0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
51 visualizzazioni7 pagine
O documento discute a convergência entre comunicações e artes, destacando: 1) Como os meios de comunicação de massa influenciaram a produção artística ao fornecer novos instrumentos; 2) Como a arte se apropriou desses meios para sua própria promoção; 3) O papel de Andy Warhol na popularização da arte e sua identificação com objetos de consumo.
O documento discute a convergência entre comunicações e artes, destacando: 1) Como os meios de comunicação de massa influenciaram a produção artística ao fornecer novos instrumentos; 2) Como a arte se apropriou desses meios para sua própria promoção; 3) O papel de Andy Warhol na popularização da arte e sua identificação com objetos de consumo.
O documento discute a convergência entre comunicações e artes, destacando: 1) Como os meios de comunicação de massa influenciaram a produção artística ao fornecer novos instrumentos; 2) Como a arte se apropriou desses meios para sua própria promoção; 3) O papel de Andy Warhol na popularização da arte e sua identificação com objetos de consumo.
ARTE "Nesse contexto [das mudanas trazidas pela Revoluo Industrial e pela emergncia de uma sociedade de consumo], as expresses 'meios de massa' e 'cultura de massa' denotam os sistemas industriais de comunicao,
sistemas
de
gerao
de
produtos
simblicos,
fortemente dominados pela proliferao de imagens. (...) Na lista
dos meios de massa incluem-se geralmente a fotografia, o cinema, a televiso, a publicidade, os jornais, as revistas, os quadrinhos, os livros de bolso, as fitas e os CDs. Uma caracterstica comum aos meios de massa est no uso de mquinas, tais como cmeras, projetores, impressoras, satlites, entre outras, capazes de gravar, editar, replicar e disseminar imagens e informao. Os produtos culturais gerados por esse sistema so baratos, seriados, amplamente disponveis e passveis de uma distribuio rpida." (SANTAELLA, 2008, p. 6) INSTRUMENTOS DA MDIA NA PRODUO DA ARTE "...a comunicao massiva deu incio a um processo que estava destinado a se tornar cada vez mais absorvente: a hibridizao das formas de comunicao e de cultura." (SANTAELLA, p. 11) "...junto com as mquinas de produo de bens materiais, tambm surgiram mquinas de produo de bens simblicos, mquinas mais propriamente semiticas, como a fotografia, a prensa mecnica e o cinema. Essas so mquinas habilitadas para produzir e reproduzir linguagens,
que
funcionam,
comunicao." (SANTAELLA, p. 11)
por
isso
mesmo,
como
meios
de
"Do impressionismo at o abstracionismo informal de Pollock,
assistiu-se a uma gradativa e cada vez mais radical desconstruo dos sistemas de codificao visuais herdados do passado renascentista. A par dessa desconstruo, as artes foram crescentemente incorporando os dispositivos tecnolgicos dos meios de comunicao como meios para a sua prpria produo." (SANTAELLA, p. 12) "A coincidncia dos meios de comunicao com os meios de produo de arte foi tornando as relaes entre ambas, comunicaes e artes, cada vez mais intrincadas. Os artistas foram se apropriando sem reservas desses meios para as suas criaes. Isso se acentuou quando comearam a surgir, por volta dos anos 1970-80, novos meios de produo, distribuio e consumo comunicacionais instauradores do que tenho chamado de cultura das mdias, que apresenta uma lgica distinta da comunicao de massas. Trata-se de dispositivos tecnolgicos que, em oposio aos meios de massa estes s abertos para o consumo , propiciam uma apropriao produtiva por parte do indivduo, como, por exemplo, as mquinas fotocopiadoras, os diapositivos, os filmes super 8 e 16 mm (...) etc. Graas a esses equipamentos, facilmente disponveis ao artista, originaram-se formas de arte tecnolgica que deram continuidade tradio da fotografia como arte." (SANTAELLA, p. 13) "Uma evoluo certa na utilizao da fotografia pela arte foi assinada pela arte pop. A reproduo o assunto central dessa arte realizada por meio do emprego sistemtico das tcnicas da serigrafia, do fac-smile, do transporte fotogrfico etc. Para Dubois (ibid: 273), a relao entre a arte pop e a fotografia privilegiada por no ser simplesmente utilitria, nem esttico-formal, mas quase ontolgica." (p. 25) Andy Warhol produzia suas pinturas a partir de fotografias, e esforava-se ao mximo por reproduzir os meios tcnicos utilizados na produo dos bens de consumo que ele representava por meio da arte. Apropriao, pela arte, dos meios e processos da indstria/mdia. Se a imagem tcnica uma abstrao do real [buscar conceito em Flusser], a arte de Warhol vai um passo alm, constituindo uma abstrao da imagem tcnica e do mundo dominado por ela. Tal como em O Retrato de
Dorian Gray, Warhol capturou em sua arte a alma da sociedade de
consumo. Os objetos por ele retratados eram consumidos, gastos e descartados, mas sua imagem e sua essncia permaneciam eternizadas, inalteradas, em sua arte.
