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20º CONGRESSO NACIONAL DE TRANSPORTES MARÍTIMOS,

CONSTRUÇÃO NAVAL E OFFSHORE

ANÁLISE DE ONDAS EM TANQUE DE DIMENSÕES REDUZIDAS

João Alcino de Andrade Martins, Pesquisador Doutor


Laboratório de Engenharia Naval e Oceânica, DENO-EPUSP

Célio Taniguchi, Professor Titular


Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, EPUSP

Introdução

Cada vez mais o homem depende dos 1. Modelo Linear de Ondas


oceanos, seja como fonte de alimentos, de
riquezas, de energia, lazer, via de transporte e Segundo Wiegel (1964), matematicamente
até depósito de resíduos de toda natureza. não existe uma solução geral e completa para
as ondas oceânicas, que têm sido modeladas
O Brasil tem mais de 7.300 km de extensão de várias formas, abstraindo-se certas
de costa, com 16 cidades capitais distantes propriedades ou variáveis físicas do problema.
até 100 km da costa, onde vive 20% da A respeito das abstrações, Feynman (1963)
população brasileira (IBGE, 2002), relata que o matemático John Von Neumann
respondendo por mais de 25% do Produto referia-se, jocosamente, ao fluido idealizado
Interno Bruto do pais (Nascimento, 2002). O como "dry water".
petróleo, uma das nossas grandes riquezas,
teve uma produção média diária de 1,6 As equações que procuram representar o
milhões de barris e 40 milhões de m3 de gás problema da onda, que para um rigor maior
natural, em 2001, tendo sido extraído mais de nas demonstrações matemáticas podem ser
83% em poços marítimos (Petrobrás, 2002). consultadas em Wehausen e Laitone (1960), e
também Dean e Dalrymple (1991), necessitam
Portanto, estudar e conhecer os oceanos é de condições de contorno para serem
fundamental para a vida, mas o grau de resolvidas, e no caso de escoamento
complexidade dos fenômenos oceânicos é homogêneo, invíscido, irrotacional, linear e
muito grande, impondo várias dificuldades. bidimensional, utilizam-se:

Uma forma prática e útil de investigar-se o ∂ 2φ ∂ 2φ


maior desses fenômenos, as ondas, e seus Equação de Laplace ; + =0 ; (1)
efeitos em sistemas oceânicos ou estruturas ∂x 2 ∂y 2
costeiras, é a simulação em laboratório. Isso ∂φ
pode ser feito em um tanque de ensaios, no Fundo Impermeável ; = 0 ; y = -d (2)
qual reproduz-se, em escala e ∂y
controladamente, ondas e sistemas costeiros
∂η ∂φ
e oceânicos, sendo necessária uma perfeita Cinemática da Superfície Livre ; + =0
representação da onda real. ∂t ∂y
y = 0, (3)
O objetivo central deste trabalho é, portanto,
verificar a fidelidade de ondas geradas em um Dinâmica da superfície livre, sem tensão
tanque de dimensões reduzidas, quando ∂φ
comparadas com as previsões teóricas dos superficial ; + g η = 0 ; y = 0, (4)
modelos matemáticos. ∂t

