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A PARTIR DA NANOTECNOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Em que pese esta mudança ontológica por que passou o Direito Ambiental – do
dano ao risco – ainda existem riscos desconhecidos oriundos de novas tecnologias que
permanecem à sua margem. O presente artigo tem como escopo analisar os riscos advindos da
nanotecnologia e as conseqüências que sua permanência à margem do debate jurídico traz
para os fundamentos do Direito Ambiental contemporâneo.
2 MODERNIDADE E RISCO
1
Acadêmico do décimo período do Curso de Direito da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB), em
São Luís (MA). e-mail: roberto.almeida@msn.com
industrial. Nesta, os conflitos acerca da distribuição de bens (empregos, renda, seguridade
social) constituíam um tema central. Na sociedade do risco, ao contrário, surgem conflitos de
responsabilidade distributiva, isto é, conflitos acerca da distribuição, controle, prevenção e
legitimação dos riscos decorrentes do avanço tecnológico e científico.2
2
BECK, Ulrich. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: BECK, Ulrich;
GIDDENS, Anthony; LASH, Scott. Modernização Reflexiva: política, tradição e estética na ordem social
moderna. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1997. p. 17.
3
Cf. BECK, Ulrich. La Sociedad del Riesgo: hacia una nueva modernidad. Ed. Paidós Ibérica: Barcelona, 1998.
4
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo: Ulrich Beck conversa com Johannes Willms. Trad. Luiz Antônio
Oliveira de Araujo. São Paulo: Editora UNESP, 2003, p. 115.
5
LEITE, José Rubens Morato, AYALA, Patryck de Araújo. Direito ambiental na sociedade de risco. 2. ed.
rev. atual. ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p. 13.
3. NANOTECNOLOGIA E RISCOS DE GRAVES CONSEQUÊNCIAS
Nanopartículas são absorvidas pelas placas de Peyer, que são nódulos de tecidos
linfáticos associados ao intestino. Tais nódulos absorvem partículas maiores em bolhas e as
transporta aos vasos linfáticos, onde são eliminadas pelo organismo. O problema relacionado
aos nanomateriais é que estes, ao penetrarem no sistema linfático, podem chegar à corrente
sanguínea.18
Nas décadas de 1970 e 1980, Freeman e Perez notaram que tal processo inovativo
não modifica somente as estruturas econômicas vigentes, mas todo o aparato institucional
estabelecido, mudando a forma do progresso tecnológico em um sentido amplo e construindo
um novo paradigma técnico-econômico. Para que um novo paradigma técnico-econômico
desloque o antigo completamente, tornando-se dominante, é necessário que satisfaça três
condições: custos decrescentes, incremento na oferta e aplicações penetrantes.23
O risco, por sua vez, desafia o Direito Ambiental, levando-o a se questionar sob
que condições esta salvaguarda coletiva e transgeracional pode ser concretizada. Para
Benjamin, o Direito do Ambiente passa de um direito de danos (preocupado em reparar ou
quantificar os prejuízos ao meio ambiente) para um direito de riscos, cuja principal
preocupação é evitar a degradação ambiental. Para que o Direito se ajuste às incertezas e para
22
SANTOS JUNIOR, J. L.; SANTOS, W. L. P.. Nanotecnologia e riscos ambientais: uma reflexão sobre a
ingerência das ciências humanas sociais na construção de um debate crítico. In: Anais do IV Encontro da
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ambiente e Sociedade. Brasília-DF: Anppas, 2008, p. 6.
23
Ibid., p. 8.
24
LEITE e AYALA, 2004, op. cit., p. 202-203.
25
Ibid., p. 204.
que sejam corrigidas as suas desfuncionalidades e deficiências, deve lançar mão de um
sistema de avaliação integral dos riscos.26
26
BENJAMIN, Antonio Herman de V. e SICOLI, José Carlos Meloni. (Orgs.). Anais do 5º Congresso
Internacional de Direito Ambiental, de 4 a 7 de junho em 2001. O futuro do controle da poluição e da
implementação ambiental. São Paulo: IMESP, 2001, p. 61.
27
LEITE e AYALA, 2004, op. cit., p. 209.
28
PORTANOVA, Rogério. Direitos Humanos e Meio Ambiente: Uma Revolução de Paradigma para o século
XXI. In: LEITE, José Rubens Morato, BELLO FILHO, Ney de Barros. (Orgs.). Direito Ambiental
Contemporâneo. Barueri: Manole, 2004, p. 622-623.
29
STEIGLEDER, Annelise Monteiro. Responsabilidade civil ambiental: as dimensões do dano ambiental no
direito brasileiro. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004, p. 142.
30
GIORGI, Raffaele de. Direito, Democracia e Risco: vínculos com o futuro. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor, 1998, p. 158.
Beck: se o reconhecimento dos riscos corresponde à institucionalização dos perigos e
oferecimento de respostas para estes, isto significaria dizer, diante da inexistência destas, que
os riscos não são reconhecidos pelo Direito como tais. Apesar de oferecerem ameaças à
sociedade.
5 CONCLUSÕES ARTICULADAS
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECK, Ulrich. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In:
BECK, Ulrich; GIDDENS, Anthony; LASH, Scott. Modernização Reflexiva: política,
tradição e estética na ordem social moderna. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora da
Universidade Estadual Paulista, 1997.
BECK, Ulrich. La Sociedad del Riesgo: hacia una nueva modernidad. Ed. Paidós Ibérica:
Barcelona, 1998.
BECK, Ulrich. Liberdade ou capitalismo: Ulrich Beck conversa com Johannes Willms.
Trad. Luiz Antônio Oliveira de Araujo. São Paulo: Editora UNESP, 2003.
31
LEMOS, Marco Antônio da Silva. O Direito como regulador da sociedade de riscos. In: VARELLA, Marcelo
Dias (Org.). Direito, Sociedade e Riscos: a sociedade contemporânea vista a partir da idéia de risco: Rede
Latino-Americana e Européia sobre Governo dos Riscos. Brasília: UniCEUB, UNITAR, 2006, p. 328.
GIORGI, Raffaele de. Direito, Democracia e Risco: vínculos com o futuro. Porto Alegre:
Sergio Antonio Fabris Editor, 1998.
LEITE, José Rubens Morato, AYALA, Patryck de Araújo. Direito ambiental na sociedade
de risco. 2. ed. rev. atual. ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
LEMOS, Marco Antônio da Silva. O Direito como regulador da sociedade de riscos. In:
VARELLA, Marcelo Dias (Org.). Direito, Sociedade e Riscos: a sociedade contemporânea
vista a partir da idéia de risco: Rede Latino-Americana e Européia sobre Governo dos
Riscos. Brasília: UniCEUB, UNITAR, 2006.