INSTRUMENTOS DA MDIA NA PROMOO DA ARTE
"Ao fazerem uso das novas tecnologias miditicas, os artistas expandiram o campo das artes para as interfaces com o desenho industrial, a publicidade, o cinema, a televiso [...] etc. De outro lado, para a sua prpria divulgao, a arte passou a necessitar de materiais publicitrios, reprodues coloridas, catlogos, crticas jornalsticas, fotografias e filmes de artistas, entrevistas com ele(a)s, programas de rdio e TV sobre ele(a)s. Embora possa parecer que um tal tipo de material seja secundrio, cada vez mais as mdias desempenham um papel crucial no sucesso de uma carreira. Por isso mesmo, muitos artistas buscam manipular e controlar suas imagens e a disseminao de suas obras por meio dos vrios canais de comunicao." (SANTAELLA, 2008, p. 14) "As reprodues fotogrficas de obras em livros, os documentrios sobre arte, os anncios publicitrios que se apropriam das imagens de obras de arte, as rplicas tridimensionais de esculturas vendidas em museus, tudo isso foi levando o conhecimento sobre as artes para um pblico cada vez mais amplo, e um maior nmero de pessoas foi tomando conhecimento da existncia da arte, de sua histria e tendo acesso a ela, mesmo que seja por meio de reprodues em cartes postais, calendrios, ou por meio de programas de televiso, vdeos etc. Essa popularizao das artes facilitada pelas mdias sem dvida responsvel pelo aumento considervel do nmero e do tamanho dos museus e das galerias, e pelo impressionante aumento do pblico que frequentar esses lugares." (SANTAELLA, p. 14; 15) RECONFIGURAO DA ARTE COMO OBJETO DE CONSUMO contestar: "No obstante os limites entre uma realizao artstica e no artstica estejam cada vez mais difusos, o que ainda continua a funcionar como um trao distintivo da arte est na intencionalidade do artista em criar algo que no sofre os constrangimentos de quaisquer
outros propsitos a no ser os da prpria criao." (SANTAELLA, 2008, p.
57) "A construo de museus desse porte [da Nova Galeria de Stuttgart, do museu Guggenheim, em Bilbao, e da reforma da Nova Galeria Tate em Londres, todas as obras empreendidas a partir dos anos 1980] e o enorme investimento financeiro implicado funcionam como ndices seguros da absoro da arte [...] pelo alto comrcio." (SANTAELLA, p. 15) "Para muitos, a autenticidade da arte depende de uma atitude adversria em relao sua cooptao pela lgica do capital. Entretanto, o que tem sido chamado de sociedade do espetculo (DEBORD, 1967) resultou em um pacto inelutvel entre essas atitudes adversrias e os valores consumistas." (SANTAELLA, p. 15; 16) "O aumento do tamanho e do nmero de museus os habilitou produo de grandes exposies de pintores e escultores consagrados. Essas exposies, financiadas por pacotes de empresas privadas e rgos governamentais, e amplamente divulgadas pelas mdias, trazem como retorno um afluxo extraordinrio de visitantes. Alm disso, as exposies so acompanhadas de uma pletora de mdias com funo didtica e informativa [...]. sada do edifcio, o visitante v-se mergulhado em uma ampla loja de produtos relacionados exposio: livros, cartes postais, canetas e outros objetos que se situam em uma zona suspeita entre a arte e o kitsch consumista." (SANTAELLA, 2008, p. 16) Andy Warhol teria iniciado o processo de identificao da arte com os objetos de consumo, sendo ela a partir de ento em grande medida promovida e distribuda seguindo a mesma lgica de tais objetos. ECOS ATUAIS DA DIMENSO MERCADOLGICA DA ARTE FIRMADA NOS ANOS 1960-70 "Se Andy Warhol teve um herdeiro, este s pode haver se encarnado no artista Jeff Koons, o grande prncipe no reino do mais exacerbado kitsch que a cultura miditica capaz de produzir [...]. Na obra de Koons, imagens agigantadas de prottipos do kitsch bombardeiam o olhar dos receptores, produzindo fascinao e repulsa ao mesmo tempo. Quando
