o trabalhador

da CM
L
Janeiro/Fevereiro 2010
●
Nº 137

d a N a c io n a l d e Luta
Jorna
●
ANO XXVI

5 de Fevereiro
STML reúne com o presidente da CML
P. 2

Pela revogação do SIADAP P. 4

Editorial

PRC-2010

Jornada Nacional
de Luta
de 5 de Fevereiro

C
omo é norma, durante os meses de Novem-
bro e Dezembro, a Frente Comum dos Sin-
dicatos da Administração Pública (FCSAD),
onde se integra o STML, inicia a discussão -
negociação em torno da Proposta Reivindi-
cativa Comum (PRC) para 2010 com o Governo. A PRC
2010, ainda a ser discutida com os trabalhadores da Ad-
ministração Pública, tem na sua essência vários objecti-
vos que é necessário recordar, nomeadamente:
1. Reposição do poder de compra, perdido ao longo
dos últimos 10 anos, fruto principalmente de erradas
políticas salariais levadas a cabo pelos respectivos go-
vernos. Deste modo, o aumento de 4,5% com uma su-
bida mínima de 50 euros é uma das principais reivindi-
cações.
2. Regulamentação e aplicação de todos os suplemen-
tos remuneratórios, onde o subsídio de risco, peno-
sidade e insalubridade ganha, no contexto da Câmara
Municipal de Lisboa, uma importância acrescida pelas
razões que, infelizmente, à muito conhecemos.
3. Revogação da legislação criada na anterior legis-
latura, de maioria PS, onde a Administração Pública e
os seus trabalhadores são escolhidos como o "inimigo
n.º1 do País" e como tal, na necessidade imperiosa de
os abater. Neste sentido são questões prioritárias revo-
gar a Lei 12-A/2008, a Lei 59/2008; a Lei da Mobilidade
e o SIADAP, estabelecendo um sistema de avaliação
sem quotas; recuperar o anterior regime de reconver-
são e reclassificação dos trabalhadores. Estas são,
entre outras, algumas das matérias prioritárias.
4. Na área da Formação Profissional, exigimos o cum-
primento das horas a que os trabalhadores têm direito
conforme o estipulado na Lei.
5. Cumprimento das leis e acordos sobre segurança,
higiene e saúde no trabalho.
6. Revogação da Lei 1/2004; 60/2005 e 52/2007 e do
Dec. Lei 286/93 que ofendem e prejudicam os trabalha-
dores que se aposentam e comprometem o seu direito
a uma reforma justa e digna.
São estas algumas das matérias que estão em cima da
mesa e, às quais, exigiremos uma resposta positiva por
parte do Governo. Contudo, se levarmos em conta a in-
tensa campanha mediática que tem vindo a público so-
bre a necessidade de travar qualquer tipo de aumento
sa larial ou reposição de direitos aniquilados, tendo
sempre como desculpa a crise em que nos encontramos,
será obrigatório levar as nossas reivindicações para a
rua. A crise de que tanto falam, Governo e patronato com
a cobertura e cumplicidade descarada dos órgãos de
comunicação social, só abrange os trabalhadores! Os
senhores do capital, dos grandes bancos, das grandes
empresas, esses, continuam a ter lucros exorbitantes e
escandalosos, não interessa se de forma legal ou ilícita.
Continuam, já vai em 33 anos, a enganar aqueles que
realmente produzem neste País, o mesmo é dizer, os
trabalhadores!
É por estas razões, sempre verdadeiras e justas, que
devemos ter a consciência de que a discussão da PRC
2010 é a 1ª batalha que travamos com este Governo,
pela defesa dos nossos direitos, de melhores salários,
dos nossos postos de trabalho e dos serviços públicos
em prol do bem estar da população. Esta batalha só é
possível com o envolvimento dos trabalhadores, ou seja,
de todos nós!
Dia 5 de Fevereiro foi o dia escolhido entre as mais de
30 organizações sindicais que fazem parte da Frente
Comum dos Sindicatos da Administração Pública para a
Jornada de Luta Nacional em torno da PRC 2010.
Temos noção de que só com a Luta defendemos e
conquistamos novos direitos, só com a Luta teremos
melhores salários, só com a Luta defendemos os nossos
postos de trabalho.
Contra a hipocrisia e demagogia dos membros deste
Governo, que mais uma vez, lançam sobre os trabalha-
dores da Administração Pública a ideia do "apertar do
cinto", quando paralelamente, a crise de que tanto falam
para justificá-la, não atinge aqueles que à custa dos di-
nheiros públicos, dinheiros que saíram dos nos sos
bolsos, tem lucros de milhões! Para estes não é neces-
sário apertar o cinto...
5 de Fevereiro, exigimos o cumprimento das reivin-
dicações constantes na PRC 2010.
A Luta é de todos e todos, deve envolver. ■

Director: Delfino Serras ■ Corpo Redactorial: Luís Dias, Vítor Reis, Mário Rosa, Mário Souto, Francisco Raposo,
o trabalhador
da C M L
Frederico Bernardino ■ Propriedade: Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa ■ Administração e
Redacção: Rua de São Lázaro, 66 - 1º Dtº 1150-333 Lisboa - Telfs. 218 885 430 / 5 / 8 - Fax 218 885 429 - Email:
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Gráficas, Lda ■ Periodicidade: Bimestral ■ NIF: 500850194 ■ Distribuição: Gratuita aos sócios do STML ■ Tiragem:
http://www.stml.pt 4.500 exs. ■ Depósito Legal: 17274/87 ■

2 O TRABALHADOR DA CML
 Reunião com o presidente
António Costa

D
ecorreu, no passado
dia 12 de Novembro,
nos Paços do Concelho
a primeira reunião entre
o STML e o presidente
da CML, António Costa. Igualmente
presentes, estiveram as vereadoras
das Finanças, Património e Recur-
sos Humanos e da Modernização
Administrativa, Reestruturação dos
Serviços e Reforma Administrativa.
Entre outros assuntos, o Sr. pre-
sidente demonstrou a intenção de
constituir associações de fregue -
sias, onde um dos objectivos princi-
pais visa a descentralização de ser-
viços, que sairiam do âmbito da câ-
mara municipal para as referidas as-
sociações, como a manutenção dos
jardins, a varredura e a lavagem da
via pública, entre outros.
O STML, neste momento, não
questiona este tipo de organização
da cidade, todavia, em relação a
transferência de serviços tem dúvi- de forma a dar resposta às actuais Por outro lado, a cedência de tra-
das que desta "descentralização", necessidades no âmbito da limpeza balhadores da autarquia, com a no-
resulte a prestação de um melhor urbana e da manutenção dos jardins va legislação, pode conduzir à perda
serviço público, ao mesmo tempo da cidade de Lisboa, meios que ac- do vínculo que estes trabalhadores
que se poderão criar as condições tualmente não possuem. A C.M.L. é têm com a C.M.L. com todas as im-
para uma eventual privatização de a única entidade pública da cidade plicações negativas que este pro-
importantes sectores desta autar- com a capacidade técnica e humana blema acarreta.
quia. para assegurar a prestação destes Lutar pelo serviço público, na de-
Porque questionamos a possível serviços. fesa dos postos de trabalho e dos di-
implementação destas medidas? A resposta mais lógica a esta inca- reitos dos trabalhadores da Câmara
As referidas associações de fre- pacidade por parte das associações Municipal de Lisboa, será sempre as
guesia teriam que possuir um con- de freguesia será, não temos dúvi- prioridades do STML. Nas questões
junto de meios técnicos e humanos das, recorrer a empresas privadas. de princípios, não cedemos! ■

