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quinta-feira, 25 de março de 2010 A COZINHEIRA


Sorvete de Goiaba preguiçoso, preguiçoso
AN A E. G. GRA NZIE RA
SÃO P A UL O, SP ,
BRA ZIL

Ilustra, escreve,
fotografa, cozinha, planta, toca,
corre... Pessoinha multiuso.
Visualizar meu perfil completo

O QUE EU FAÇO ALÉM DE


COZINHAR? VEJA AQUI:

Conheça outras ilustrações e muito


design gráfico de Ana Elisa G.
Pre-gui-ça. Granziera!
Faz mais de uma semana que eu ando como um montinho de geleca
jogada num canto. Em parte calor, em parte alguns compromissos
sociais (leia-se bebedeiras) que me tiram do eixo e atrapalham MEU OUTRO BLOG
minha rotina muito bem estruturada; mas seja qual for o motivo, eu
Desenhoquê
estou suspirando de preguiça. Há trabalhos nos quais não consigo Sketchbook novo -
focar e projetos pessoais empacados. Há listas de receitas a serem Felicidade de
feitas que acabam sendo substituídas por um sanduíche ou uma ilustrador é achar
massinha mequetrefe. Há fotos esperando por textos para serem um moleskine
publicadas no blog, e eu não encontro as palavras. Não é à toa que novinho e fechado
justamente minha morosidade atual seja o tema para a receita... no fundo da
prateleira. Esse vai virar um
Mas cabe bem, uma vez que a receita é também preguiça pura. diário ilustrado, ou uma
Acabei me empolgando na última visita ao mercado e, ansiando por ilustração diária. Momento...
frutas, saí com a sacola cheia de maçãs Gala, pêras perfumadas, 5 dias atrás
abacates, bananas-prata, ameixas amarelas e goiabas vermelhas. No
desespero pelos sabores, calculei mal as quantidades e o tempo de
amadurecimento, e logo logo, todas as frutas amadureciam ao
mesmo tempo em minha bancada.

As ameixas estavam destinadas a uma torta de ameixas amarelas e


speculatius, o abacate tinha pretensões de salada, as bananas eram
o café-da-manhã do marido, e apenas as pêras e maçãs pareciam
contentes em esperar mais uma semaninha. Duas goiabas
berravam "me use!", desesperadamente. Como a torta de ameixas
sairia no dia seguinte, as goiabas viraram sorvete, para poderem
esperar mais tempo no freezer, até que a torta acabasse. €
PROCURE INGREDIENTES, RECEITAS
Faça esse sorvete enquanto ainda há goiabas vermelhas. Ele é muito
E BOBAGENS EM LA CUCINETTA
cremoso e leve, e tem um gosto maravilhoso de goiaba fresquinha e
madura.

SORVETE DE GOIABA: Pesquisar


Tempo de preparo: 10 minutos + 4 horas geladeira + 2 horas freezer
Rendimento: 1 litro
FAQ / CONTATO / BIBLIOTECA
Ingredientes:
Tire suas dúvidas aqui
 3 goiabas orgânicas, grandes e maduras (uns 600g)
 1 1/2 xic. creme de leite fresco
PERGUNTE [com educação], QUE EU
 1/2 xic. leite integral
[tento] RESPONDER:
 1 colh. (sopa) vodka (usei Absolut Vanilla)
 1 xic. rasa de açúcar cristal orgânico
formspring.me - LaCucinetta

Preparo:
Pode
Descasque as goiabas e corte a polpa em pedaços menores. Bata no
liquidificador com o resto dos ingredientes até que fique perguntar!
homogêneo. Se quiser, passe por uma peneira para retirar as
sementes. Leve o creme à geladeira por pelo menos 4 horas. Quando
estiver gelado, coloque na sorveteira e siga as instruções do
fabricante da máquina.

Send
Poderá também gostar de:

ÚLTIMOS COMENTÁRIOS

Sorvete de melão O Sorvete de Sorvete de laranja BIA wrote...


Morango Perfeito e sem gosto de Fiz a receita hoje e ficou uma delícia! Seu site
Definitivo pirulito é maravilhoso!! Parabéns!!Beijos

pimenta rosa wrote...


ficou muito bem a salada, não costumo fritar o
LinkWithin tofu mas vou tentar

Rafaela Ferrari wrote...


às 11:40 0 comentários € Links para esta postagem Oi Ana!Venho aqui no seu blog há um
tempinho já pra olhar as receitas e me
inspirar.Sou apaixonada...
Rótulos: brasileiro, frutas, receitas, sorvete Continue >>

segunda-feira, 15 de março de 2010


Fofinho como uma nuvem: Angel Food Cake

"Uma refeição sem vinho é como um


dia sem sol." Placa em uma
minúscula trattoria de Roma.

Sempre tive curiosidade quanto a esse bolo. Tem nome mais cuticuti
que "Angel Food Cake"? É impossível não imaginar algo puro e
etéreo, flutuando em seus sonhos culinários. E esse bolo, apesar de
ser uma versão "endiabrada" do bolo, como a própria autora diz, tem
o miolo tão branquinho, tão leve e tão fofo, que não poderia mesmo
ter outro nome.

O Angel Food Cake original não leva gordura nenhuma: são claras,
cremor tártaro, açúcar, baunilha e farinha. Esta versão leva um belo
e saboroso banho de manteiga, razão pela qual a autora deve ter Feira noturna em Veneza.
acrescentado também o fermento. O resultado é tão delicioso e
leve; todos que o experimentaram até agora tiveram a mesma
reação: "Noooossaaa... que bolo fofiiiinhoooo...". Não sei por quê, Receitas Deliciosas
mas algo nele me trouxe uma sensação nebulosa de infância, Receitas Fáceis,
daqueles bolinhos de baunilha que se agarram à memória para Saudáveis e
perdurar até o fim de seus dias. Deliciosas. Cadastre-
se e Confira!
De qualquer forma, a razão pela qual resolvi preparar esse bolo foi o www.PortalVital.com/Culinaria

fato de ter 14 claras congeladas em meu freezer. O que fazer com


todas elas, se meu menor pacotinho continha 4 claras? Essa menor Iogurteira Izumi
quantidade já produziria um batalhão de suspiros. Nada de suspiros, Compre Iogurteira +
então. Macarons? Neh. Não quero ter de comprar farinha de Fermento e ganhe
amêndoas. Financiers? Também não. Pode-se dizer que, enquanto descontos 0800 702
fuçava em meus livros, essa receita de Angel Food Cake caiu mesmo 6201
www.iogurteiraizumi.com.br
do céu: usa 9 das minhas 14 claras e tudo o que eu já tinha na
despensa. Houve apenas duas adaptações: a substituição da cake
Concreto Leve p/
flour por farinha comum peneirada com amido de milho e o uso de
Constr.
açúcar baunilhado e essência de baunilha no lugar da fava que eu
Aditivo incorporador ar
não tinha. (Você pode usar açúcar comum e omitir a essência se p/ concreto constr.
quiser usar a fava: acrescente as sementes raspadas da fava logo casas populares.19-
antes da manteiga.) Aliás, sempre que falo de açúcar baunilhado, 38758082
refiro-me ao pote de açúcar cristal orgânico entulhado de favas de www.construpor.com
baunilha usadas, e não, NUNCA, dos vendidos prontos em saquinhos,
artificiais e caros que só eles. Ovos de Páscoa
Ótimas ofertas e
Se você também é cabeça oca como eu e de vez em quando congela diversos Ovos de
Páscoa no Terra
claras sem anotar quantas há no saquinho, deixe descongelar
Ofertas!
durante a noite e pese: cada clara deve pesar cerca de 28g, TerraOfertas.com.br/Pascoa
totalizando 252g de claras. O preparo é na verdade tão fácil quanto
fazer merengue. Há praticamente dois passos: bater as claras e
incorporar os secos. Por isso, tenha tudo pronto para ser usado e leia Trabalhe em casa
toda a receita antes para pegar os truquezinhos e não se atrapalhar Ganhe R$ 80 mil/ano
no meio. trabalhando em casa!
Seu negócio próprio.
ANGEL FOOD CAKE "ENDIABRADO"
(Adaptado do livro Desserts By The Yard, de Sherry Yard)
Tempo de preparo: 20 minutos + 45 min. forno + 1 hora de descanso
Rendimento: 10 porções ARMÁRIO DE CONSERVAS

