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Chá verde e branco: benefícios e diferenças

21-04-2008

Vida Saudável
Dicas relacionadas à nutrição para a sua saúde

Jocelem Salgado,
Profª. Titular em Nutrição LAN/ESALQ/USP/Campus, Piracicaba

Velhos conhecidos da medicina oriental, o chá verde e o chá branco


tornaram-se famosos nos últimos anos, devido principalmente às
várias pesquisas científicas divulgadas mostrando seus benefícios à
saúde. Aqui no Brasil, as duas bebidas já fazem parte da dieta de
muitas pessoas e têm sido divulgadas por modelos famosas e
celebridades do cinema e da TV, preocupadas com a saúde e a boa
forma.

Características diferenciadas

Os chás verde e branco são provenientes das folhas da Camellia


sinensis, uma planta procedente principalmente do norte da Índia e
sul da China, onde é conhecida desde os primórdios da dinastia
Tang (618-907 d.C.).

O chá verde é obtido por meio do murchamento das folhas com


vapor que, em seguida, são secas, fase na qual ocorre a inativação
de uma série de enzimas, chamadas de polifenóis oxidases. As
folhas permanecem verdes e não sofrem qualquer tipo de alteração
na sua composição, e o chá resultante desse processo apresenta
sabor amargo.

Diferentemente do chá verde, na produção do chá branco, só os


brotos mais jovens são colhidos. Durante a maturação, os brotos
são protegidos contra a ação do tempo e do sol e a colheita é
realizada antes que ocorra a síntese de clorofila nas folhas, quando
ficam verdes e começam a abrir. Nessa fase, a folha tem uma
coloração prateada, devido à fina penugem branca que recobre os
brotos, daí a origem do nome chá branco.

Depois de colhidos, os brotos secam naturalmente, sendo assim


menos processados que as folhas do chá verde. Todo esse
processo é manual e ocorre poucos dias no ano, entre os meses de
abril e maio, uma das razões para a raridade e alto custo do
produto. O chá branco apresenta sabor mais adocicado e delicado
que o chá verde.

Por ser proveniente de brotos muito jovens, acredita-se que o chá


branco apresente uma maior concentração de substâncias bioativas
que o chá verde, cujas folhas são mais processadas. Nessa fase de
maturação, os brotos contêm uma alta concentração de substâncias
ativas como os polifenóis (com ação antioxidante), o que pode
sugerir uma ação mais eficiente na redução do risco de doenças
quando comparado ao chá verde.

O que torna esses chás tão especiais?

O segredo dos chás verde e branco reside no fato deles serem ricos
em polifenóis catequinas, particularmente a epigalocatequina galato
(EGCG). A EGCG é um poderoso antioxidante que além de inibir o
crescimento de células cancerígenas, é capaz de destruir células
cancerosas sem danificar os tecidos saudáveis.

Pesquisas com a EGCG demonstram que a substância também é


eficaz na redução dos níveis de colesterol LDL (colesterol ruim),
além de inibir a formação de coágulos sanguíneos anormais. Este
último assume importância quando consideramos que a trombose
(a formação de coágulos sanguíneos anormais) é a principal causa
de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.

Os efeitos proporcionados pelo consumo de EGCG também têm


sido ligados ao “Paradoxo Francês”. Durante anos, pesquisadores
ficavam perplexos pelo fato de, apesar de consumirem uma dieta
rica em gordura, os franceses apresentavam uma menor incidência
de doenças do coração do que os americanos. A resposta foi
encontrada no vinho tinto, que contém resveratrol, um polifenol que
limita os efeitos negativos do consumo de cigarro e uma dieta
gordurosa. Em um estudo de 1997, pesquisadores da Universidade
do Kansas determinaram que a EGCG é duas vezes mais poderosa
que o resveratrol, o que pode explicar a razão pela qual a taxa de
doenças cardíacas entre os japoneses é muito baixa, apesar de
cerca de 75% serem fumantes.

O que dizem os estudos


Enquanto o chá verde já foi alvo de muitos estudos científicos
internacionais, são poucas as informações sobre o chá branco na
literatura científica. Ainda não há trabalhos representativos e que
ofereçam informação fidedigna sobre a bebida, embora se saiba
que a mesma é tão ou mais rica em catequinas que o próprio chá
verde.