-1-
nas quais ∂ é a diferencial parcial, φ o 1 2 kd 
c g = 1 + c
2  senh(2kd) 
potencial de velocidades, x e y coordenadas
(8)
do plano vertical, d a profundidade, η a 144 42444 3
n
elevação do nível d'água, t o tempo e g a
aceleração gravitacional.
notando-se que n varia entre 1 e 0,5, em
função da relação d/L, para águas rasas e
Empregando-se o método da separação de
águas profundas, respectivamente.
variáveis na equação 1, e arbitrando-se forma
senoidal e periodicidade, obtém-se a solução
Após gerada, a onda propaga-se, refletindo-se
completa para φ, da forma na extremidade oposta do tanque, em função
da inclinação e características físicas da
φ = {A sen (kx ) + B cos(kx )}∗ estrutura absorvedora, e da declividade da
∗ Ce kd 2 cosh k (d + y ){D sen (ωt ) + E cos(ωt )} (5)
onda. A absorção de energia pela praia pode
ser quantificada pelo coeficiente de reflexão
KR, proposto por Miche, conforme Horikawa
com k = 2π/L, o número de onda real e não (1978), pela expressão:
nulo, L o comprimento, ω = 2πf a freqüência
angular, f a freqüência, e A, B, C, D, E  2α sen 2 α   Ho 
constantes. Sabendo-se que K R = χ    (9)
 π π   L o  MED
ω 2 = gk tanh( kd ) (6)
na qual χ é um coeficiente, que vale 1 para
e utilizando-se a relação c = L.f, rescreve-se a praia impermeável e lisa, 0,3 para rugosas e
equação 6 para c, a velocidade de fase, da entre 0,3 e 0,6 para enrocamentos, α é a
forma: inclinação da praia e os subscritos "o"
referem-se a águas profundas e "MED" a
g valores medidos.
c= tanh(kd) (6.a)
k
2. Ondas em Tanque de Dimensões
Essa é a equação da dispersão, que expressa Reduzidas
um fenômeno fundamental das ondas
oceânicas, que é a dependência entre a A simulação de ondas em laboratório
velocidade e a freqüência. Isto difere usualmente conta com grandes instalações,
bastante, por exemplo, das ondas acústicas, dispendiosas na implantação e manutenção, e
que têm a velocidade constante em um meio. complexas de operar. No caso de instalações
de menor porte, mais baratas e simples,
A característica linear dessa modelagem surgem questões sobre a validade da
matemática permite que uma série de simulação devido a reflexões das ondas e
soluções sejam obtidas, em senos e co-senos, fatores de escala.
e que combinações lineares dessas equações
também sejam soluções. Para quantificar alguns dos problemas e
investigar a aplicabilidade de um tanque de
Supondo-se η = (H / 2 ) cos( kx − ωt ) , com H a ondas de dimensões reduzidas, em
altura da onda, aplicando-se a condição da engenharia oceânica, foram planejados e
equação 4, e examinando-se apenas as realizados ensaios com ondas no tanque de
soluções para ondas progressivas, pode-se ensaios do Laboratório de Engenharia Naval e
determinar o potencial de velocidades Oceânica do DENO-EPUSP. O tanque mede,
aproximadamente, 22 m por 5 m por 1,8 m,
H g cosh k (d + y )
φ= sen (kx − ωt ) valores totais do comprimento, largura e
2 ω cosh(kd) (7) profundidade, respectivamente.

e sendo k e ω positivos, a onda é progressiva A instalação conta com um gerador de ondas


para direção positiva de x. tipo placa basculante ("flap"), acionado por um
conjunto eletro-mecânico constituído por um
Define-se a velocidade de grupo, cg, servo motor, um fuso de esferas e unidades
examinando-se o caso de duas ondas com eletrônicas de potência e comando. Também
freqüências ligeiramente diferentes, tal que, há um absorvedor tipo rampa com dupla
agrupando-se os termos e rearranjando-se, inclinação, ripada, conforme descrito por
identifica-se uma envoltória cuja velocidade é: Souza et alii (1998).

-2-
O trabalho foi realizado em duas etapas, ângulos menores e elevada em relação ao
iniciando-se pela determinação da resposta do fundo do tanque.
tanque, principalmente quanto ao
desempenho do absorvedor de ondas. Na No espaço entre a rampa elevada e o fundo
outra etapa, após serem feitas as do tanque instalaram-se telas plásticas
modificações físicas necessárias, para verticais, esticadas no sentido transversal do
otimizar o sistema de geração e o absorvedor tanque, ortogonal à propagação da onda,
original, repetiu-se a série de ensaios a cada distantes 0,35 m entre cada uma. As duas
modificação introduzida no sistema. configurações são ilustradas na figura 1.

