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o 171 — 26-7-1997
limites máximos de resíduos nos produtos animais e de i) Substância activa: toda a matéria de origem
origem animal, regulada no Regulamento (CEE) humana, animal, vegetal ou química à qual se
n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de Junho, objecto de atribui actividade apropriada para constituir um
sucessivas alterações, sem esquecer a competência que medicamento;
igualmente detém na utilização de medicamentos vete- j) Matéria-prima: toda a substância, activa ou não,
rinários. que se emprega no fabrico de um medicamento,
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das quer permaneça inalterável, quer se modifique
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. ou desapareça no decurso do processo;
Assim: l) Excipiente: toda a matéria-prima que, incluída
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 201.o da nas formas farmacêuticas, se junta às substâncias
Constituição, o Governo decreta o seguinte: activas ou suas associações para lhes servir de
veículo, possibilitar a sua preparação e a sua
estabilidade, modificar as propriedades organo-
CAPÍTULO I lépticas ou determinar as propriedades físico-
-químicas do medicamento e a sua biodispo-
Objecto, âmbito e definições nibilidade;
m) Forma farmacêutica: estado final em que as
Artigo 1.o substâncias activas se apresentam, depois de
Objecto
submetidas às operações farmacêuticas neces-
sárias, a fim de facilitar a sua administração e
O presente diploma regula a autorização de intro- obter o maior efeito terapêutico desejado;
dução no mercado, o fabrico, a importação e exportação, n) Medicamentos essencialmente similares: os me-
a distribuição, a cedência a título gratuito, a detenção dicamentos com a mesma composição qualita-
ou posse e a utilização de medicamentos veterinários. tiva e quantitativa em substâncias activas, sob
a mesma forma farmacêutica;
o) Resíduos de medicamentos veterinários: subs-
Artigo 2.o tância farmacologicamente activa, tal como defi-
Definições nida na alínea a) do artigo 1.o do Regulamento
(CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de
Para efeitos do presente diploma entende-se por: Junho, e posteriores alterações, que prevê um
a) Medicamento: toda a substância ou composição procedimento comunitário para o estabeleci-
que possua propriedades curativas ou preven- mento de limites máximos de resíduos de medi-
camentos veterinários nos alimentos de origem
tivas das doenças e dos seus sintomas, do homem
animal;
ou do animal, com vista a estabelecer um diag-
p) Limite máximo de resíduos (LMR): o teor
nóstico médico ou a restaurar, corrigir ou modi-
máximo em resíduos, tal como definido na alí-
ficar as suas funções orgânicas;
nea b) do artigo 1.o do Regulamento (CEE)
b) Medicamento veterinário: todo o medicamento
n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de Junho, e
destinado aos animais;
posteriores alterações;
c) Especialidade farmacêutica veterinária: todo o
q) Intervalo de segurança: período de tempo entre
medicamento veterinário preparado antecipa-
a última administração do medicamento vete-
damente, apresentado sob uma denominação rinário ao animal, em condições normais de uti-
especial e sob um acondicionamento particular; lização, e a obtenção de alimentos provenientes
d) Medicamento veterinário pré-fabricado: todo o desse animal, a fim de garantir que os mesmos
medicamento veterinário preparado anterior- não contêm resíduos em teor superior aos LMR
mente à sua colocação no mercado e apresen- estabelecidos em conformidade com o Regu-
tado sob uma forma farmacêutica utilizável sem lamento (CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de
transformação; 26 de Junho, e posteriores alterações.
e) Pré-mistura medicamentosa: todo o medica-
mento veterinário, em veículo apropriado, pre-
parado antecipadamente com vista ao fabrico Artigo 3.o
ulterior de alimentos medicamentosos; Âmbito de aplicação
f) Alimento medicamentoso: mistura de uma ou
mais pré-misturas medicamentosas com o ali- 1 — As disposições do presente diploma aplicam-se
mento, preparada previamente à sua colocação aos medicamentos veterinários que sejam apresentados,
no mercado e destinada a ser administrada aos designadamente, sob a forma de especialidades farma-
animais sem transformação; cêuticas veterinárias, de medicamentos veterinários pré-
g) Medicamento veterinário imunológico: o medi- -fabricados e de pré-misturas medicamentosas.