Recentes pesquisas mostram uma forte associação entre o


consumo desses chás com uma ação antioxidante, anti-inflamatória
e anticarcinogênica no trato digestivo. Alguns estudos evidenciam
também os benefícios do chá verde para o coração e o sistema
cardiovascular, além da capacidade do chá branco de destruir
organismos causadores de infecções causadas por Staphylococcus
e Streptococcus.

Estudos realizados pela Universidade de Nova Jersey apontam que


o consumo desses chás diminui a incidência do aparecimento de
diversos tipos de câncer, como o de mama, pâncreas, cólon,
esôfago e pulmão, em seres humanos. Outras pesquisas revelam
que eles também estimulam o sistema imunológico, aumentando
nossa proteção natural contra as infecções, inclusive contra gripe.

A saúde dentária também tem sido alvo das pesquisas com as


bebidas derivadas da Camellia sinensis. Assim como esses chás
apresentam a capacidade de destruir certas bactérias causadoras
de infecções, ajudando na prevenção da intoxicação alimentar, eles
podem destruir bactérias responsáveis pela formação da placa
dentária.

Fator coadjuvante na perda de peso

Em relação à perda de peso, testes clínicos mostram que


aparentemente esses chás são capazes de aumentar as taxas
metabólicas e acelerar a oxidação das gorduras. Dulloo e
colaboradores da Universidade de Genebra demonstraram que
além da cafeína, a presença dos polifenóis presentes no chá verde
aumenta a termogênese (taxa pela qual as calorias são queimadas)
e o gasto total de energia. Esse gasto não é alto, em torno de 5%
do gasto total de energia diário, mas os pesquisadores acreditam
que combinado com uma dieta equilibrada, o chá verde pode
funcionar como um coadjuvante da perda de peso.

O efeito que alavanca o metabolismo parece ser independente da


cafeína suplementar consumida pelos indivíduos estudados,
existindo uma interação sinergética entre cafeína e outros
componentes bioativos do extrato de chá verde e/ou branco, que
acarreta uma promoção de maiores taxas de queima de gordura.
Como esses chás devem ser consumidos?

Os chás verde e branco podem ser consumidos de diversas formas.


A mais comum é a infusão das folhas secas em água quente.
Contudo, a indústria atualmente pesquisa e desenvolve formas mais
práticas e saborosas que oferecem o extrato em altas
concentrações. Eu, por exemplo, assessorei dois desenvolvimentos
onde foram utilizados extratos do chá verde ou branco com altas
concentrações de polifenóis.

Os alimentos, elaborados em forma de pó para o preparo


instantâneo da bebida, foram enriquecidos com vitaminas e
minerais com ação antioxidante, adoçados com sucralose e
flavorizados com sabor suave de frutas (cítrico ou abacaxi com
hortelã). As duas bebidas podem ser consumidas geladas ou
quentes e facilitam a vida do consumidor que preza pela praticidade
e sabor.

Um ponto importante que merece ser destacado aqui é que na onda


da popularização dessas duas bebidas, muitos fabricantes se
aproveitam da situação e acabam oferecendo produtos com
quantidades ínfimas do ingrediente, ou seja, de chá verde ou
branco. Existem no mercado até gelatinas onde no rótulo pode-se
ler a palavra chá verde em letras grandes, mas na verdade trata-se
de uma sobremesa aromatizada com chá verde, e não enriquecida
com este ingrediente funcional. Portanto, fica aqui um alerta para
que os consumidores atentem-se para os rótulos desses produtos e
aprendam a fazer a melhor escolha.
Modismo passageiro?

Os estudos científicos atuais consideram a Camellia sinensis uma


planta estratégica para a saúde humana no século XXI. Por isso, do
ponto de vista de pesquisadores como eu, que trabalham na área
dos alimentos funcionais, bebidas à base dessa planta deverão
cada vez mais fazer parte dos hábitos alimentares das pessoas,
que até então desconheciam os inúmeros atributos dessas bebidas.

Os japoneses e chineses que as consomem há séculos, são


considerados atualmente os povos mais longevos e com menor
incidência de doenças do mundo. Entre esses povos, o provérbio
chinês "Melhor ser privado de alimento por três dias, do que de chá
por um” é seguido à risca, o que faz do chá verde, por exemplo, a
segunda bebida mais consumida no mundo depois da água.

Mais informações: www.jocelemsalgado.com.br/

Jocelem Salgado
Profª. Titular em Nutrição LAN/ESALQ/USP/Campus, Piracicaba

Fonte:
http://www1.uol.com.br/vyaestelar/vidasaudavel.htm

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