A primeira série foi feita com o tanque na Os instrumentos utilizados nas medidas foram
configuração denominada "original", ou seja, instalados tanto no sistema de geração, para
absorvedor com rampa de dupla inclinação, determinação das variáveis de excitação,
do fundo até o topo da parede. A segunda quanto ao longo do tanque, para caracterizar a
série foi realizada após as modificações, onda produzida como resposta. As posições
principalmente no absorvedor, que permanece dos sensores no tanque podem ser
uma rampa com dupla inclinação, mas com visualizadas na figura 2.

4 ,0 0 m
1 ,7 0 m

16,8

27,8
1,50 m

1,34 m
O R IG I N A L

4 ,8 7 m

0,19 m
16,70 m a p a r t ir d o b a te d o r 2 ,5 9 m 1 ,7 8 m 0 ,5 4 m

11
1,28 m
1,50 m

0,78 m

0 ,3 5 m espaçamento entre as telas

M O D IF IC A D A

Figura 1 - Croquis das configurações do absorvedor de energia de onda.


21,07m
19,29m
16,70m
1,32m

1,00m

o n d a la d o onda praia
4,85m

esquerdo esquerdo

onda centro onda praia centro

0,54m
13,90m
5,88m

21,61m PLANTA

Figura 2 - Desenho ilustrativo do tanque de ensaios e dos ondômetros instalados.

-3-
As medidas foram feitas com um sistema de 3. Análise dos Resultados
aquisição de dados de 16 canais, conectado a
um computador tipo PC e programa de A verificação inicial das ondas no tanque foi
aquisição de dados Lynx. O sistema permite a realizada comparando-se os valores medidos
calibração dos transdutores, visualização dos com uma co-senóide teórica, empregada para
dados colhidos e armazenamento das chegar-se à equação 7. As amplitude,
medidas das variáveis em função do tempo. freqüência e fase, da curva teórica, foram
ajustadas para adequação aos valores
Os sensores utilizados forneceram realmente medidos nos ensaios.
informações sobre as variáveis físicas de
interesse, a saber: movimento do sistema de As medidas foram adimensionalisadas, pelo
acionamento, sinal de comando eletrônico, valor máximo, e correlacionadas com a teoria
elevações de ondas nas regiões próxima do pelo método dos mínimos quadrados. A
gerador (montante) e próxima do absorvedor Tabela 1 mostra um exemplo dos valores dos
(jusante); sendo estas em dois eixos coeficientes obtidos nas regressões, para
longitudinais, um central e outro a 1 m da algumas das freqüências, supostas as mais
parede lateral esquerda. sujeitas a interferências, devido as dimensões
reduzidas e geometria do tanque.
Foram investigadas ondas senoidais puras
nas freqüências de 0,5 Hz; 0,9 Hz; 1,5 Hz; Tabela 1 - Coeficientes de algumas
2 Hz; 2,5 Hz e 3 Hz, em pelo menos duas regressões entre valores medidos e teóricos
amplitudes, que resultassem em uma de elevação de ondas.
declividade de onda abaixo e outra acima de
3,5%, conforme recomendado por Ursell et al.
Freqüência Coeficiente Coeficiente
(1960) e concordante com a teoria linear.
(Hz) Linear Correlação (r2)
Na figura 3 as faixas de freqüências e 0,5 0,999 0,9919
amplitudes utilizadas são representadas 0,9 0,999 0,9837
graficamente, em relação as regiões de
3,0 1,001 0,8877
aplicação das teorias.
Os coeficientes das regressões permitem
afirmar que a forma senoidal da onda para as
freqüências de 0,5 Hz a 2,5 Hz não é afetada
significativamente. A freqüência 3,0 Hz teve a
forma deteriorada, devido a ruídos elétricos
nas medidas dos ondômetros, em face da
pequena intensidade requerida dos sinais.

A figura 4 apresenta o histórico no tempo do


sinal de comando, das elevações da onda
medida na seção frontal ao gerador, a 1 m da
parede esquerda e a curva teórica. A
freqüência de 0,5 Hz exemplificada, foi
considerada a mais crítica, em termos de
interferências devido a reflexões.

