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AINA BASSETTO BILLI


EDISON P. A. GONÇALVES

A contribuição da consciência corporal no aspecto motor de crianças do Ensino


Fundamental de 1ª a 4ª série nas aulas de Educação Física.

FACULDADES INTEGRADAS DE AMPARO


AMPARO
2005
2

AINA BASSETTO BILLI 4504307


EDISON P. A. GONÇALVES 4504291

A contribuição da consciência corporal no aspecto motor de crianças do Ensino


Fundamental de 1ª a 4ª série nas aulas de Educação Física.

Trabalho apresentado às Faculdades


Integradas de Amparo como
exigência parcial da disciplina
Seminário de Monografia.

Orientadora Prof.ª Ms. Luciana de Castro Bidutte

FACULDADES INTEGRADAS DE AMPARO


AMPARO
2005
3

FACULDADES INTEGRADAS DE AMPARO

Aina Bassetto Billi 4504307


Edison P. A. Gonçalves 4504291

Educação Física

A contribuição da consciência corporal no aspecto motor de crianças do Ensino


Fundamental de 1ª a 4ª série nas aulas de Educação Física

O presente trabalho, constituído de 33 folhas,


após análise, recebeu
O seguinte parecer: ( ) aprovado ( ) reprovado

Orientadora Prof.ª Ms. Luciana de Castro Bidutte

18 de Novembro de 2005.

_______________________________
Prof.ª Ms.Luciana de Castro Bidutte
4

Dedicamos esse estudo aos nossos familiares, professores e


amigos pela compreensão de tanto tempo despendido e
pelo auxílio para a conclusão do mesmo. Dedicamos ainda
aos leitores que se interessam pelo assunto e esperamos
que dele tirem proveito.
5

Agradecemos em primeiro lugar ao meu parceiro pelo


empenho, dedicação e principalmente compreensão. Aos
amigos que nos acompanham e à aqueles que estão
ausentes. Para todos os autores que colaboraram para que
este estudo fosse realizado. E a nossa orientadora Luciana
de C. Bidutte que nos acompanhou com muita dedicação e
a todos os professores que nos ajudaram para nossa
formação acadêmica.
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“Como educadores, reafirmamos que faz parte da nossa


competência, (ou deveria!), estarmos atento aos cuidados
referentes à corporeidade de nossos alunos, afim de
respeitarmos suas individualidades, fornecendo uma
pratica alternativa, que fuja doas padrões mecanicistas,
valorizando os movimentos naturais, favorecendo a
reflexão do seu próprio movimento permitindo-lhes
perceberem-se e refletirem como agentes dessa expressão.
Portanto, parece-nos interessantes que comecemos essa
reanálise a partir dessa corporeidade.”
Heleise F.F.R. Oliveira
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Resumo

A percepção corporal refere-se à capacidade do desenvolvimento da criança em


descriminar com exatidão suas partes corporais. O objetivo desse estudo é realizar uma
revisão bibliográfica que aborda a influência da consciência corporal de crianças do ensino
fundamental de 1ª a 4ª série no seu desenvolvimento motor, definir o que é consciência
corporal e identificar a colaboração da consciência corporal em relação à coordenação
motora. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica em livros, periódicos e sites da
internet sobre o tema consciência corporal e o aspecto motor, abordando os conceitos e
definições voltados a esse assunto. Os resultados indicaram que para se ter consciência
corporal, é necessário estar consciente de suas limitações, capacidades e saber conviver
com elas. É descobrir-se no prazer e desprazer do toque e do movimento. Enfim, é
aprofundar no seu interior e descobrir-se também como um corpo. Os movimentos são
importantes tanto para o desenvolvimento intelectual como para a evolução da espécie
humana. Para concluir, verificamos que é imprescindível a consciência corporal para o
desenvolvimento motor e para não tratarmos o corpo como um simples objeto. Futuras
pesquisas devem ser realizadas para abordar outros aspectos, como o psicológico, e ainda
em outros estágios do desenvolvimento que possa relacionar alguma atividade física
específica ou até mesmo a realização de pesquisas de campo, o que colaboraria ainda mais
para fundamentar os resultados desse estudo.

Palavra-Chave: consciência corporal, desenvolvimento motor, educação física.


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Abstract

The corporal perception mentions the capacity to it of the development of the child in
acquitting with exactness its corporal parts. The objective of this study is to carry through a
bibliographical revision that approaches the influence of the corporal conscience of
children of the basic education of 1ª to 4ª series in its motor development, to define what it
is corporal conscience and to identify the contribution of the corporal conscience in relation
to the motor coordination. The used methodology is the bibliographical revision in books,
periodic and sites of the InterNet on the subject corporal conscience and the motor aspect,
approaching the concepts and definitions directed to this subject. The results had indicated
that to have corporal conscience, are necessary to be conscientious of its limitations,
capacities and to know to coexist them. It is to uncover in the pleasure and displeasure of
the touch and the movement. At last, it is to go deep its interior and to also uncover
themselves as a body. The movements are important in such a way for the intellectual
development as for the evolution of the species human being. To conclude, we verify that
the corporal conscience for the motor development is essential and not to treat the body as a
simple object. Future research must be carried through to approach other aspects, as the
psychological one, and still in other periods of training of the development that can relate
some specific physical activity even though or the accomplishment of field research, what it
would collaborate still more to base the results of this study.

