n 9 Out/Nov/Dez 2009

n 9 Out/Nov/Dez 2009

A reinvencao ~

~
do trico ^

nesta edição

tendências
Tricô e crochê - as grandes
sensações das passarelas pág. 2

lançamentos
Resort e Delicatessen acompanham
as novidades da estação pág. 5

blog da vez
Superziper - comunidade virtual de
artesãos brasileiros. pág. 9

deu na imprensa
6 milhões de jovens tricotam nos EUA
pág. 16
1
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~
Os pontos rendados e trabalhados estarao em alta,
as fibras naturais e ecologicas
´ ganham destaque.
Atualmente, se fala muito em
Desenvolvimento Sustentável, Res-
ponsabilidade Social e Preservação
do Meio Ambiente. As pessoas es-
tão cada vez mais dispostas a con-
ciliar o desenvolvimento econômico
com a preservação do meio ambiente
e, isto não é diferente nas passare-
las. Quem acompanhou os principais
desfiles e eventos de moda, percebeu
que as peças em tricô e crochê foram
as grandes sensações.
Segundo Marina Pontieri, con-
sultora de moda da Aslan Trends, por
conta da preocupação ecológica e da
vontade de se integrar à natureza, os
pontos rendados e trabalhados ga-
nham destaque assim como o rústico,
as fibras naturais e ecológicas, como
o algodão e o bambu.
Em busca da moda sustentável,
o tricô e o crochê se fizeram presen-
tes nas últimas coleções, “a capa da
revista Vogue de outubro fala de cro-
chê, a reportagem coloca o crochê
na ordem do dia, com referências da
década de 70, justapostas a imagens
de desfiles contemporâneos”, ressalta
Pontieri.
2
A mudança é muito grande já que
o crochê durante muito tempo, foi
associado às feirinhas de artesana-
to, como algo feito sem compromis-
so com o bom gosto ou com a moda.
Contudo, esta idéia está mudando,
“temos grandes criadores de tricô e
crochê, Vanessa Montoro por exem-
plo, tem sido muito citada”.
O grande desafio é mostrar que
pode existir design acoplado ao ar-
tesanato, assim como acontece nos
Estados Unidos e na Europa que já
têm essa prática em desenvolvimen-
to, “infelizmente aqui no Brasil, ain-
da é complicado para alguns estilis-
tas trabalharem com artesanato por
agregar à idéia de que o país lutou
para desvencilhar-se do Tupiniquim;
onde ninguém usava roupa, só folha
de bananeira. Em outros países, que
nunca tiveram este tabu, o artesanal
é super valorizado”, afirma.
Para ela, este quadro está mu-
dando aos poucos, “a moda brasilei-
ra é madura para produzir trabalhos
artesanais contemporâneos”. A valo-
rização da individualidade e dos pro-
dutos artesanais são os grandes res-
ponsáveis pela volta das peças em
tricô e crochê. O design das peças ar-
tesanais agrega valor alto ao produ-
to, já que não é produzido em série.
Temos um trabalho exclusivo, e como
tal tem sempre um valor mais alto.
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Tendências
As peças em tricô e
crochê estão cada vez mais
presentes nas vitrines das
lojas. Temos muitas op-
ções entretanto, temos
que tomar muito cuidado
com as combinações a se-
rem feitas. Nos principais
eventos de moda, perce-
be-se que as grandes ten-
dências são na realidade,
uma continuação do que
já vinha ocorrendo.
A grande novidade
são as leggings que vêm
acompanhadas de blu-
sas mais compridas, que
cubram o quadril. Os ves-
tidinhos de crochê e tri-
cô também aparecem ao
lado do clássico jeans,
shortinhos em jeans com
lavagens especiais ou sar-
ja com blusas leves; ca-
saquetos de meia estação
com vestido e com ber-
muda saruel de malha.
Para quem não gosta
de peças justas que mar-
cam o corpo, teremos as
modelagens largas, “es-
tamos prestando atenção
nos pedidos que chegam
para manequins maiores,
os modelos de verão estão
vindo em tamanhos como Vestidos em
46 e 50”. Também vere- tricô e cro-
chê: fortíssi-
mos modelagens ajusta- ma tendência
das para usar com calça da estação.