camento veterinário administrado aos animais 2 — São excluídos do âmbito de aplicação do presente
a fim de provocar uma imunidade activa ou pas- diploma:
siva ou diagnosticar o estado imunológico; a) Os medicamentos constantes do anexo A ao pre-
h) Medicamento veterinário homeopático: qual- sente diploma, do qual faz parte integrante, cuja
quer produto veterinário homeopático desti- autorização de introdução no mercado é objecto
nado a ser aplicado aos animais no tratamento de procedimento centralizado, de acordo com
ou prevenção das doenças e dos seus sintomas, o disposto no Regulamento (CEE) n.o 2309/93,
na correcção ou modificação das funções orgâ- do Conselho, de 22 de Julho;
nicas ou ainda, quando administrados de forma b) Os medicamentos constantes do anexo B ao pre-
adequada, no diagnóstico médico; sente diploma, do qual faz parte integrante, sem-
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pre que, a requerimento do interessado, a auto- b) Número atribuído pelo Registo Nacional de
rização da sua introdução no mercado seja con- Pessoas Colectivas ou número de identificação
cedida no âmbito comunitário, caso em que o fiscal, excepto se o requerente tiver domicílio
procedimento obedecerá ao disposto na alínea ou sede noutro Estado membro;
anterior; c) Nome proposto para o medicamento veteri-
c) Os medicamentos destinados aos ensaios de nário;
investigação e de desenvolvimento; d) Forma farmacêutica e composição no que res-
d) Os produtos intermédios destinados a transfor- peita a substâncias activas e excipientes,
mação posterior; incluindo dosagem, apresentação e modo e via
e) Os medicamentos veterinários imunológicos; de administração;
f) Os alimentos medicamentosos; e) Indicações terapêuticas ou profilácticas;
g) Os medicamentos veterinários preparados à f) Espécies animais alvo;
base de isótopos radioactivos; g) Número de volumes que constituem o processo.
h) As fórmulas magistrais, ou seja, os medicamen-
tos preparados numa farmácia, segundo uma 2 — O pedido referido no número anterior deve ser
prescrição médico-veterinária, e destinados a acompanhado da seguinte informação:
um animal ou a um grupo de animais deter-
minado; a) Descrição do método de fabrico;
i) Os preparados oficinais, ou seja, os medicamen- b) Posologia para as diferentes espécies animais
tos preparados numa farmácia, segundo as indi- alvo, modo e via de administração e duração
cações de uma farmacopeia, e destinados a limite da utilização;
serem dispensados por essa farmácia unica- c) Indicações terapêuticas ou profiláticas, contra-
mente ao utilizador final; -indicações e efeitos secundários;
j) Os preparados veterinários homeopáticos; d) Descrição dos métodos de controlo utilizados
l) Os medicamentos destinados a aves canoras, pelo fabricante;
pombos-correio, peixes de aquário, pequenos e) Resultados dos ensaios analíticos (físico-quími-
roedores e espécies animais exóticas não pro- cos, biológicos e microbiológicos), farmacoló-
dutoras de alimentos. gicos (farmacodinâmicos e farmacocinéticos),
toxicológicos (estudo de resíduos) e clínicos;
f) Indicação dos ensaios de estabilidade realizados
CAPÍTULO II e seus resultados que permitam estabelecer as
condições de conservação e fixar o prazo de
Autorização de introdução no mercado validade do medicamento;
g) Indicação, de acordo com os resultados dos
SECÇÃO I
ensaios referidos na alínea e), do intervalo de
Procedimento nacional segurança, propondo e justificando o reque-
rente, se necessário, um LMR nos alimentos
que não apresente risco para o consumidor,
Artigo 4.o
assim como os métodos de análise de rotina
Autorização de introdução no mercado que podem ser utilizados no controlo oficial de
resíduos;
1 — A introdução de medicamentos veterinários no h) Se for caso disso, as indicações sobre as medidas
mercado está sujeita a autorização do Instituto Nacional de precaução e de segurança a tomar na arma-
da Farmácia e do Medicamento, adiante designado por zenagem do medicamento, na administração aos
INFARMED. animais e na eliminação dos produtos não uti-
2 — Para ser objecto da autorização referida no n.o 1 lizados ou dos seus desperdícios, caso existam,
um medicamento veterinário destinado a animais pro- assim como a indicação dos riscos potenciais
dutores de alimentos apenas pode conter substâncias que o medicamento possa apresentar para o
activas que figurem nos anexos I, II ou III do Regu- ambiente, para a saúde humana e animal e para
lamento (CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de as plantas;
Junho, e posteriores alterações. i) Relatórios dos peritos e respectiva tradução em