Ingredientes: ▼ 2010 (29)


▼ Março (9)
 1 xic. farinha de trigo Sorvete de Goiaba preguiçoso,
 2 colh. (sopa) amido de milho (maizena) preguiçoso
 1 xic. + 2 colh. (sopa) açúcar cristal orgânico baunilhado
 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó Fofinho como uma nuvem:
 9 claras grandes Angel Food Cake
 1/4 colh. (chá) cremor tártaro
 1 colh. (chá) essência de baunilha Pague 1 e Leve 2: Sorvete de
 115g manteiga sem sal, derretida e ainda quente Gianduia e Pão de Ave...

Capuns: parece onomatopéia


Preparo: mas não é

1. Posicione a grade do forno no meio e pré-aqueça a 180ºC. Use Udon é bom e eu gosto
uma forma redonda, de 23-25cm de diâmetro (capacidade de
Pão de azeite com azeitonas
10 xíc.), de laterais razoavelmente retas. NÃO UNTE A
FORMA: a massa é leve e precisa grudar nas laterais para pretas, método, Fromsp...
conseguir crescer. Forre apenas o fundo com papel manteiga,
Brownies de novo e a razão de
para facilitar na hora de desenformar (dobre um quadrado de
papel até que vire um triângulozinho, alinhe com o raio da ter um gazilhão de l...
forma e corte a parte externa para encaixar dentro da forma A redenção dos cookies:
e a ponta interna; quando aberto, o papel parecerá um donut
manteiga de amendoim e
e encaixará certinho no fundo da forma).
2. Junte a farinha, o amido, 1/2 xíc. + 1 colh. (sopa) do açúcar e cho...
o fermento e peneire umas 4 vezes. Reserve.
A dificuldade de se comer bem
3. Na batedeira, bata as claras em velocidade baixa até que
espumem. Junte o cremor tártaro e 1 colh. (sopa) do açúcar e [UPDATED]
continue batendo, acrescentando 1 colh. (sopa) do açúcar
restante por vez, até que ele tenha acabado. Bata até que as ► Fevereiro (7)
claras estejam medianamente firmes: ou seja, elas devem
manter sua forma quando você levantar a batedeira, mas ► Janeiro (13)
ainda bastante "cremosas". Se estiverem firmes demais, como
suspiros, o bolo vai ficar denso e ressecado. ► 2009 (103)
4. Junte a manteiga derretida e a baunilha num fio rápido
enquanto termina de bater as claras. ► 2008 (206)
5. Pare a batedeira e, com uma espátula grande, incorpore os
ingredientes secos, pouco a pouco. Faça isso com cuidado mas ► 2007 (240)
rapidamente, para que as claras não desinflem. Puxe a massa
► 2006 (35)
do fundo da tigela para cima, pois normalmente a massa
parece bem homogênea de cima, mas pode haver muita
farinha ainda no centro e no fundo.
RÓTULOS
6. Coloque a massa na forma às colheradas, alise a superfície e
leve ao forno por 30 minutos. Abra o forno rapidamente e gire estórias de cozinha (386)
a forma de trás para frente. Asse por mais 10-15 minutos, até
que esteja firme ao toque e um palito inserido no centro saia receitas (335)
limpo. doces (108)
7. Retire do forno e imediatamente vire a forma de ponta-
cabeça em uma grade. Se o bolo tiver chegado até a borda da italiano (80)
forma, apoie a parte central da forma em algum objeto para
pão (80)
que o bolo não fique encostando na grade. Deixe esfriar assim
por 1 hora. Se você não fizer isso, o bolo, que é muito leve, frutas (62)
vai naturalmente se afastar das laterais da forma e afundar.
8. Passada 1 hora, vire a forma novamente e passe uma faquinha legumes (60)
nas laterais. Desenforme o bolo e retire o papel-manteiga do
fundo. Sirva com frutas, creme ou sorvete. light uma ova (53)

americano (52)

bolos (49)
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fontes de sabedoria (45)

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sorvete (38)

padaria de domingo (35)


Tiger cake: bolo La Cucinetta faz Light uma ova: fui
mármore dos anos, e o azar é só na nutri, tô de
francês (28)
apressadinhos dela... dieta...
tortas (28)

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básicos (24)
às 15:48 17 comentários € Links para esta postagem
quinquilharias (22)
Rótulos: americano, bolos, doces, light uma ova, receitas
sopas (21)

onde comi (19)

queijos (19)
sexta-feira, 12 de março de 2010
Pague 1 e Leve 2: Sorvete de Gianduia e Pão de biscoitos (18)
Avelãs viagens (18)

Gnocchi (17)

cereais (17)

natal (16)

brasileiro (15)

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Uma Sexta-Feira Frugal (11)

asiático (10)

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alemão (5)

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páscoa (4)

La nonna (3)

grego (3)

indiano (3)

espanhol (2)
joga fora nao (2)

produtos (2)

bebidas (1)

inglês (1)

oriente médio (1)

suíço (1)

O QUE ACONTECE NO SLOW FOOD


BRASIL

Carlo Petrini faz palestra e lança seu


livro em São Paulo

Nestes últimos dias tem sido um suplício olhar para o termômetro da Se você é sócio do Slow Food, veja
sala, marcando – pasmem! – 36ºC. Quando digo que estou morrendo como participar do II Terra Madre
de calor em meu apartamento... bem... não estou exagerando. Brasil

O calor me transforma em geleca. Eu fico ali, desmantelada em Sol Suor Terra Homem
algum canto, evitando qualquer movimento que possa me acalorar Alimentos bons, limpos e justos.
ainda mais. Olho para o cachorro, igualmente desmantelado, e Entrevista com Carlo Petrini
trocamos suspiros de quem descama sob o sol do deserto, apenas
aguardando seus momentos finais enquanto vira churrasquinho. Novo site do Terra Madre Brasil está
Trabalhar é uma droga: minha prancheta fica embaixo da janela, e no ar
conforme minhas mãos suadas se arrastam pelo papel, vão levando
com elas a tinta e enrugando as folhas. Meu cérebro desacelera. Meu
metabolismo deve ser semelhante ao de um urso hibernando. Olha
que ideia: vou instituir hibernação de verão. Porque eu não
This obra by
funciono. Mesmo. Meu treinador suspira desapontado ao me ver
http://www.lacucinetta.com.br is
rolando pela pista de corrida, minha pele derrete, transformando o
licensed under a Creative Commons
giz pastel em uma pasta melequenta, e minha mente se torna
Atribuição-Uso Não-Comercial-
instantaneamente incapaz de formular dois pensamentos coesos.
Vedada a Criação de Obras Derivadas
2.5 Brasil License.
Nessas horas, eu fico estúpida.

