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Fri, 19/09/08, 11:24 PM

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Seu Madruga Posts: 406
Iniciante

TÉCNICA DE CHUTE PARA INICIANTES

Os concursos públicos avaliam muito mais do que capacidade intelectual ou de


raciocínio do candidato. Uma prova bem montada consegue selecionar diversos tipos
de aprovados. Dependendo de sua estrutura e de suas regras, selecionam-se os mais
lógicos, os mais emotivos, os mais equilibrados, os mais mnemônicos, entre outros.

Devemos nos preparar de uma maneira ampla, não apenas estudando o conteúdo,
mas também a forma. O conteúdo entende-se pelas matérias em si. Já a forma é a
estrutura que cerca todo o certame. É o edital, a banca, a estrutura da prova, entre
outros.

É disso que gostaria de compartilhar um pouco com você. Gostaria de falar um pouco
sobre “chute”. Sim, chute. Da divisão acima, o chute estaria na parte formal de um
concurso, pertenceria mais à forma do gabarito. Mas o sucesso dele depende
diretamente do conteúdo das matérias adquiridos por você.

Alguns pensam que “chutar” é para aqueles que não estudam. Ledo engano. Chutar é
uma arte, uma ciência. Quanto mais preparado você estiver no dia da prova, e se
souber técnicas básicas, mais questões você acertará quando chutar. Afinal, é
impossível sair de uma prova sem chutar uma questão.

Desenvolver as técnicas de chute nunca vai assegurar acertar 100% daquilo que
chuta, porém não vai ficar também nos 20% normais.

Em primeiro lugar, chutar não é superstição. É matemática pura. Mais propriamente


estatística. Mas não quer dizer que não envolva sorte também. Não sou nenhum
mestre no assunto. O máximo que vi foi pelas aulas do Sérgio Carvalho. Mas essas
idéias não são baseadas nisso. É muito mais no bom senso, na malandragem. Como
disse no início, as provas conseguem avaliar muito mais do que capacidade lógica,
emocional, mnemônica ou qualquer outra, por isso, precisamos desenvolver um
“contra-ataque” a essa passividade que sofremos em relação à banca. E a
malandragem pode ser a nossa arma.

Segundo, isso tudo é só uma idéia, uma teoria. Cada um adapte-a a suas próprias
experiências. Assim como qualquer técnica, talvez no início não consiga lograr
grandes vantagens com essa idéia. Por isso é preciso praticá-la bastante. Chutar
requer tempo, o que não terá no dia da prova. Portanto, treine em seus simulados e
vá para prova com suas técnicas de chute já muito bem desenvolvidas. Isso vai
garantir alguns pontos que talvez demorariam meses de estudo para conquistá-los.

Não há nenhuma fórmula mágica. Talvez eu esteja falando apenas o óbvio. Mas
vamos lá então.

O primeiro passo para um bom chute é desconstruir a prova. É entender como o


examinador monta o gabarito e entender os reflexos das suas escolhas no resultado
final. Além disso ele é obrigado a seguir regras mínimas na montagem do gabarito a
fim de equilibrar o resultado, prevenindo de que nenhum “chutador cego” tire
vantagens daqueles que estudaram muito.

Se fôssemos montar um gráfico “número de canditados” por “nota”, uma prova ideal
teria uma curva simétrica. A média seria igual à mediana, que seria igual à moda.
Com isso, seriam aprovados com justiça aqueles que melhor se prepararam. Qualquer
assimetria em relação a essa curva proporciona efeitos no resultado final. Veja só:

Se a curva for assimétrica à direita é sinal que a prova foi dificil. A maioria do pessoal
teve notas baixas, o que, em maiores níveis, não consegue selecionar realmente
quem estudou. É comum hoje em dia vermos provas tão dificéis que acaba sobrando
vagas. Ou seja, se o examinador faz uma prova muito dificil, ele corre o risco de não
selecionar com justiça. Exemplo recente é a prova da FGV para o TCM-RJ (auditor).
No qual apenas 18 pessoas conseguiram o mínimo.

O contrário também é verdade. Se a curva é assimétrica à esquerda é sinal que a


prova foi fácil. Muitas pessoas tiraram notas altas. Isso também não seleciona. A
prova foi fácil para todo mundo, não dá pra selecionar quem estava realmente bem
preparado. Isso é muito comum em provas de concurso de ensino médio, onde é
comum ter que gabaritar a prova. Além de níveis de empate serem muito altos.

Essas duas assimetrias são prejudiciais ao equilibrio na hora da seleção. O


examinador sabe disso e usa dessa ferramenta de acordo com seus objetivos. A
maneira mais equilibrada e justa de selecionar é quando a prova vem simétrica. Ou
seja, equilibrada. Com isso, ela traz um número proporcional de questões fáceis,
médias e dificéis.