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Pantalona, Boyfriend ou
Saruel”.
As peças estampa-
das em jacquard, folk,
trazem referências dos
países nórdicos e anti-
gas culturas das Améri-
cas: “Maias e Incas são
uma grande tendência
em malharia retilínea, e
devem influenciar o tricô
manual, em menor esca-
la, pois é muito arrisca-
do”, diz Pontieri.
O xadrez continua
em evidência, só que em
menor escala. As textu-
Roupas mais leves em
tons mais claros; os ras ficam por conta dos
detalhes sutis estarão efeitos de fio buclê ou
em alta.
fita; as listras também
aparecem na próxima
estação, por conta do
Navy, que sempre está
presente nesta época. Na
cartela de cores, a Aslan
aposta nos tons caquis,
cremes, nude, cru, rosas
e vermelhos queimados,
turquesa, coral, pista-
che, além do branco e
preto.
No quesito acessó-
rios, as golinhas, cache-
cóis de fios fininhos e le-
ves farão muito sucesso.
O lencinho de pescoço
triangular é o acessório
da meia estação. No site
www.tricoteiras.com tem
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a receita de um deles,
feita com Mandarim.
Os fios mais leves em
algodão estarão em evi-
dência, citamos: Class,
Mambo, Mandarim e
mais dois lançamentos,
“são dois fios mais bási-
cos: Resort, 100% algo-
dão; mais rústico. Fica
lindo em tricô ou crochê,
é natural, mais rústico e
confortável”. Delicates-
sen 100% acrílico, é su-
per levinho quase como
uma linha. Perfeito para
peças em crochê, chega
em uma cartela de co-
res incrível: “Fica ótimo
também tricotado com
um ou dois fios, de-
pendendo do peso que
se quer ou para pontos
rendados. Além de ser
muito macio, desliza na
agulha. As peças-chave
do guarda-roupa mas-
culino são os coletes,
que vêm se destacan-
do gradativamente. Já o
guarda-roupa feminino
é mais versátil, “desdo-
bramentos do wrap em
geral para a meia esta-
ção, peças com compri-
mento de manga 3/4 ou
7/8, soltinhas, para co-
locar por cima, à noite”,
sugere a consultora.
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Lançamentos
Leve, macio e... natural Resort* é o fio 100% algo-
dão da Aslan Trends, com as-
pecto rústico, muito macio e de-
licioso de trabalhar. Por não ser
nem fino nem muito grosso ser-
ve tanto para trabalhos em tri-
cô como para crochê; já por sua
composição leve, Resort pode
ser usado o ano inteiro.
Resort chega numa cartela
de cores criativa que acompa-
nha as mais novas tendências.
Experimente. Você vai amar tra-
balhar com Resort, você vai se
sentir em férias.
*Disponível a partir da se-
gunda quinzena de novembro de
2009.

Delicado
feito um carinho
Delicatessen* é 100% acrílico,
super fino e ultraleve, perfeito para
tricô rendado, quando seu leve bri-
lho combina com xales e lenços in-
críveis, super sofisticados. Também
pode ser usado em trabalhos em
crochê, ficando mais leves, frescos e
com caimento perfeito. Pontos sim-
ples também destacam as mesclas
do fio que pode ser usado também
em roupas infantis com um toque de
modernidade e estilo.
*Disponível a partir da segunda
quinzena de novembro de 2009.

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Tricoteiras:
espaço dedicado aos apaixonados
O site www.tricoteiras.com.br
nasceu da necessidade de um espaço
virtual, em que fosse possível infor-
mar, aprender e trocar experiências.
A distância não foi obstáculo para três
tricoteiras que se uniram e criaram o
site. São elas: Silvia Massimini, Clara
Beauty e Valesca Fortunato
Clara e Silvia se conheceram nos
encontros de tricô, realizados em São
Paulo, no café Pinacoteca, em 2005.
Clara não sabia tricotar direito quan-
do compareceu à primeira reunião, foi
Sílvia quem a ensinou a fazer o ponto
meia e o passa fita. Já Valesca apare-
ceu mais tarde, virtualmente, na lista
de discussão das Tricoteiras de Sam-
pa. Já o encontro presencial demorou
quase um ano para acontecer.
Clara nasceu em Fortaleza, e
aprendeu a tricotar aos 12 anos de
idade, lendo um livro. Como não ti-
nha lugar ou alguém que a ajudasse a
6
se aperfeiçoar, deixou o tricô de lado
e voltou a fazer o crochê. Em 2004,
conheceu outras tricoteiras, “gostei
tanto que com elas, fundamos o gru-
po Tricoteiras de Sampa”. O site foi
o pioneiro em fazer encontros orga-
nizados em locais públicos no Brasil
através da internet.
A carioca Valesca é analista de
sistemas e para aliviar o stress do
dia-a-dia resolveu aderir à arte, “fazia
aulas em um armarinho perto do tra-
balho e adorava o site Tricoteiras, tan-
to que fiz parte da lista de discussão
e quando me mudei para São Paulo
comecei a participar dos encontros”.
No tempo das Tricoteiras de Sampa,
havia centenas de blogs e sites em
inglês, mas nada em português. Em
2008, o grupo se separou e o site foi
tirado do ar, então elas decidiram in-
vestir em outro site que auxiliasse as
tricoteiras que sempre estão à procu-