3 — A autorização de introdução no mercado de língua portuguesa;
medicamentos veterinários só pode ser concedida aos j) Resumo das características do medicamento,
requerentes estabelecidos no território da União Euro- adiante designado por RCM, nos termos do
peia. artigo 6.o;
Artigo 5.o l) Projectos de rótulo, referentes a indicações a
fornecer nos recipientes, embalagens exteriores
Pedido de introdução no mercado e projecto de folheto informativo que acompa-
1 — O pedido de autorização de introdução no mer- nha o medicamento, de acordo com o disposto
cado é dirigido ao presidente do conselho de adminis- nos artigos 64.o, 65.o e 66.o;
tração do INFARMED, em requerimento do qual m) Amostras do medicamento, sob a forma de apre-
conste: sentação final em quantidade suficiente para
permitir eventuais ensaios e verificação pelos
a) Nome ou designação social e domicílio ou sede métodos de controlo propostos pelo fabricante,
do requerente e, caso sejam diferentes, do ou quando solicitadas;
dos fabricantes e indicação dos respectivos n) Documento oficial, autêntico ou autenticado,
locais de fabrico; acompanhado de tradução reconhecida em lín-
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gua portuguesa, que comprove que o fabricante e) Informações clínicas, designadamente indica-
está autorizado a produzir medicamentos nesse ções de utilização especificando as espécies ani-
país, de acordo com os princípios e directrizes mais alvo, contra-indicações e reacções adversas
das práticas de bom fabrico, ou que apresentou (frequência e gravidade);
um pedido para esse efeito. f) Posologia, modo e via de administração para
as espécies animais alvo;
3 — Sempre que os medicamentos destinados a ani- g) Precauções especiais de utilização;
mais produtores de alimentos para consumo humano h) Interacções medicamentosas e outras;
contenham substâncias activas novas não incluídas nos i) Utilização durante a gestação e a lactação;
anexos I, II ou III do Regulamento (CEE) n.o 2377/90, j) Sobredosagem (sintomas, medidas de urgência,
do Conselho, de 26 de Junho, e posteriores alterações, e antídotos, se for caso disso);
deve constar uma cópia dos documentos apresentados l) Advertências para as espécies animais alvo;
à Comissão Europeia, em conformidade com o anexo V m) Intervalo de segurança;
ao referido regulamento. n) Precauções particulares a tomar pela pessoa que
4 — O nome proposto para o medicamento veteri- administra o medicamento aos animais;
nário pode ser constituído por um nome de fantasia o) Propriedades farmacológicas e, na medida em
ou marca, pela denominação comum, internacional ou que estas informações sejam úteis para a uti-
nome genérico, seguidos da marca ou do nome do lização terapêutica, elementos de farmacoci-
fabricante. nética;
5 — Os nomes de fantasia, ou marcas, não podem p) Incompatibilidades;
confundir-se com as denominações comuns internacio- q) Prazo de validade e prazo de validade após a
nais nem estabelecer equívocos com as propriedades reconstituição ou a primeira utilização do medi-
terapêuticas e a natureza do medicamento veterinário. camento, se for caso disso;
6 — A verificação do processo deve ser efectuada no r) Condições de conservação;
momento da sua recepção e, caso se observem defi- s) Natureza e conteúdo do recipiente e sua ade-
ciências consideráveis, não é aceite. quação às necessidades do tratamento;
7 — A tramitação do processo com vista à sua ava- t) Nome ou designação social e domicílio ou sede
liação técnico-científica inicia-se após o pagamento da do responsável pela autorização de introdução
taxa relativa ao pedido de autorização de introdução no mercado e do fabricante;
no mercado. u) Precauções especiais para a eliminação dos pro-
8 — Sempre que o medicamento veterinário tenha dutos não utilizados ou dos desperdícios deri-
sido objecto de autorização anterior em conformidade vados desses produtos, caso existam;
com a legislação comunitária, devem ser entregues v) Condições particulares de autorização de intro-
cópias das autorizações de introdução no mercado con- dução no mercado;
cedidas noutros Estados membros, acompanhadas do x) Número de autorização de introdução no mer-
RCM e de folheto informativo propostos pelo reque- cado [número(s) de registo de medicamento];
rente ou aprovados pela autoridade do Estado membro, z) Data da primeira autorização ou renovação da
ou num país terceiro, bem como a lista dos países em introdução no mercado;
que foi formulado o pedido de autorização de intro- aa) Data da revisão do texto.