Figura 3 - Representação gráfica das regiões 1,2


de aplicação das teorias e a região atingida
Amplitude Relativa

0,8
pelos ensaios. 0,4
0,0
Também foram geradas varreduras de
-0,4
freqüências entre 0,3 Hz e 3,3 Hz, com
apenas uma amplitude fixa, ajustadas no -0,8

gerador de sinais eletrônico. Este aparelho faz -1,2


variar continuamente a freqüência da senóide 4 8 12 16
de saída, entre os extremos programados, Tempo (s)
Onda Esq Sinal Comando Teoria
dentro de um intervalo de tempo estipulado. A
amplitude foi definida em função da máxima
declividade da onda para a freqüência mais Figura 4 - Comparação entre elevações de
elevada da faixa. onda medida e calculada (f=0,5 Hz).

-4-
Percebe-se no exemplo que, pelo menos 5 a 6 No aspecto geral, os valores medidos
ciclos da onda envolvendo cerca de 12 s de concordam bem com os cálculos, dentro da
aquisição de dados, não sofreram alterações margem de erro experimental. Mas, a rigor,
relevantes na freqüência e nem na amplitude. poderia ser identificada uma ligeira tendência
dos valores medidos serem superiores aos
Aplicando-se a Transformada Rápida de calculados, para freqüências acima de 2,0 Hz
Fourier (FFT) aos sinais de comando e de e distâncias maiores que 8 m.
elevação de onda chegou-se aos espectros
apresentados na figura 5. Os espectros, Uma outra forma de geração de ondas foi
quando comparados, mostram a precisa empregada, para determinação das respostas
resposta da freqüência da onda à freqüência em uma gama de freqüências, com amplitude
do sinal de comando. fixa, preestabelecidas.

As gerações de ondas no modo varredura


foram feitas em duas faixas para que a
máxima amplitude da freqüência limite
superior não aplicasse solicitações mecânicas
excessivas no sistema. Os espectros RMS dos
dados obtidos são exemplificados na figura 7,
para a faixa entre 0,3 Hz a 2,0 Hz.

Figura 5 - Espectros dos sinais de comando e


da elevação de onda (f=0,5Hz).

Também, nota-se o pequeno espalhamento do


espectro da elevação da onda, em relação à
agudeza do espectro do sinal de comando.

A teoria, expressa pela equação 8, e as Figura 7 - Exemplo de espectro de amplitudes


medidas reais, foram confrontadas, no que diz de ondas medidas (RMS).
respeito ao tempo de percurso da onda. O
gráfico da figura 6 sintetiza os valores Analisando-se as elevações de ondas
encontrados dos tempos de percurso entre a medidas pelos quatro ondômetros, nota-se a
placa geradora e os ondômetros a montante boa resposta, em amplitude e freqüência,
(t1), entre dois ondômetros (twv) e entre a representadas pelos espectros. Para a faixa
placa geradora e os ondômetros a jusante (t2). de 1,5 Hz até 3,3 Hz a concordância entre os
valores medidos foi semelhante.
60
Examinando-se mais detalhadamente os
espectros das ondas apresentados, nota-se
40
alguns picos distintos da curva média. Estes
Tempo (s)

picos correspondem a certas freqüências que


20 são características do tanque, devido as
dimensões e a geometria.
0
0 10 20 30 40 50 60 Uma estimativa dos autovalores para o tanque
t1 twv t2 de dimensões reduzidas foi feita, usando-se a
kd equação 6, mostrada na Tabela 2, sabendo-se
t1teor twvteor t2teor
que, as ondas formadas tem o comprimento
de onda, múltiplo do comprimento do tanque,
Figura 6 - Ilustração dos tempos de percurso
das ondas, para as freqüências investigadas. l, tal que L=2l/n, com n inteiro positivo.
Optou-se pela apresentação dos valores de Um exemplo de espectro de amplitudes de
tempo por ser um dado obtido diretamente e ondas remanescentes no tanque, como
portanto sem acrescentar erros provenientes apresentado na figura 8, ilustra o denominado
das operações matemáticas. ruído de fundo. Nos gráficos, pode-se notar os