ra de novos pontos. Assim nas-
ceu o Tricoteiras.
Clara diz que antes de tudo,
o site é um hobby que tem como
objetivo informar corretamen-
te, “queríamos um site que não
fosse vinculado a nenhuma loja
ou marca de fio e com o conteú-
do totalmente gratuito”. Segun-
do Valesca, o conteúdo vem de
colaborações, “este ano, a Aslan
tornou-se nossa parceira, en-
viando receitas exclusivas e ou-
vindo atentamente a opinião das
tricoteiras”. Para Clara, à medida
que as colaborações vão chegan-
do elas sempre aprendem algo
novo.
Todas elas são responsá-
veis por uma função, como Cla-
ra é jornalista cuida da edição de
receitas, publicação e fotos. As
chamadas são feitas por Valesca,
“geralmente são mais criativas
que as minhas”, diz Clara (risos).
Valesca cuida da parte técnica, é
a gerente de TI do site. Ela tam-
bém responde aos e-mails das
internautas; função que geral-
mente fica com quem tem mais
tempo no momento. Já Silvia,
mestra em literatura espanhola
cria as receitas e revisa o site.
Muitos dos e-mails, rece-
bidos são pedindo receitas, “nós
não criamos receitas sob enco-
menda e até já dissemos isso na
seção Perguntas Freqüentes, mas
não tem jeito”. De vez em quan-
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Entrevista
do, elas também lançam desafios
como o Projeto Misterioso que já
teve duas edições de grande su-
cesso. Valesca conta que o Proje-
to Misterioso é muito comum nos
Estados Unidos e na Europa, “no
Brasil só conhecemos o nosso. É
uma forma fantástica de incentivar
e ensinar novas técnicas. Quem
é iniciante se surpreende em ver
que pode sim fazer uma peça lin-
da e elaborada. E quem é tricoteira
avançada adora também”, afirma.
As pessoas que trabalham
com comunidades ou por meio das
idéias do site, estão organizando
grupos e campanhas. Isso as en-
che de orgulho. Para Valesca, é
muito gratificante ver o tricô ven-
cer o preconceito “coisa de vovó”
e ver que jovens estão cada vez
mais interessados em buscar in-
formações na internet.
Valesca considera o tricô
como meditação, “para mim fun-
ciona, me desligo do mundo exter-
no quando tricoto e ainda ganhei
muitas amigas fazendo tricô”. Cla-
ra não pensa em moda quando o
assunto é tricô, segundo ela essa
manualidade é um clássico atem-
poral, “enquanto fizer um friozinho
que seja, haverá sempre uma tri-
coteira tecendo uma malha”. Para
Valesca, o tricô pode ser usado em
qualquer estação do ano, basta
usar o fio adequado, “o tricô nunca
sai de moda, pelo menos não para
as tricoteiras”.
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Elas dizem que no Bra-