Deito no chão para ver meu tamanho. Vejo TV com os pés dentro de COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER
um balde de água fria. Pego um livro ruim para ler de novo. Resolvo SOBRE LA CUCINETTA
ligar o forno no máximo para fazer pão enquanto preparo sorvete.
1. Todas as imagens exibidas no La
Cucinetta, sejam elas fotografias ou
Hein?
ilustrações, são de autoria de Ana
Elisa G. Granziera, salvo quando
Pois é. Se a defesa era insanidade mental, caso encerrado: 36ºC e eu
indicado o contrário, e são
ligo o forno. E, com forno ligado, resolvo que é uma boa ideia fazer
propriedade da mesma. Se desejar
um sorvete que me obriga a ficar em frente ao forno quente,
utilizar uma foto para qualquer outro
mexendo uma panela também no fogo.
fim não lucrativo, PEÇA; é bem capaz
que eu deixe utilizá-la de graça,
Cu-coooo...!
bastando que se peça com educação
e coloque-se a autoria junto à foto.
Mas o mundo faz mais sentido quando há pãozinho de avelãs na
Não roube. É feio.
bancada e sorvete de gianduia no freezer. Não faz? Não? É só para
2. La Nonna é um personagem criado
mim? Ok, então.
e ilustrado por Ana Elisa G.
Granziera. Quaisquer reproduções
Mas por que os dois no mesmo post? Porque um veio do outro, ué.
integrais ou parciais em quaisquer
Torrei as avelãs, esfreguei-lhes a pele dura fora, cozinhei-as no
mídias não autorizadas são proibidas,
leite, bati-as no liquidificador e as espremi para retirar o leite
estando as ilustrações protegidas
aromatizado. Com o leite, bom chocolate, ovos e açúcar, preparei o
pelas leis de Direitos Autorais.
sorvete e o coloquei na geladeira (o cold room é ótimo para esfriar
bem os cremes antes de irem à sorveteira). Enquanto o creme 3. Os livros, produtos, lojas e
gelava, as avelãs trituradas secaram e foram incorporadas a uma websites citados nos POSTS fazem
massa de pão integral. Na hora em que os pães foram para o forno, o parte de meu cotidiano e não são
creme estava suficientemente gelado e foi para a sorveteira. E publicidade.
eccoli: pão de avelãs e gelato al gianduia.

Aliás, adoraria ver a cara de muita gente agora, pois eu mesma


fiquei chocada no dia em que descobri: Gianduia é um nome
masculino! É IL Gianduia, e não LA Gianduia. Portanto, O Gianduia.
Eita, coisa feia. ;)

O pãozinho ficou delicioso, mas como o sabor das avelãs é bem


pronunciado, é só para verdadeiros fãs delas, como eu. Tão bom com
manteiguinha e geleia... Já o sorvete... ele é tão bom, tão bom, tão
bom, que dá vontade de não contar para ninguém. Quando
experimentei, sobre uma pêra madura fatiada, quis esconder o pote
inteiro do resto do mundo. É só meu. Meu. Chô! Chispa! O
interessante é o fato de ele não ter ficado enjoativo como a maior
parte dos sorvetes de gianduia que já comi por aí, talvez por conta
do sorvete bem amargo. A receita diz que se pode substituir o
chocolate amargo até mesmo por ao leite (de qualidade!!!). Mas
deve ficar bem mais doce.

Quando a insanidade temporária bate à sua porta, só sorvete de


gianduia salva.

GELATO AL GIANDUIA
(Ligeiramente adaptado do livro The Ultimate Frozen Dessert Book, de Bruce
Weinstein & Mark Scarbrough)
Tempo de preparo: 1 hora + 4 horas de geladeira + 2 horas de freezer
Rendimento: 1 litro, aproximadamente

Ingredientes:

 1 xic. avelãs inteiras (uns 110g)


 3 xic. leite integral, ou mais se necessário
 1/4 xic. creme de leite fresco
 60g chocolate amargo (usei 85%)
 3/4 xic. açúcar cristal orgânico
 3 gemas de ovos grandes, orgânicos
 1/2 colh. (chá) essência de baunilha
 1/4 colh. (chá) sal

Preparo:

1. Toste as avelãs no forno (180ºC) ou numa frigideira larga, até


que fiquem aromáticas. Cuidado, pois elas queimam fácil.
Esfregue-as dentro de um pano de prato, para retirar
qualquer casca mais dura e solta.
2. Coloque as avelãs numa panela com o leite e leve ao fogo
médio, até que levante fervura. Abaixe o fogo e cozinhe por 5
minutos, mexendo com uma colher. Desligue o fogo, tampe a
panela e deixe em infusão por 15-20 minutos.
3. Posicione uma peneira forrada com um pano tipo gaze sobre
uma tigela grande. Com cuidado, bata o leite e as avelãs num
liquidificador (bata em etapas, pois o líquido quente tende a
explodir para fora do copo e faz uma baita sujeira). Despeje a
mistura sobre a gaze e, quando não estiver tão quente, enrole
a gaze e termine de espremer com as mãos, para retirar a
maior quantidade de leite possível. Meça 2 1/2 xic. de leite
de avelãs. Se não conseguir essa quantidade, complete com
creme de leite ou leite.
4. Aqueça o leite de avelãs numa panela, junto com o creme de
leite. Quando ameaçar ferver, remova do fogo e junte o
açúcar e o chocolate picado. Mexa bem até que fique
homogêneo (com um batedor de arame é mais fácil).
5. Em outra tigela, bata as gemas e o açúcar até que fique
pálido mas ainda granuloso. Junte 1/4 da mistura de
chocolate às gemas e misture bem. Junte isso de volta ao
conteúdo da panela e leve ao fogo baixo, mexendo sempre,
até que fique com consistência de milk-shake derretido. Não
espere começar a ferver: assim que você vir grandes bufadas
de vapor subindo, está pronto.
6. Passe por uma peneira fina, junte a baunilha e o sal e leve à
geladeira, semi-tampado, por 4 horas, ou até que fique bem
gelado. Leve à sorveteira e siga as instruções do fabricante.

Obs: esse sorvete, como a maior parte dos sorvetes cremosos desse livro em
particular, fica com boa consistência sem a sorveteira. Ao invés de levar à
sorveteira, coloque o creme gelado no freezer por umas duas horas. Retire e
bata com um batedor de arame. Volte ao freezer por meia hora e repita isso
mais 4 vezes, e então deixe o sorvete gelar por 1 ou 2 horas antes de servir.

PÃO DE AVELÃS
(Adaptado do livro Dough, de Richard Bertinet)
Tempo de preparo: 2h30-3h
Rendimento: 2 pães médios

Ingredientes (medidas em volume aproximadas):

 110g (1 xic.) avelãs tostadas e trituradas


 300g (2 1/3 xic.) farinha de trigo integral
 200g (1 1/2 xic) farinha de trigo para pães
 7g (1 1/2 colh. (chá)) fermento ativo seco
 2 colh. (chá) sal
 1 colh. (chá) mel
 360ml água (+ umas 2 colh. (sopa), se o tempo estiver MUITO
quente e seco)

Preparo:

1. Numa tigela, misture as farinhas e o fermento. Em outra,


misture a água, o sal e o mel. Junte o líquido às farinhas e
misture bem até formar uma massa. Despeje numa bancada
limpa e sove bem até que comece a massa comece a ficar
elástica, uns 10 minutos.
2. Ao fim da sova, junte as avelãs e sove novamente até que elas
estejam bem espalhadas pela massa. Polvilhe pouca farinha e
forme uma bola. Coloque em uma tigela ligeiramente
enfarinhada, cubra com um pano de prato e deixe fermentar
por 30-45 minutos. Retire o ar, forme uma bola novamente,
cubra novamente com o pano e deixe fermentar por mais 30-
45 minutos, até que dobre de tamanho novamente e um dedo
pressionado levemente deixe a marca.
3. Coloque a pedra de assar no forno e ligue o forno no máximo.
Divida a massa em duas partes iguais e forme baguettes
curtas. Coloque em uma superfície bem enfarinhada, cubra
com um pano de prato, e deixe fermentar por 1h a 1h30, até
que dobre de tamanho e um dedo levemente pressionado faça
uma marca que volte lentamente para o lugar (se a marca
ficar desta vez, passou do ponto).
4. Passe os pães com cuidado para uma pá de forno bem
enfarinhada. Faça um corte no sentido do comprimento de
cada pão, com 1cm de profundidade. Dê umas 15 borrifadas
de água fria dentro do forno e deslize rapidamente os pães
para a pedra, fechando o forno. Asse por cerca de 30 minutos,
até que estejam dourados e soem ocos quando os nós dos
dedos baterem na parte de baixo. Deixe esfriar
completamente sobre uma grade.