-5-
picos de amplitudes referentes as freqüências O fenômeno exemplificado manifestou-se ao
naturais, que devem ser evitadas quando da ser gerada a freqüência de 3,0 Hz, com
realização de ensaios, bem como os amplitude de 0,025 m, como pode ser visto
respectivos harmônicos. em primeiro plano. Note-se que, a onda
transversal tem cerca de 0,15 m de altura e
Tabela 2 - Alguns autovalores longitudinais e freqüência de 1,5 Hz, presente no plano
transversais para o tanque do DENO-EPUSP. médio da fotografia.

Para a geometria do tanque empregado as


Calculadas Medidas
freqüências, geradas longitudinalmente, acima
Modo Long (f L) Modo Transv (f T) (fm) de 2,5 Hz freqüentemente excitaram modos
1 0,099 -x- -x- 0,098 transversais. Isto provocava uma interferência
nas ondas geradas tornando muito difícil a
4 0,351 1 0,347 0,390 manutenção das forma, amplitude e
8 0,561 2 0,556 0,561 freqüência desejadas.
14 0,755 -x- -x- 0,757
A análise final, consoante ao objetivo central
16 0,808 4 0,802 0,806 deste trabalho, foi a determinação da
31 1,125 8 1,134 1,123 fidelidade da onda gerada no tanque de
35 1,195 9 1,203 1,196 dimensões reduzidas. Isto implica em uma
estimativa da eficiência do absorvedor, visto
39 1,262 10 1,268 1,270 que as reflexões das energias das ondas
43 1,325 11 1,330 1,331 geradas quase sempre determinam a faixa de
freqüências utilizáveis de um tanque
51 1,443 13 1,446 1,440
55 1,499 14 1,500 1,502 Para tanto, lançou-se mão da equação 9 e dos
59 1,552 15 1,553 1,550 valores medidos, construindo-se o gráfico
representado pela figura 10.

0,5
Coeficiente de Reflexão Kr

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0
0 10 20 30 40 50 60

Figura 8 - Espectros de ondas do ruído de MOD H/L<3,5% MOD H/L>3,5% kd


fundo do tanque do DENO-EPUSP. ORI H/L<3,5% ORI H/L>3,5%

A título de ilustração, reproduz-se na figura 9 Figura 10 - Coeficientes de Reflexão para as


a imagem de um detalhe do tanque, com a duas configurações de absorvedor.
placa geradora de ondas em azul claro ao
fundo, quando da ocorrência de uma Mesmo considerando-se uma possível crítica
ressonância transversal. pela utilização da equação 9, ressalta-se que,
a mesma metodologia foi empregada em
todos os dados processados. Deste modo,
evidencia-se a grande melhoria obtida após as
modificações realizadas, analisando-se
comparativamente os valores do coeficiente
de reflexão, para as duas configurações.

Na configuração atual, o coeficiente de


reflexão do absorvedor, para todas as faixas
de amplitudes e freqüências investigadas,
está abaixo de 0,05 ± 10%, e para H/L>3,5% e
Figura 9 - Ilustração da ocorrência de freqüências entre 0,9 Hz e 2,5 Hz, os valores
ressonância transversal no tanque de ondas. são inferiores a 0,01 ± 10%.

-6-
Uma análise e discussão extensas, sobre os Bibliografia
resultados resumidamente aqui apresentados,
podem ser encontradas em Martins (2003). DEAN, R.G.; DALRYMPLE, R. A. Water wave
mechanics for engineers and scientists. 2.ed.
4. Conclusões finais New Jersey : World Scientific, 1991.
(Advanced Series on Ocean Engineering, v.2)
No decorrer dos trabalhos, mormente na
aquisição e tratamento dos dados, ficou FEYNMAN, R.P. Waves. In: The Feynman
evidente que a análise de ondas é um lectures on physics. Reading : Adison-Wesley,
procedimento repleto de pequenos detalhes, 1963. v.2, Cap. 40.
aparentemente simples, que afetam muito os
resultados. Após experimentar algumas IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e
formas de interpretação dos sinais obtidos, Estatística. Censo 2000. Brasília, 2002.
fixou-se um método, respaldado pela teoria, Disponível em: <http://www1.ibge.gov.br/
que foi mantido ao longo de todo processo. censo/default.php>. Acesso em: 11 nov. 2002.