sil não compensa financeira-
mente realizar este trabalho.
Mas como o site Tricoteiras é
um hobby, emocionalmente é
muito gratificante, “como todo
hobby, a gente só gasta (ri-
sos). Colocamos alguns anún-
cios, já vendemos algumas
camisetas, mas nada que se
possa dizer que seja ganhar Clara
dinheiro”, conta Clara que res-
salta que o lucro é alto, prin-
cipalmente quando recebem
e-mails com testemunhais das “ O tricô
pessoas agradecendo a ajuda pode ser
por terem retomado as agu-
lhas. Já Valesca diz ser mui-
usado em
to grata quando lê um e-mail qualquer
com um agradecimento ou al- época, basta
usar o fio
guma dúvida que foi sanada
“
pelo conteúdo do site, já que
isto prova que tal informação adequado o
fez a diferença. Elas nunca
pensaram em comercializar Silvia
suas receitas. Segunda Cla-
ra, vendê-las pela internet no
Brasil é complicado, “por fal-
ta de ferramentas online para
aviar a transação então, todo
conteúdo é gratuito.
Elas têm muitos planos
para o site, porém o que falta
é o tempo, Valesca gostaria
que o site fosse referência no
assunto tricô, com muitos ví-
deos das diferentes técnicas
que existem, além de muitas Valesca
receitas.

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Superziper e a arte do craft
A internet tornou-se ferramen-
ta de comunicação indispensável na
vida das blogueiras Andrea Onishi
e Cláudia Fajkarz. Amigas desde os
tempos da faculdade, sempre fo-
ram muito criativas e apaixonadas
por trabalhos manuais, em tricô,
crochê, costura ou madeira. Atual-
mente, elas dividem a administra-
ção do blog Superziper.
Em meados de 1997, quando
ainda não se ouvia falar em blogs,
Cláudia já tinha um caderno virtual
com receitas fáceis e rápidas para
Superzíper - Ferramenta indispensável para a divulgação da arte do craft.
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Blog da vez
fazer doces. Andréa, interessa-
da por tricô, começou a postar
o assunto na internet em 2004.
Ela aprendeu a tricotar desde
criança quando já arriscava al-
guns pontos básicos. Há 6 anos,
através de um movimento que
difundia a idéia de que ‘tricotar
não eram mais passatempos das
vovós’, ela resolveu aperfeiçoar a
técnica e passou a tricotar como
hobby, fazendo acessórios, para
si e para presentear os amigos.
Como não tinha quem a en-
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Andrea gosta de presentear os amigos com suas criações.
sinasse, ela procurou vídeos e sites
sobre o assunto, “comecei fazendo
cachecóis e hoje me arrisco a fa-
zer blusas com tranças e até meias
com agulhas 2mm”. Ela conta que
quando não entendia a receita,
buscava referências na internet, no
Youtube e em seus blogs preferi-
dos. Encantada com a arte, Andréa
decidiu relatar através de um blog
suas experiências e os primeiros
projetos: “Quem quiser visitar, está
no ar até hoje, cadernodetrico.
blogspot.com”. Posteriormente, ela
sentiu necessidade de aprender e
experimentar novas técnicas como
o crochê e a costura a máquina,
“me reuni com a Cláudia, que tam-
bém é entusiasta em projetos ma-
nuais, para escrever o Superzi-
10
per www.superziper.com, em
fevereiro de 2007. Resolvemos
apostar no blog que falasse de
tudo isso, idéias, manualidades,
projetos e tendências”.
No blog elas também fa-
lam sobre o craft, técnica que
Andréa conheceu durante suas
viagens pelo mundo afora e na-
vegando pela internet. O craft
é apenas um hobby, onde elas
aproveitam para exercitar a
criatividade: “Somos entusias-
tas por coisas feitas à mão en-
tão ocupamos as nossas noites
e finais de semana ‘craftando”,
conta.
Para ela, o craft é um ar-
tesanato moderno que vai além
da reprodução ‘ipsis literis’ de
uma técnica, como se fazia na
época das nossas mães: “Hoje
em dia, o bacana é criar coisas
únicas e originais, é improvisar,
ao invés de se seguir um PAP de
A a Z”. O craft é uma ten-
dência mundial e está chegan-
do com bastante força no Bra-
sil. Qualquer pessoa pode fazer
a técnica, só é preciso vontade
e paciência para aprender e se
aperfeiçoar.
Elas têm uma boa relação
com as internautas que sempre
participam, “o feedback delas é
super interessante, temos um
fórum de discussão no Flickr
com mais de 2.500 participan-
tes onde se pode pedir dicas so-