Keywords: corporal conscience, motor development, physical educatio


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Sumário

Introdução .................................................................................................................10

Objetivos ..................................................................................................................13

Capítulo 1: Conceitos e Definições sobre Consciência Corporal .............................14

Capítulo 2: Fases do Desenvolvimento Motor de 7 a 10 anos .................................19

Capítulo 3: A Consciência Corporal referente ao Aspecto Motor ...........................25

Conclusão .................................................................................................................29

Referências ...............................................................................................................31
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Introdução

Nessa pesquisa vamos abordar o assunto “Consciência Corporal”, como um meio de


apresentar o direcionamento de nosso problema. A consciência corporal está ligada
diretamente ao desenvolvimento motor? Quais elementos podem colaborar para o
desenvolvimento dessa consciência? O que a falta deles podem ocasionar?
Diante das discussões realizadas na sala de aula, em relação às alunas das aulas de
aprendizado de natação para adultos, observamos que existe uma certa dificuldade em
responder ao estímulo verbal para a execução de um movimento corporal. Outro aspecto
que percebemos foram às dificuldades em relação ao toque para a demonstração desse
mesmo movimento, que se mostrou mais difícil, pelo fato de não estarem acostumadas ao
estímulo tátil.
Com base nestas questões, surgiu a pergunta: Como se desenvolve um indivíduo
que em sua infância indica apresentar uma falta de consciência do seu corpo no aspecto da
coordenação motora? Dessa falta de consciência, uma pessoa pode crescer com problemas
de coordenação ou até mesmo a assimilação de movimentos apresentados a ele?
A partir desses questionamentos direcionamos nossa pesquisa ao estágio operatório-
concreto (7 a 11 anos - segundo a teoria de Piaget), pois a criança raciocina logicamente
sobre eventos concretos e consegue classificar objetos de seu mundo em vários ambientes,
desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem e casualidade, sendo capaz de
relacionar diferentes aspectos, o que facilita o conhecimento do seu próprio corpo.
Portanto, a realização desse trabalho é importante para verificarmos se a criança
pode melhorar sua coordenação motora e tomada de consciência e ainda, transferir o
conhecimento das aulas para a vida.
Hoje, sabemos que não devemos trabalhar apenas o corpo de forma intensa. Mesmo
assim ainda encontramos muitos professores que exercem essa forma de trabalho, com o
objetivo principal de trabalhar somente o corpo, o que colabora para deixarem de lado os
aspectos cognitivo, afetivo e a formação de um cidadão. Na realidade, o norte de um
professor deve ser as interrogações e não as respostas, independente do aspecto a ser
trabalhado.
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O desenvolvimento moral do indivíduo é produto das relações entre afetividade e


racionalidade e é nesse contexto da cultura corporal na qual a intensidade e a qualidade
desses estados afetivos, que foram experimentados corporalmente nas práticas da cultura de
movimento que afetam as atitudes e as decisões racionais. A vivência de sensações,
emoções e sentimentos de satisfação configuram um desafio à racionalidade.
“Uma aula pode ser constituída também de conversas; de jogos de concentração,
com pouquíssimos movimentos; e de momentos de ausência quase absoluta de movimentos,
como o que ocorre, por exemplo, em certas atividades de relaxamento, de percepção
corporal e de meditação. O „fazer nada‟ é uma prática de difícil aprendizagem, mas de
fundamental importância nos dias em que a pressa, angústia e ansiedade caracterizam o
cotidiano de boa parte das pessoas” (FREIRE & SCAGLIA, 2003, p.100).
Montagu, uma especialista em fisiologia e anatomia humana se dedicou aos estudos
de como a experiência tátil ou sua ausência afetaria o desenvolvimento do comportamento
humano. A cientista indica que nos tornamos prisioneiros de um universo de palavras
impessoais, sem toque, sem sabor e sem gosto. As palavras ocupam o lugar da experiência
que passam a ser declarações ao invés de demonstrações de envolvimento, isto é, diz com
as palavras o que não se expressa com gestos (NAVARRO, 1999).
Durante a revisão bibliográfica (FREIRE & SCAGLIA, 2003, NAVARRO, 1999,
LADEIRA & DARIDO, 2003) verificamos que o assunto é muito abordado pela ciência,
principalmente em investigações que focam a capacidade do corpo de um indivíduo,
nomeadamente em crianças. O conhecimento sobre o próprio corpo, relacionado à
fisiologia, pode representar o suporte também para o jovem entender-se ao entrar neste
processo de transformação chamado adolescência1.
A consciência corporal não se define apenas em conhecer ou dominar o corpo, e sim
saber que „somos um corpo‟ e que temos nossas atitudes corporais. A partir desse ponto de
vista, observamos que é necessário tratarmos o aluno como um ser, um sujeito e não um
objeto.

