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O documento discute três modelos de governo representativo: parlamentar, democracia de partido e democracia do público. No modelo parlamentar, os representantes eram eleitos por confiança pessoal e tinham independência. Na democracia de partido, os representantes dependiam dos partidos e a opinião pública era organizada por eles. Na democracia do público, os candidatos se tornaram mais importantes que os partidos e a opinião pública podia divergir das preferências eleitorais.
Descrizione originale:
ciência política
Titolo originale
01. [RESUMO] Metamorfoses Do Governo Representativo - MANIN, Bernard
O documento discute três modelos de governo representativo: parlamentar, democracia de partido e democracia do público. No modelo parlamentar, os representantes eram eleitos por confiança pessoal e tinham independência. Na democracia de partido, os representantes dependiam dos partidos e a opinião pública era organizada por eles. Na democracia do público, os candidatos se tornaram mais importantes que os partidos e a opinião pública podia divergir das preferências eleitorais.
O documento discute três modelos de governo representativo: parlamentar, democracia de partido e democracia do público. No modelo parlamentar, os representantes eram eleitos por confiança pessoal e tinham independência. Na democracia de partido, os representantes dependiam dos partidos e a opinião pública era organizada por eles. Na democracia do público, os candidatos se tornaram mais importantes que os partidos e a opinião pública podia divergir das preferências eleitorais.
Frequentemente se afirma que os pases ocidentais esto passando por uma
crise de representao poltica. Antes, os candidatos tinham propostas que
se propunham a cumprir se eleitos. Hoje, a estratgia se limita a fazer propostas vagas que projetam sua personalidade. Os polticos chegam ao poder pelas suas aptides e experincia no uso dos meios de comunicao em massa, no porque estejam prximos ou se assemelham a seus eleitores. A partir da segunda metade do sculo XIX, a presena de partidos polticos na organizao e expresso da vontade do eleitorado passou a ser vista como um componente essencial da democracia representativa. O aparecimento desses partidos veio a transformar a prpria relao da representao, pois aproximou os representantes dos representados. A massa do povo podia, assim, escolher pessoas que compartilhassem de sua situao scio econmica e suas preocupaes. A maioria dos analistas conclui que a representao tpica do parlamentarismo havia sido substituda por outra na qual o papel dos partidos de massa e das plataformas polticas parecia ter evoludo conforme a extenso do direito de voto (sufrgio universal). O autor trabalha com trs tipos-ideais de governo representativo: o parlamentar, a democracia de partido e a democracia do pblico. Em determinado ponto do tempo e em um dado pas, as vrias modalidades de representao poltica aqui analisadas podem coexistir e se fundir umas nas outras, mas, dependendo do tempo e do lugar, uma forma ou outra predomina. Os princpios do governo representativo Quatro princpios, entendidos dessa maneira, foram formulados nos primeiros tempos do governo representativo moderno. 1) Os representantes so eleitos pelos governados H concordncia com o fato de que no existe representao quando os governantes no so periodicamente eleitos pelos governados. Entretanto, eleies peridicas no tem como consequncia comum uma identidade rousseaniana entre governantes e governados, uma vez que as eleies no eliminam a diferena de status e funo entre o povo e o governo; o processo eletivo resulta na atribuio de autoridade a determinados indivduos para que governem sobre os outros; Em segundo lugar, um sistema eletivo no requer que os governantes sejam semelhantes queles que os governam. Portanto, o governo ser sempre um governo de elites, cabendo aos cidados decidir que elite ir exercer o poder. 2) Os representantes conservam uma independncia parcial diante das preferencias dos eleitores
Embora possam ser destitudos, os representantes mantm certa
autonomia de deciso, uma vez que prticas como o recall (estatuto de obrigao legal s instrues dadas pelos eleitores) foram admitidas desde o sculo XVIII. Firmou-se o conceito de que os deputados representam o conjunto da Nao, e no o distrito especfico que o elegeu; Portanto, devem decidir o que melhor para a Nao, analisando o conjunto. A diferena entre governo representativo e governo do povo pelo povo no est na existncia de um corpo especfico de delegados, mas na ausncia de mandatos imperativos. 3) A opinio pblica sobre assuntos polticos pode se manifestar independentemente do controle do governo Desde o final do sculo XVIII, prevalece a ideia de que um governo representativo supe que os governados possam formular e expressar livremente suas opinies polticas. Para tanto, necessrio ter acesso informao poltica, o que supe tornar pblicas as decises governamentais; O segundo requisito a liberdade para expressar opinies polticas. A massa do povo sempre pode se manifestar como uma entidade poltica dotada de uma certa unidade, independente do representante. E, agindo como grupo, podem dar instrues ao seu representante e a probabilidade de que o representante escute o grupo ao invs de um indivduo maior. 4) Decises polticas so tomadas aps debate Desde a fundao do governo representativo, a ideia de debate esteve atrelada ao mesmo, uma vez que a liberdade de debate na Assembleia sempre teve papel decisivo: a verdade deve ser a base da lei, e o debate o caminho mais adequado para determinar a verdade. A assembleia representativa sempre foi vista como coletiva e diversificada, que exige discusso prvia tomada de decises. O governo representativo do tipo parlamentar 1) Eleio dos representantes pelos governados Neste tipo de governo, os eleitos eram pessoas que inspiravam confiana nos eleitores, dado sua virtude em rede de relaes locais e notoriedade social. O candidato inspira confiana por sua personalidade e eleito por pessoas com que possui contato frequente. As eleies selecionam um tipo particular de elite: os notveis. 2) Independncia parcial dos representantes Os deputados so livres para votar de acordo com sua experincia e cunho pessoal. 3) A liberdade da opinio pblica