Acordo de Empresa?
O STML na reunião efectuada com o presidente da
autarquia colocou ainda a ideia de, a curto, médio
prazo, iniciar a negociação em torno de um possível
Acor do de Empresa (AE). Esta ideia, importa ainda
afirmar, foi bem aceite pelo presidente António Costa.
Esta possibilidade abre novas perspectivas no com-
bate à legislação criada pelo anterior Governo de maio-
ria PS no âmbito da famigerada reforma da administra-
ção pública. Esta reforma, que se transformou no ataque
mais profundo e aniquilador desde o 25 de Abril de 1974,
aos trabalhadores da Administração Pública, universo
onde os trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa
se inserem.
A possibilidade de negociar um AE com o actual
executivo pode, de certa forma, criar condições, no
plano laboral, mais favoráveis para os trabalhadores do
que aquelas que existem na actual legislação.
O STML vê nesta probabilidade, mais uma forma de
salvaguardar os direitos e os interesses dos trabalha-
dores como sempre tem sido o seu timbre, tendo como
objectivo melhorar as condições em que estes desen-
volvem a sua actividade profissional. ■

O TRABALHADOR DA CML 3
 Pela revogação do SIADAP
N
enhuma estrutura sin -
dical responsável é
contra a existência de
um sistema de avalia-
ção. Naturalmente, a
qualificação do trabalho passa pelo
direito à dignificação do trabalhador,
e a avaliação é um fio condutor a es-
se direito. Aquilo porque nos bate-
mos liminarmente é pela revogação
deste sistema de avaliação que, em
articulação com o actual quadro le-
gal da função pública, representa o
mais impiedoso ataque aos serviços
públicos e aos seus trabalhadores
perpetrado pelo poder político e le-
gislativo desde o 25 de Abril.
No Município de Lisboa, a imple-
mentação do SIADAP está, como te-
mos vindo a denunciar, enferma de
legitimidade, seja pela falta de reco-
nhecimento da Direcção Geral da
Administração Local, seja pela siste-
mática violação dos prazos. Não va-
le a pena escamotear que a quase
totalidade dos trabalhadores não foi
avaliado dentro das regras deste sis-
EX-QUADRO
PRIVADO
Uma
questão
de justiça
A
Câmara Municipal de Lisboa
mantém-se intransigente
quanto à contagem de tempo
para efeitos de carreira dos antigos
vínculos precários. A situação exclui
estes trabalhadores das medidas de
opção gestionária que já permitiu, o
facto de um número considerável de
trabalhadores tenha subido de posi-
ção remuneratória.
Para o STML esta situação não é
admissível, dado que entendemos
ser de plena justiça que o tempo de
precariedade laboral infligido a es-
4 O TRABALHADOR DA CML
tema. A começar pela manipulação
de datas da documentação à falta de
uma ampla discussão sobre os ob-
jectivos, este SIADAP é uma men-
tira.
Independentemente disso, e de
modo a não prejudicar mais os tra-
balhadores do Município de Lisboa,
o STML tem encetado negociações
com a Câmara Municipal de Lisboa
tes trabalhadores é digno de reco-
nhecimento pelo tempo de trabalho
efectivamente prestado, à seme-
lhança dos outros trabalhadores do
município. Refira-se que, e a título
de exemplo, nos actuais moldes,
um trabalhador que tenha estado
mais de uma década ao serviço
com um vínculo precário pode ago-
ra ter de esperar por igual período
de tempo para ver alterada a sua
posição remuneratória.
Apelando a todos os trabalhado-
res do antigo quadro privado, o
de modo a minimizar os efeitos ne-
fastos de todo este processo ambí-
guo e incoerente. Deste modo, con-
seguimos que mais de 4 mil traba-
lhadores subissem de posição remu-
neratória e continuaremos a lutar e a
apontar caminhos para que, enquan-
to este sistema de avaliação se man-
tiver, os seus efeitos sejam minimi-
zados.
A adopção de uma opção gestio-
nária que englobe, sem excepções,
todos os actuais trabalhadores do
Município de Lisboa, facultando a
bre ve trecho que todos possam
acertar a sua posição remuneratória
é um objectivo que continuaremos a
perseguir.
Simultaneamente, e com a luta de
todos, trabalhadores e estruturas
sindicais, apoiaremos qualquer ini-
ciativa que vise a revogação ime-
diata do SIADAP e a sua substitui-
ção por um sistema de avaliação
mais justo, equilibrado, transparente
e, acima de tudo, verdadeiro. ■
STML pretende, até ao final de Ja-
neiro, promover uma acção de lu-
ta junto aos Paços do Concelho
de modo a pressionar o executivo
camarário a tomar medidas que não
prejudiquem ainda mais estes tra-
balhadores.
Deste modo, solicitamos a todos a
máxima atenção ao comunicado
que faremos em tempo nesse sen-
tido. A participação dos trabalha-
dores é essencial para que esta si-
tuação negativa se inverta. Conta-
mos contigo nesta luta. Não faltes! ■
Pela actualização e alargamento
do RIP

E
m 2002, o então presidente da
CML decidiu congelar a actuali-
zação do Subsídio Municipal
de Risco, Insalubridade e Pe-
nosidade (RIP), alegando que
se tratava de um subsídio ilegal. Na verda-
de, este subsídio foi aprovado e regulado
em Assembleia Municipal. E, pese embora
as presidências seguintes não tenham, e
bem, levantado dúvidas em relação à lega-
lidade do RIP, questão de facto, é que des-
de então se mantém o congelamento das
devidas actualizações.
Neste sentido, o STML e os trabalhado-
res exigem à CML a actualização imediata
do RIP bem como ao Governo a regula-
mentação da Lei que cria o RIP, o que per-
mitirá alargar a sua aplicação a todos os
trabalhadores que trabalham em condições
de risco, insalubres e penosas.
Recordamos, ainda, que esta lei não foi
actualizada porque o secretário de Estado
do Ambiente da altura, dizia aos sindicatos:
"Há Leis e leizinhas… e esta nunca será
regulamentada…". O seu nome? José Só-
crates.
Mas não nos rendemos, porque a razão
está do nosso lado! ■