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O melhor sorvete Amor é receita de Sorvete de laranja


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leite pirulito

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Rótulos: estórias de cozinha, italiano, pão, receitas, sorvete

quinta-feira, 11 de março de 2010


Capuns: parece onomatopéia mas não é
Quando vi essa receita na revista La Cucina Italiana, fiquei louca.
Coisinhas gostosas, recheadas com outras coisinhas gostosas,
cobertas de queijo derretido. Nham! E o nome, então? Como se
alguma coisa despencasse na sua frente: CAPUNS!!!

Capuns é um prato ítalo-suíço, até onde eu sei, da região de


Grigioni, e lá são feitos também com um tipo de carne seca bovina
regional, omitida pela receita da revista. Devem ficar ótimos
acompanhando uma carne, ainda que eu tenha servido apenas com
uma saladinha de tomate, uma vez que os capuns já são bem
substanciais por si sós.

As fotos da revista confirmaram uma suspeita antiga minha: de que a


bietola italiana, que é frequentemente traduzida como "acelga", não
é nossa acelga verde-clara e bojuda, com jeitinho de repolho, mas
sim é mais próxima do que nós chamamos de couve-chinesa ou
acelga-chinesa (que ao que parece também é o tal Chard, em
inglês): aquela mais esguia, de folhas largas e escuras como nossa
couve de feijoada, e de talos brancos e largos, unidos numa base
arredondada e bonita. Faz sentido para mim, uma vez que essa
couve/acelga chinesa é mais saborosa e amarga e combina mais com
as receitas italianas do que nossa acelga grandalhona, que parece
mais adepta das saladas. Aliás, também descobri recentemente que
essa nossa acelga clarinha e grandona é o tal do Nappa Cabbage, e é
o que se usa para preparar o coreano kimchi (que é uma delícia!).
Aaaah! Muita informação de uma vez! :P

Mas é esse tipo de coisa que acaba me enlouquecendo em muitos


livros de culinária traduzidos para o português. Vê-se logo que o
tradutor não se deu ao trabalho de verificar essas pequenas mas
cruciais diferenças. Imagine preparar uma torta di bietola usando a
acelga repolhuda ao invés da couve chinesa. Totalmente outro
prato, não é? E no entanto, lá está, bietola sempre traduzida como
acelga, nappa cabbage traduzido como repolho branco, double
cream virando creme duplo (no livro do Gordon Ramsay! "Creme
duplo" nem é um termo, até onde eu sei!), e por aí vai. Imagino o
quanto isso não deve atrapalhar quem não lê inglês e só pode
cozinhar a partir de livros em português. É uma falta de cuidado que
não dá para entender. Boas receitas podem ir para o vinagre por
erros de tradução... Por isso acabo preferindo ter os livros no
original e ter o trabalho de eu mesma traduzir, adaptar, buscar
substituições nacionais. É mais garantido. Sei que EU, pelo menos,
vou fazê-lo com atenção.

Bom... Lá vou eu me exaltando de novo.

Capuns.

Faça-os.

São uma delícia. De verdade. Fiquei tão obcecada pela receita, que
quando vi que era necessário pão integral amanhecido, preparei uma
fornada de pão integral e deixei um pedaço exposto na bancada de
propósito, só para poder preparar os danados dos capuns. Com caldo
caseiro, então... ficou ótimo. O caldo desse mês levou a água de
cozimento dos feijões azuki, que eu havia congelado, o que lhe
conferiu um gosto forte e encorpado, delicioso. Faça isso: sempre
congele a água de cozimento dos feijões e a use para seus caldos de
legumes! Tão bom... e nenhum nutriente se perde! :)

Você não precisa fazer seu próprio caldo e seu próprio pão para os
capuns. Só lhes peço que não usem aquele pão de forma integral
sem gosto, de saquinho. Usem um bom pão rústico, pois sendo ele o
recheio, é prioritário que seja saboroso e tenha textura. Pode ser de
centeio, também. Sem contar que, fenômeno que nunca entenderei,
pão de forma de saquinho não amanhece... Bizarro... Faz-me
lembrar do Michael Pollan dizendo "não coma nada que não
apodreça". ;)
OBS: Mais uma vez, me sinto na obrigação de agradecer pelo carinho
e compreensão que recebo da maioria de vocês. Tanto, que algumas
estranhas grosserias surgidas de repente e sem propósito me
enervam mas não me desestimulam a continuar por aqui, pois me
prendo mais ao respeito e amizade de quase todos vocês. Grazie
mille!

CAPUNS
(da revista La Cucina Italiana)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 4 porções (a foto mostra meia receita)

Ingredientes:

 300g caldo de legumes (uns 300ml, mais ou menos)


 200g pão integral amanhecido, moído no processador ou
liquidificador em pedacinhos menores
 80g queijo Emental
 50g manteiga + um pouco p/ untar a forma
 12 folhas grandes e sem rasgos de couve chinesa
 2 ovos
 1 cebola grande, picada
 manjerona
 sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo:

1. Pré-aqueça o forno a 200ºC e unte uma travessa refratária


média com manteiga.
2. Leve água salgada a ferver. Corte fora os talos brancos e
duros das folhas que se destaquem para fora da folha (não
jogue fora: use numa fritatta depois, ou no caldo de
legumes). Mergulhe as folhas na água fervente com cuidado,
poucas de cada vez, deixando por 1 minuto e retirando. Deixe-
as secas abertas sobre um pano de prato.
3. Derreta a manteiga em uma frigideira grande. Refogue a
cebola picada até que amoleça e junte o pão moído. Cozinhe,
mexendo sempre, por uns 5 minutos, até que o pão esteja
ligeiramente dourado e aromático. Deixe esfriar.
4. Em uma tigela, bata os ovos ligeiramente com algumas
pitadas de manjerona, sal e pimenta. Quando o pão estiver
frio, junte-o aos ovos e a 3/4 do queijo ralado. Misture bem.
O pão absorverá toda a umidade.
5. Coloque uma folha aberta à sua frente. Coloque uma
colherada generosa do recheio de pão no centro da folha.
Dobre as laterais por sobre o recheio. Dobre a parte inferior
sobre o recheio e, aproveitando o movimento, termine de
enrolar com cuidado o capun. Repita com os outros onze e os
arranje na travessa untada.
6. Despeje o caldo (frio ou morno) sobre os capuns e polvilhe
com o restante do queijo. Leve ao forno por 20 minutos, ou
até que o queijo esteja derretido e dourado (eu poderia ter
deixado dourar mais, mas estava morrendo de fome!
hehehe...). Sirva imediatamente, 3 capuns por pessoa.

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quarta-feira, 10 de março de 2010


Udon é bom e eu gosto

Jantarzim de ontem e almocim de hoje. Beleza isso de ter kombu


dashi (caldo de kombu) congelado no freezer, em porções de 2
xícaras, pronto para virar coisinhas gostosas como udon. Nunca
experimentara o shiitake seco, e o danado é também sensacional,
carnudo, algo de defumado, mais complexo do que sua versão fresca.

A receita original pedia daikon (nabo japonês) e shiso, além das


sementes de gergelim que simplesmente esqueci de acrescentar.
Não tinha nenhum dos dois vegetais, mas tinha três lindos pés de
couve chinesa orgânica na geladeira. Como sei que ela vai
maravilhosamente bem em sopas e caldos, acrescentei-a sem dó. E
ficou ótimo!