1
Adolescência. Fase característica do ser humano, onde ocorre o desenvolvimento biopsicossocial da pessoa. Nesta fase,
além das transformações biológicas (mudanças das características de um corpo infantil para um corpo adulto), o indivíduo
estrutura os traços finais de sua personalidade e identidade. (D‟ÁVILA, 1998, p. 27)
12

Um indivíduo que não tem consciência da capacidade motora de seu corpo e por
não saber qual é o seu limite, pode sentir medo ou até mesmo vergonha de executar
qualquer atividade em público. É pela conscientização corporal que o indivíduo possibilita
o conhecimento desses limites, o que permitirá verbalizá-los e promover o desenvolvimento
da capacidade de ultrapassá-los.
No primeiro momento abordaremos os conceitos e definições sobre o assunto a ser
tratado na pesquisa.
No segundo momento iremos referenciar sobre o desenvolvimento motor de
crianças de 07 a 10 anos do ensino fundamental e salientar o desenvolvimento psicomotor,
cognitivo e afetivo.
No terceiro capítulo temos as pesquisas sobre o assunto relacionadas à consciência
corporal em referência ao aspecto motor.
O trabalho será desenvolvido por meio da realização de uma discussão entre as
teorias, os autores e as pesquisas sobre o tema.
A metodologia utilizada nessa pesquisa é a revisão bibliográfica em livros,
periódicos e sites da internet sobre o tema consciência corporal e o aspecto motor
abordando os conceitos e definições voltados a esse assunto.
O objetivo desse trabalho é realizar um estudo sobre a influência da consciência
corporal da criança no seu desenvolvimento motor. Portanto, definir o que é consciência
corporal, os elementos essenciais para tal e identificar a colaboração da consciência
corporal em relação à coordenação motora.
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Objetivos

Objetivo Geral:

Realizar uma revisão bibliográfica que aborda a influência da consciência corporal


das crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental no seu desenvolvimento motor.

Objetivos Específicos:

 Definir o que é consciência corporal.


 Identificar a colaboração da consciência corporal em relação à coordenação
motora.
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CAPÍTULO 1

CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE CONSCIÊNCIA


CORPORAL
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Visamos neste capítulo informar os conceitos e definições encontradas sobre o


tema, para facilitar o entendimento do assunto nessa pesquisa.
Justamente por isso queremos mostrar que para se chegar a uma consciência
corporal é necessário passar por um processo de conscientização, onde o movimento
consciente é realizado até tornar-se inconsciente. Para se ter consciência corporal é
necessário “... reconhecer as infinitas possibilidades de movimentar-se, saber dosar a
energia adequada e suficiente para cada movimento, sem desgaste desnecessário,
contraindo quando a sua situação pedir, mas voltando ao normal e descontraindo;(...) É
estar ciente de suas limitações e potencialidades e conviver bem com elas. É descobrir o
prazer ou desprazer do toque e do movimento, (...) É, enfim, o despertar para reconhecer-
se como um corpo, (...) aprofundar o conhecimento de si próprio” SOUZA (1992, apud
D‟ÁVILA, 1998, p.18). O toque é fundamental a partir do nascimento e no decorrer de
nossas vidas, mas para entender melhor precisamos saber o que é toque. Segundo Aurélio
(1995) o tocar nada mais é que um contato físico. Para D‟ávila (1998) o tato é a relação
superficial e periférica da pele e o contato seria a passagem consciente do limite visível do
nosso corpo. Keating (1997) ressalta que a teoria da estimulação pelo toque físico, que não
é só agradável, é absolutamente necessário para o nosso bem-estar físico e emocional. O
toque faz nos sentirmos melhores com nós mesmos e com o ambiente a nossa volta. A
mesma autora afirma que o toque oferece um efeito positivo sobre o desenvolvimento da
linguagem e sobre o Q.I. (quociente de inteligência) das crianças e ainda provoca mudanças
fisiológicas mensuráveis em quem toca e em quem é tocado.
Para isso é necessário que haja consciência, ou seja, conhecimento, noção, idéia do
que ele significa para mim e como o tenho, seria ele corporal? Seria essa consciência
corporal apenas a noção sobre o seu corpo ou ter conhecimento sobre o que ele é capaz?
Segundo Stoke & Harf (1987) é apenas através da expressão corporal que poderemos saber
como estão às sensações, emoções e sentimentos do ser humano para integrar outras
linguagens. “A linguagem é considerada a capacidade humana de articular significados
coletivos e compartilhá-los em sistemas arbitrários de representação, que variam de
acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade” (LADEIRA &
DARIDO, 2003, p.26). Portanto, a criança aprende a fazer uso das expressões corporais no
ambiente que ele se encontra, seja ele dentro ou fora da escola. Para um melhor
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entendimento dessa expressão, é preciso saber interpretar as informações e ter percepção. É