Eleições dos Secretários da Mesa da Assembleia de Delegados do STML

e do Secretariado da Comissão Sindical da Limpeza Urbana

Reforço e dinamização
das estruturas sindicais
P
ara um Sindicato mais vivo e
actuante é indis pensável a
presença organizada nos lo-
cais de trabalho e, tanto quanto pos-
sível, a eleição de delegados, autên-
ticos dirigentes sindicais locais. O
STML promoveu nos últimos meses
processos eleitorais de que resulta-
ram a reeleição de 9 delegados e a
eleição de 26 novos delegados sin-
dicais. Neste processo mais 9 locais
de trabalho passaram a dispor de
delegados sindicais.
A Assembleia Geral de Delega-
dos Sindicais elegeu, no passado
O TRABALHADOR DA CML
mês de Dezembro, os Secretários
da Mesa da Assembleia Geral de
Delegados. A com posi ção deste
órgão estatutário é agora a seguinte:
Presidente – José Paquete (da Di-
recção do STML), Secretários: Aní-
bal Charniqueiro (Complexo Des-
portivo de S. João de Brito), Luís
Matias, (Posto de Limpeza Urbana
da Filipe da Ma ta), Luís Esteves
(Edifico Central do Campo Grande)
e Paulo Rocha (Garagem DHURS).
Também a Comissão Sindical da
Limpeza Urbana elegeu o seu Se-
cretariado: Rui Trenas, Coor de -
nador, (Posto de Limpeza da Filipe
da Mata), António Garvelho (Posto
de Limpeza da Boa Hora), Bruno
Osório (Posto de Limpeza do Are-
eiro), Gracinda Ferreira (Posto de
Limpeza da Avenida In fante Dom
Henrique), Luís Figueiredo (Posto
de Limpeza da João Paulo II), Paulo
Rocha (Posto de Limpeza da Sera-
fina) e Rita Sério (Posto de Limpeza
das Garridas).
Com estes reforços da nossa es-
trutura estamos a construir um Sin-
dicato mais Solidário, Forte, Unido e
Combativo. ■
5
 Externalização dos serviços
camarários = destruição
dos serviços públicos

T
emos verificado, nos últimos anos, a um esva-
ziar de serviços desta autarquia que favore-
cem o sector privado, prejudicam os muníci-
pes, a cidade de Lisboa e os trabalhadores da
Câmara Municipal. Estas medidas, extrema-
mente graves, dão corpo à linha política cuja matriz se
define através da afirmação de "Menos Estado, Menos
Estado" e que começou a ser defendida e implementada
ainda no tempo em que o 1.º ministro era Cavaco Silva e
que teve a sua continuação nos governos de Guterres,
Durão Barroso e Santana Lopes e, agora, de Sócrates.
Esta matriz, como já referimos, também se tem apli-
cado, com graves prejuízos, nos serviços municipais da
nossa cidade.
Relembramos a situação nas oficinas do Complexo
Municipal dos Olivais II, com a destruição de serviços
que antes aqui eram desenvolvidos e que são agora
realizados no sector privado com o natural acréscimo de
custos e diminuição da qualidade desse mesmo serviço.
É bom recordar que os trabalhadores que laboram nes-
tas oficinas são operários altamente especializados, re-
conhecidos e condecorados pela qualidade do seu traba-
lho, contudo, quando quem governa, defende unicamen-
te os interesses de uma pequena minoria e/ou sector pri-
vado, o conhecimento, a experiência, a formação dos tra-
balhadores públicos é colocado a um canto. Existindo vários serviços municipais que de alguma for-
Um outro exemplo desta "externalização de serviços", ma já sofreram com esta intervenção, i.e., "externaliza-
como tanto gostam de lhe chamar, diz respeito aos jar- ção de serviços", seja na forma de intenção, seja de for-
dins da cidade de Lisboa. ma efectiva, não podíamos deixar de referir um exemplo
As empreitadas relacionadas com a gestão e conser- emblemático, concretamente, o da limpeza urbana da ci-
vação dos espaços verdes em muitas ocasiões, estão dade. Sendo este um dos sectores mais apetecidos pelo
envoltas por uma neblina burocrática e são como tal, di- sector privado, pelo seu carácter obrigatório e indispen-
fíceis de perceber, além de se verificar, de forma conti- sável, no que diz respeito à saúde pública e, consequen-
nuada, o não cumprimento, por parte das empresas às temente, pelos enormes lucros que pode gerar, continua-
quais estes serviços são adjudicados, das obrigações a mos a verificar, executivo camarário após executivo ca-
que ficaram sujeitas. marário, à tentativa da sua entrega definitiva a empresas
Qual a consequência imediata desta situação? Cha- privadas.
mar os trabalhadores da Câmara, os nossos jardineiros, O método é o mesmo, desinvestimento, esvaziamento
com o propósito de assegurarem o serviço que, legal- com o consequente degradar das condições de trabalho,
mente, deveria ser assegurado por essas entidades pri- aprofundando desta forma as dificuldades que os tra-
vadas, as mesmas que receberam verbas = dinheiros pú- balhadores já sentiam pela dureza do próprio trabalho e
blicos para esse efeito. que agora sentem com maior veemência.
Estamos ou não perante uma burla, uma fraude envol- O criar destas condições, permite ao poder político,
vendo o erário público? que à vez se vai revezando no executivo mas mantendo
No caso dos espaços verdes da cidade e a sua efec- os mesmos princípios de acção, justificar uma aparente
tiva privatização, porque é isso que denunciamos, está incapacidade de resposta por parte dos serviços cama-
impreterivelmente associado a sua destruição, com as rários e dos seus trabalhadores e entregar desta forma
consequências directas no bem estar da população de esse mesmo trabalho a uma qualquer empresa privada,
Lisboa, que ano após ano têm menos jardins onde pode- seja inicialmente numa determinada área da cidade, se-
riam desfrutar de um ambiente saudável e de lazer. ja, mais tarde, na sua totalidade.
Também aqui se aposta no esvaziamento dos serviços Ao lado dos trabalhadores da autarquia de Lisboa, dos
municipais = públicos em função de um sector privado seus habitantes e da própria cidade, o STML, tal como
que, aparentemente, tem todas as respostas para os no passado, compromete-se a continuar esta luta, sem-
nossos problemas. Aparentemente, porque de facto, esta pre em defesa dos serviços públicos, dos direitos e as-
visão não corresponde à realidade, como tristemente pirações dos trabalhadores da CML e dos seus postos de
temos verificado. trabalho. ■
6 O TRABALHADOR DA CML
 Área de Jovens Trabalhadores do STML