Fiz o caldo ontem, mas só preparei udon suficiente para as porções


do jantar, guardando o resto do caldo na geladeira. Hoje, requentei-
o, cozinhei mais udon e pronto: udon no almoço. Pena que não tinha
taaaaanto caldo quanto ontem, razão pela qual na foto ele quase
não aparece, com toda a massa e cogumelos flutuando por cima... ;)

UDON EM CALDO DE COGUMELOS


(Adaptado do livro Essentials of Asian Cuisine, de Corinne Trang)
Tempo de preparo: 30 minutos (cogumelos) + 15 minutos
Rendimento: 4-6 porções

Ingredientes:

 12 cogumelos shiitake secos


 6 xic. kombu dashi*
 1/3 xic. mirin (saquê específico de cozinha)
 1/3 xic. molho shoyu
 4 cebolinhas grandes, metade picada fina, metade em
pedaços de uns 2-3cm (parte branca inclusa)
 230g udon
 50g gengibre fresco, descascado e ralado
 4-5 folhas de couve chinesa cortadas em fatias largas

*Kombu Dashi: use uns 30g de kombu para cada litro de água. Não lave o kombu;
limpe-o com um pano úmido, se necessário. Coloque o kombu seco na água fria e
deixe marinando (na geladeira, se preferir) por no mínimo 12 horas ou durante a
noite. Retire a alga e guarde o caldo.

Preparo:

1. Limpe bem o shiitake. Coloque-o de molho em 3 xíc. de água


quente, tampe para não deixar o vapor escapar, e deixe
amaciando por 30 minutos.
2. Retire os cogumelos, aperte-os nas mãos para retirar todo o
líquido, apare os caulezinhos duros e corte os chapéus em
tiras. Filtre o líquido de molho dos cogumelos em um papel
toalha e reserve o líquido.
3. Coloque em uma panela o kombu dashi, o líquido dos
cogumelos, os cogumelos fatiados, as cebolinhas em pedaços
grandes, o mirin, o shoyu e a couve chinesa e leve à fervura.
Abaixe o fogo e deixe no mínimo até a hora de servir.
4. Enquanto isso, esquente água em outra panela. Quando
ferver, acrescente o udon, mexendo um pouco para não
grudar. Cozinhe por 3-5 minutos.
5. Escorra bem o udon e distribua a massa entre as cumbucas.
Distribua o caldo sobre as porções de massa, tendo certeza de
que todos têm quantidades iguais de cogumelos e couve.
Guarneça com a cebolinha picada fina e o gengibre ralado e
sirva.

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Rótulos: asiático, legumes, light uma ova, massas, receitas, sopas

terça-feira, 9 de março de 2010


Pão de azeite com azeitonas pretas, método,
Fromspring, Twitter e InterBlogs!

Dá para ver que abandonei o conceito da Padaria de Domingo, uma


vez que não ligo mais os computadores aos domingos. [Precisei me
obrigar a desligar o bichinho durante o fim de semana para de fato
conseguir desligar a cabeça do trabalho. É o problema de quando se
trabalha em casa ou se vive no escritório. ;) ] Os textos andam
saindo de mim com mais sinceridade quando longe da restrição de
datas ou obrigatoriedades.

Pode ser um reflexo da minha própria relação com a panificação.

Sou metódica. Filha de engenheiro, sinto conforto em listas, ordem e


precisão. Gosto de fazer as coisas DIREITO. Ou ao menos do modo
como eu considero direito. Quando decido aprender uma técnica,
seja ela de cozinha, de pintura ou qualquer outra coisa, gosto de
buscar bons livros. Leio muito, busco informações, absorvo, aprendo,
testo, do nível mais básico de dificuldade até o mais avançado,
respeitando a progressão acadêmica pré-estabelecida. Quando me
perguntaram se eu costumava adaptar receitas ou segui-las à risca,
foi isso o que quis dizer: antes de começar a substituir ingredientes
e dividir receitas, preparo meia dúzia delas fiéis ao livro, revista,
website, blog. Só assim consigo compreender a noção de equilíbrio
do autor e aí então fazer substituições que não resultarão em
fracassos retumbantes (ainda que eles aconteçam vez ou outra).

Quando decidi começar a produzir pães com frequência, busquei


uma boa fonte de aprendizado. Uma que me ensinasse a ciência por
trás da panificação, a química dos ingredientes, o delicado equilíbrio
entre eles e a mera umidade do ar e a temperatura de minha
cozinha. Por muito tempo, o que pode inclusive ser atestado aqui no
blog, mantive-me presa às medidas e instruções precisas, àquele 1
grama extra de fermento na massa, aquele 1ºC a menos na
temperatura ambiente. Só seguindo as fórmulas à risca eu poderia
avaliar quais eram as variáveis minhas e apenas minhas com as quais
estava lidando e o modo como elas influenciavam nos pães
resultantes: a temperatura de minha cozinha durante uma chuva de
verão, o modo como o granito aquecia na parte inferior ou superior
do forno, duas ou quinze espirradelas de água antes de assar.

Depois desse tempo de aprendizado, parece que finalmente minhas


mãos, mais que meu cérebro, adquiriram aquela intuição que eu via
em minhas avós. Pelo toque eu sei que o calor esturricante dessa
tarde de verão retirou a umidade da farinha, e um tantinho mais de
água tornará aquele pão integral mais macio. O que no início era
mera adivinhação ou pretensão ingênua, acabou se tornando, de
alguma forma, conhecimento e experiência. E então enfim me sinto
livre para explorar as receitas inexatas, as medidas em volume,
aquelas instruções vagas de mães e avós. E ao contrário dos meus
primórdios na cozinha, dos pães pálidos e disformes, do gosto azedo
de fermento, do miolo cinza e denso, os resultados têm sido mais
que satisfatórios, com uma fração mínima de fracassos retumbantes
em relação à proporção inicial.

O método cansa mas funciona. Assim é com tudo o que faço. Com
certeza me falta a impetuosidade de determinados artistas, que
metem as caras, espalham tintas em papéis estranhos e
experimentam sem se ater a técnicas e fórmulas. Isso os leva por
outros caminhos que sei que não são os meus. Gosto de conhecer as
regras da perspectiva e da anatomia antes de quebrá-las. Fico
incomodada em usar aquela aquarelinha nova sem ter certeza do
que estou fazendo.

Mas esse é o meu caminho e a minha neurose. Você não verá aqui
uma daquoise sem que antes eu tenha preparado suspiros.

Enquanto isso, vou responder a outras questões e dizer que tenho


sim gostado um bocado do Formspring. Tem sido um modo rápido e
objetivo de responder a determinadas questões. Preciso agradecer
àqueles que me fazem perguntas intrigantes e que se lembram de
que falam com um ser humano que responde com prazer mas sem
obrigação. Mamãe me ensinou a dizer "bom dia", "por favor"
e "obrigada", e fico contente de ver que as mães de outros também
fizeram um bom trabalho. ;) Aos que nem se dão ao trabalho de
formular a pergunta completa, ou que se esquecem de que eu moro
em São Paulo, e portanto não sei onde em Maceió se vende farinha
de castanhas, as respostas continuarão ácidas e sarcásticas, para não
dizer mal educadas.

EU SOU RANZINZA MESMO.

Mas só com quem provoca isso em mim. Quem sabe lidar com meu
azedume sabe também que posso ser uma pessoa muito doce se
tratada com respeito.

