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O livro Governing the Commons discute bens comuns como recursos compartilhados por uma comunidade. Analisa se bens intelectuais podem ser considerados bens comuns globais e as implicações disso para pesquisas sobre bens comuns. Também apresenta oito princípios identificados por Ostrom para garantir a boa gestão de recursos comuns, como participação da comunidade na definição de regras e monitoramento do uso dos recursos.
O livro Governing the Commons discute bens comuns como recursos compartilhados por uma comunidade. Analisa se bens intelectuais podem ser considerados bens comuns globais e as implicações disso para pesquisas sobre bens comuns. Também apresenta oito princípios identificados por Ostrom para garantir a boa gestão de recursos comuns, como participação da comunidade na definição de regras e monitoramento do uso dos recursos.
O livro Governing the Commons discute bens comuns como recursos compartilhados por uma comunidade. Analisa se bens intelectuais podem ser considerados bens comuns globais e as implicações disso para pesquisas sobre bens comuns. Também apresenta oito princípios identificados por Ostrom para garantir a boa gestão de recursos comuns, como participação da comunidade na definição de regras e monitoramento do uso dos recursos.
Disciplina: Cultura, Populao e Natureza Professores: Flvia Galizoni, Felisa Anaya e Andra Narciso Mestrando: Raquel de Ftima Alves Resenha: Governing the Commons Autora: Elinor OSTROM O livro Governing the Commons se refere aos bens comuns (simplificando, coisas compartilhadas por uma comunidade),de maneira especfica, determina se os bens comuns intelectuais podem ser considerados bens comuns globais, e quais as implicaes dessa relao para as pesquisas sobre bens comuns.Distingue bens comuns intelectuais, e, avalia os bens comuns intelectuais baseados em licenas livres, tendo em vista que o avano da digitalizao e da comunicao permite que os projetos sejam bens comuns globais; alm disso, considera que a definio de suas fronteiras feita de maneira mais intensiva do que extensiva (isto , no sabemos a exatido dessas fronteiras, mas sabemos claramente a regra que os conforma) oferece uma soluo interessante para o problema das fronteiras em bens comuns globais. Em relao aos bens comuns tm mostrado que, ao contrrio do que defendeu a chamada tragdia dos bens comuns proposta por HARDIN (1968) em muitos casos, o uso compartilhado desses bens sustentvel e bem sucedido. Contrariamente a Hardin, Ostrom prova- nos que um conjunto de bens comuns a vrios indivduos no necessariamente mal gerido pelos seus utilizadores e que a privatizao ou regulao por entidades externas no so as nicas, nem as solues mais eficientes, para a gesto sustentvel dos recursos. As teorias de bens comuns tm apontado como um importante contraponto forte tendncia privatizao dos bens que vigora no capitalismo neoliberal, a fase do capitalismo em que hoje nos encontramos. Os bens comuns no so apenas um construto abstrato; h diversos exemplos histricos deles. Um desses exemplos, o das terras comunais medievais. Vale ressalvar, que a expresso terras para designar o que era compartilhado nesse bem comum um tanto enganosa: no se tratava apenas do uso compartilhado de terrenos especficos para pasto e plantio (embora isso tambm fosse parte importante desse tipo de bem comum), mas um complexo conjunto de direitos tradicionais dos camponeses sobre a terra (mesmo sobre partes da terra do suserano). H exemplos ainda existentes de bens comuns. Florestas, bosques e regies de pasto (em regies da Sua e do Japo, por exemplo) so usados de formas similares s terras comuns. Em vrias regies do planeta, a pesca tratada como um bem comum: as comunidades compartilham o uso dos melhores pontos de pesca, o conhecimento sobre os peixes e a forma de pesc-los, e, enfim, o prprio estoque de peixes da regio. Em certos pases da frica, como o Qunia, os recursos necessrios para a atividade pastoril principalmente os riachos e lagos em que o rebanho bebe gua, e o pasto e os terrenos onde ele se encontra; mas tambm o conhecimento sobre as rotas, locais e condies climticas relacionadas atividade tambm so tratados como bens comuns. Na Espanha e nas Filipinas, entre outros lugares, h sistemas tradicionais (no caso da Espanha, a prtica provavelmente milenar)
MESTRADO ASSOCIADO UFMG-UNIMONTES EM
SOCIEDADE, AMBIENTE E TERRITRIO de organizao comunal para o provimento da irrigao: os membros das comunidades determinam conjuntamente a parcela de gua que cabe a cada um, e compartilham responsabilidades (sobre, por exemplo, a manuteno dos sistemas de canais necessrios para a irrigao, ou a monitorao e garantia de funcionamento do sistema). Em alguns desses casos, ocorre de o bem comum tornar-se insustentvel e extinguir-se; mas igualmente tambm ocorre que ele seja prspero, vivel e democrtico durante sculos a fio ao contrrio do que advertia a narrativa da tragdia dos bens comuns. Ostrom retrata casos de governana de bens comuns como, por exemplo, o manejo da pastagem no Japo e na Sua e os sistemas de irrigao em comunidades das Filipinas, a fim de identificar prticas e critrios que favoreceram sua sustentabilidade. Ostrom (e em particular Governing the Commons) declaradamente centrou-se em bens comuns de pequena escala, locais ou regionais; e muitos dos estudiosos que empregam sua teoria tambm investigam apenas bens comuns desse tipo. Mas h tambm bens comuns de larga escala, que costumam ser classificados em internacionais ou globais. Os bens intelectuais,tm tendncias que se manifestam de maneira especialmente aguda. Elas podem ser vistas na mercantilizao das universidades e da pesquisa cientfica, bem como no fenmeno social mais amplo da comercializao da cultura; e, num aspecto que interessa particularmente este estudo, os imperativos de privatizao surgem claramente na contnua expanso dos direitos de propriedade intelectual. A importncia econmica da privatizao dos bens intelectuais (uma vez que essa privatizao, efetivada pela propriedade intelectual, permite o controle monopolista desses bens, e as margens de lucro superiores s corporaes que detm direitos sobre eles), esses avanos tambm aumentaram as possibilidades de reproduo e circulao no autorizada desses bens, e as possibilidades de cooperao coletiva para construo e circulao. De acordo com Ostrom (Ostrom 1990, pg. 90-102) h oito princpios necessrios para garantir a boa gesto de recursos comuns so : 1. Demarcao clara das fronteiras dos recursos de bem comum e dos seus utilizadores; 2. As regras definidas tm de ser adequadas s condies locais (poca, espao, tecnologias disponveis, quantidades de recursos disponveis...); 3. Os utilizadores participam na definio/adaptao das prprias regras acordos coletivos; 4. Os fluxos de benefcios proporcionados pela gesto comum so proporcionais aos custos de utilizao; 5. H um reconhecimento das regras da comunidade pelas autoridades externas;
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SOCIEDADE, AMBIENTE E TERRITRIO 6. realizada a monitorizao e so respeitadas as regras por parte dos utilizadores, com penalizaes para os transgressores ; 7. garantido o fcil acesso a meios de resoluo de conflitos bem como a custos reduzidos ; 8. H uma ligao na gesto de recursos de menor escala com os de maior escala, partindo do particular para o geral. 9. Referncias Bibliogrficas
HARDIN, Garrett. The tragedy of the commons. Science, v. 162, n. 3859,
pp. 12431248. 1968. OSTROM, Elinor. Governing the Commons: The Evolution of Institutions for Collective Action. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. ____. Reformulating the Commons. Ambiente & Sociedade, v. 5. 2002. Recuperado de http://hdl.handle.net/10535/3506.