A
área de jovens do STML tem
vindo a trabalhar com o propó-
sito de despertar e/ou for ta -
lecer, nos jovens trabalhado-
res da CML, o sentido de luta
que todos devemos desenvolver por uma
vida melhor. Para isso temos realizado
reuniões bimensais, que têm servido para
conhecer e debater não só os problemas
de todos os trabalhadores mas também
em particular os problemas que mais afec-
tam os jovens da CML. Estas reuniões têm
também como objectivo aproximar os jo-
vens trabalhadores da CML da estrutura
que os representa, o STML. É com o mes-
mo objectivo que a área de jovens do
STML vai promover um encontro com ca-
rácter informal, cujos contornos divulga-
remos mais tarde e que se realizará du-
rante o mês de Março, mês em que se co-
memora, no dia 28, o Dia Nacional da Ju-
ventude.
Sendo este dia um domingo, a Interjo-
vem/ CGTP-IN, estrutura responsável pela organização STML tem um papel de destaque, levam à rua o descon-
desta grande jornada de luta, decidiu convocar para o dia tentamento dos jovens trabalhadores e as suas reivin-
26 de Março a maior manifestação de jovens trabalha- dicações. A área dos jovens do STML irá trabalhar para
dores que se faz anualmente no nosso País, não só em que um número significativo de jovens trabalhadores do
torno do Dia Nacional da Juventude mas também e prin- município de Lisboa esteja presente nesta importante
cipalmente, dando voz ás reivindicações muito próprias acção.
dos jovens trabalhadores que hoje enfrentam graves pro- Já no dia 5 de Fevereiro haverá uma jornada de luta,
blemas criados pelas políticas de direita que tem carac- promovida pela Frente Comum de Sindicatos da Admi-
terizado os governos do PS(D), com o CDS atrelado ou nistração Pública, em que os jovens trabalhadores de-
não. verão marcar presença obrigatória pela defesa das justas
Será portanto um dia, 26 de Março, em que a Interjo- reivindicações que constam na Proposta Reivindicativa
vem/CGTP-IN e todos os seus sindicatos filiados, onde o Comum para 2010. ■

Assedio moral nos locais de trabalho

Trabalho com dela de pen de hie rarquicamente.
Noutros casos são marcadas faltas
Direitos, de trabalho de forma absolutamen-
te ilegal. Noutros, dirigentes, sob o
Respeito por argumento do "parece mal", retiram
quem trabalha objectos pessoais, como rádios, de
trabalhadores em zonas de vestiá-
graves – os dados que dispomos
apontam para um aumento signifi-
cativo de casos de depressão entre
os trabalhadores no Município.
Estamos conscientes que a crise
geral que a sociedade atravessa é
também potenciadora de proble-

S
ão cada vez mais frequentes
as denúncias de trabalhado-
res que che gam ao Sin di -
cato, e mesmo grupos de trabalha-
dores, que são pressionados, inti-
midados e perseguidos por chefias.
Este é um problema que decorre
do sentimento de impunidade que
sentem algumas chefias a todos os
níveis, que se habituaram a desres-
peitar os direitos dos trabalhadores.
Num caso, uma dirigente humi-
lha, desconsidera e agride verbal-
mente e mesmo por escrito quem
rios e balneários. E muitas mais si-
tuações de abuso por parte daque-
les que deviam ter respeito pelos
que executam trabalho neste Muni-
cípio
Reflexo de um tempo em que
existe uma acelerada desumaniza-
ção das relações de trabalho, de
pretensas "reformas" e "técnicas"
viradas para "objectivos" e do clima
de impunidade geral que goza o
patronato no país, aqui transporta-
do para cargos dirigentes da CML.
As consequências podem ser
mas na área psicológica, mas não
se pode descartar a influência peri-
gosa que estes estilos de "direcção"
têm na vida dos trabalhadores.
O STML está a proceder a um le-
vantamento de casos e irá intervir
junto a quem de direito para por fim
a estes abusos. Queremos dizer
aos trabalhadores alvo dessas prá-
ticas que não estão sozinhos, que
unidos podemos por cobro a essas
situações.
Na Unidade a Força da nossa
Razão. ■

O TRABALHADOR DA CML 7
5 de Fevereiro de 2010
Jornada
de Luta
Nacional
A
Frente Comum dos Sindicatos da Adminis-
tração Pública, da qual o STML faz parte,
convoca todos os trabalhadores da adminis-
tração pública central, regional e local a ma-
nifestarem ao governo a sua determinação
na defesa da Proposta Reivindicativa Comum para 2010
(PRC), além da exigência da realização de negociações
sérias, verdadeiras e honestas, sempre na perspectiva
da resolução dos profundos problemas que afectam os
trabalhadores públicos deste País.
O Governo que levou mais longe a ofensiva contra os
trabalhadores da Administração Pública, alterando ne-
gativamente direitos fundamentais como o vínculo, as
carreiras, o sistema de avaliação e as condições de apo-
sentação, tudo isto acompanhado de uma vil campanha
mediática que visou denegrir a imagem dos funcionários
públicos de forma a virar a opinião pública e os traba-
lhadores do sector privado contra os trabalhadores do
Estado.
Este Governo do 1.º ministro Sócrates / PS, apesar de
ter sofrido uma derrota nas eleições para a Assembleia da
República em Setembro de 2009 ao perder a maioria ab-
soluta que detinha, não vai alterar o rumo que decidiu se-
guir na anterior legislatura. Com acordos à direita ou com
partidos ditos de esquerda, conseguirá avançar na ideia
de destruir os serviços públicos atacando os trabalha-
dores de forma impiedosa. Só a luta, a resistência organi-
zada, firme e persistente poderá travar estas intenções.
Os "recados", repetidos incessantemente nos órgãos
de comunicação social, do Governo e do patronato, atra-
vés dos seus fieis servidores aí estão, depois da crise
provocada pelos agentes do sistema neo-liberal, que
acumulam milhões à custa da exploração de outros mi-
lhões, mas de homens e mulheres, é preciso agora que
estes milhões de explorados, ou seja, os trabalhadores
em geral e os trabalhadores da Administração Pública em
particular, tenham que, mais uma vez, apertar o cinto pa-
ra conter o défice das contas públicas.
Que solução apresenta o Governo? A mesma receita
de sempre, o mesmo é dizer, congelar ou reduzir os salá-
rios dos trabalhadores do Estado.
Injectaram-se milhões do dinheiro público, dos contri-
buintes Portugueses, para salvar a banca (BPN, BCP,
BPP) e agora, quando é preciso conter a despesa pú-
blica, qual a receita? Reduzir o número de funcionários,
8 O TRABALHADO
encerrar serviços para que seja o sector privado a lucrar
em áreas que deveriam ser da responsabilidade do Es-
tado pela sua necessidade obrigatória e pela sua neces-
sidade de satisfazer a população e não a de gerar lucros
e mais lucros. Temos estes exemplos, de forma clara,
nas áreas da saúde, da educação, da segurança social,
da habitação, da justiça...
Estes "recados" vêm tanto do governador do Banco de
Portugal como dos comentadores "independentes". A
campanha continua.
Aumentos salariais dignos
A Proposta Reivindicativa Comum para 2010 (PRC),
tem como objectivo entre outras matérias, a não deterio-
ração dos salários, exigindo aumentos salariais dignos, a
revogação da legislação, extremamente perniciosa para
os trabalhadores, onde a destruição do vínculo definitivo
no RCTFP por tempo indeterminado, foi apenas uma das
consequências mais graves. Outra foi a reestruturação
das carreiras profissionais, eliminado qualquer traço que
as distinge uma das outras, generalizando-as ao máximo
e transformando o perfil funcional de um qualquer traba-
lhador num espaço sem fronteiras onde qualquer tarefa
pode ser ordenada e realizada, independentemente das
habilitações de cada um ou da experiência profissional e
conhecimento adquirido ao longo de muitos anos. Insti-
tuiu-se um sistema de avaliação – SIADAP, injusto, arbi-
trário e extremamente burocrático, que visa a redução de
despesa da Administração Pública à custa da estagna-
ção na carreira de milhares de trabalhadores (10 anos
para subir uma posição remuneratória para cerca de 75%
dos trabalhadores), além de promover o compadrio den-
tro dos serviços. Alteraram as regras e o cálculo da pen-
são da reforma e/ou aposentação.
Por tudo isto é importante a participação na mani -
festação de 5 de Fevereiro de 2010, às 15 horas, com
início nos Restauradores e fim no Ministério das Finan-
ças. A luta diz respeito a todos! ■
 Frente Comum dos Sindicatos
da Administração Pública