bre técnicas variadas e comentar os
assuntos do blog”. Outra ferramenta
de comunicação recente, e que tem
sido muito utilizada é o Twitter: “Te-
mos hoje mais de 1.400 seguidoras
que twittam sobre os nossos posts,
e dão dicas e interagem diretamen-
te conosco”. As internautas também
participam por e-mail e comentários
dos post. Andréa não comercializa
suas produções, já que seu princi-
pal objetivo é mostrar os projetos e
inspirar pessoas a fazerem suas cria-
ções, “temos um público muito gran-
de e fiel, abraçamos a oportunidade
de vendermos espaços de publicida-
de no site para crafters independen-
tes, lojas e fabricantes, para a divul-
gação de seus produtos”. Elas fazem
questão de investir nos materiais dis-
Amizade - Andrea Onishi e Cláudia Fajkarz e a paixão por trabalhos artesanais.
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ponibilizados no blog, sejam textos,
fotos, podcasts ou vídeos, “também
procuramos investir em qualidade e
produção de conteúdo próprio; não
trazemos idéias e fotos de sites es-
trangeiros, e sim mostramos nossos
próprios projetos”, explica Andréa.
Futuramente, elas pretendem
produzir mais vídeos no Yotube, vi-
rar um livro e fazer com que o Su-
perzíper torne-se referência de blog
no Brasil, para os jovens criativos e
que gostem de trabalhos manuais,
“o Superziper é acima de tudo hoje,
uma comunidade virtual de artesãos
brasileiros jovens que se comunicam
pela web, seja pelo blog, nosso car-
ro chefe, ou via outras comunidades
que o Superziper tem no Flickr, You-
tube e Twitter”, conclui.
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Direto da Indonésia - “O tricô não é somente um hobbie, mas um estilo de vida”
O trico inusitado
Fazer tricô é relaxante, faz bem
à memória, é divertido, além de ser
uma ótima maneira de expressar cria-
tividade e encarar novos desafios.
Natural de Jacarta, Indonésia,
Yuvinia Yuhadi, tentou aprender a tri-
cotar aos 14 anos, mas acabou de-
sistindo em uma semana. Posterior-
mente, aos 16 anos decidiu aprender
a técnica novamente e desde então,
não parou mais.
Em seu último ano do curso De-
senho de Produção na Middlesex Uni-
versity, Yuvinia resolveu fazer seu
trabalho de conclusão sobre a utili-
zação de tecidos artesanais inseridos
em design de produção, “sempre tive
curiosidade em saber qual seria o re-
sultado do tricô tecido em algum mó-
vel”. Foi então, que ela teve a idéia
12
^
de revestir uma cadeira de plástico
com tricô, “me inspirei nos Irmãos
Campana artistas plásticos e desig-
ners brasileiros que colocam todo es-
pírito e energia do Brasil em seus tra-
balhos”.
Os Irmãos Campana usam ines-
peradas combinações de materiais,
capazes de transformar peças indivi-
duais influenciadas pelo estilo e ener-
gia brasileiros. Além disso, eles se
apropriam de objetos inqualificáveis
e revitalizá-los para o cotidiano.
A iniciativa acabou promovendo
o evento Knit Southbank, em 2 de
maio, em Londres, na Inglaterra.
O tricô na vida de Yuvinia não é
somente um hobbie, mas um estilo
de vida, “tricotar tem um papel muito
importante para mim, sempre apren-
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Curiosidades
do algo novo. Com o passar dos
anos, aprendi novas técnicas e
fui aprimorando ainda mais o
meu trabalho”.
Ela conta que a internet
tem sido uma ferramenta fun-
damental para a divulgação de
novos talentos, novos campos
de trabalho e possibilidades
em tricô. A divulgação do pro-
jeto da alta atividade de trico-
tar tem sido fundamental para
este trabalho, onde o blog ser-
ve como portal para o projeto.
“As pessoas podem acompa-
nhar e partilhar suas idéias no
Conforto - Yuvinia reveste poltrona com tricô.
site”, conta.

Estudante
tricota
Ferrari
A estudante Lauren Potter
de 22 anos, tricotou uma Fer-
rari para dar ‘honras” ao seu
programa de pós-graduação,
na Universidade de Bath Spa/
PA.
Com a ajuda de 20 mem-
bros da família e amigos, Lau-
ren tricotou 250 pontos de
vermelho clássico, os detalhes
são feitos de crochê e o emble-
ma de bordado. Tudo é apoiado
por uma estrutura de aço que
ela mesma soldou. Inusitado - Lauren Potter, ao lado de sua obra prima.

