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LEI 11.900/09 (entrada em vigor em 9.jan.

09)
CPP - Art. 185. .(...)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento
em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do
membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a
publicidade do ato.
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento
das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes
finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso
integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o
deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não
seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217
deste Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as
partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo
mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de
instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de
entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência,
fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação
entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do
Fórum, e entre este e o preso.
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos
processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e
pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos
Advogados do Brasil.
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o
interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à
realização de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que
esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de
testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
§ 9º Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato
processual pelo acusado e seu defensor.

HIPÓTESES
1. Prevenir risco à segurança pública
2. Viabilizar a participação do acusado no ato processual em virtude
de enfermidade ou outra circunstancia pessoal.
3. Para impedir que o acusado influencie o depoimento de
testemunhas ou vítimas
4. Responder a grave questão de ordem pública.
Antes do interrogatório, deve o juiz assegurar contato telefônico reservado
entre o acusado e o seu defensor. A sala reservada para a realização de
vídeo conferencia deve ser fiscalizada pelos juízes corregedores e também
pelo MP e OAB.
Um tema que sempre causou discussão na doutrina e jurisprudência pátria:
a utilização da videoconferência para o interrogatório do acusado/réu. Já
contamos com mais de uma década de discussão.
Aqueles que impugnam o uso da aludida tecnologia pela Justiça brasileira
apontam inúmeras críticas à inovação. O principal fundamento considerado
pelos defensores dessa corrente - a falta de previsão expressa no Código de
Processo Penal que autorizasse essa forma de interrogatório - não mais
deve ser considerado.
Vejamos:
Ainda em 2008, com o advento da Lei nº. 11.690/08, que alterou
substancialmente o CPP (Código de Processo Penal), a adoção da
videoconferência foi acolhida expressamente pela legislação pátria.
Vale lembrar que o artigo 217 do CPP, em sua nova redação, conferida pela
norma supracitada prevê a utilização do recurso tecnológico em uma
situação específica: quando a presença do réu causar constrangimento à
testemunha ou à vítima (Art. 217 - CPP: "se o juiz verificar que a presença
do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à
testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na
impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo
na inquirição, com a presença do seu defensor").
Agora, a Lei nº. 11.900/09 sedimentando, de uma vez, a matéria.
Outro fundamento apontado pela corrente contrária à adoção da
videoconferência é a determinação trazida pelo Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos, no sentido de ser direito do réu preso se
entrevistar na presença de um juiz. E, por fim, a inconstitucionalidade da
medida, por afronta ao princípio constitucional da publicidade (artigo 5º, LX,
CF e artigo 792, CPP). Nessa linha, há quem entenda que uma tela ou
aparelho de TV não podem simplesmente substituir o imprescindível contato
físico entre o réu e o juiz.
A nosso ver, não há mal algum na utilização de inovações tecnológicas no
âmbito da Justiça, ao contrário, isso constitui um considerável avanço, que
até pode combater a sua clássica e tão criticada morosidade, desde que
todas as garantias constitucionais dos acusados e das vítimas sejam
devidamente preservadas.
Ademais, não há como ignorar a economia alcançada com a adoção dessa
modalidade de interrogatório. O gasto com escoltas para o transporte de
acusados/réus presos, para a realização do interrogatório na presença física
de um juiz são enormes. De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria
de Segurança Pública de São Paulo, só em 2008 foram feitos 53.658
escoltas e 215 mil transportes de presos: São Paulo gasta em média R$ 700
milhões por ano com escoltas de presos solicitadas pelo Judiciário, valor
equivalente a todo o gasto do governo federal em 2007 com a distribuição
de coquetéis anti-aids no Brasil inteiro.
O argumento de que o interrogatório assim realizado impede o contato do
juiz com o acusado, o que prejudicaria o exercício da ampla defesa não
merecer ser acolhido. Há de se notar que a realidade não é essa. Da mesma
maneira do interrogatório realizado na sala de audiência ou no
estabelecimento prisional, a utilização da videoconferência, nos moldes por
nós defendidos, também permite que o magistrado tome contato com todas
as reações do interrogando, como se estivesse na presença física do
acusado ou réu.
Ademais, não se pode cogitar qualquer afronta ao princípio da publicidade,
que continua sendo atendido em sua plenitude, já que o interrogatório por
videoconferência se dá em uma sala especial, de acesso irrestrito.
Outro ponto a ser considerado é a segurança pública. A utilização da
videoconferência impede a realização das conhecidas "operações resgates",
realizadas pelas organizações criminosas durante o transporte do preso.
Note-se que, uma das hipóteses de cabimento previstas pela Lei nº.
11.900/09 é, exatamente, a necessidade de se prevenir o risco à segurança
pública.
Analisemos as especificidades da nova legislação. O primeiro fator que não
pode ser esquecido é o caráter excepcional da utilização da
videoconferência. De acordo com a nova redação conferida aos § § 1º e 2º
do art. 185 do CPP, a regra geral continua sendo a realização do
interrogatório no estabelecimento prisional, de forma que a
videoconferência somente será cabível excepcionalmente, desde que
caracterizada uma das situações previstas num dos incisos do § 2º. São
elas: prevenção à segurança pública (quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão,
possa fugir durante o deslocamento) OU viabilizar a participação do réu no
referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu
comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal
OU impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde
que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos
termos do art. 217 deste Código OU gravíssima questão de ordem pública.
Como forma de garantia aos direitos do acusado/réu e de respeito ao
princípio do contraditório, o mesmo deverá ser intimado com antecedência
de dez dias da decisão que determinar a realização do seu interrogatório
por meio da videoconferência.
Diante do exposto, ratificamos o nosso entendimento: a admissibilidade da
prática de atos processuais por meio da videoconferência deve ser
analisada conforme o caso concreto. Mesmo agora, com a sua
regulamentação expressa, os juízes e os tribunais deverão se ater às
circunstâncias de cada caso, analisar se todos os direitos do acusado foram
respeitados, se esse teve oportunidade à ampla defesa, se contava com a
presença de seu advogado, etc.

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