Plenário Nacional
aprovou
medidas de luta

C
om a presença de diri-
gentes, delegados e
acti vistas sindicais de
mais de 30 organiza -
ções, envolvendo cerca
de 300 participantes, realizou-se, no
passado dia 8 de Janeiro, na Asso-
ciação de Comerciantes, em Lisboa,
o Plenário nacional de activistas sin-
dicais da Frente Comum dos Sin -
dicatos da Administração Pública
(FCSAP).
O STML marcou presença com
cerca de 50 activistas, entre dele-
gados e dirigentes sindicais. Das
várias intervenções feitas sobre a
realidade da Câmara Municipal de
Lisboa, as matérias acerca do SIA-
DAP, das tentativas de privatização
de serviços e da constante deterio-
ração das condições de trabalho, fo-
ram temas que se destacaram.
Uma das questões centrais, dis-
cutida neste plenário, foi a necessi-
dade da convergência da luta e da
solidariedade entre os vários secto-
res profissionais do Estado e na im-
prescindível articulação entre os res-
pectivos sindicatos.
Esta convergência terá o seu pri-
meiro ponto alto, já no próximo dia 5
de Fevereiro, na primeira jornada de
luta nacional convocada pela Frente
Comum.
Moção
O Plenário apresentou uma mo-
ção, votada por unanimidade, onde
ficou definido o seguinte:
1. Saudar os trabalhadores da Ad-
ministração Publica pela sua partici-
pação persistente e empenhada na
luta em defesa dos seus direitos e de
uma administração eficaz e de quali-
dade ao serviço das populações;
2. Definir como objectivos centrais
da luta a desenvolver:
a) Salários e pensões dignos, com
reposição do poder de compra per-
dido;
b) Suspensão do sistema de ava-
liação e desempenho na Adminis-
tração Pública (SIADAP),
c) Manutenção do horário de 35
horas semanais e 7 diárias, contra a
adaptabilidade e a flexibilidade;
d) Revogação e/ou alteração das
normas mais gravosas da nova le-
gislação da Administração Pública,
com reposição do vínculo de nomea-
ção a todos os trabalhadores da AP;
e) Reposição das condições de
aposentação anteriores a 2004.
3. Participar na Manifestação Na-
cional dos trabalhadores da Admi-
nistração Pública, no próximo dia 5
de Fevereiro, pelas 15h00, com con-
centração nos Restauradores e des-
locação para o Ministério das Finan-
ças e empenhar-se activamente na
mobilização dos trabalhadores;
4. Participar na vigília, durante
uma semana, frente à Assembleia
da República, no período de discus-
são e votação do Orçamento de Es-
tado (mês de Março);
5. Dar início a uma campanha de
informação da opinião pública sobre
os objectivos dos traba lha dores,
com distribuição de jornais, comuni-
cados, tarjetas e faixas em todo o
País.
Realizar plenários de esclare ci -
mentos nos locais de trabalho. ■

Plenário Nacional de Sindicatos da CGTP – 7 de Janeiro de 2010

Unidade e Determinação na Luta

contra a Precariedade e o Desemprego
O Plenário Nacional de Sindicatos da
CGTP-IN reuniu, no passado dia 7
de Janeiro, para aprovar o Plano de Acti-
Sindicais e decorreu num forte espírito
de combatividade e determinação.
O Plenário aprovou um documento
vidades e o Orçamento da Central para que, sob o lema "Contra a Precariedade
2010. Este Plenário, que rectificou a en- e o Desemprego É Hora de Mudar!",
trada de três novos Sindicatos na convoca uma acção nacional descentra-
CGTP-IN, reuniu mais de 400 dirigentes lizada para ser efectuar no 1º semestre
de Sindicatos, Fe derações e Uniões deste ano. ■

