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Goiânia, Goiás
2009
FERNANDA VALOES DAS NEVES
THIAGO DE LIMA MUNIZ
Goiânia, Goiás
2009
SÃO PERMITIDAS A REPRODUÇÃO E A DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL
DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
MUNIZ, Thiago de L.; NEVES, Fernanda V. das. Energia Eólica: Panorama e Estudo de
Sensibilidade de um Parque Eólico. Trabalho de Final de Curso. Goiânia: Universidade
Federal de Goiás: Escola de Engenharia Elétrica e de Computação, 2009.
Banca Examinadora
__________________________________________________
Profª. Drª. Ana Cláudia Marques do Valle
Escola de Engenharia Elétrica e de Computação
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________
Prof. Dr. Antônio César Baleeiro Alves
Escola de Engenharia Elétrica e de Computação
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Granato de Araújo
Escola de Engenharia Elétrica e de Computação
Universidade Federal de Goiás
RESUMO
MUNIZ, Thiago de L.; NEVES, Fernanda V. das. Energia Eólica: Panorama e Estudo de
Sensibilidade de um Parque Eólico. Trabalho de Final de Curso. Goiânia: Universidade
Federal de Goiás: Escola de Engenharia Elétrica e de Computação, 2009.
Mediante o presente trabalho, objetivou-se apresentar um panorama da energia eólica no
mundo, no Brasil e no Estado de Goiás e analisar a exequibilidade de um empreendimento de
geração de energia elétrica procedente da energia eólica por meio de estudos de viabilidade de
implantação de um parque eólico e de sensibilidade dos parâmetros de projeto à vista das
incertezas mercadológicas e da instabilidade dos valores de velocidade e direção do vento.
Com este intuito, analisou-se dados de meteorologia e de nível e vazão natural de
reservatórios de usinas hidrelétricas que compõem a matriz energética do Estado de Goiás,
para as análises de complementaridade eólio-hidrológica, e utilizou-se uma ferramenta de
análise de projetos de energia limpa, o software RETScreen, para as análises de viabilidade e
sensibilidade. As análises de complementaridade comprovaram a característica complementar
dos regimes eólico e hidrológico no Estado de Goiás e contribuíram para a determinação de
parâmetros necessários às demais análises, que mostraram tendência à inviabilidade, sendo o
principal motivo referente às barreiras de mercado impostas pelas precárias políticas públicas
do setor de energia eólica. Em contradição aos benefícios inerentes à utilização deste recurso
renovável, inferiu-se que este se institui como fonte de energia dispendiosa, se comparada às
fontes tradicionais, tais como hidráulica e de biomassa, e que o potencial eólico é
característica determinante para viabilidade de um projeto, sendo os estudos relativos às
medições anemométricas parte a ser minuciosamente apreciada.
Preocupação antiga e crescente pauta-se na busca por fontes de energia que provejam
as necessidades de iguais proporções de uma sociedade ávida pelos benefícios inerentes do
acesso à energia elétrica. Em discordância, a emersão da conscientização ambiental é fator
que obsta o uso desenfreado dos recursos energéticos em prol de um desenvolvimento em
bases sustentáveis. A sociedade imediata é, portanto, desafiada a planear o crescimento do
setor energético, responsável por 40% das emissões globais de dióxido de carbono (GWEC,
2008), considerando o impacto ambiental e por meio de planejamento adequado e do
reconhecimento da esgotabilidade dos recursos naturais. Ressaltado isso, aponta-se a
inevitabilidade do desenvolvimento de tecnologias que utilizem fontes renováveis.