Partimos da idéia de que a prova equilibrada contém 25% de fáceis, 50% de médias e
25% de dificéis. Quando ela vem muito difícil ou fácil, é sinal que houve um
desequilíbrio nessa proporção. Como disse, o examinador sabe dos efeitos disto, e os
usa para melhor selecionar. No exemplo do TCM-RJ só havia 3 vagas. Por isso a prova
ter vindo tão dificultosa. Se viesse muito fácil poderia haver um empate com 30
candidatos. E o que acabaria selecionando seria o critério da idade. E não é isso o que
uma banca busca quando faz um concurso sério. E não tenho dúvidas da seriedade da
FGV. É comum o critério de desempate em concursos muito fáceis, como os de
segundo grau.

A partir desse conhecimento é que vamos construir nossa teoria. Já adianto que a
prova da Receita provavelmente não virá equilibrada. Virá levemente desequilibrada à
direita, ou seja, mais dificil, porém, não impossível, como alguns pensam. Do
contrário não selecionaria de forma apropriada, já que o número de vagas é alto.
Quanto maior o número de vagas, mais fácil tende ser a prova. Veja os dois exemplos
que já dei (TCM e concursos de 2o grau).

Se você se preparar bem, conseguirá acertar as questões fáceis e as médias. Com


isso já acertaria 75% da prova. Mas como disse, a prova não vem com aquela
distribuição equilibrada. Acho que ela virá 25% fáceis, 25% médias e 50% dificéis.
Dentro desse raciocínio, acertaria, então, 50% garantidos.

Os últimos aprovados em 2005 tiveram 62%. Acredito que se o número de vagas for
alta (1.000), essa média deve ficar próxima, talvez um pouco mais alto devido ao
longo tempo sem concurso. Continuando. Você já tem 50% garantidos. Essa técnica é
para aqueles que estudaram. É um prêmio para aqueles que se dedicaram com
afinco. Quanto mais você estuda, melhor você chuta. Falta garantir mais 12% da
prova. O que parece pouco. Mas leva-se anos até conseguir esse mínimo. O chute
está aí para te presentear pelo seu esforço.

Entendido esses critério, é precisa saber ainda que o examinador está obrigado a
equilibrar o número de alternativas. Isso é básico. Todo mundo já sabe. E isso é feito
em todos os concursos. É só ver os gabaritos. Então se a prova tem 100 questões.
Vinte serão “a”, 20 “b”, etc... Ele precisa equilibrar não apenas no número geral, mas
também dentro de cada matéria. Então se das 100 questões, 20 são de direito
constitucional, “4” serão a, 4 “b”, etc... Essa regra é fundamental. Do contrário, como
o número de candidatos é elevado, alguns se privilegiariam ao chutar apenas uma
letra. Teve um concurso recente na região norte onde o gabarito inteiro era apenas a
letra “a”. O Ministério Público Estadual foi acionado e entrou com uma ação pública
para anular tal certame.

Outra coisa importante, que não é regra, porém é estatisticamente mais provável. E
quando estamos falando de chute, precisamos abandonar os “achismos” e traduzir
tudo em número. A chance de repetir uma letra é de 20%, enquanto a chance de ser
uma letra diferente é de 80%. Então, num caso isolado que tiver que chutar, sempre
chute outra letra. Isso não significa que você tem 80% chances de acerto, de maneira
nenhuma. Mas a estratégia não é por ai, apesar de isso ser um dos instrumentos
norteadores na hora do chute.

Mais um ponto importante a destacar é que as alternativas influenciam entre si. O


gabarito é uma coisa viva, orgânica. Se saiu muitas letras “a” no começo e poucas
“d”, é sinal que no final da prova virá mais letras “d”. É o princípio do equilíbrio de
alternativas. Se saiu a letra “a”, é mais provável que a próxima questão não seja “a”.

O texto está ficando muito comprido. Vou acelerar o raciocínio.

Agora precisamos identificar quais são os tipos de questões. É aqui que o cara que
estudou é coroado. Quanto mais ele sabe com certeza a resposta, melhor será o
chute. Existem três tipos de questões, e é fundamental que você vá marcando-as ao
longo da prova.

A primeira são as “âncoras”. As mais importantes. Âncora é a questão que você sabe
com certeza absoluta. Marcar uma questão como âncora, e errar, pode influenciar
negativamente todo o chute. E lembre-se o gabarito é orgânico. É como se errasse
um dos núcleos de DNA. Ao invés de nascer um bebê lindo, nasce um monstro. Muito
cuidado em seu critério. É por isso que precisa treinar bastante. Quanto mais âncoras
tiver, mais alto são suas chances.

Em segundo são as questões dúbias. Essas são as piores questões. A gente sempre
fica na dúvida e acaba marcando a errada. Com uma boa técnica do chute, você terá,
além do seu conhecimento, mais um parâmetro para avaliar a alternativa correta.
Como eu disse no inicio, o chute é uma ferramente contra as malícias do examinador.
É mais um instrumento que o auxiliará a vencer a prova. Nessas questões, elimine as
claramente erradas, e fique apenas com as duas possíveis alternativas.

Em terceiro são as questões desconhecidas. Elas normalmente aparecem em matérias


de exatas. Quando a gente não sabe o cálculo, é impossível chutar com um mínimo
de previsão. Nessas ocasiões, é melhor adotar uma outra estratégia.