dução no mercado. Os detalhes relativos a qualquer
decisão de recusa de autorização na Comunidade ou
em país terceiro devem ser acompanhados por docu- Artigo 7.o
mentação fundamentando essa decisão, devendo esta Dispensa de ensaios
informação ser actualizada regularmente durante o
período em que decorre a análise do processo. 1 — Sem prejuízo da legislação relativa à protecção
da propriedade industrial e comercial, não será exigido
ao requerente que forneça os resultados dos ensaios
Artigo 6.o toxicológicos e farmacológicos ou dos ensaios clínicos,
Resumo das características do medicamento
caso possa comprovar que:
sições comunitárias em vigor e comercializado de ter ao seu serviço um médico veterinário como asses-
no território nacional, sendo esse período ele- sor, com situação regularizada pela Ordem dos Médicos
vado a 10 anos, quando se trate de medicamen- Veterinários.
tos aprovados no âmbito do Regulamento 2 — Ao assessor técnico compete:
(CEE) n.o 2309/93.
a) Participar na elaboração de programas de lan-
2 — No caso de medicamentos veterinários novos çamento de novos medicamentos veterinários;
com componentes conhecidos, mas cuja associação não b) Colaborar nos estudos a efectuar sobre o inte-
tenha ainda sido empregue com determinado fim tera- resse terapêutico de medicamentos veterinários
pêutico, devem ser fornecidos os resultados dos ensaios a introduzir no mercado;
toxicológicos e farmacológicos e dos ensaios clínicos c) Elaborar e coordenar a informação técnico-
relativos à associação, embora não seja necessário for- -científica a dirigir aos médicos veterinários ou
necer referências relativas a cada um dos componentes para divulgação ao público;
específicos. d) Assegurar a coordenação de informação no
âmbito da farmacovigilância e toxicologia vete-
Artigo 8.o rinária.
Peritos qualificados Artigo 10.o
1 — Os documentos constantes do processo a que se Instrução e avaliação do processo de introdução no mercado
referem as alíneas d), e) e g) do n.o 2 do artigo 5.o
têm de ser assinados por peritos que possuam as neces- 1 — Após a verificação do pedido de autorização de
sárias qualificações técnicas e profissionais. introdução no mercado, o INFARMED remete-o à
2 — De acordo com a qualificação, os peritos devem Direcção-Geral de Veterinária, adiante designada por
proceder aos trabalhos no âmbito da sua especialidade DGV, para instrução complementar e posterior envio
respeitantes à análise farmacêutica, à farmacologia e à Comissão Técnica de Medicamentos Veterinários,
ciências experimentais análogas e à clínica e descrever adiante designada por CTMV, para avaliação técni-
objectivamente os resultados obtidos. co-científica.
3 — Os peritos devem ainda descrever os ensaios que 2 — Com base no parecer emitido pela CTMV e
fizeram e mencionar, designadamente: homologado pelo director-geral de Veterinária, o
INFARMED elabora o relatório de avaliação com base
a) O farmacêutico analista, se o produto está con- em observações produzidas na apreciação do pedido,
forme com a composição declarada, fornecendo em especial as respeitantes aos resultados dos ensaios
toda a justificação sobre os métodos de controlo analíticos, fármaco-toxicológicos e clínicos do medica-
que forem utilizados pelo fabricante; mento em questão, devendo o relatório de avaliação
b) O farmacologista, qual a toxicidade do produto ser actualizado sempre que nova informação relevante
e as propriedades farmacológicas comprovadas em termos de qualidade, eficácia e segurança seja
e se, após a administração do medicamento vete- disponibilizada.
rinário em condições normais de emprego e res- 3 — As normas técnicas a que ficam sujeitos os
peitado o intervalo de segurança proposto, há ensaios analíticos, toxicofarmacológicos e clínicos, bem
garantia de que os alimentos provenientes dos como as regras relativas à instrução do processo de auto-
animais tratados não contêm resíduos que pos- rização de introdução no mercado de medicamentos
sam apresentar perigo para a saúde do consu- veterinários, são objecto de portarias conjuntas dos
midor, respeitando a legislação comunitária Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
nesta matéria; das Pescas e da Saúde.