Twitter é outra ferramentinha que tem muito me agradado. Tinha


ficado escondidinha, só vendo se a tal rede valia a pena ou se era
mais um Facebook e Orkut. Sim, eu tinha ambos, e me suicidei dos
dois. Chatinho e inútil... :P E no fim das contas, tem sido uma boa
experiência. E foi pelo Twitter que vocês, ah, vocês, disseram que
queriam a receita do pãozinho. Que seja feita vossa vontade! Esse
pãozinho tem o miolo bem macio e branquinho, e fica delicioso
sozinho, em uma bruschetta ou num sanduíche. Como a própria
autora do livro sugere, é o pão de piquenique perfeito! Eu usei
azeitonas pretas e alecrim, mas ele na verdade comporta qualquer
complemento de sua preferência. Para os que comem carne, deve
ficar uma delícia com calabreza ou salame!

E NÃO SE ESQUEÇAM DE CONFERIR MINHA PARTICIPAÇÃO NO


EXCELENTE BLOG DO EDU, DA CACHAÇA PARA O VINHO!

PÃO DE AZEITE COM AZEITONAS PRETAS


(ligeiramente adapatado do livro Falling Cloudberries, de Tessa Kiros)
Ingredientes:

 15g fermento ativo fresco (ou 5g do seco instantâneo)


 3 colh. (sopa) azeite de oliva
 1 colh. (chá) açúcar
 3 1/4 xic. farinha de trigo (de preferência para pães)
 1 1/2 colh. (chá) sal
 1/3 xic. de azeitonas pretas sem caroço
 1/2 colh. (sopa) alecrim fresco picado

Preparo:

1. Coloque o fermento numa tigela grande com o azeite, o


açúcar e 1 xic. de água morna ou em temperatura ambiente e
misture. Deixe descansar por 10-15 minutos, até que espume
(se não espumar NADA, comece de novo com um fermento
mais fresco).
2. Junte a farinha e o sal e misture com as mãos até formar uma
massa. Sove numa bancada por 10 minutos ou até firme,
suave e elástica.
3. Coloque a massa de volta na tigela e cubra com um pano de
prato (úmido, se o dia estiver muito quente e seco). Deixe
fermentar por 1h30-2h, até que a massa tenha dobrado de
tamanho e um dedo ligeiramente pressionado na massa deixe
sua marca.
4. Retire o ar da massa e a divida ao meio. Junte metade das
azeitonas e do alecrim a cada porção de massa e sove até que
esteja tudo bem incorporado. As azeitonas farão com que a
massa fique pegajosa no começo, mas depois ela volta a ficar
elástica.
5. Forme duas baguettes curtas, de uns 15 cm e deixe fermentar
em uma bancada enfarinhada, cobertas por um pano de
prato, por 20-30 minutos. Pré-aqueça o forno a 220ºC, com a
pedra na grade do meio, se você usar uma.
6. Faça um corte no sentido do comprimento em cada pãozinho.
Se não usar a pedra, coloque em uma assadeira e leve ao
forno. Se usar, use uma pá de pizza para deslizar os pães para
dentro do forno. Não é preciso espirrar água. Asse por 20
minutos, aproximadamente, ou até que os pães estejam
crescidos, dourados e soem ocos quando se bater os nós dos
dedos na parte de baixo deles. Deixe esfriar ligeiramente em
uma grade antes de servir. Eles se mantém macios por dias se
enrolados frouxamente em um pano de prato e mantidos em
local fresco, sem sol direto.

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Rótulos: estórias de cozinha, pão, receitas

sexta-feira, 5 de março de 2010


Brownies de novo e a razão de ter um gazilhão de
livros

Certa vez levei brownies para uns colegas. Brownies feitos com
chocolate a 85% de cacau, muito escuros e densos. Pela primeira vez
em minha vida, vi o pote voltar para casa pela metade. Como assim,
não acabaram com os brownies??? Aquela leva quem devorou foi meu
marido, que só gosta de chocolate se for amargo. Bem amargo.

Uma das coisas de que mais gosto em ter um gazilhão de livros é a


possibilidade de testar infinitas versões de um mesmo prato.
Brownies são minha pequena obsessão. Adoro descobrir novas
receitas, novos ingredientes, novos métodos, e ir descobrindo quais
são os mais macios, o mais densos, os mais amargos, os com mais
casquinha. É ótimo poder também ter uma variedade de
combinações que permita que você prepare brownies com o que
quer que haja na despensa. Não tem chocolate, só cacau? Brownies
de cacau. O chocolate é 54%? Tem receita para isso. Dois ovos? Cinco
ovos? Pouca farinha? Sem essência de baunilha? Sempre existe uma
salvação naquele último momento em que você decide que quer
brownies mas sua despensa está limitada. É a maravilha de se ter
múltiplas fontes.

Outra vantagem é ter um arsenal de receitas para todos os


paladares. O que aprendi com aquele grupo que não gostou dos
brownies amargos, é que eles tinham um paladar mais próximo do
infantil, e gostavam de brownies bastante doces e melequentos.
Para meu marido, faço dos amargos. Para minha irmã, dos pouco
doces. Para o pessoal da corrida, os leves, que possam ser comidos
após o treino, com uma xícara de café. Para sorvete, um. Para levar
de lanche, outro. Para os amigos de video-game, um que não
meleque as mãos, pois Deus me livre deixar os controles brancos do
XBox com manchas indeléveis de chocolate.

E é por isso que gosto tanto de minha coleção crescente de livros. A


internet os substituiria? Provavelmente. Quando nem eles dão conta
de solucionar minhas aflições culinárias, apelo para a internet. Mas
eu sempre fui uma ávida devoradora de livros, ratazana de
biblioteca, do tipo que cabulava aulas no colégio para ler em paz nos
corredores vazios. Nerd... E não há provisão infinita de informação
que me faça trocar o prazer do cheiro e da textura dos livros por
uma tela brilhante. Gosto de empilhar meia dúzia deles na mesinha
da sala, aninhar-me no sofá numa tarde tranquila e folheá-los,
marcando aquilo que quero preparar durante a semana ou o que me
imagino cozinhando num jantar chique imaginário, para pessoas que
ainda não conheci.

Estes brownies estavam em minha lista havia já dois anos. Eles


esperavam por um bom momento. Ontem, quando fui convidada
para um jantar na casa da irmã de meu melhor amigo, achei que os
brownies de Sherry Yard viriam a calhar. Pareciam-me
suficientemente bons para acompanharem um sorvete, se fosse o
caso, ou para encerrar o jantar na companhia de um café;
suficientemente sofisticados, sem no entanto chamarem mais
atenção que a sobremesa que a anfitriã pudesse servir; e também
pareciam ser apropriados para paladares adultos e infantis, uma vez
que talvez o pequeno da casa ainda estivesse acordado para saboreá-
los.

E eles são de fato tudo isso.

BROWNIES DA SHERRY YARD


(ligeiramente adaptado do livro Desserts by the Yard, de Sherry Yard)
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 16 brownies de uns 5cm

Ingredientes:

 3/4 xic. farinha de trigo


 1/4 colh. (chá) sal
 115g manteiga sem sal
 30g chocolate amargo 99% (nunca encontrei no Brasil, mas
ficaram ótimos com 85%, que foi o que usei)
 200g chocolate amargo 54-70% (usei uma mistura do 70% com
o 54%)
 2 ovos grandes
 1 xic. açúcar (usei baunilhado, mas não é necessário)

Preparo:

1. Pré-aqueça o forno a 180ºC. Forre uma forma quadrada de


20cm com papel alumínio e unte o papel com manteiga.
2. Peneire numa tigela a farinha e o sal e reserve.
3. Derreta a manteiga e os chocolates picados em banho-maria,
mexendo de vez em quando para que fique homogêneo. Deixe
amornar um pouco.
4. Numa batedeira, bata os ovos e o açúcar até que fiquem
claros e fofos. Em velocidade baixa, ou usando um fouet,
incorpore o chocolate derretido e morno, gentilmente.
Incorpore a farinha com a ajuda de uma espátula, tentando
não perder o volume.
5. Espalhe a mistura na forma com a ajuda da espátula e leve ao
forno por 25-30 minutos, girando a forma de trás para frente
na metade do tempo. O brownie deve estar ligeiramente
firme ao toque e com uma casca por cima. Um palito NÃO
sairá limpo se inserido nele.
6. Retire do forno e deixe esfriar completamente ainda na
forma, sobre uma grade. Quando frio, desenforme e corte em
16 pedaços.