HADOR DA CML 9
Opção Gestionária 2009
aprovada em Reunião de Câmara

F
oi aprovada, em Reunião de Câ-
mara (privada) realizada em 23
de Dezembro de 2009, a pro -
posta n.º 1248/2009, para subi-
da de posição remuneratória dos
trabalhadores que, desde o ano de 2004,
não tinham tido qualquer impulso salarial
(promoção, progressão no escalão, reclas-
sificação, etc.) e que em 2004 e 2005 obti-
veram menção de Bom. Esta subida tem
efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009, ou
seja, haverá lugar aos devidos retroactivos.
Apesar desta ser uma reivindicação do
STML, a proposta sendo globalmente posi-
tiva para um significativo número de trabalhadores, fica
aquém das nossas expectativas, uma vez que ficam
excluídos trabalhadores que no ano de 2008 não tenham
obtido pelo menos a menção de Bom (1 ponto ao abrigo
do SIADAP), que na maioria dos serviços não foi aplica-
do correctamente, assim como os que foram alvo de
pena disciplinar, independentemente da sua extensão,
que acabam por ser penalizados duplamente. Sobre este
último ponto, importa enfatizar ainda o seguinte: O STML
foi apanhado de surpresa em relação á inclusão desta
matéria na proposta aprovada em reunião de câmara,
assunto ausente até então nas reuniões e negociações
que se efectuaram com os responsáveis
camarários.
O STML considera extremamente injusta
a inclusão de última hora deste ponto,
pelas consequências óbvias e negativas
sobre dezenas de trabalhadores. Se aliar-
mos este facto à essência já por si negativa
da aplicação do SIADAP, temos mais força
para afirmar a dupla penalização que sofre
um número considerável de trabalhadores.
O STML apresentou uma contraproposta
para reverter estas matérias negativas,
mas foi recusada. Não deixaremos, con-
tudo, de continuar a luta pela revogação do
SIADAP, por um lado, e por outro, a procura de mecanis-
mos que minimizem o retrocesso no plano salarial e no
plano da progressão na carreira que este actual sistema
de avaliação conduz.
O STML conseguiu, no entanto, que cerca de 1160 tra-
balhadores (a somar aos 3400 que já tinham subido,
também fruto da nossa acção reivindicativa) subissem de
posição remuneratória, que sem a nossa intervenção
apenas subiriam em 1 de Janeiro de 2011.
A Luta sempre vale a pena! ■

Sinistrados do Trabalho
Inconcebível desleixo municipal
para com os sinistrados de trabalho
V
ários trabalhadores sinistrados têm contactado nesta condição a entrar em contacto com o nosso
o STML descrevendo os sucessivos atrasos na Sindicato. ■
prestação de apoio médico e de recuperação
por parte da CML e entraves burocráticos e mesmo
algumas inaceitáveis pressões para que os trabalha-
dores abandonem a condição de sinistrado.
Como sabemos, a CML é auto-seguradora e por-
tanto totalmente responsável pelo tratamento e re-
cuperação dos trabalhadores que são vítimas de aci-
dentes de trabalho.
Muitos dos casos prendem-se com a crónica falta de
verbas para custear as operações e intervenções mé-
dicas e fisioterapêuticas de tratamento e recuperação.
O STML, em articulação com os Representantes do
Trabalhadores para a Segurança Higiene e Saúde,
está a recolher dados e depoimentos para elaborar
uma Caderno Reivindicativo sobre Tratamento e Re-
cuperação de Sinistrados de Trabalho. Convidamos os
nossos associados e todos os trabalhadores da CML

10 O TRABALHADOR DA CML
 “João Semedo” continuação até quando?

P
rometemos que conti- tado com celeridade pela vereadora nos primeiros dias deste ano.
nuaríamos atentos aos Helena Roseta. Uma vez que, até ao presente
desenvolvimentos do Com o intuito de ajudar a verea- momento não fomos contactados
caso do nosso colega dora Helena Roseta a resolver esta pela vereadora em questão, dare-
João Semedo. Para situação, que obrigou o nosso cole- mos conta no próximo boletim dos
além de estarmos atentos, estivemos ga a passar o Natal e a passagem desenvolvimentos desta situação
e estamos activos, no sentido de de- de Ano num contentor, o STML pron- dramática em que se encontra o
volvermos a dignidade a este nosso tificou-se a reunir com a vereadora nosso colega. ■
colega sindicalizado no STML.
Como sabem, o nosso colega en-
contra-se a viver num contentor, de-
pois da empresa "Estradas de Por-
tugal", com o aval da Câmara Muni-
cipal de Lisboa, ter demolido a casa
onde viveu durante mais de 15 anos
na Escola N.º 11 (Benfica).
A nova Vereação da edilidade
mostrou sensibilidade perante a si-
tuação. Apesar de verificarmos que
a actual Vereação é uma continui-
dade da anterior, registamos com
agrado, a preocupação demons -
trada ao STML por parte do verea-
dor do Pelouro da Educação e Ju-
ventude, Manuel Brito. Em reunião
com este vereador, foi comunicado
ao STML que o processo referente
ao colega João Semedo seria tra- Associação de moradores, em frente à Escola N.º 11

OPORTUNIDADE DE MUDAR

Sindicaliza-te já
O
s que têm Internet estão a ficar habituados ao e-
mail recebido com o título "Oportunidade de Mu-
dar". Apesar das novas categorias profissionais,
situarem-se agora por baixo de "grandes chapéus", é in-
teressante verificar que se recorre à antiga especiali-
zação que todos tínhamos adstrito às funções e habilita-
ções previamente adquiridas.
Mas falando de hábitos, também os que têm compu-
tador no serviço e os que não têm, por certo, já ouviram
ou disseram frases como: Os Professores uniram-se e
conseguiram!
Não terá chegado a nossa vez? Haverá função públi-
ca de primeira e Função Pública de segunda? Haverá
se nós deixarmos.
Afinal, são tantas as afrontas com que nos depara-
mos, que chegou a hora de dizer: Basta! São progres-
sões adiadas, foram congelamento de salários e sub-
sequente perca de poder de compra ao longo de anos
a fio, que enfim…
Quem esteve e está sindicalizado no STML, sempre
soube a força que fizemos (todos juntos) no sentido de
melhorar as condições de vida dos trabalhadores da
Câmara Municipal de Lisboa. É altura de dizermos aos
colegas que não se encontram sindicalizados, a impor-
tância que tem estarmos informados e participantes nas
acções que mostram a força de quem faz melhores ser-
viços públicos e melhor cidade: os trabalhadores.
O STML está empenhado em melhorar a comunica-
ção. O novo site do STML já está em funcionamento.
Foram eleitos mais Delegados Sindicais. Reforçámos o
contacto com dirigentes com o objectivo de resolvermos
problemas de contextos micro e macro. As actividades
no âmbito da CGTP-IN e USL são sempre participadas
pelo STML.
É importante ser sindicalizado e trazer mais colegas
para o Sindicato. ■

O TRABALHADOR DA CML 11
RSB
“Directiva do Comandante
para 2010”

