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(...) o pensamento terico cerca o objeto que quer abrir, esperando que este
salte mais ou menos como fechaduras de cofres-fortes bem protegidos: no apenas
por meio de uma s chave ou um s nmero, mas de uma combinao de nmeros.
modo que nos situamos enquanto sujeito, mas no vemos o que est para
alm dessa metafsica do olhar. Da mesma forma que no vemos o espelho,
apenas o que dele refletido, no somos capazes de ver a porta, apenas o que
dela nos revela de nosso prprio olhar.
Apenas enquanto exerccio de ilustrao e para fugir dessa problemtica
e abrir novas constelaes de significao, podemos, por exemplo, pensar em
termos estruturais. Por exemplo, a partir do mtodo utilizado por Lvi-Strauss
para pensar o mito, ou seja, contido em um eixo sincrnico e outro diacrnico
onde uma histria das combinatrias de elementos fundamentais dirigiria a
produo de sentido, sem, no entanto, nunca atingir a exausto de suas
possibilidades em razo das condies da prpria linguagem enquanto
estrutura base.
Pensemos pela metafsica do olhar. Ao priorizar a porta como centro de
produo de sentido, subtramos do ferrolho a sua titularidade. Afinal, para que
serve essa pequena tranca se a porta j est fechada, negando para ns o seu
alm? E o que para esse alm negado em relao a ns?
Cem anos depois da pintura de Fragonard, Nietzsche ir criticar a
metafsica clssica ressaltando outra experincia que no a do trabalho do
esprito positivo. a partir do olhar para as profundezas do abismo da
dualidade sujeito/objeto que a opacidade apolnea se encolhe, permitindo a
transparncia necessria para que a luz do olhar abissal retorne a quem olha.
O ferrolho a pea fundamental justamente porque fornece as
condies de abertura e fechamento e conecta a mo, o ato, o gesto do
personagem porta. O que interessa a ele em nossa leitura o movimento de
trancar/destrancar, de ser capaz de fazer essa escolha. Se o que est por trs
da porta deve permanecer para sempre na posio de objeto, trancando e
enraizando
dualidade
metafsica
como
condio
primordial
de