c) O clínico, se pode encontrar nos animais tra-
tados com o medicamento os efeitos correspon- Artigo 11.o
dentes às informações fornecidas pelo fabri- Prazos para a concessão da autorização
cante, se o produto é bem tolerado, a posologia
aconselhada e quais as eventuais contra-indi- 1 — A autorização referida no artigo 4.o deve ser con-
cações e efeitos secundários. cebida no prazo de 210 dias seguidos a contar da data
do pagamento da taxa exigida para a avaliação do pedido
4 — Para efeitos dos n.os 2 e 3, os peritos devem jus- de autorização de introdução no mercado.
tificar o recurso eventual à documentação bibliográfica 2 — O prazo referido no número anterior suspende-se
a que se refere o artigo 7.o sempre que ao requerente sejam solicitadas informações
5 — Os peritos devem assinar e anexar ao respectivo adicionais ou exigida a correcção de deficiências, man-
relatório um breve curriculum vitae, indicar a relação tendo-se a suspensão até que os dados exigidos sejam
profissional com o requerente e opinar se o medica- apresentados, arquivando-se o pedido 120 dias seguidos
mento em causa oferece garantias suficientes quanto após a ausência de qualquer resposta às questões
à sua qualidade, eficácia e segurança. formuladas.
3 — Caso se constate que um pedido de autorização
de introdução no mercado de um mesmo medicamento
Artigo 9.o
veterinário se encontra em análise noutro Estado mem-
Assessoria técnica médico-veterinária bro, pode ser suspensa a análise pormenorizada do
pedido, a fim de se aguardar a recepção do relatório
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, as de avaliação elaborado por esse Estado membro, apli-
empresas que solicitem a autorização para introdução cando-se, neste caso, as disposições previstas na secção II
no mercado de medicamentos veterinários necessitam do presente diploma.
N.o 171 — 26-7-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3801
1 — O INFARMED deve notificar o requerente da Por razões de interesse público, de defesa ou segu-
decisão sobre o pedido de autorização de introdução rança de pessoas, de animais ou do meio ambiente, o
no mercado do medicamento, indicando, no caso de INFARMED, por sua iniciativa ou por proposta da
indeferimento, os respectivos fundamentos. DGV, pode:
2 — No caso de deferimento do pedido, deve o 1) Em face da política de saúde animal ou de saúde
INFARMED enviar ao requerente uma cópia do RCM, pública estabelecida ou no âmbito do Sistema
do conteúdo da rotulagem e do folheto informativo, Nacional de Farmacovigilância e Toxicologia
nos termos em que foram aprovados, bem como o Veterinária, cujas regras constam de lei especial,
número de registo nacional do medicamento. suspender, alterar ou restringir as condições de
3 — A decisão sobre o pedido de autorização de intro- autorização de um medicamento veterinário,
dução no mercado deve ser comunicada à Agência Euro- podendo exigir-se que o responsável pela intro-
peia de Avaliação de Medicamentos, adiante designada dução no mercado introduza na informação con-
por Agência, acompanhada do RCM aprovado. tida na rotulagem, cartonagem ou folheto infor-
4 — Do processo de autorização deve constar, para mativo outras menções essenciais para a segu-
consulta do requerente, um relatório de avaliação com rança ou protecção humana, animal ou ambien-
as observações produzidas na apreciação do pedido, em tal, incluindo precauções particulares de utili-
especial as respeitantes aos resultados dos ensaios ana- zação e quaisquer outras advertências;
líticos, fármaco-toxicológicos e clínicos do medicamento. 2) Sujeitar a regime específico a autorização, sem-
5 — Da decisão deve o INFARMED dar conheci- pre que os produtos assim o requeiram pela
mento à DGV, acompanhada do relatório final de sua natureza ou características, podendo as res-
avaliação. trições impostas incluir a limitação da sua
comercialização, detenção ou posse ou utiliza-
Artigo 13.o ção do medicamento, sob controlo oficial ou
Fundamentos do indeferimento mediante o cumprimento de requisitos espe-
cíficos;
1 — O pedido de autorização de introdução no mer- 3) Exigir a inclusão de um marcador no medica-
cado é indeferido sempre que se verifique que: mento veterinário;
4) Exigir que a autorização de introdução no mer-
a) O processo não foi instruído de acordo com cado, em circunstâncias excepcionais e por
as disposições deste diploma; razões objectivas e verificáveis, após consulta
b) O medicamento é nocivo nas condições de uti- ao titular da autorização, esteja submetida a cer-
lização indicadas; tas obrigações específicas e a uma revisão anual
c) O efeito terapêutico não está suficientemente visando:
justificado para a espécie animal objecto do
tratamento; a) A realização de estudos complementares
d) O medicamento não tem as composições qua- após a concessão da autorização;
litativa e ou quantitativa declaradas; b) A comunicação de reacções adversas do
e) O intervalo de segurança indicado é insuficiente medicamento veterinário, no âmbito da
para que os géneros alimentícios provenientes farmacovigilância veterinária;
do animal tratado não contenham resíduos sus-
ceptíveis de apresentar perigo para a saúde do 5) O INFARMED deve comunicar ao responsável
consumidor ou esteja deficientemente justifi- pela autorização de introdução no mercado o
cado, ou não esteja em conformidade com a prazo para proceder às alterações das condições
legislação comunitária aplicável no âmbito do da autorização, acompanhado da respectiva fun-
citado Regulamento (CEE) n.o 2377/90, do Con- damentação, dando desse facto conhecimento
selho, de 26 de Junho, e posteriores alterações; à DGV.