Veja que essas técnicas abordam o lado holístico da avaliação do gabarito. Não vou
adentrar a questão lógica interna de cada questão. É possível desenvolver técnicas
mais profundas que analisam as alternativas dentro da questão, e não os gabaritos
dentro da prova como um todo. Esse tipo de chute seria uma análise mais lógica. E
não é o meu objetivo aqui.

Agora vamos somar todos esses raciocínios em um único só, de forma prática.

Em primeiro, você não está chutando 100% da prova, cegamente. Você já tem um
desenho mínimo no gabarito. Para aqueles que se prepararam bem, fizeram com
certeza 50%, essa é a sua obrigação. Digamos que 25% você escolherá, a seu
arbítrio, e poderá chutar os outros 25% com consciência.

Então vamos lá.


Disponha o gabarito em linhas com 5 alternativas para visualizar o desenho das
respostas. A maioria dos gabaritos oficiais já vem dispostos em linhas de 5, que é o
ciclo de respostas a ser alternado. O gabarito perfeito teria um intervalo regular entre
cada alternativa, ou seja, uma letra “a” a cada quatro alternativas. Obviamente isso
não é feito, uma vez que descobrindo a primeira sequência, descobriria-se todo o
resultado. Mas a tendência é haver esse equilíbrio. Essa idéia é equivalente ao
princípio do equilíbrio entre o número de alternativas, é decorrência direta.

Marque primeiro as questões âncoras. Elas serão a sua guia, cabendo a você
preencher as lacunas entre elas. Deixe no gabarito indicado quais são as possíveis
alternativas entre as dúbias. As desconhecidas serão as últimas a serem chutadas.

Separe a grade de gabarito por matéria e saiba qual é o número equilibrado de


questões por alternativa. Se a matéria tem 20 questões, o número será de 4 por
matéria. Com todas essas informações você já é capaz de chutar eficazmente.

Veja resumidamente o caso prático.

São 20 questões. Tenho 10 âncoras. Cinco são dúbias. Cinco desconhecidas.


Dependendo da localização dessas questões na grade, você será favorecido ou não.
Se entre duas âncoras haver uma dúbia, sendo que as âncoras são “a” e “e”, e você
está na dúvida de “b” ou “e”, e já tiver saído 4 letras “e”, 1 “b”, e 4 “a”, tem um forte
indício que seja realmente a letra “b”. A sua chance de acertar é muito maior que os
iniciais 20%. Isso é baseado em indícios, não é achismo ou apenas sorte. Temos um
excesso de letras “e” (1o indício), a questão posterior é “e” (2o indício) e saíram
poucas “b” (3o indício), além de que já selecionou a alternativa “b” como dúbia, uma
provável candidata a alternativa correta (4o indício). Veja como todas essas idéias
são parâmetros, indícios de qual a alternativa é a correta, sem realmente saber a
resposta. Chutar qualquer outra alternativa seria meramente um “chute”, hehe.

Concluindo para o texto não ficar gigante.

Chutar vai envolver a análise de vários fatores. A soma desses fatores é que indicará
qual é a alternativa mais provavel. Os fatores são a presença de âncoras próximos à
questão, o número de letras que já saíram, o desenho da grade do gabarito montado
por você, tanto anterior à questão, como posterior a ela, entre outros fatores já ditos.
Você precisa conjugar todos esses elementos. Além da sorte. Por causa disso é
necessário muita experiência, sensibilidade, conhecimento. A sorte às vezes é o
resultado disso tudo. É não é tudo isso que tem um vencedor?

Para finalizar, há casos em que é melhor chutar cegamente, como nas questões
desconhecidas. Principalmente em matérias de exatas, onde não podemos fazer uma
análise lógica das alternativas. Nessas deve-se guiar pelas questões âncoras
conjugadas com o número de alternativa por letra. E lembre-se ainda que se a
matéria exige um número mínimo, como as de matemática e estatística, às vezes é
melhor garantir o mínimo do que arriscar gabaritar.

Por exemplo, na prova de matemática e estatística da receita. Quinze questões,


sendo 3 por alternativa. Se você já ancorou 3 de matemática e 3 de estatistica, que
são as fáceis, suas obrigações, e os gabaritos delas saíram por exemplo 4 “c” e 2 “d”,
chute cegamente todas na “b” por exemplo, que vai acertar mais 3, de graça,
totalizando 9 de quinze. Uma boa nota para quem sabia apenas 6. Veja que depende
também de sorte. O examinador sabe disso, portanto ele equilibra as questões fáceis
para que não sejam todas “d” por exemplo, levando ao chutador profissional a chutar
todas numa outra letra qualquer, ganhando 3 questões de graça, como no caso
exemplificado. O examinador vai equilibrar até mesmo dentro do nível de questão, ou
seja, se tem 5 fáceis, cada uma delas vai ser uma letra.
O texto ficou enorme. Muito maior do que as proporções pensadas. Acho que até
atrapalhou o entendimento. Peço desculpas. Espero tê-los coloborado para sua futura
aprovação, de algum modo!

Lembrando que tudo isso é uma teoria, apenas. Nada mais. Deve conter falhas
grotescas de lógica e estatística, mas vale o princípio!

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