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O documento discute as concepções de sintoma em Freud e Lacan. Lacan prioriza o sintoma como linguagem estruturada pelo inconsciente, diferentemente de Freud que vincula o sintoma à insatisfação pulsional. O sintoma é definido como significante de um significado recalcado, representando uma irrupção de verdade. Ele revela o desejo inconsciente através de sua insistência repetitiva.
Descrizione originale:
Freud, desde o começo, inclui o conceito de satisfação pulsional vinculado ao sintoma. Lacan, porém, na primeira época de seu ensino, prioriza a noção do inconsciente e do sintoma estruturados como linguagem, deixando de lado a referência à insatisfação contida no sintoma e localizando a pulsão, o que não pode se dizer, fora do campo da interpretação analítica. O sintoma mesmo é linguagem e, pela interpretação, é possível alcançá-lo evocando suas ressonâncias semânticas. Assim, se para Freud o sintoma é o resultado da repressão para Lacan o sintoma é a repressão
O documento discute as concepções de sintoma em Freud e Lacan. Lacan prioriza o sintoma como linguagem estruturada pelo inconsciente, diferentemente de Freud que vincula o sintoma à insatisfação pulsional. O sintoma é definido como significante de um significado recalcado, representando uma irrupção de verdade. Ele revela o desejo inconsciente através de sua insistência repetitiva.
O documento discute as concepções de sintoma em Freud e Lacan. Lacan prioriza o sintoma como linguagem estruturada pelo inconsciente, diferentemente de Freud que vincula o sintoma à insatisfação pulsional. O sintoma é definido como significante de um significado recalcado, representando uma irrupção de verdade. Ele revela o desejo inconsciente através de sua insistência repetitiva.
Freud, desde o comeo, inclui o conceito de satisfao pulsional vinculado ao
sintoma. Lacan, porm, na primeira poca de seu ensino, prioriza a noo do inconsciente e do sintoma estruturados como linguagem, deixando de lado a referncia insatisfao contida no sintoma e localizando a pulso, o que no pode se dizer, fora do campo da interpretao analtica. O sintoma mesmo linguagem e, pela interpretao, possvel alcan-lo evocando suas ressonncias semnticas. Assim, se para Freud o sintoma o resultado da represso para Lacan o sintoma a represso. O que cai sob o golpe da represso retorna dolorosamente no sintoma. Lacan, lendo Freud, apresenta o sintoma como mensagem-metfora; como gozo e como inveno-criao. Lacan comprova que o franqueamento do recalcamento estruturalmente impossvel e que o significado permanece discordante, sem acesso conscincia. Nesse contexto, ocorre uma mudana na concepo da emergncia da verdade: da verdade que pode ser apreendida totalmente na fala plena, passa-se meia-verdade, impossibilidade de dizer a verdade toda, assinalando a presena de algo do significado que resistente ao significante. No sintoma, assim como nas demais formaes do inconsciente, h uma satisfao de desejo, mas esta satisfao tem um carter problemtico e paradoxal, uma vez que tambm uma satisfao real (Freud, 1917/1980, p. 421), uma satisfao s avessas (Lacan, 1957-1958/1999, p. 331), para alm do princpio do prazer e vinculada pulso de morte. O sintoma , assim, definido como o significante de um significado recalcado da conscincia do sujeito (Lacan, 1953/1998, p. 282), um semsentido, uma opacidade no discurso do sujeito, por representar alguma irrupo de verdade. concebido como o retorno, por via de substituio significante, do que se encontra na ponta da pulso como seu alvo [a satisfao]. Podemos perceber que o sintoma e o que cada tem de mais particular, e tambm o de mais real. Por isso o sujeito neurtico se apega tanto a ele, como possibilidade nica, de fazer frente ao que lhe esta prescrito pelo Outro. Nesse sentido, o sintoma aquilo que mescla restrio e satisfao, interdio e gozo, pois, se h alguma realizao de desejo, esta se d de maneira enviesada. Logo, o sintoma para o sujeito, ao mesmo tempo, aquilo que no anda bem, j que lhe causa sofrimento. O sintoma tal como o inconsciente, estruturado como uma linguagem, porque participa da linguagem e de suas leis. , tambm, fala dirigida ao Outro, lugar de onde o sujeito recebe o sentido, a significao de seu sintoma, ou seja, sua prpria mensagem de forma invertida (Lacan,1953/1998, p. 299).