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você.

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Rótulos: americano, doces, estórias de cozinha, receitas

quarta-feira, 3 de março de 2010


A redenção dos cookies: manteiga de amendoim e
chocolate
Toda vez que minha tia de L.A. vem nos visitar, ela me traz de
presente maple syrup e manteiga de amendoim orgânica, smooth e
chuncky (cremosa e com pedacinhos de amendoim). O maple syrup
vai embora rapidinho, uma vez que meu marido adora e fazemos
panquecas toda semana. Mas a manteiga de amendoim vai sempre
mais devagarinho. Eu a consumia mais vorazmente antes da tal da
dieta, e depois dela acabei diminuindo bem minhas passadelas de
manteiga de amendoim e geleia no pãozinho, porque com certeza
não quero aqueles 10kg de volta. Além disso, Allex não é fã de
amendoim, então qualquer doce que eu faça com ele acaba sendo
comido apenas por mim.

Ao contrário do Amendocrem da vida e similares, a boa manteiga de


amendoim é apenas amendoim orgânico tostado e moído até virar
uma pasta. Não tem açúcar, sal, consevante, espessante, nem nada.
Razão pela qual você pode facilmente comprar um pacotinho de
amendoins crus e sem pele, torrar no forno ou na frigideira e bater
no processador até que ele vire... tchanans! boa manteiga de
amendoim.

Esses cookies são fáceis e estão sendo a desgraça da minha semana,


pois ficaram muito gostosos e há 48 deles olhando para mim. Passo o
tempo todo em frente ao pote de biscoito, abro a tampa e surrupio
um enquanto volto ao computador. Isso não vai dar certo...

Aliás, eles também me devolveram a fé em meus biscoitos. Andava


chateada porque os últimos dez biscoitos que fizera (e que nunca
vieram parar aqui) tinham ficado gostosos mas molengas, ou
excessivamente quebradiços. Onde estava aquela suave crocância
nas beiradas? Onde? Cadê? Meu problema, assim como era com os
bolos há muito tempo atrás, era a manteiga. Maledetta manteiga,
que eu nunca tinha paciência de deixar voltar à temperatura
ambiente sozinha. Ela sempre estava um pouco mais gelada do que
deveria, e eu sempre tentava consertar minha pressa batendo a
manteiga por mais tempo, até que o próprio calor da fricção da pá
da batedeira a fizesse terminar de amolecer. O que acontecia? A
manteiga ficava muito fofa, muito aerada, e os biscoitos ficavam
com textura de bolo e se quebravam dentro do pote como biscoitos
velhos. Ô, tristeza.

Um dia, deparei-me com um pequeno post no The Kitchn, em que


alguém expunha o mesmo problema com os biscoitos. As respostas?
Em unanimidade: bata menos a manteiga. Bata em velocidade médio-
baixa apenas até que tudo esteja incorporado, e nem um segundo a
mais. E ontem, tendo retirado a manteiga da geladeira com
suficiente antecedência, foi o que fiz. E o resultado foram os
primeiros biscoitos crocantes em muito, muito tempo! :)

Amendoim e chocolate são realmente uma combinação viciante.


Algo nesses biscoitos me faz pensar em todas as paçoquinhas que
comi na infância, mais um motivo para eu ter sido uma criancinha de
circunferência avantajada...

COOKIES DE MANTEIGA DE AMENDOIM E CHOCOLATE


(do livro The Ghirardelli Chocolate CookBook)
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 48 cookies

Ingredientes:

 1/2 xic (115g) manteiga sem sal, em temperatura ambiente


 1/2 xic. manteiga de amendoim cremosa (usei a com pedaços
sem problemas)
 1/2 xi. açúcar mascavo apertado na xícara
 1/4 xic. açúcar cristal
 1 ovo grande
 1 colh. (sopa) leite integral
 1 colh. (chá) essência de baunilha
 1 xic. farinha de trigo
 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó
 1/2 colh. (chá) sal
 1 xic. gotas de chocolate ao leite ou meio-amargo
 3/4 xic. amendoins sem sal, tostados e picados

Preparo:

1. Pré-aqueça o forno a 180ºC.


2. Bata em velocidade baixa, e apenas até que esteja
homogêneo, a manteiga, manteiga de amendoim, açúcar
mascavo e cristal. Junte o ovo, o leite e a baunilha, e
novamente, bata apenas até que esteja incorporado.
3. Em outra tigela, misture a farinha, o sal e o fermento.
Incorpore essa mistura seca à cremosa aos poucos, batendo
apenas o necessário. Misture as gotas de chocolate e o
amendoim picado com uma espátula.
4. Em uma ou duas assadeiras (depende do tamanho delas), sem
untar nem forrar, distribua colheres (chá) cheias de massa.
Não precisa deixar muito espaço entre elas, porque a massa
não espalha. Achate com as costas de um garfo (se a massa
estiver grudenta, basta molhar o garfo em água fria) e asse
uma assadeira por vez, por 9-11 minutos, ou até que as bordas
dos biscoitos estejam dourado-escuras.
5. Retire do forno e deixe que os biscoitos fiquem na assadeira
por 1 minuto antes de retirá-los para esfriar em uma grade.
Quando completamente frios, guarde-os em um pote
hermético em temperatura ambiente.

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de corrida fáceis barrinhas de
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terça-feira, 2 de março de 2010


A dificuldade de se comer bem [UPDATED]

Parei por alguns instantes antes do almoço para buscar alguma


receita do que preparar rapidamente. Procura, procura, procura, e
então me lembrei de que tinha um pote com boa mozzarella de
búfala, um pãozinho de azeite, azeitonas de alecrim feito no dia
anterior e uma tigela cheia de tomates orgânicos maduríssimos.
Fiz o que sempre faço quando o almoço é bruschetta para um e não
estou com paciência para ligar o forno ou o grill: coloquei as fatias
de pão na torradeira, e enquanto isso piquei os tomates; e quando o
pão saiu quentinho, esfreguei-o com alho e um fio de azeite. Bons
tomates, para mim, não precisam de mais nada além de um azeite
frutado e sal grosso moído na hora, para sentir a textura crocante do
sal e seu sabor em contraste à maciez e doçura dos tomates.
Simplesmente não fica a mesma coisa com sal refinado. Ao menos
não para mim.

Nesse dia cinza e chuvisquento, frio, feio, sem graça, toda aquela
vermelhidão fresca e ensolarada em meu prato foi um alívio.
Surpreendi-me pensando que era a primeira vez em todo este verão
que estava comendo bons tomates. E eu não esperara o ano inteiro
por eles? Não passara todo o outono, inverno e primavera à base de
tomates pelados em lata, esperando o verão que me traria os únicos
tomates dignos de serem comidos crus? Pois é. Mas o que encontrei
este ano foram tomates esverdeados, feios, aguados, sem gosto. E
não se engane: estou falando da prateleira dos orgânicos. Porque dos
não-orgânicos não chego nem perto. Já foi a vez que os comprei no
desespero, pois estavam mais vermelhos e maduros, e apesar de
toda a sua lindeza, não tinham sabor algum, quanto mais doçura.

Foi a chuva, pensei. A chuva intensa que pareceu ter dado pouca
folga desde o inverno tornara os tomates e os pêssegos sem gosto, e
murchara e manchara as folhagens de que mais gosto. Mesmo minha
banca favorita da feira parecia menos colorida neste verão. Por
conta do que eu também acreditava ser a chuva, esses mesmos
produtos que deveriam ter seus preços cortados pela metade por
estarem na época, mantiveram-se caros.