S
obre a directiva, publicada no dia
22 de Dezembro de 2009, esta não
pode ser analisada separadamente
de outros dois documentos: um
projecto para o RSB, apresentado
em 10 de Agosto de 2008, e a avaliação do
trabalho desenvolvido, em equipa, durante um
ano, publicado em Setembro de 2009.
No projecto para o RSB, um projecto sem
dúvida ambicioso, entre os objectivos, propu-
nha-se a constituição de vários grupos de tra-
balho para reestruturar as comunicações, opti-
mizar o plano de emergência, manter/melhorar
os níveis de formação e treino, garantir as reci-
clagens periódicas aos elementos do RSB,
aumentar a capacidade de resposta opera-
cional, optimizar os recursos humanos, mate-
riais e financeiros, melhorar a eficiência organi-
zacional através do recurso a novas tecnolo-
gias da informação e do conhecimento, criar e
implementar um novo conceito de gestão in-
terna, gerir a informação nomeadamente para
os Órgãos de Comunicação Social e criar um
espírito de corpo actuando na motivação dos
profissionais.
Posteriormente, da avaliação ao trabalho de-
senvolvido, concluímos que da proposta apre-
sentada, poucos foram os objectivos atingidos.
Na área das comunicações, processo ainda
por concluir, foi possível uma maior articulação
com a ANPC, compraram algumas viaturas
para apresentar numa formatura mas que não
há forma de entrarem ao serviço, outras foram
prometidas mas mais nada se sabe, remo -
delaram a área da informática, lançaram o site Foi mais uma promessa que não passou daí mesmo…
do RSB, passaram a trabalhar de uma forma organizada A directiva agora publicada, repete, no essencial, todos
com os Órgãos de Co municação Social e criaram o os pontos que exigiam uma solução rápida, o que denota
NISAC-Núcleo de Intervenção Social e Apoio ao Cida- o fracasso da proposta apresentada. Pontos fundamen-
dão. tais para a revitalização do RSB, continuam por concre-
Para além das situações descritas, o Senhor Coman- tizar.
dante chamou a si alguns louros que não lhe pertencem. E o tão propalado cartão de identidade com anuncia-
Falamos das promoções, um processo praticamente dos benefícios para os trabalhadores? Onde é que está?
concluído à sua chegada, de obras como a cobertura da E, já agora, o pacote "viagem segura" em compensação
piscina do Quartel do Comando, com a qual nada teve a do que era o nosso antigo passe social?
ver, a remodelação de algumas infra-estruturas e peque- Depois, fala-se do espírito de corpo principalmente
nos arranjos se fizeram em todos os quartéis graças ao quando são necessários homens para as formaturas,
tra balho, empenho e dedicação dos bombeiros. Um mas depois a recompensa que os bombeiros sentem é a
exemplo claro é o do quartel na Defensores de Chaves retirada de direitos. Falamos dos direitos na aposenta-
que, primeiro, quando da sua chegada, afirmava que te- ção, da perda do direito aos cinco dias suplementares de
ria que ir para obras profundas. Mais tarde anunciou, em férias, da retirada do Passe Social, do subsídio de turno
conjunto com o Sr. vereador Manuel Brito, só a substi- que deixou de contar para efeitos do cálculo no montante
tuição da cobertura do edifício para que neste Inverno os do subsídio de férias e do subsídio de natal e, mais gra-
profissionais não se molhassem no seu próprio quartel. ve, os feriados e o descanso compensatório. ■
12 O TRABALHADOR DA CML
 Descanso compensatório
O Sr. Comandante colocou em prática a folha de ho-
ras que consta no artigo n.º 165 da Lei 59/2008,
mas não aplicou os artigos n.º 163 e n.º 164 da mesma
lei, porque? Claro que estamos a falar do descanso
compensatório.
Há vários meses que o STML informou o comando
que deveria ser aplicado o direito ao descanso compen-
satório.
Como poderão verificar no vosso recibo de vencimen-
to, só em Janeiro o irão receber graças ao empenho do
Departamento de Bombeiros do STML. Esperamos que
agora e perante a denúncia ao poder político da CML
sobre a ilegalidade que os responsáveis do RSB esta-
vam a praticar, com claro prejuízo para os bombeiros,
seja pago o mais rápido possível os retroactivos do des-
canso compensatório.
A todos os profissionais que efectuaram horas extra-
ordinárias este direito é devido desde Janeiro de 2009.
O Departamento dos Bombeiros do STML continuará
a pautar a sua acção pela resolução destas e outras
matérias. A luta continua sempre em prol da defesa dos
nossos Direitos! ■

Vamos
entrar
em
negociação!

A
carreira de bombeiro profis-
sio nal é algo que, durante
muitos anos, não se pautou
de justiça de entre os iguais da car-
reira. A existência de um quadro le-
gislativo que per mite exigências
iguais e remunerações diferentes
traduz na essência a injustiça que
actualmente se verifica.
O STML preparou uma proposta
para apresentar em negociação
com a tutela, onde se define o regi- Vale mais tarde do que nunca!
me jurídico da carreira de oficial
bombeiro e sapador bombeiro.
Não prometemos "milagres" mas
O s Bombeiros que tinham visto
negada a sua passagem à apo-
sentação, alicerçada na anterior le-
nhecido a partir de 1 de Dezembro
de 2004.
A persistência na defesa dos nos-
apresentamos propostas válidas
que permitem uma negociação sé- gislação, conseguiram, com o acom- sos Direitos vale sempre a pena!
ria, honesta e verdadeira. Propos- panhamento constante do Gabinete O STML sempre ao lado dos Tra-
tas essas que são apresentadas Jurídico do STML, o seu direito reco- balhadores! ■
aos associados e sobre as quais
têm uma voz activa e participativa
na sua elaboração. Não tomamos
decisões sem saber a opinião dos
nossos associados.
Breves
Este regime jurídico aborda te-
mas desde as posições remunera- Festa de Natal 2010
tórias, o acesso às carreiras, o título
de trans porte, as promoções e a
idade para aposentação, entre ou- R ealizou-se, nos dias 28, 29, e 30 de Novembro, a já habitual festa de
Natal que este ano voltou a acontecer no circo Vitor Hugo Cardinali. A
direcção do STML vem desde já agradecer a presença de todos os as-
tras matérias.
Muito trabalho se aproxima mas sociados e seus familiares, esperando que a festa tenha sido do agrado de
não baixaremos os braços! Sempre todos, em especial dos mais pequenos e lamentar alguma situação menos
na luta pela defesa dos direitos dos agradável que possa ter acontecido, prometendo tentar melhorar no futuro
bombeiros sapadores. CONTAMOS tudo o que esteja ao nosso alcance para que a nossa festa mantenha a
CONTIGO PARA ESTA LUTA! ■ qualidade a que os nossos associados estão habituados. ■