apareceram pela primeira vez, suas imagens chocaram e fizeram rir. Os
crticos ficaram confusos: Koons elevou o kitsch ao nvel da arte ou reduziu a arte ao nvel do kitsch? Seu rpido sucesso miditico e financeiro, entretanto, demonstrou que os limites entre as artes e as mdias haviam se perdido para sempre." (SANTAELLA, 2008, p. 48; 49) Considerar tambm, possivelmente: Marina Abramovic (pelos usos miditicos da imagem), Mr. Brainwash (pela produo em srie e voltada ao mercado)... CONTRIBUIO DE WARHOL E DAS NOVAS MDIAS PARA A POPULARIZAO DA ARTE "...ao mesmo tempo, a mistura [de meios e linguagens] atinge um dos alvos a que os meios de massa aspiram: a facilitao da comunicao, pois o significado de uma imagem pode ser reforado pelo dilogo (...)." (SANTAELLA, p. 12) A inteno de comunicabilidade, ou a relao exotrica estabelecida com o pblico em contraposio ao hermetismo e quase solipsismo das vanguardas anteriores est no cerne do sucesso comercial da obra de Warhol. Graas a sua arte, ele ascendeu condio de cone (DANTO, 2012, p. 27). "Os expressionistas abstratos e os artistas pop tinham concepes radicalmente opostas sobre o que os artistas faziam. O artista pop no tinha segredos ntimos. Se ele revelava alguma coisa aos espectadores, era algo que estes j conheciam ou pelo menos j tinham ouvido falar. Por esse motivo, j existia um elo natural entre o artista e o espectador, o que contribuiu, no caso de Warhol, para explicar como ele se tornou um cone." (DANTO, 2012, p. 30) "O que faz de Warhol um cone (...) que seu tema alguma coisa que o americano comum entende: tudo ou quase tudo que ele usou para fazer arte veio diretamente da vida cotidiana do americano mdio." (DANTO, 2012, p.14)
Como resultado disso, ao contrrio dos perodos anteriores da
histria da arte, havia nos anos 1960 "um sentimento, principalmente entre o pblico jovem, de que aquela era a sua arte, uma arte que fazia parte de sua cultura" (DANTO, 2012, p. 26). As duas exposies realizadas por Andy Warhol na Stable Gallery no incio da dcada de 1960 trouxeram mudanas significativas para a arte contempornea, provocando uma "imensa revoluo artstica" que exigiria da filosofia da arte um redirecionamento a uma "abordagem totalmente nova" e uma expanso de suas fronteiras (DANTO, 2012, p. 8). Warhol teria deslocado a arte do pedestal da cultura erudita em direo a uma posio de maior contato e aproximao com a cultura de massas. Dessa forma, o hermetismo e quase solipsismo que pareciam antes essenciais ao conceito de arte foram cedendo lugar a uma vontade de comunicao, partilhada pelas mdias. POSSVEL OBJETO Warhol, ao inaugurar um novo paradigma de relaes entre arte e mdia, teria expandido as fronteiras da definio de arte, permitindo-lhe um escopo mercadolgico-miditico. Abordar as relaes de interdependncia entre arte e mdia (produtos miditicos usados na divulgao da arte, como releases, catlogos e material publicitrio indicativos de um tratamento da arte como objeto de consumo; cf. SANTAELLA, p. 14) e sua origem na Pop Art/em Andy Warhol; traar um panorama dos dilogos entre arte e mdia, de Andy Warhol a Jeff Koons.
NAME, Daniela. "Eu Me Lembro" - Sedução e Memória No Design Construtivo Brasileiro. in - Diálogo Concreto - Design e Construtivismo No Brasil. Rio de Janeiro - Caixa Cultural, 2008. P. 7-41