o processo que nos faz organizar novas informações com as já armazenadas, conforme
afirma Gallahue & Ozmum (2003). A percepção corporal refere-se à capacidade do
desenvolvimento da criança, em descriminar com exatidão suas partes corporais. “O
desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da
vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as
necessidades do ambiente” (GALLAHUE & OZMUM, 2003, p.3). Por outro lado, o
crescimento como nos mostra Guedes & Guedes (2002), equivale às alterações físicas nas
dimensões do corpo todo, ou em partes que se relacionam ao tempo de vida.
Na perspectiva da reflexão da cultura corporal a expressão corporal é uma
linguagem, um conhecimento universal, patrimônio da humanidade que igualmente precisa
ser transmitido e assimilado pelos alunos da escola. A sua ausência impede que o homem e
a realidade sejam entendidos dentro de uma visão de totalidade (LADEIRA & DARIDO,
2003).
Para os profissionais de Educação Física e os estudiosos que estudam a consciência
corporal a corporeidade está se tornando uma linguagem presente. Essa corporeidade
garante uma imagem ao indivíduo e apresenta o corpo como sendo uma parte de uma
totalidade - alma e corpo. Ao falar da corporeidade, significa elaborar uma imagem do
indivíduo com novas visões, novos traços, sem abandonar a idéia anterior, mas sim fazer
com que ela seja mais expressiva, original e humana (SANTIN, 1994). A corporeidade
engloba o movimento em uma totalidade, compreende não só o ato motor, mas toda a ação
do indivíduo que expressa os sentimentos através do gesto mecânico, não sendo então
somente o corpo que participa da ação, mas o indivíduo como um todo, que age e se
movimenta (BRUEL, 1990). É através do corpo que esse movimento é exteriorizado. Esse
mesmo autor se utiliza à idéia de Piaget, que mostra que o pensar e o agir estão
interligados, uma vez que quanto mais respostas motoras o corpo receber e elaborar irá
refletir com a sua ação e criar novos movimentos e ações motoras que conseqüentemente
receberá novos conhecimentos e informações. Para Santin (1987), “o corpo e seus
movimentos estão sempre no centro de toda e qualquer manifestação e possibilidade
expressiva.” (p.51)
17

Feldenkrais (1977) afirma que o conhecimento de si próprio é melhorado através do


movimento pelo fato de estar relacionado com o sistema nervoso. Portanto, não é possível
perceber, sentir ou pensar sem as ações do cérebro. As dificuldades de movimento
destroem, mudam a auto-estima e levam o individuo a ter comportamentos que influenciam
no seu desenvolvimento e nas suas tendências naturais. É mais fácil aprender e reconhecer
a qualidade do movimento do que os fatores que se ligam ao sentimento ou ao pensamento,
pelo fato das pessoas não estarem acostumadas a evitar essas emoções (Feldenkrais, 1988).
A partir dos conceitos e definições citados acima observamos que quando falamos
de movimento corporal, pensamos em um ser humano que vive, sente, experimenta e tem
emoções, pois tudo o que ele irá fazer ou realizar é necessário o movimento. Esse ser, ao
participar num âmbito social, experimenta pelos seus sentidos e aprende por eles. Por meio
desse constante contato ocorre a interação do homem com o mundo onde vive. O indivíduo
se relaciona modificando-o à medida que se expressa através de seus pensamentos, formas
e atitudes, ou melhor, do seu jeito de ser. “Todo movimento, toda brincadeira,
acompanhada por atenção nas sensações corporais, favorece não só o bem-estar físico,
mas também o psíquico, através da melhora da auto-estima, dos relacionamentos inter-
pessoais. A atividade física possibilita o desenvolvimento do ser humano de forma plena,
facilitando-lhe descobertas com seu corpo que possam permear-lhe a existência com
sentido e significado” (RIBEIRO, 2005, p.01).
É a partir do desenvolvimento da consciência corporal que adquirimos os aspectos
que determinam o desenvolvimento humano relacionados aos processos biológicos e sua
relação com o ambiente. Devemos ainda observar, se o aluno se desenvolve pelo processo
competitivo, onde busca avaliar o aluno pelo crescimento dele dentro do grupo, ou pelo
processo comparativo, que visa comparar o desempenho do aluno a execução de qualidade
durante o movimento ou ainda pelo processo cooperativo, que são obtidas através da
cooperação do próprio grupo (MARTINS, 2005). Por qual desses modelos avaliativos ele
está se desenvolvendo? Como o processo de avaliação pode favorecer a localização dentro
do processo de aprendizagem sem excluí-lo desse processo? Se pensarmos na construção
do conhecimento do nosso próprio corpo, como um processo contínuo e não linear, nos
permite afirmar que não sabemos até que ponto esse conhecimento pode ser desenvolvido.
Cruz (2005) nos mostra que o conhecimento está sujeito aos valores culturais e sociais do
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tempo em que vivemos, assim como temos influência de outras culturas e da própria mídia.
A consciência corporal é o ato de se identificar com o movimento, com a atividade,
flexibilidade e o relaxamento, pois nas atividades de nossa vida o corpo está sempre
presente. Feldenkrais (1977) explica que ao subir uma escada, estou consciente do que
estou fazendo, mas não tenho consciência de quantos degraus eu subi. Num segundo
momento, executo a mesma ação e presto atenção nos degraus e em mim mesmo, contando-
os. Essa é a diferença entre consciência e percepção. A percepção é a consciência somada
com a noção do que ocorre em uma situação ou em nós, quando estamos conscientes. As
nossas ações são comandadas pela nossa auto-imagem e é influenciada por três fatores:
hereditariedade, educação e auto-educação. As concepções da auto-imagem são diferentes
de um indivíduo para o outro, por isso as diferentes ações existentes em uma mesma
proposta de exercício, envolvem mudanças e não apenas uma substituição de uma ação por
outra. Por isso, as diferenças estão relacionadas em quatro componentes em toda ação:
pensamento, sentimento, sensação e movimento que estão sempre relacionados e
dependentes entre si.
Por isso, como cita Oliveira (1997) a Educação Física não pode ser vista ou
entendida apenas como práticas esportivas ou de condicionamento físico dos alunos, pois
com isso atinge a exclusão, a formação de atletas e não o aspecto sócio-cultural, como
também deveria ser.
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CAPÍTULO 2