f) O medicamento veterinário se destine a uma Artigo 16.o
indicação interdita de acordo com a legislação Duração da autorização
em vigor;
g) O medicamento veterinário apresente risco para 1 — A autorização de introdução no mercado tem
a saúde humana ou animal ou para o ambiente. a validade de cinco anos, renovável por iguais períodos.
2 — Quando os medicamentos veterinários conte-
2 — A decisão de indeferimento deve ser comunicada nham substâncias activas constantes do anexo III do
ao requerente pelo INFARMED, acompanhada da res- Regulamento (CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de 26
pectiva fundamentação. de Junho, e posteriores alterações, apenas podem ser
autorizados em relação ao período para o qual foi fixado
o LMR provisório, podendo esta autorização ser alar-
Artigo 14.o gada em caso da renovação deste limite provisório.
Responsabilidade
Artigo 17.o
A autorização de introdução no mercado não isenta Renovação da autorização
de responsabilidade civil e criminal o fabricante e, se
for caso disso, o responsável pela autorização de intro- 1 — O pedido de renovação deve ser apresentado
dução do medicamento no mercado. pelo titular da autorização de introdução do medica-
3802 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 171 — 26-7-1997
Estado membro que concedeu a autorização inicial, os 2 — A CTMV funciona no âmbito da DGV.
demais Estados membros a que o pedido diga respeito, 3 — A CTMV deve ser constituída por especialistas
a Agência e a DGV. de reconhecido mérito, nomeadamente nas áreas de
8 — A comunicação às entidades referidas no número medicina, medicina veterinária ou ciências farmacêu-
anterior deve ser acompanhada de exposição porme- ticas.
norizada dos fundamentos da suposição, indicando as 4 — Os membros da CTMV são nomeados por des-
medidas que entenda necessárias para suprir as defi- pacho conjunto dos Ministros da Agricultura, do Desen-
ciências do pedido. volvimento Rural e das Pescas e da Saúde.
5 — A composição, competências e modo de funcio-
Artigo 23.o namento da CTMV são definidos por portaria conjunta
Arbitragem dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural
e das Pescas e da Saúde.
Sempre que não houver consenso relativamente à 6 — A compensação pela prestação de serviços dos
decisão a adoptar pelas autoridades dos Estados mem- membros da CTMV processa-se nos termos da lei geral
bros, por motivos de saúde humana, animal ou de e é fixada por despacho conjunto dos Ministros das
ambiente, aplicam-se os procedimentos comunitaria- Finanças, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
mente previstos nos artigos 19.o e 20.o da Directiva das Pescas e da Saúde.
n.o 81/851/CEE, do Conselho, de 28 de Setembro, de
acordo com a sua última redacção.
CAPÍTULO IV
o
Artigo 24. Fabrico, exportação e importação
Suspensão da autorização
b) Comercializar apenas os medicamentos veteri- rizados por portaria conjunta dos Ministros da Econo-
nários para os quais tenha autorização; mia, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
c) Facultar o acesso aos agentes de inspecção; Pescas e da Saúde.
d) Facultar ao director técnico todos os meios
necessários à prossecução das suas competên- SECÇÃO II
cias, previstas no artigo 36.o do presente Importação e exportação
diploma;
e) Cumprir com os princípios e as normas das prá-
ticas de bom fabrico, constantes da Portaria Artigo 33.o
n.o 42/92, de 23 de Janeiro. Autorização de importação
3 — O pedido a que se refere o número anterior será 2 — O registo a que se refere a alínea b) do n.o 1
ainda acompanhado de declaração emitida pelo INFAR- do artigo 56.o deve ser também apresentado aos agentes
MED, da qual conste que o farmacêutico não está abran- fiscalizadores sempre que por estes solicitado, devendo
gido por nenhuma incompatibilidade, nos termos da estar disponível o registo por um período de três anos.
legislação que regula o exercício da sua actividade.
