões e transmite-as,

designadamente de uma região autónoma. degradadas, à camada de balastro de tal

DL nº10/90 de 17 de Março e nº270/2003 de forma que elas sejam compatíveis com a sua

28 de Outubro capacidade de resistência e de deformação.

Serviço Público – serviço de interesse público, As travessas desempenham a função de

orientado para as necessidades da garantir, em conjunto com as fixações, a

população e não para o lucro distância entre os carris (bitola da via)

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – O Travessa bibloco – travessa constituída por dois

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma blocos de betão armado (não pré-esforçado),

parte integrante do sistema global de gestão com mesas de assentamento para os carris, e

da organização, que inclui a estrutura ligados por um perfil metálico (madre) que

funcional, as actividades de planeamento, garante a bitola da via

responsabilidades, práticas, procedimentos, Travessa de madeira para VL – travessa de

processos e recursos, para desenvolver, madeira para via larga (em que a distância

concretizar, rever e manter a Política de entre as faces interiores da cabeça dos carris

Ambiente. é de 1,668 metros) e com uma largura de 260


cm

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
2006

Travessa de via estreita – travessa de madeira Via múltipla – Infra-estrutura de transporte


para via métrica (em que a distância entre as ferroviário cujo perfil transversal de plena via
faces interiores da cabeça dos carris é de 1 apresenta mais do que duas vias em que,
m), também denominada via estreita, e cuja normalmente, há um só sentido de circulação
largura é de 240 cm para cada via
Travessa monobloco – travessa de via de uma Via única – infra-estrutura de transporte
só peça, fabricada em betão pré-esforçado. ferroviário cujo perfil transversal apresenta uma
A compressão aplicada no pré-esforço é só via que pode ser percorrida nos dois
suficientemente elevada para que a travessa sentidos
nunca sofra tracções por virtude das cargas a Volume de negócios – Quantia liquida das
que é suposto vir a ser submetida. Tem um vendas e prestações de serviços abrangendo
peso 50% superior ao da travessa bibloco as indemnizações compensatórias
“undersleeper pads” - placa de borracha ou respeitantes as actividades normais das
de material sintético colocada por baixo das entidades consequentemente após as
travessas, para baixar o nível de ruído reduções em vendas e não incluindo nem o
propagado através do ar e da estrutura da via imposto sobre o valor acrescentado nem
VAB – Valor Acrescentado Bruto, que outros impostos directamente relacionados
corresponde ao valor da produção de uma com as vendas e prestações de serviços.
empresa, sector industrial ou país, menos o
valor dos consumos intermédios; a soma dos
VAB corresponde ao PIB
Via dupla – infra-estrutura de transporte
ferroviário cujo perfil transversal apresenta duas
vias em que, normalmente, há um só sentido
de circulação para cada via
Via estreita – via em que a bitola, distância
entre as faces interiores da cabeça dos carris,
é de 1 metro. É por isso também denominada
Via Métrica
Via larga – a via dita larga ou normal é a que
tem uma bitola de 1668 mm, a praticada na
Península Ibérica. A via larga europeia tem
uma bitola de 1435 mm

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Relatório de Sustentabilidade 2006
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