FASES DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO


MOTOR DE 7 A 10 ANOS
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O objeto desse estudo é a aprendizagem e o desenvolvimento motor de crianças de 7


a 10 anos. Assim, consideramos necessário abordar as diferentes características desse
estágio e distinguir onde se insere a importância e a contribuição da consciência corporal.
A aprendizagem motora envolve vários termos chaves como a habilidade,
habilidade motora, movimentos, ações e capacidades. Habilidade é uma tarefa com uma
finalidade específica a ser atingida. Habilidades motoras exigem movimentos voluntários
do corpo e / ou dos membros para atingir o objetivo. Essas habilidades são definidas em:
grossas ou finas que utilizam músculos grandes ou pequenos para produzir uma ação;
discretas onde é necessário haver um início e fim bem definido; as seriadas são uma
seqüência desses movimentos discretos em séries e contínuas que realizam movimentos
repetitivos; fechada ao objeto sobre o qual se age e não muda e aberta quando o objeto
varia durante o desempenho da habilidade.
Os movimentos para a aprendizagem e para o controle motor se referem às
características de comportamento de um membro específico ou de uma combinação de
membros. As ações são respostas a metas que consistem em movimentos do corpo e / ou
dos membros. Uma ação também pode ser definida como uma família de movimentos. Por
outro lado, a capacidade se refere à qualidade geral de um indivíduo para realizar
determinada habilidade motora (MAGILL, 2002).
“O desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento motor ao
longo do ciclo da vida. Pode ser estudado tanto como um processo quanto como um
produto. Como processo, o desenvolvimento motor envolve as necessidades biológicas
subjacentes, ambientais e ocupacionais, que influenciam o desempenho motor e as
habilidades motoras dos indivíduos desde o período neonatal até a velhice. Como produto,
o desenvolvimento motor pode ser considerado como descritivo ou normativo, sendo
analisado por fases (período neonatal, infância, adolescência e idade adulta)”
(GALLAHUE & OZMUM, 2003, p.22). A visão estanque do comportamento humano pode
ser classificada em área de comportamento: psicomotor, cognitivo e afetivo; período de
desenvolvimento: pré-natal, neo-natal, primeira infância, infância, adolescência, idade
adulta, meia-idade e velhice. Os fatores de influência são: os de tarefa, biológicos e
ambientais. Portanto, o desenvolvimento é um processo permanente que se inicia na
concepção e termina somente na morte do indivíduo.
21

Os mesmos autores ainda realizam uma análise operacional da causa do


desenvolvimento motor em 3 momentos: individual - hereditariedade, biológica, natureza e
fatores intrínsecos; ambiente - experiência, aprendizado, encorajamento, fatores intrínsecos
e tarefa - fatores físicos e mecânicos.
Como dito anteriormente a área de comportamento se divide em 3 partes:
Área psicomotora, que está relacionada aos processos de alteração, estabilização e
de regressão na estrutura física e na função neuromuscular. O mesmo autor afirma que
nessa área está inserido o desempenho motor (desenvolvimento da capacidade) para buscar
e agrupar os componentes da aptidão física entre eles, a força muscular, flexibilidade e a
resistência muscular e aeróbia. Nessa área as habilidades motoras (desenvolvimento das
capacidades de movimento) se encontram em três categorias: locomoção, estabilização e
manipulação. O movimento locomotor envolve os movimentos de mudanças na localização
do corpo de um ponto fixo na superfície como, por exemplo, pular, caminhar, correr, saltar
um obstáculo etc. O movimento estabilizador tem como objetivo a manutenção de se
equilibrar em uma situação de equilíbrio incomum. Por outro lado, o movimento
manipulativo pode ser um movimento de manipulação motora rudimentar e refinado, uma
vez que a manipulação motora rudimentar envolve a aplicação ou recepção de força em
objetos tais como: arremessar, apanhar, chutar, prender e rebater. Por fim, o movimento de
manipulação motora refinado envolve os músculos do punho e dedos, como: costurar,
cortar com tesouras e digitar. A partir daí verificamos que grande número de movimentos
envolve a combinação das categorias locomoção, manipulação e estabilização.
A área cognitiva visa o comportamento motor que envolve uma relação funcional
com uma interação recíproca entre a mente e o corpo. O termo motor-perceptivo significa
qualquer movimento de um ato voluntário apoiado em dados sensoriais para significar a
importante influência que as disposições sensoriais e o processo perceptivo têm sobre a
atividade motora.
A área afetiva envolve os sentimentos e as emoções aplicadas ao indivíduo por meio
do movimento, sendo de grande interesse a confiança motora do indivíduo em satisfazer as
exigências das tarefas motoras. É por meio do auto-conceito que o indivíduo, através do
movimento, avalia o seu próprio valor e a socialização cultural é estabelecida pelo nível de
interação social entre os indivíduos e os níveis mais sofisticados de funcionamento.
22