Apenas as eleies tem efeitos legais. Se as eleies escolheram
pessoas conforme a confiana pessoal que inspiravam, as opinies dos cidados precisavam encontrar outro canal de expresso. Portanto, h uma no-correspondncia entre a opinio pblica e as preferncias polticas manifestas nas eleies. Portanto, a liberdade de opinio inseparvel do risco de desordem pblica. 4) Decises polticas tomadas aps debates Uma discusso s pode gerar acordo entre parlamentares com vises divergentes se um deles mudar de opinio no transcorrer do processo. O representante possui plena liberdade para agir contrariamente opinio de seus eleitores. A democracia de partido 1) Representantes eleitos pelos governados O aumento do eleitorado aps o sufrgio impediu a relao direta entre representantes-representados; A carga partidria do representante o peso principal do voto; A estabilidade eleitoral desse modelo deriva da determinao das preferncias polticas por fatores socioeconmicos: na democracia de partido as clivagens eleitorais refletem divises de classe. Os eleitores passam a confiar nos candidatos apresentados pelo partido porque os reconhecem como membros de uma comunidade da qual pertenciam. Nesse sentido, a democracia de partido, assim como no tipo parlamentar, baseia-se na confiana. 2) A independncia parcial dos representantes Aqui, os representantes esto presos disciplina partidria e dependem do partido que os elegeu. Como as pessoas se vinculam a um campo em virtude de seus interesses e crenas, se um desses campos vencer e tentar impor sua vontade, as que esto no campo contrrio sofrero uma derrota total, o que pode induzi-los a partir pra porrada. A democracia de partido maximiza o risco de conflito, mas seus altos custos levam os atores a evit-la. Pata tanto, geralmente estabelecem-se acordos com a minoria. 3) A liberdade da opinio pblica Os partidos organizam tanto a disputa eleitoral quanto os modos de expresso da opinio pblica (manifestaes, entrevistas, campanhas eleitorais). Assim sendo, as clivagens de opinio pblica coincidem com clivagens eleitorais. Existe, entretanto, algo no controlvel pelo partido no poder: a oposio e seus canais de expresso. A liberdade de opinio pblica acima de tudo liberdade de oposio. 4) Decises polticas tomadas aps debates Uma rgida disciplina comanda o voto no interior de cada campo de fora. Discusses so limitadas ao partidos do governo x oposio ~bestas de votar, segundo Weber~ Contudo, nas decises dentro do partido, os participantes podem deliberar. A democracia do pblico
1) Representantes eleitos pelos governados
A personificao da escolha eleitoral A personalidade dos candidatos passa a tomar o lugar do seu partido no momento de escolha do eleitor. Os partidos continuam sendo um elemento importante, mas tendem a se tornar instrumentos a servio de um lder. A expanso dos meios de comunicao em massa aumentou a proximidade entre eleitor e eleitorado, dispensando a mediao de uma rede de relaes partidrias. O aumento da complexidade na atuao poltica propiciado pelo ps guerra impossibilitou que o partido fundamente uma agenda demasiadamente complexa, deixando margem de manobra aos representantes. Termos gerais da escolha eleitoral Os cidados votam em diferentes partidos na eleies presidenciais/estaduais/municipais, o que sugere que as decises do voto levam em conta a percepo do que est em jogo em uma eleio especfica, no so decorrentes de caractersticas socioeconmicas dos eleitores. A iniciativa dos polticos aumenta nesse tipo de sistema, mas, em compensao, eles precisam estar permanentemente empenhados em identificar as questes que melhor dividem o eleitorado para explor-las politicamente. 2) A independncia parcial dos representantes Estudos recentes reconhecem que a imagem seja ela da personalidade do candidato ou do partido pelo qual se candidata projetada pelo representante possui papel fundamental na sua eleio. J que os mesmos so escolhidos a partir dessas imagens, sobra-lhes um espao de liberdade para agir, aps eleitos. 3) A liberdade da opinio pblica Os canais de comunicao so politicamente neutros, ou seja, no tm uma base partidria. O resultado que as pessoas recebem as mesmas informaes sobre um dado assunto, a despeito de suas preferncias polticas. Tal uniformidade de informao possibilita que o pblico possa estar dividido em certas linhas de opinio durante as eleies e em tendncias diferentes quanto a questes especficas. Assim sendo, as manifestaes eleitorais e no eleitorais do povo podem no ser coincidentes. A ascenso dos institutos de pesquisa tem papel importante nesse ponto, pois podem revelar linhas divisrias inexploradas pelos candidatos. 4) Decises polticas tomadas aps debates O parlamento no um frum de debate pblico. Cada partido se rene em torno do lder e vota disciplinarmente com ele. As discusses dentro dos partidos e as consultas entre o governo e os grupos de interesse so de fato relevantes. A grande novidade trazida pelo terceiro tipo de representao se encontra na importncia da instabilidade eleitoral. Aumentou-se o nmero de eleitores flutuantes que no depositam seu voto a partir de uma identificao partidria estvel. O eleitorado bem informado, instrudo e interessado. A existncia desse carter de eleitorado estimula os polticos a expor suas ideias diretamente ao
pblico, podendo-se conquistar o apoio de uma maioria a uma
determinada orientao poltica falando diretamente com ele: o debate se procede no meio do prprio povo. Quando se reconhece as diferenas entre governo representativo e governo do povo, o fenmeno atual deixa de ser visto como uma crise de representao poltica e passa a ser interpretado como um rearranjo da mesma combinao de fatores que sempre estiveram presente desde a formao dos governos representativos.