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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO


Jor

FACULDADE DE JORNALISMO 1
Um modelo de propaganda
CHOMSKY, Noam e HERMAN, Edward S. Manufacturing Consent.
2 ed. New York : Pantheon Books, 1988, p. 1-2.
Os meios de comunicação de massa funcionam como um
sistema para comunicar mensagens e símbolos para a população
em geral. É função deles encantar, divertir, informar e inculcar
valores, crenças e códigos de comportamento que vão integrar
os indivíduos nas estruturas institucionais da grande sociedade.
Em um mundo de riqueza concentrada e grandes conflitos de
interesses entre classes, o cumprimento desse papel exige
propaganda sistemática. Em países onde os mecanismos de
poder estão nas mãos de uma burocracia estatal, o poder
monopolístico da mídia, sempre complementado pela censura Noam Chomsky
oficial, torna claro que a mídia serve aos fins de uma elite
dominante.
É mais difícil ver um sistema de propaganda em funcionamento onde a mídia pertence
à iniciativa privada e a censura formal não existe.
Isso é especialmente verdadeiro onde a mídia compete com intensidade, ataca e expõe
periodicamente empresas e a má gestão governamental e agressivamente se retratam
como porta-vozes da liberdade de expressão e defensora dos interesses gerais da
comunidade.
O que não está evidente –e continua sem discussão na
mídia– é a natureza limitada de tais críticas, assim como a
grande disparidade da gestão de recursos e seu efeito, tanto
no acesso ao sistema de mídia privada, quanto em seu
comportamento e performance.
Um modelo de propaganda se centra nessas disparidades de
riqueza e poder e nos seus múltiplos efeitos nos interesses e
escolhas dos meios de comunicação de massa.
Esse modelo traça as rotas pelas quais o dinheiro e o poder
têm chance de filtrar as notícias prontas para impressão,
marginalizando os dissidentes e permitindo ao governo e aos
interesses privados dominantes levar suas mensagens ao
público.
Os ingredientes essenciais de nosso modelo de propaganda,
ou do sistema de filtros de notícias, podem ser classificados
Edward S. Herman sob os seguintes itens:
(1) O tamanho, a concentração de propriedade, a riqueza do
proprietário e a orientação para o lucro das empresas que dominam a mídia.
(2) A publicidade como a fonte primária de faturamento dos meios de comunicação de
massa;

1
Tradução do professor Artur Araujo
Professor mestre Artur Araujo (artur.araujo@puc-campinas.edu.br)
site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
ftp: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
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(3) A dependência da mídia na informação proveniente do governo, das empresas e


dos “especialistas” custeados e endossados por essas
FACULDADE fontes primárias e agentes do
DE JORNALISMO
poder;
(4) “alarido” como um meio de disciplinar a mídia; e
(5) “anticomunismo” como uma religião nacional e dispositivo de controle.
Esses elementos se interagem e se reforçam uns aos outros.
A matéria-prima jornalística deve passar por esses filtros sucessivos, deixando apenas
a notícia “refinada” pronta para impressão.
Eles firmam as premissas do discurso e da interpretação e a definição do valor-notícia
em primeiro lugar, explicando as bases e ações do que se tornam as campanhas de
propaganda.
A dominação da elite da mídia e a marginalização dos dissidentes que resultam da
aplicação desses filtros ocorrem de modo tão natural que as pessoas que atuam na
mídia jornalística, freqüentemente trabalhando de modo íntegro e de boa-fé, estão
prontas a se convencer a interpretar a notícia “objetivamente”, sob a base do valor-
notícia profissional.
Submetidos aos limites cerceadores dos filtros de notícias, esses jornalistas são
freqüentemente objetivos; as restrições são tão poderosas e são construídas no
sistema de modo tão intrínseco que alternativas noticiosas são dificilmente
imagináveis.
Ao atribuir valor-notícia às denúncias do governo norte-americano contra o envio (por
parte da União Soviética) de (aviões) MIG à Nicarágua em 5 de novembro de 1984, a
mídia não parou para refletir sobre o preconceito contra a prioridade estabelecida por
um governo (da Nicarágua) de se prover de matéria-prima ou da possibilidade de o
governo (norte-americano) estar manipulando as notícias, impondo a própria agenda
dele ao noticiário, e deliberadamente tirando a atenção de outros assuntos.
Isso exige uma macro, assim como uma micro –história por história–, perspectiva das
operações da mídia, para ver os fundamentos da manipulação e do preconceito
sistemático.
Deixe-nos levá-los agora para um exame mais detalhado dos principais constituintes
do modelo de propaganda, que serão aplicados e testados nos capítulos que se
seguem.

Professor mestre Artur Araujo (artur.araujo@puc-campinas.edu.br)


site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
ftp: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
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