Os estágios de desenvolvimento da criança segundo Piaget, em relação às áreas


citadas, se divide em sensório-motor (0 a 2 anos), nesta fase o bebê constrói o significado
do seu mundo pela coordenação de experiências sensoriais com movimento; pré-operatório
(2 a 7 anos) onde a criança pequena demonstra crescente pensamento simbólico pela
ligação de seu mundo com palavras e imagens; operatório-concreto (7 a 11 anos), a criança
raciocina logicamente sobre eventos concretos e consegue classificar objetos de seu mundo
em vários ambientes e; operatório-formal (12 anos em diante) o adolescente é capaz de
raciocinar logicamente e de maneira mais abstrata e idealista (GALLAHUE & OZMUN,
2003).
Nesta pesquisa iremos considerar o estágio operatório-concreto, pelo fato de a
criança já saber definir entre aparência e realidade, enxergar soluções alternativas e usar
regras no raciocínio.
A criança entende alterações de forma, ordem, número e posição. Neste estágio as
percepções são parciais para a formação de um todo, uma vez que estas percepções são
mais precisas e utilizam a atividade para entender o seu mundo físico e social.
“A habilidade de diferenciar as partes do corpo e de obter maior entendimento da
natureza dele ocorre em três áreas. A primeira é o conhecimento das partes do corpo ser
capaz de localizar precisamente as partes do corpo em si mesmo e em outras pessoas. A
segunda é o conhecimento do que as partes do corpo podem fazer. Isso se refere ao
reconhecimento, em desenvolvimento na criança, de como o corpo desempenha um ato
específico. A terceira é o conhecimento de como fazer as partes do corpo se movimentarem
eficientemente. Isto refere-se à habilidade de reorganizar as partes do corpo para um ato
motor particular e desempenhar uma tarefa motora. A imagem corporal está relacionada à
imagem interna que a criança tem de seu corpo e o ponto até o qual essa imagem
corresponde à realidade. A auto percepção da altura, do peso, da forma e de certas
características individuais afeta o modo como nos comparamos aos outros” (GALLAHUE
& OZMUN, 2003, p. 368). Neste momento a criança passa da fase motora fundamental
(estágio maduro) para a fase motora especializada (estágio transitório). Este estágio
transitório é um período em que as crianças combinam e aplicam habilidades motoras
fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas. As crianças, pais e professores
descobrem estes padrões motores e as percepções mais refinadas. Dentro desse conceito, há
23

três tipos de percepções, sendo elas: a percepção espacial que consiste em conhecer o
quanto espaço o corpo ocupa e a habilidade de projetar o corpo efetivamente no meio; a
percepção direcional onde as crianças são capazes de dimensionar os objetos do meio,
através da lateralidade e direcionalidade e; a percepção temporal que está relacionada à
aquisição de uma estrutura temporal em paralelo com a desenvoltura da percepção espacial.
O crescimento da fase tardia da infância, lento e constante estende
aproximadamente dos 6 aos 10 ou 12 anos de idade, sendo caracterizado pelo
aperfeiçoamento de capacidades e habilidades. É o período em que a criança muda do
ambiente protegido do lar para o clima de envolvimento social na escola (ECKERT, 1993).
De acordo com Guedes & Guedes (2002) mostra que existem estudos onde se tem
uma inter-relação entre os aspectos do desenvolvimento, do crescimento, da maturação e da
experiência. O crescimento e o desenvolvimento são empregados de forma indiscriminada
com o mesmo significado. No entanto, esses processos são fenômenos diferentes. Os
mesmos autores indicam que o crescimento corresponde às alterações físicas do corpo e o
desenvolvimento caracteriza-se pelas modificações evolutivas nas funções do organismo. A
maturação é frequentemente utilizado para descrever as mudanças biológicas que ocorrem
sem influência direta de estímulos externos. Nesse aspecto a experiência está relacionada
ao meio ambiente, que pode provocar alterações ou modificar várias características do
desenvolvimento por meio do processo de aprendizagem.
As experiências exercem uma grande influência no processo de desenvolvimento
motor tanto quanto a maturação. “Piaget (1982) demonstrou a importância dos
movimentos no curso do desenvolvimento intelectual do indivíduo .... Laekey (1981) e
Laekey e Lewin (1988) demonstraram a importância dos movimentos na evolução da
espécie humana” (NEIRA, 1999, p. 33). De acordo com as citações acima verificamos que
é necessário identificar a importância da Educação Física e oferecer para nossas crianças
experiências motoras adequadas.
Neira (1999) destaca que o desenvolvimento motor está cada vez mais relacionado
com os outros domínios do desenvolvimento humano, como o cognitivo (conduta
adaptativa e linguagem) e o afetivo-social (conduta pessoal-social), considerando a
maturação, as experiências e principalmente as características individuais. Dentro destas
características, as etapas do desenvolvimento motor nos primeiros seis anos de vida serão
24