4 — No caso de cessarem as funções dos técnicos refe-
ridos na alínea c) do n.o 1 do presente artigo, as enti- Artigo 61.o
dades abrangidas devem proceder à sua substituição e Obrigatoriedade de prescrição do médico veterinário
fornecer à DGV, no prazo máximo de 90 dias seguidos,
os elementos exigidos relativamente a estes pelo número 1 — Os medicamentos veterinários e as substâncias
anterior. medicamentosas tóxicas constantes da tabela publicada
5 — A DGV comunica ao INFARMED os nomes e na legislação em vigor e ainda aqueles que apresentem
moradas dos técnicos responsáveis e suas eventuais na sua embalagem a menção «Só pode ser vendido
substituições mediante receita médica», ou outra equivalente, apenas
podem ser transaccionados com receita passada pelo
Artigo 57.o médico veterinário.
Revogação ou suspensão 2 — Sem prejuízo do número anterior, são sujeitos
a apresentação de prescrição médico-veterinária os
1 — A autorização concedida nos termos do medicamentos veterinários seguintes:
artigo 55.o é retirada caso deixem de ser observadas
as disposições estabelecidas no n.o 1 do artigo 56.o a) Os sujeitos à dispensa ou controlo oficial,
2 — A DGV comunica ao INFARMED as suspensões nomeadamente os que contenham substâncias
e revogações por si determinadas. mencionadas no artigo 86.o ou resultantes da
3 — A DGV organiza a lista das entidades autorizadas legislação comunitária em vigor;
para a aquisição directa de medicamentos veterinários b) Os medicamentos para os quais o médico vete-
nos termos do presente diploma, que será publicada rinário deve tomar precauções particulares,
anualmente por portaria do Ministro da Agricultura, nomeadamente para evitar riscos desnecessários
do Desenvolvimento Rural e das Pescas. para a espécie animal alvo, para a pessoa que
administra o produto, para o consumidor de ali-
mentos provenientes de animais tratados ou
Artigo 58.o para o ambiente;
Competência dos técnicos c) Os medicamentos destinados a tratamento que
requerem um diagnóstico prévio ou cuja uti-
1 — É da competência dos farmacêuticos assumir a lização possa comprometer o diagnóstico ou
responsabilidade pelas condições técnicas de conserva- acção terapêutica ulterior ou ainda a interferir
ção, transporte, garantia da legitimidade de origem e entre eles;
cedência dos medicamentos veterinários e manter actua- d) Os medicamentos contendo uma substância
lizado o registo a que se refere a alínea b) do n.o 1 activa cuja utilização é autorizada há menos de
do artigo 56.o cinco anos, exceptuando-se os casos em que não
2 — Compete ao médico veterinário zelar pela uti- são aplicáveis as alíneas a) e c).
lização correcta dos medicamentos veterinários adqui-
ridos e pelo respeito das suas condições de aprovação.
3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 4 do artigo 56.o, CAPÍTULO VI
os técnicos referidos devem comunicar à DGV a ces-
sação das suas funções, que do facto dará conhecimento Disposições relativas à administração de medicamentos
ao INFARMED.
Artigo 62.o
Artigo 59.o
Condições especiais de administração
Fornecimento de medicamentos
1 — Sempre que não existam medicamentos veteri-
1 — O fornecimento de medicamentos veterinários nários autorizados para uma doença ou fim específico,
pelo fabricante, importador ou grossista só se efectuará é permitida a administração pelo médico veterinário,
em presença de requisição assinada conjuntamente pelo ou sob sua indicação, a animais de companhia, nomea-
médico veterinário e pelo farmacêutico. damente para lhes evitar sofrimento:
2 — O fornecimento de medicamentos veterinários
por armazém de cooperativa agrícola, de agrupamento a) De um medicamento veterinário autorizado
de defesa sanitária ou de agrupamento de produtores para animais de outra espécie ou para animais
deve ser exclusivamente efectuado aos seus associados da mesma espécie, mas para indicações dife-
e só mediante requisição do médico veterinário. rentes;
b) De um medicamento de uso humano auto-
rizado.