Mas foi no supermercado que eu compreendi o que estava


acontecendo. Assim como com os tomates, eu esperara o ano inteiro
pelos figos doces e maduros de fevereiro. Busquei-os na prateleira, e
então me surpreendi ao vê-los verdes e caros. Uma senhora ao meu
lado protestou pelo mesmo motivo e chamou um funcionário.
Daquele jeito que parece que apenas as senhoras acima de seus
oitenta anos se safam de falar, ela ordenou ao funcionário que fosse
buscar figos novos no estoque. E lá foi ele, sem vontade de discutir
muito com a velhinha, apesar de ver a prateleira de figos repleta. "E
traga para a mocinha aqui também!", gritou a velhinha, apontando
seu polegar enrugado para mim.

O funcionário voltou dez minutos depois com duas caixinhas de figos


roxo-escuros e custando 25% menos. Hmmm... aquilo me intrigou. E
me dei conta de que havia já algum tempo a "estação" de
determinadas frutas e legumes no supermercado parecia um pouco
atrasada, às vezes um mês inteiro atrasada, em relação ao guia do
Ceagesp. Apenas nos últimos dias de fevereiro foi que os figos
escuros e baratos começaram a surgir. É claro que um supermercado
só repõe a prateleira com produtos mais novos quando os produtos
velhos forem comprados. Mas pensar que meus figos maduros
ficaram 1 mês na geladeira de um supermercado antes de eu poder
comprá-los, pensar que eles me atrasam em 1 mês a época das
frutas e legumes, me deixa furiosa.

Faço minhas compras de verduras na feira, a não ser pelos tomates,


e nunca tive esse problema. Mas frutas são outra história. Passei um
bom tempo buscando uma banca não que me vendesse frutas sem
que eu descubrisse que as amoras estão azedas que dói, que as uvas
debaixo da caixinha estavam podres ou que os pêssegos vieram com
desconto porque estavam sem gosto. Há apenas uma banquinha
pequena que não tem a mania insuportável de confundi-lo ao
empurrar frutas em você enquanto você tenta calcular o preço e ver
se realmente aquela fruta está em conta. Mas minha banquinha
escolhida, apesar de simpática, tem pouca variedade. Por isso
comprava a maior parte das frutas no supermercado.

Comprava frutas. Comprava tomates. Pretérito imperfeito.

No último domingo de manhã, debaixo de chuva e munida de sacola


e cachorro, peguei o carro e fui dar um pulo na feirinha de orgânicos
da Rua Tutóia. Assim como a do Parque da Água Branca, eu nunca a
visitara por falta de um transporte meu e excesso de preguiça. A
feirinha é de fato pequenina, mas de lá trouxe para casa um saco
imenso de tomates orgânicos muito vermelhos e maduros, por,
pasme!, METADE do preço do tomates do supermercado. E são esses
os tomates da foto. Meus primeiros tomates saborosos de verão.

Meu plano agora é dar uma olhada na feira da Água Branca, maior,
para averiguar a seleção das frutas e ver o que mais de orgânico
consigo mais barato. Fico cada vez mais consternada com a
dificuldade que é se alimentar bem num país "que tudo dá". Como
não é mais possível simplesmente "ir à quitanda", como fazia quando
criança com minha mãe. Temos comida demais com gosto de menos
e mesmo buscar alimento que esteja na época certa, coisa que
deveria ser natural, é difícil. Comer boa comida, ficar longe do que
é artificial e do que tem venenos não deveria dar trabalho, e é por
isso que tanta gente acaba ficando imersa em seus jantares
congelados e bolachas de pacote.

Mas assim como acredito que valha a pena perder cinco minutinhos
para fazer meu próprio iogurte ou meia hora para fazer meu próprio
caldo de legumes, acredito que vale a pena sair da minha rota para
buscar alguém dispostos a me vender bons tomates de verão no
verão.

UPDATE: Coincidência das coincidências, hoje mesmo recebi um


email da Caminhos da Roça explicando a queda na variedade e
qualidade dos orgânicos nesse verão, mostrando fotografias das
lavouras alagadas e destruídas. O fato de os orgânicos não usarem
fungicidas faz com que os produtos fiquem ainda mais sensíveis a
tanta umidade. Quanto ao "supermercado escondedor de figos", não
importa qual é, pois todos fazem isso: ninguém vai repor a prateleira
com produtos mais frescos e mais baratos se não conseguiram vender
ainda os mais verdes e mais caros. Isso é lógico. A não ser que
estejam estragados, o que não era o caso.

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Rótulos: estórias de cozinha

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


UMA SEXTA FEIRA FRUGAL 10: relish de milho

Às vezes eu encano com a comida. Comprara uma bela braçada de


milho verde pensando em fazer sabe-se Deus lá o quê, mas acabei
desistindo no meio do caminho. Durante uma semana, o milho ficou
ali sentado na geladeira, com cara de ué, esperando algum uso. Mas,
na minha encanação, nenhuma receita servia. Milho cozido? Não
é "bom" o suficiente. Soufflé de milho? Não tô afim. E lá ele foi
ficando, secando, ficando triste.

Isso quase sempre acontece quando vou à feira num dia de


empolgação e felicidade e, saltitante, compro uma enorme
variedade de coisas gostosas. E na semana que se segue não tenho
tempo, paciência ou inspiração para fazer nada com aquilo tudo. Lá
vou eu correr para salvar os feridos fazendo tortas de cinco pés de
escarola.

Este relish veio para salvar a milharada, mas depois de pronto, fiquei
me perguntando onde diabos ele estivera durante toda a minha vida.
Imaginei aquele tempero num sanduíche de queijo, abacate e
tomate, ou sobre uma salada... a verdade é que, não fosse vinagre
puro, eu comeria às colheradas, como o Danoninho mais bizarro do
mundo.

Consegui dois vidros cheios e um meio que pela metade. O livro de


onde vem a receita é uma gracinha, mas muito play-safe. Quase
conserva nenhuma vai para a prateleira; é tudo de geladeira. A
autora sequer menciona o banho-maria como método de
conservação. No entanto, quis testar. Como esse relish é
praticamente um picles de milho, tanta acidez que tem, resolvi
fazer o banho-maria final e deixar esfriar. Se estiver bem seladinho,
um vidro vai para a despensa, como teste. Os outros dois vão para a
geladeira, e vou abrir o com menos recheio primeiro, pois tem mais
ar dentro e deve começar a estragar antes.

Nham!

RELISH DE MILHO-VERDE
(do livro Conservas e Compotas, de Thane Prince)
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 900g

Ingredientes:

 500g de grãos de milho-verde


 2 pimentas-malagueta vermelhas com ou sem sementes,
picadas
 115g pimentão vermelho sem sementes, picado
 115g salsão picado
 115g cebola vermelha picada
 175g açúcar cristal
 suco de 1 limão grande
 300ml vinagre de vinho branco
 1 colh. (chá) mostarda em pó
 1 colh. (chá) sementes de aipo (não usei, pois não tinha)
 1 colh. (sopa) sal

Preparo:

1. Coloque todos os ingredientes menos o sal numa panela e


cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez em quando, até
dissolver o açúcar.
2. Quando levantar fervura, cozinhe por 20 minutos até
engrossar um pouco. Ainda ficará líquido na panela. Enquanto
isso, esterilize os potes e tampas a serem usados (mesmo que
for conservar na geladeira).
3. Junte o sal e cozinhe para dissolvê-lo.
4. Coloque nos potes, deixando 1cm de borda, limpe bem a
borda para tirar respingos e feche com as tampas. Deixe
esfriar e conserve na geladeira ou freezer.

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