cruciais para a formação da criança enquanto indivíduo. Magill (1984) afirma que “as
experiências que a criança tem durante este período determinarão, em grande extensão,
que tipo de adulto a pessoa se tornará” (p.143). Nesse panorama evidenciamos que há uma
relação entre movimento e personalidade, conforme indica Wallon (1961, apud NEIRA,
1999) o movimento como forma de expressão encontra-se ligado à personalidade. O
homem nada mais é que fruto de suas experiências positivas e negativas, uma vez que o
meio e a resposta dele são fatores determinantes à forma de ser, ao seu caráter e suas
reações.
25

CAPÍTULO 3

A CONSCIÊNCIA CORPORAL REFERENTE AO ASPECTO


MOTOR
26

Neste capítulo vamos tratar das pesquisas realizadas em relação à consciência


corporal referente ao aspecto motor.
Segundo GURIEV (1987), a ciência descobriu mecanismos que ligam a consciência
com a atividade orgânica do homem, do cérebro, órgãos da linguagem e do sentido, bem
como em relação à consciência e ao comportamento social do indivíduo.
A evolução da consciência de um indivíduo ocorre de dentro para fora como
também de um reconhecimento do seu eu e vice–versa. O indivíduo ao buscar a consciência
tem seus conflitos e dificuldades minimizadas. O início para ele se enfrentar e aceitar,
tornando-se mais aberto às experiências e com um novo objetivo na vida (COSTA, 1997).
Lallery (1988) indica que as aquisições das faculdades da memória na primeira
infância são mais fáceis de serem registradas, elas constituem a base das próximas
aprendizagens, pelo fato de serem indestrutíveis. As crianças devem poder realizar
experiências, encontrar com o máximo de informações, constituir o seu esquema corporal,
coordenações neuromusculares e por fim saber utilizar o principal instrumento que é o seu
corpo. Esse controle do corpo reúne-se com o controle do espaço-tempo, permite a
construção de um equilíbrio psicológico e possibilita a não dicotomia entre o corpo e a
mente. Os dois aspectos do indivíduo, por se moldarem juntos, mantém constantemente um
fenômeno de “feedback”.
“O corpo e os gestos são fundamentais para a formação geral do ser humano.
Desde que nasce, a criança usa a linguagem corporal para conhecer a si mesma, para
relacionar-se com seus pais, para movimentar-se e descobrir o mundo. Essas descobertas
feitas com o corpo deixam marcas, são aprendizados efetivos, incorporados. Os
movimentos são saberes que adquirimos sem saber, mas que também ficam a nossa
disposição para serem colocados em uso. Quando alguma coisa acontece pela primeira
vez, precisa ser marcante e positiva, para deixar boas recordações, ainda que
inconscientes. O uso do corpo permitirá que essas lembranças sejam prazerosas e a pessoa
vai associar o aprendizado a sensações gostosas” (LEVIN, 2005, p.21).
A consciência é o caminho para se ter um corpo consciente. O homem tem um
corpo integral e é um ser uno denominado de consciência corporal.
27

Essa consciência corporal é um fator preponderante para um bom desenvolvimento


do caráter e da personalidade, como nos mostra Neira (1999), Magill (1984) e Wallon
(1961).
A consciência coletiva está expandindo na perspectiva da corporeidade. Muitas
pessoas percebem-se em situações de desafios em todo lugar e buscam meios para
compreender e enfrentar melhor esses desafios. Por outro lado, ainda existem pessoas que
evoluem tanto no lado pessoal como no coletivo em busca de uma vida e um mundo
diferente (GAWAIN, 1993). Portanto, a corporeidade deve ter um significado que traduza
fielmente essa linguagem corporal. É essa expressão da realidade corporal que o corpo fala
(SANTIN, 1994). Para isso, Oliveira (1997), indica que é necessário uma modificação no
indivíduo que possa alterar essa corporeidade por meio da vivência de movimentos com
grande prazer. A soma dessas experiências vividas se constituirá em um conjunto de
hábitos motores e passam para uma ação reflexiva.
Segundo Oliveira (1997) o estudo realizado por Anaruma (1994) verificou que as
aulas práticas estão relacionadas ao prazer, as teóricas ao desprazer e ainda que o corpo se
divide em três dimensões: integrados (corpo e mente estão interligados), fragmentado
(corpo separado de mente) e finalmente para os alienados (corpo perdido de si mesmo).
Para Costa (1997) um indivíduo não pode se tornar consciente do seu corpo, do
próprio interior e finalmente do sistema nervoso central até obter a consciência das
mudanças de sua posição, estabilidade e atitude. Essas mudanças são percebidas com mais
facilidade em relação ao que acontece nos músculos e se torna consciente dos meios
utilizados para poder organizar uma expressão. O indivíduo pode estar consciente do que
aconteceu consigo, mas não consegue definir de fato o que é. Ao ocorrer estes fatores,
houve um novo padrão de organização e não sabe ainda como interpretá-lo. Ao tornar os
fatos familiares, o individuo terá condições de reconhecer a sua causa e perceber os
primeiros sinais do processo.
Baseado na idéia de Claro (1995) constatamos que o profissional deve realizar uma
proposta prática, com um acompanhamento teórico e proporcionar uma maior base e
segurança para uma facilitação da educação da criança referente a cada faixa etária, dentro
de um quadro de desenvolvimento psicomotor normal.
28