Artigo 60.o
Fiscalização das vendas 2 — Para os animais produtores de alimentos, o
número anterior pode ser aplicado mediante as seguin-
1 — Os fabricantes, importadores e grossistas de tes condições:
medicamentos veterinários devem facultar aos agentes
fiscalizadores, sempre que lhes forem exigidos, os dupli- a) O medicamento é administrado a um número
cados dos documentos referentes aos produtos vendidos limitado e identificado de animais de uma dada
ao abrigo das disposições deste capítulo. exploração;
N.o 171 — 26-7-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3809
2 — Quando a publicidade se destine exclusivamente b) Estabelecer a sua eficácia para uma indicação
a uma chamada de atenção para o nome do medica- terapêutica, profiláctica ou curativa determi-
mento, são dispensadas as indicações previstas no n.o 1. nada;
c) Conhecer o perfil das suas reacções adversas,
Artigo 72.o para estabelecer a segurança e tolerância em
condições normais de utilização.
Responsabilidade pela informação
O responsável pela autorização de introdução no mer- 2 — O regime jurídico dos ensaios clínicos a que se
cado do medicamento veterinário deve dispor de toda refere o presente artigo é aprovado por portaria con-
a informação científica relativa ao medicamento que junta dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento
coloca no mercado e ainda sobre toda a publicidade Rural e das Pescas e da Saúde.
realizada pela sua empresa, em fichas que mencionem
os destinatários, o modo de difusão e a data da primeira Artigo 76.o
difusão. Protocolo experimental
Artigo 73.o
1 — O pedido para a realização de um ensaio clínico
Amostras gratuitas
com um medicamento veterinário deve ser acompa-
1 — As amostras gratuitas destinadas à promoção dos nhado das referências bibliográficas com ele relaciona-
medicamentos só podem ser cedidas, a título excepcio- das, bem como do protocolo respectivo, o qual deve
nal, aos médicos veterinários e nas seguintes condições: conter as seguintes informações:
a) Um número limitado de amostras de cada medi- a) Os objectivos do ensaio;
camento por ano e por técnico habilitado a pres- b) A identificação da pessoa e da entidade res-
crever, a definir na autorização de introdução ponsável pelo ensaio, bem como dos tratadores;
no mercado do medicamento; c) A indicação da espécie ou espécies animais e
b) Serem objecto de pedido escrito, datado e assi- do número de animais a utilizar, bem como as
nado, feito pelo destinatário; condições de alojamento e manutenção destes;
c) Não serem superiores à apresentação mais d) A origem dos animais, o período de duração
pequena que for comercializada; do ensaio e o destino final destes;
d) Conterem as menções «Amostra gratuita» e e) As reacções adversas, os efeitos secundários
«Proibida a venda ao público», ou outras esperados e as medidas a tomar, se for caso
semelhantes; disso;
e) Serem acompanhadas de uma cópia do RCM. f) A especificação do grau de sofrimento previsível
no decurso do ensaio e ainda se há necessidade
2 — As amostras gratuitas dos medicamentos cuja dis- de aplicação/administração de qualquer outro
pensa dependa de receita médica só podem ser cedidas produto ou substância;
durante os dois anos seguintes contados da data da intro- g) As medidas destinadas a garantir que qualquer
dução no mercado e nas condições referidas nas alí- sofrimento ou deficiência seja eliminada o mais
neas b), c), d) e e) do número anterior. rapidamente possível;
3 — Não podem ser cedidas amostras de medicamen- h) A indicação de que não há outro método cien-
tos contendo estupefacientes ou substâncias psicotró- tífico satisfatório alternativo ao ensaio em causa;
picas i) A referência a quaisquer outros pormenores
4 — As entidades que fornecem as amostras devem considerados relevantes.
criar um sistema adequado de controlo e responsa-
bilização. 2 — Pode ainda ser solicitada informação adicional,
Artigo 74.o nomeadamente:
Fiscalização a) Calendário;
b) Análise de informação — datas previstas;
A fiscalização do cumprimento das normas do pre- c) Impacte ao nível dos indicadores de produção
sente capítulo compete ao INFARMED. ou na qualidade dos produtos provenientes dos
animais tratados, se for o caso;
CAPÍTULO IX d) Método estatístico utilizado;
e) Relatório final conclusivo relativo ao ensaio clí-
Ensaios clínicos nico efectuado.
Artigo 75.o
Âmbito dos ensaios CAPÍTULO X