As ondas analisadas apresentaram uma boa ITTC - The Specialist Committee on Waves.
concordância com a teoria linear, quanto a Final Report and Recommendations to the
forma, amplitude e freqüência, em toda a 23rd ITTC. Proceedings, V. II, Veneza, 2002.
faixa empregada. A freqüência de 3,0 Hz, que
apresentou coeficientes de correlação MARTINS, J. A. de A.. Análise de ondas em
menores entre todos, está próxima do limite tanque de dimensões reduzidas com vistas à
físico da validade da teoria linear de ondas engenharia oceânica. Tese (Doutorado)
gravitacionais e deve ser evitada. Departamento de Engenharia Naval e
Oceânica da EPUSP-São Paulo, 2003. 188 p.
Outras freqüências de ondas geradas que
apresentaram algum tipo de deterioração NASCIMENTO, E.R. Situação fiscal dos
foram aquelas coincidentes com freqüências municípios brasileiros após a constituição de
naturais transversais do tanque ou 1988. Brasília, 2002. Disponível em:
harmônicos. <http://federativo.bndes.gov.br/bf_bancos/estu
dos/e0001729.pdf>. Acesso em: 23/09/2002.
A inobservância das freqüências causadoras
do fenômeno resulta em um campo de ondas PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S/A.
no tanque complexo e discordante da onda Petrobrás em Números.. Disponível em
gerada, tanto na forma quanto em amplitude, http://www.petrobrás.com.br. Acesso em
freqüência e até em direção de propagação. 14/12/2002.

Respeitando-se as limitações mencionadas, e SOUZA, C. A. G. F.; MARTINS, J. A. de A.;


aplicando-se uma metodologia consistente, MORISHITA, H. M.; ANDRADE, B. L. R.;
mostrou-se que as ondas no tanque de BRINATI, H. L. Desenvolvimento e
dimensões reduzidas são fidedignas, implantação de um tanque de ondas para
conservando as forma, amplitude e freqüência ensaios mecânicos (EM CD-ROM). In:
da onda gerada. CONGRESSO NACIONAL DE
TRANSPORTES MARÍTMOS,
Os valores determinados dos coeficientes de CONSTRUÇÃO NAVAL E OFFSHORE, 17.,
reflexão satisfazem as exigências da ITTC Rio de Janeiro, SOBENA Anais 1998.
(2002), dentro da faixa completa das
freqüências pesquisadas. Na faixa restrita URSELL, F.; DEAN, R.G.; YU, Y.S. Forced
entre 0,9 Hz e 2,5 Hz os coeficientes superam small-amplitude water waves : a comparison
muito as exigências. of theory and experiment. Journal of Fluid
Mechanics, v.7, pt 1, p. 33-52, jan. 1960.
Por fim, provou-se que um tanque de
dimensões reduzidas é capaz de produzir um WEHAUSEN, J. V.; LAITONE, E. V. Surface
campo de ondas útil para aplicações em waves. In : ENCYCLOPEDIA of Physics. [s.l.] :
engenharia oceânica, respeitando-se as Springer Verlag, 1960. v.9., p. 446-778.
condições aqui expostas, e estabelecendo-se
uma metodologia consistente e fundamentada WIEGEL, R. L. Oceanographical engineering.
na teoria linear de ondas. Englewood Cliffs, NJ : Prentice-Hall, 1965.
535 p.

-7-
Agradecimentos

Os autores agradecem à Sra. Marlei Silveira


de Araújo pela elaboração dos desenhos e ao
Laboratório de Engenharia Naval e Oceânica
do Departamento de Engenharia Naval e
Oceânica da EPUSP pela infra-estrutura
necessária para execução dos trabalhos.

-8-

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