O TRABALHADOR DA CML 13
Espaço dos Reformados
Acções da Inter-Reformados/CGTP-IN
Mais Saúde Melhores Pensões
A
s acções reivindicativas
promovidas pela Inter-
Reformados/CGTP-IN,
sob o lema "Mais Saú-
de, Melhores Pensões"
prosseguiram com uma concentra-
ção, frente à Assembleia da Re-
pública, no dia 26 de Novembro,
em que estiveram pre sen tes al -
guns dos nossos associados.
A concentração da Inter-Refor-
mados, integrada também pelo
MURPI – Movimento Unitário de
Reformados, Pensionistas e Ido-
sos, foi precedida de um magusto
com animação cultural, no Jardim
das Francesinhas. Aquele espaço
encheu-se com centenas de apo-
sen tados, pensionistas e refor -
mados, vindos de vários pontos do
país, que manifestaram o seu pro-
14
testo contra as parcas condições
sócio-económicas a que os suces-
sivos governos de direita os vêm
sujeitando, exigindo pensões de
reforma dignas e melhores condi-
ções no acesso à saúde.
Depois de aprovada uma moção,
foi entregue por uma delegação da
IR, em audiências com os diversos
grupos parlamentares, a Carta Rei-
vindicativa da Inter-Reformados/
CGTP-IN.
Actividades culturais
do Departamento
de Reformados do STML
No dia 11 de Novembro, no âm-
bito das nossas actividades cul -
turais, tivemos uma visita guiada
ao Museu Maçónico e, a 9 de De-
zembro, ao MUDE – Museu do De-
sign e da Moda. A visita guiada
levou-nos pela exposição "É pro-
bido proibir!" (o nome de uma can-
ção de Caetano Veloso de 1968
em pleno movi mento Tropicália)
que nos remete para os finais dos
anos 60 e início dos 70, através de
uma apresentação de cerca de 60
peças, cruzando o design e a mo-
da com o cinema, a literatura e a
música, de modo a poder retratar a
riqueza desta época - A liberdade
sexual, o amor livre, a geração flo-
wer power...
Esperamos que nas próximas
actividades possamos contar com
mais associados, o mesmo será
dizer: Contamos contigo! ■
O TRABALHADOR DA CML
Sahara Ocidental

A nossa Solidariedade

O
Sahara Ocidental é
uma ex-colonial espa-
nhola que foi ilegal -
mente invadida e ocu-
pada por Marrocos
desde 1975, facto que foi reconhe-
cido pelo Tribunal Internacional de
Haia.
A recente greve de fome realizada
pela activista saharaui Aminetu Hai-
dar, após ter sido expulsa do Sahara
Ocidental pelas autoridades marro-
quinas de ocupação, gerou uma
onda de solidariedade um pouco por
todo o mundo.
Em Portugal realizaram-se diver-
sas concentrações em que esteve
presente uma delegação do STML.
Foi, portanto, com alegria que sou-
bemos do regresso desta activista à
sua terra e família.
Entretanto, a Associação Amizade
Democrática do Sahara Ocidental
por parte das autoridades marro -
quinas.
Marrocos continua a ocupar e a
espoliar o território dos seus recur-
sos naturais, nomeadamente os re-
cursos de pesca e fosfatos.
O STML chama a atenção de to-
dos para o apelo "Parem a Pesca
Ilegal No Sahara Ocidental" que
pode ser subscrito individualmente
em http://www.fishelsewhere.eu/ ou
no site do STML. ■
Aminetu Haidar
Portugal - Sahara Ocidental divulgou
informação preocupante, quer sobre
a prisão domiciliária imposta ilegal-
mente a Aminetu, quer de uma onda
de detenções e repressão sobre sa-
hauris, quer ainda do violar do ces-
sar fogo acordado entre a República

Serviço de Apoio Jurídico prestado pelo STML

E
ntre outros serviços e protocolos, o Sindicato dos
Trabalhadores do Município de Lisboa, possui
um Gabinete de Apoio Jurídico aos associados
que se encontrem em condições de usufruir deste ser-
viço que, infelizmente, tem visto avolumar o seu traba-
lho ao nível dos problemas que têm surgido em diversos
locais de trabalho.
Acresce, ainda, a possibilidade de os associados do
STML poderem trazer problemáticas do foro pessoal,
com o objectivo de encontrarem suporte legal para re-
solução das mesmas. Obviamente, o espaço de tempo
para a resolução destes problemas é inferior em relação
aos problemas do foro laboral. No entanto, o STML e o
seu Gabinete Jurídico têm procurado com eficiência e
eficácia resolver as questões que afectam os sócios.
Prova do bom empenho que este Gabinete tem de-
monstrado nos tempos mais recentes, foi a resolução
de inúmeros casos de colegas que se viram integrados
no quadro (infelizmente – privativo) de pessoal do mu-
nicípio de Lisboa, vendo terminado um longo período de
tempo de contratos (Recibos Verdes).
A forma de os associados recorrerem a este Gabinete
é simples e, passa por dirigirem-se ou contactarem os
locais de atendimento do STML (Sede ou Edifício do
Campo Grande) e aí, solicitarem o encaminhamento
dos seus casos para este Gabinete, caso os mesmos
(exceptuando os pessoais) não possam ser resolvidos
pelos dirigentes que efectuam os atendimentos. ■

O TRABALHADOR DA CML 15
 Acção USL/Natal
Sob o lema "Os Trabalhadores Merecem Outro
Natal", a União de Sindicatos de Lisboa (USL/
CGTP-IN) promoveu, no dia 16 de Dezembro, uma
acção de denúncia e luta por salários na Baixa
Pombalina.
Nesta acção, um conjunto de "Pais Natais" ofere-
ceram "prendas ao governo" e "inauguraram" um
monumento aos "Pilares da Economia" onde os
bancos e as grandes empresas continuam a ga-
nhar milhões e aos trabalhadores oferece-se de-
semprego, precariedade e trabalho sem direitos.
Nesta acção a USL reafirmou a sua Luta por:
Protocolos do STML - 2009
● ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração
● ISG – Instituto Superior de Gestão
● Universidade Internacional
● IPES – Instituto Português de Estudos Superiores
● IESC – Instituto de Estudos Superiores de
Contabilidade
● Escola Superior de Educação João de Deus
● ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas
● COFAC – Universidade Lusófona Lisboa/Porto
- Instituto Superior de Humanidade e Tecnologias de
Lisboa
- Instituto Superior Politécnico do Oeste
16 ■ O TRABALHADOR DA CML
- Aumentos reais dos salários e pensões.
- Criação de emprego estável e com Direitos.
- Travar os despedimentos.
- Combater a Precariedade.
- Alargar o acesso ao subsídio de desemprego.
No final desta acção, o coordenador da USL e
presidente da Mesa da Assembleia Geral do STML,
Libério Domingues, reafirmou a vontade e determi-
nação colectiva dos Sindicatos em baterem-se pela
valorização do trabalho, reforçar a solidariedade e
combater as desigualdades. ■
- Instituto Superior D. Dinis
- Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes
- Escola Superior de Educação Almeida Garrett
● Lancaster College
● Universidade Lusíada
● Universidade Autónoma
● Viaggiatore – Companhia de Lazer e Turismo
● Campiférias – Centro de Férias e Turismo
● Millenium BCP
● ENAL – Escola Nacional de Automobilismo
● Mind – Project – Psicologia, Psicoterapia e Medicina
● Sagres – Companhia de Seguros
● Aldeamento Turístico de Palmela ■