Em Freud, o sintoma nunca simples; ele sempre sobredeterminado,
e esse fenmeno, para Lacan, s concebvel na estrutura da linguagem. A sobredeterminao nada mais do que a articulao das cadeias significantes o se decifrar o sintoma, isto , ao fazer deslizar e desdobrar os significantes recalcados que a ele esto ligados. Nessa dimenso, o processo de anlise processo de deciframento da articulao significante, que se d no desdobramento e no desenrolar das cadeias de associao de significantes. A associao livre, regra de ouro da psicanlise, faz-se pela via do significante, e no do significado. Para se chegar ao significado, o que importa o lugar do significante em relao a um outro significante. O tratamento , ento, orientado para libertar, pela via significante, a insistncia repetitiva que h no sintoma e a verdade que a se oculta. O trauma, ligado cena primria, que opera no cerne da descoberta do inconsciente, retranscrito por Lacan como significante, significante em estado puro, que no pode, de maneira alguma, articular-se nem se resolver (Lacan, 1957-1958/1999, p. 477). A psicanlise, ento, opera sobre o inconsciente, que d prevalncia ao significante. O significado nada mais do que outro significante que, junto com o primeiro, retroativamente, produz efeito de sentido. nos sonhos, nos lapsos do discurso, nas distores, nas lacunas e nas repeties do sujeito, assim como em seus sintomas, que temos que ler o trao apagado do significante recalcado, que emerge na linguagem particular que apreende o desejo inconsciente e que abriga inadvertidamente um sentido o do conflito recalcado determinando a maneira pela qual o discurso do sujeito se organiza. A insistncia repetitiva manifesta a presena de um obstculo fundamental, intransponvel, que obriga o sujeito a repetir a evidncia dessa presena, desse obstculo. No comeo, porque h o obstculo que j est l antes que o sujeito o encontre que se d a repetio, mas por causa da repetio que se percebe e se isola o obstculo. O objeto encontrado na repetio no o que se busca, uma vez que este est perdido desde sempre. A falta decorrente dessa perda origina o desejo, engendrando, dessa forma, objetos substitutivos. O objeto essencial objeto perdido, que mais tarde ser nomeado por Lacan objeto causa do desejo. Afirma que a repetio est para alm do princpio do prazer, por seu carter de insistncia, insistncia repetitiva, insistncia significante (Lacan, 1954-1955/1992, p. 259). Mas por outro lado, afirma que o que se passa na repetio a revelao do real, do real sem nenhuma mediao possvel, do real derradeiro, do objeto essencial que no mais um objeto, porm este algo diante do que todas as palavras estacam e todas as categorias fracassam o objeto de angstia por excelncia (Lacan, 1954-1955/1992, p. 209). Nota-se: o trauma e o real intimamente se associam, pois o real apresentado na forma
do que nele h de inassimilvel na forma do trauma, diz Lacan em 1964
(LACAN, 1964, p. 57). Pela psicanlise, o sintoma revela no a verdade da doena, mas a verdade do sujeito do inconsciente, pois busca apreender no sintoma o desejo inconsciente indestrutvel, em seu ltimo ensino, Lacan localiza o sintoma como inveno, criao do sujeito. A experincia clnica, desde Freud, faz referncia persistncia do sintoma mesmo aps sua interpretao, apontando para a limitao dos efeitos produzidos pela mesma. Seguindo essa pista, Lacan avanar no sentido de conceber que o sintoma no regido somente pela rede simblica, pois algo resta aps o desvendamento do encadeamento significante. A esse resto Lacan dar o nome de gozo, passando a entender o sintoma no somente como uma mensagem codificada, mas tambm como uma forma de o sujeito organizar seu gozo. Por essa razo, mesmo depois de ter seu sintoma decodificado pela interpretao, o sujeito no renuncia a ele. Freud demonstra que o neurtico, ainda que demande a cura, no a quer, aferrando-se ao gozo de seu sintoma. REFERNCIAS: DIAS, V. L. G. M. O Sintoma: De Freud a Lacan. Maring: Psicologia em Estudo, v. 11, n. 2, p. 399-405, 2006.
DOR, J. Introduo A Leitura de Lacan: O Inconsciente Estruturado Como
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psicanlise: uma introduo. Rio Grande do Norte: Estilos da Clnica, vol. 17 n 1, p. 44 61, 2012.
GARCIA, B. I. Sintoma: a Fala Enigmtica do Inconsciente. Florianpolis:
Revista de Cincias Humanas, v.12, n.16, p.115 121, 1994.
PEREIRA, M. R. O sintoma ou o que o sujeito tem de mais real. Revista