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Mitsuharu Hirose é conhecido no Ja-

pão como o jovem nobre do artesanato. O
amor pelo tricô está no sangue. Quando
criança ajudava a avó a enrolar e desfiar as
linhas enquanto ela tricotava. Às vezes, ela
o ensinava alguns pontos que o incentiva-
ram a fazer um cachecol e um cardigã que
deu de presente para sua irmã mais nova.
Por onde ela passava, recebia muitos elo-
gios. Desde então, Hirose não parou mais
de tricotar, tornou-se um renomado desig-
ner e professor de tricô, crochê, rendas e
alcançou status de superstar com knitters
japonês.
O tricô quando surgiu no Japão, como
no mundo todo, veio como atitude volta-
da para as mulheres, que durante a guerra
vendiam as peças para sobreviverem. Com
isto ficou ainda mais enraizado ser esta
uma atividade para “elas”.
Ele estudou tricô no Kasumigaoka
Tokyo’s College, enquanto trabalhava como
editor da Nihon Vogue. Posteriormente,
deu aulas de tricô e crochê na Vogue Nipon
Technical College, onde preparou desig-
ners e educadores para a carreira na área
de artesanato. Ele dá aulas três vezes na
semana, em Tóquio, onde têm alunos de

O estilista
todas as idades. Em seus trabalhos, busca
dar vida aos fios.
Há 13 anos, Hirose participa dos pro-

mais
gramas de artesanato da NHK, emissora de
televisão pública. Na estréia do programa,
os telespectadores ficaram surpresos, já

renomado
que estavam acostumados a ver mulheres
fazendo tricô. Atualmente, Hirose é vice-
diretor da Associação de Cultura do Arte-

do Japão
sanato do Japão (NAC), trabalha como di-
retor chefe da revista Artesanato da Nihon
Vogue-Sha.

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O Japão e o tricô
Um encanto
Um ponto aqui, outro ali,
olhos bem atentos aos mo-
vimentos das mãos: o nome
da arte é Amigurumi, que vi-
rou febre no Japão e vem con-
quistando adeptos ao redor do
mundo. A técnica japonesa de
fazer bonecos, bichos, comidas
e outras miniaturas em tricô ou
crochê agrada pessoas de to-
das as faixas etárias.
A palavra Amigurumi é
uma combinação das palavras
japonesas “ami”, que dizer
malha ou tricô e “nuigurumi”,
que significa boneca de pelú-
cia. Geralmente os trabalhos
são compostos por cabeças
enormes, em corpos cilíndri-
cos, com as extremidades sub-
dimensionados.
Os desenhos mais simples
são trabalhados em espirais.
Pela sua dificuldade de execu-
ção, os japoneses têm vários
livros sobre a técnica. É usa-
da uma agulha menor, mas
em proporção ao peso do fio,
a fim de criar um tecido mais
resistente, para que o recheio
da peça não escape. O resulta-
do são trabalhos muito criati-
vos que causam encantamento
entre os que fazem e entre os Encanto - arte japonesa que agrada os que
que compram. fazem e os que compram.

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Mama em tricô
A pedido dos internautas, a Aslan
e-revista traz a receita da Mama de
Tricô: o projeto que virou movimen-
to, conforme veículamos na edição
nº 8, com o intuito de ajudar as mu-
lheres vítimas de câncer de mama.

Material
1 bola de 100g. do fio Class cor 4019
(cru) e 4563 (bege) ou 1 novelo de 40g. do
fio Inspiração cor 20 e 21(bege) ou 1 novelo
do fio Resort cor 0037 ( cru) e 0136 (bege).
ag. de tricô 3,0mm
Manta siliconada, espuma ou qualquer
outro material macio para enchimento (tiras
de malha, p. ex)
ag. para costurar malha

Execução

Base da mama:
Com o fio cru monte 6 p. e teça da seguinte maneira:
1ª carr.: em m.
2ª carr.: 1m, * 1 aum. 1 m*; repita de * a * até i final (11 p. ao final da carr)
3ª carr e todas as carreiras ímpares até a 13ª carr.: em t.
4ª carr.: 1m, * 1 aum. 1 m *; repita de * a * até o final da carr. (21 p. ao final da carr)
6ª carr.: 1m, * 1 aum. 2 m *; repita de * a * até o final da carr. (31 p. ao final da carr)
8ª carr.: 1m, * 1 aum. 3 m *; repita de * a * até o final da carr. (41 p. ao final da carr)
10ª carr.: 1m, * 1 aum. 4 m *; repita de * a * até o final da carr. (51 p. ao final da carr)
12ª carr.: 1m, * 1 aum. 5 m *; repita de * a * até o final da carr. (61 p. ao final da carr)
14ª carr.: 1m, * 1 aum. 6 m*; repita de * a * até o final da carr. (71 p. ao final da carr)
15ª carr: em meia
16 carr: em meia
Continue a tecer como se segue:

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Tricô e saúde
Teça em p. meia por 20 carr.
21ª carr.: 1m, * 2 p. juntos em m., 5 m *; repita de * a * até o final da carr.
22ª carr e todas as carr. pares: em tricô
23ª carr.: 1m, * 2 p. juntos em meia, 4m *; repita de * a * até o final da carr.
25ª carr.: 1m, * 2 p. juntos em meia, 3m * ; repita de * a * até o final da carr.
Mude para o fio Bege
27ª carr.: 1m, * 2p. juntos em meia, 2 m *; , repita de * a * até o final da carr.
29ª carr.: 1m, * 2p. juntos em meia, 1m * ; repita de * a * até o final da carr.
31ª carr.: 1m, * 2p. juntos em meia * ; repita de * a * até o final da carr.
Bico: Teça mais 4 carreiras em p. meia .
Corte o fio e passe-o dentro dos pontos remanescentes de modo a formar um
círculo.
Costure, feche a lateral da mama com uma costura invisível.
Com o fio escuro ‘amarre’ o bico da mama de modo a deixá-lo mais ou menos
proeminente.
Feche com uma costura metade da base da mama.
Coloque a mama junto ao corpo e coloque o enchimento.
Feche o restante da base da mama com uma costura.

Receita traduzida do original criado pelo Instituto do Câncer da Grã Bretanha.

Tradução Karen Burns

A prótese mamaria de tricô é colocada no sutiã e proporciona a sensação de uma verdadeira

mama.

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n 9 Out/Nov/Dez 2009
Filipi Redondo
Juliana Yamamoto, 14, aprendeu a fazer tricô quan-
do tinha oito anos de idade, em aulas de formação
humana que teve na escola.
Tricô vira hobby de
adolescentes nos
Estados Unidos
Cerca de 6 milhões de jovens
americanos tricotam ou fazem crochê
regularmente, aponta o livro “Micro-
trends: the Small Forces Behind To-
morrow Big Changes” (Microtendên-
cias: as pequenas forças por trás das
grandes mudanças de amanhã).
No Brasil, não é difícil encon-
trar jovens que se identifiquem com
a arte. Juliana Yamamoto, de 14 anos
aprendeu o ofício na escola, nas au-
las de Formação Humana. Para ela, a
atividade é relaxante.
Juliana levou a sério o dever
para casa, e fez dois cachecóis com o
ponto mais simples. Já Cássia apren-
deu os pontos toalha, russo e cheio.
Segundo ela, os trabalhos rendados
podem servir para ganhar um dinhei-
rinho extra e que só não tricota para
fora porque ainda lhe falta prática.
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Deu na Imprensa
Além do mais, o tricô disputa
seu tempo livre com a televi-
são e com a internet que sem-
pre levam a melhor.
Mas nem sempre a tec-
nologia é inimiga da tradição,
Thalita Chargel de 24 anos,
aprendeu a tricotar na inter-
net. Como em Maceió o clima
é muito quente, a lã não é
muito vendida. Pesquisando
no google encontrou vídeos
tutorais de tricô. Duas sema-
nas de aulas ela já sabia fazer
quadrados de tecido que, cos-
turados, fazem cachecóis.
Ela queria uma touca com
cara de gato, mas parou no
retângulo, sem nunca chegar
à touquinha que queria. Para
ela, a atividade é relaxante
mas é difícil.
O tricô de Thalita pode
ser enrolado, mas não tanto
quanto é para Carlos Mendes,
de 17 anos. Criado pelo pai
“ex-hippie” em Itu, interior
de São Paulo, Carlos apren-
deu seu ponto, que chama de
“malcriado”, aos 12 anos de
idade. Por ser hiperativo pre-
cisava sossegar. Agora, quem
não tem sossego são os ami-
gos do colégio que quando
vêem dizem que tricô é coisa
de mulher e de velha, ele logo
rebate “vai tricotar, velho!”.
(Folha de São Paulo 28 de
setembro de 2009).