Nessa faixa etária, a criança de 7 a 10 anos vivencia o estágio operatório concreto,


onde há a facilidade do desenvolvimento psíquico pelo fato de estar ingressando no
processo de escolarização, envolvendo a inteligência, a afetividade, as relações e a
individualidade. Outra característica é o convívio social e de interação mais intenso com
seus colegas (DELGADO, 2003).
Ao pesquisar encontramos 3 linhas que mostram como se dá o desenvolvimento do
indivíduo. Essas linhas são: inatismo, do qual sugere que o desenvolvimento é determinado
pelo fator genético, de dentro para fora; empirismo, em que o desenvolvimento é
determinado pelo meio ambiente e; interacionismo que é caracterizado pelo indivíduo que
nasce com a capacidade de aprendizagem, porém a aprendizagem só ocorre quando há
experiências vivenciadas no meio. Essas linhas teóricas seguem tanto para o
desenvolvimento motor, quanto para o desenvolvimento intelectual (DELGADO, 2003;
GALLAHUE & OZMUN, 2003).
A proposta realizada por Neira (1999) para a conscientização corporal da criança
está voltada a trabalhar com os objetivos gerais em cada aula, bem como o esquema
corporal, a estruturação espacial e a orientação temporal. Dentro desses objetivos se
direciona para um objetivo específico que é preparar uma aula em que se trabalham as
habilidades motoras juntamente com as habilidades cognitivas e afetivas por meio da
reflexão. Nesse sentido percebemos que os alunos conhecem as partes do corpo e executam
alguns movimentos. É por meio da conscientização e da realização desses movimentos que
elas podem sentir como essas partes do corpo trabalham.
29

Conclusão

Durante a leitura das referências (NEIRA, 1999, D‟ÁVILA, 1998, OLIVEIRA,


1997) sobre a pesquisa constatamos que a consciência corporal, a expressão corporal e a
percepção corporal são complementares para um bom desenvolvimento motor das crianças.
A consciência corporal apresenta que é necessário reconhecer as infinitas
possibilidades de movimentar-se e saber controlar esses movimentos. Por meio da
expressão corporal poderemos saber como estão às sensações, emoções e sentimentos do
ser humano. A percepção corporal é a capacidade do indivíduo em descriminar com
exatidão suas partes corporais.
Para ter consciência corporal, é necessário estar consciente de suas limitações,
capacidades e saber conviver com elas. É descobrir-se no prazer e desprazer do toque e do
movimento. Enfim, é aprofundar no seu interior e descobrir-se também como um corpo
Souza (1992, apud D‟ÁVILA,1998).
Na revisão bibliográfica verificamos que o crescimento e o desenvolvimento motor
possuem uma inter-relação, no entanto os conceitos são confundidos. O crescimento
corresponde às alterações físicas do corpo e o desenvolvimento é caracterizado pelas
modificações evolutivas nas funções do organismo (GALLAHUE & OZMUN, 2003).
Neira (1999) nos mostra que os movimentos são importantes tanto para o
desenvolvimento intelectual como para a evolução da espécie humana. Por isso, é
imprescindível a consciência corporal para o desenvolvimento motor, pois até então
tratávamos o corpo como um simples objeto.
Verificamos ainda que essa pesquisa pode colaborar com os profissionais de
Educação Física nos métodos de aula, para a ciência e ainda contribuir para as crianças não
apresentarem inibições no decorrer de sua vida e mostrar que todo ser é capaz de enfrentar
situações adversas. É somente pelo ensino prazeroso que podemos criar a oportunidade
dessa troca constante de conhecimentos corporais.
Por saber que a consciência corporal e o desenvolvimento motor estão em constante
mudança e pelo fato do ser humano se aprimorar cada vez mais consideramos que futuras
pesquisas sejam realizadas para abordar outros aspectos, como o psicológico, e ainda em
outros estágios do desenvolvimento que possa relacionar alguma atividade física específica
30

ou até mesmo a realização de pesquisas de campo, o que colaboraria ainda mais para
fundamentar os resultados desse estudo.
31

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sua evolução nos três níveis escolares. Revista Educação: Teoria e Prática, v.2.
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Faculdades Integradas de Amparo – Curso de Educação Física
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