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O livro discute a evolução do conceito de monumento ao longo da história ocidental e sua relação com o poder público e a memória das populações. Ele analisa como os monumentos foram vistos desde a Antiguidade até a era moderna, quando passaram a ser símbolos de identidade nacional, e como são tratados na atualidade pelo turismo e indústria cultural.
O livro discute a evolução do conceito de monumento ao longo da história ocidental e sua relação com o poder público e a memória das populações. Ele analisa como os monumentos foram vistos desde a Antiguidade até a era moderna, quando passaram a ser símbolos de identidade nacional, e como são tratados na atualidade pelo turismo e indústria cultural.
O livro discute a evolução do conceito de monumento ao longo da história ocidental e sua relação com o poder público e a memória das populações. Ele analisa como os monumentos foram vistos desde a Antiguidade até a era moderna, quando passaram a ser símbolos de identidade nacional, e como são tratados na atualidade pelo turismo e indústria cultural.
A alegoria do patrimnio nos mostra, de modo crtico e didtico, como se deu a
evoluo do conceito de monumento ao longo da Histria ocidental e, mais ainda,
como este conceito est associado ao imaginrio e memria das populaes que convivem com determinados bens patrimoniais, alm de discutir as relaes entre o poder pblico e a instituio de monumentos. Desse modo, o livro se inicia, na Introduo, com uma discusso sobre os conceitos de patrimnio e monumento, relacionando-os construo da identidade histrica e memria local. O primeiro captulo, intitulado Os humanismos e o monumento antigo, nos remete Antigidade greco-romana e Idade Mdia, desnudando as formas pelas quais o monumento tomava parte na vida cotidiana dos povos europeus at as portas do Renascimento. O segundo captulo, A poca dos antiqurios: monumentos reais e monumentos figurados aborda a transmudao do monumento em alegoria, primeiro sob a gide da Renascena e depois na opulncia do Barroco, mostrando a relao deste processo com o Humanismo, o surgimento das naes europeias como Estados e, j no sculo XVIII, com a Ilustrao e o Antigo Regime. O terceiro captulo, A Revoluo Francesa, trata especificamente do modo como aquele momento histrico tratou os monumentos, num primeiro instante, como elementos de representao do poder absolutista e clerical, destruindo e depredando boa parte deles e, depois, alando-os posio de smbolos da nacionalidade francesa, especialmente no perodo napolenico. No captulo seguinte, A consagrao do monumento histrico (1820-1960), Choay descreve como se deu o processo de construo do conceito de monumento histrico, desde o Romantismo do sculo XIX at o Ps- Guerras de meados do sculo XX. Em A inveno do patrimnio urbano fica clara a importncia de Haussmann, o reformulador da Paris do oitocentos, para a demarcao e apartamento definitivo entre as cidades do passado e as cidades do presente, ou seja, a separao entre mundo rural - ligado ao passado - e vida urbana - ligada modernidade da Revoluo Industrial. No sexto captulo, intitulado O patrimnio histrico na era da indstria cultural, Franoise Choay mostra as relaes que se construram, no mundo psmoderno, entre a indstria cultural - baseada no simulacro - e o patrimnio, discutindo a forma como sua conservao passa, muitas vezes, apenas pelo interesse econmico-financeiro e, no mais, por sua relao com a identidade de uma determinada populao ou sua relevncia histrico-cultural. Por fim, em sua concluso, A competncia de edificar, a autora retoma algumas questes tratadas ao longo do livro e discute-as tendo como pano de fundo a cultura de massa do final do sculo XX, criticando a crescente inflao de bens patrimoniais por que passa o mundo contemporneo. Um detalhe parte em A alegoria do patrimnio sua iconografia. As ilustraes do livro, mesmo sendo apenas em preto e branco, clarificam os conceitos e idias presentes em suas pginas, tornando sua compreenso mais imediata. Esses so os motivos que fazem ser a leitura deste livro uma tarefa imprescindvel queles que lidam com os monumentos e bens patrimoniais no Brasil, quer sejam profissionais da rea de restauro, quer sejam da indstria do Turismo. 1 -Georges Eugne Haussmann (1809- 91), urbanista francs que extensivamente redesenhou Paris sob o reinado de Napoleo III (1852-70). Seus projetos incluram a
construo de novos e mais largos bulevares, a instalao da estao ferroviria fora
da rea central da cidade, e novos parques em particular, o Bois de Boulogne. Grandes setores da Paris medieval foram varridos por sua reconstruo da cidade. As formas dominantes nos projetos de Haussmann eram as de largos e longos bulevares, pontuados por praas circulares, propiciando vistas soberbas dos principais monumentos parisienses, tais como a pera e o Arco do Triunfo. Suas inovaes tiveram uma forte influncia em muitos dos projetos de reurbanizao do incio do sculo XX efetivados na Europa, na Amrica Latina (especialmente Brasil e Argentina), e em muitas colnias francesas ento espalhadas pelo mundo.