O custo referente à energia eólica, não obstante, apresenta-se superior aos custos das
energias hidráulica e de biomassa, não configurando alternativa viável do ponto de vista
financeiro. Os elevados custos logísticos de implementação dos projetos e o número restrito
de empresas nacionais que ofereçam os equipamentos necessários e condigam com as
especificidades exigidas são, entre outros, fatores que agregam maior valor à energia eólica,
sendo o mercado constituído como barreira significativa ao avanço da utilização dessa
tecnologia. Como forma de minimizar os custos, uma nova política pública deve ser
implantada no Brasil a fim de adaptar os mecanismos aplicados com sucesso em outros países
à realidade do país. Assim sendo, a realização do Leilão de Contratação de Energia de
Reserva específico para a contratação de energia eólica, a realizar-se em 14 de dezembro de
20
1.1 OBJETIVO
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 METODOLOGIA
2.1 DEFINIÇÃO
6,00
5,00
Velocidade do vento (m/s)
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Dia
A representação espectral de vento deve ser obtida somente para o local onde são
feitas as medições. No entanto, observa-se a conservação de uma forma de onda base. Esta
apresenta três zonas distintas, denominadas de macrometeorológica, micrometeorológica e
vazio espectral. Associada a frequências baixas, a zona macrometeorológica relaciona-se aos
24
A turbulência atmosférica causa impacto a nível dos esforços a que as tubinas eólicas
serão submetidas, sendo parte determinante de um projeto de centrais eólicas, e pode afligir a
conversão de energia, mas de forma indireta, pois a turbina eólica não reage a flutuações
rápidas nos valores de velocidade e direção do vento. Projetos que consideram apenas o valor
de velocidade média do vento de um determinado local apresentam restrições quanto à
estimativa da geração de energia elétrica, visto que as considerações relativas às variações,
lentas ou rápidas, de velocidade e direção são irrefletidas e que a potência gerada de energia é
proporcional ao cubo do valor da velocidade.
u t = u + u′ (t) (1)
Para variações lentas dos valores de velocidade e direção do vento, pode se utilizar a
distribuição estatística densidade de probabilidade como resposta ao problema da turbulência
atmosférica, determinando, assim, a probabilidade de a velocidade estar compreendida entre
dois valores, haja vista que os registros são conjuntos de valores discretos. As figuras 3, 4 e 5
ilustram os gráficos de frequência de ocorrência de velocidades médias diárias do vento,
obtidas por medições reais oriundas de estações meteorológicas situadas em Itumbiara e
25
Minaçu, no Estado de Goiás, durante o período de 2003 a 2009, e em São Simão, município
do mesmo Estado, durante o período de 2008 a 2009. Estes resultados, apesar de restritos e
baseados em dados reais, assemelham-se estritamente ao apresentado pela Distribuição de
Weibull, a ser descrita. Define-se 0,5 m/s e 0,1 m/s as larguras de faixa delimitadas ou classe
de vento, diferentes da normalmente encontrada na literatura, de 1 m/s, pois os valores para a
velocidade sofrem pouca variação.
30%
25% 24%
23%
Frequência de ocorrência
20% 19%
15%
15%
10%
10%
7%
5%
2%
1% 0%
0%
2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 7
Velocidade do vento (m/s)
Figura 3 – Frequência de ocorrência da velocidade do vento, obtida a partir de dados reais (Itumbiara-GO).
60%
50% 48%
Frequência de ocorrência
40%
30% 26%
20%
12% 10%
10%
3%
0% 0% 0% 0% 0% 0%
0%
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6
Velocidade do vento (m/s)
Figura 4 – Frequência de ocorrência da velocidade do vento, obtida a partir de dados reais (São Simão-GO).
26
25,0%
19,7% 19,7%
20,0%
Frequência de ocorrência
17,5%
15,0% 14,2%
10,0% 8,7%
6,6%
5,2% 4,6%
5,0%
1,9%
0,3% 0,3% 0,5% 0,8%
0,0%
1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5
Velocidade do vento (m/s)
Figura 5 – Frequência de ocorrência da velocidade do vento, obtida a partir de dados reais (Minaçu-GO).
k−1 k
k u u
f u = ∗ ∗ exp − (2)
c c c
∞
uma = u ∗ f u du (3)
0
u máx
1
uma = c ∗ Γ 1 + (5)
k
2
2 1
σ² = c² ∗ Г 1 + − Г 1 + (6)
k k
k
u
F u = exp − (7)
c
Y= A∗X+B (8)
Y = ln −ln F u (9)
X = ln u (10)
k=A (11)
B
c = exp − (12)
A
u∗ z
u z = ∗ ln (13)
k z0
z
u z ln z
0
= zr (14)
u zr ln z
0
A potência disponível no vento (W) é dada como expresso na equação 15, em que ρ é
a massa específica do ar, normalmente fixada pelos fabricantes em 1,225 kg/m³, e A é a seção
(m²) do rotor da turbina transversal ao fluxo de ar. O cálculo de projeto da massa específica
do ar dá-se pela equação 16, onde P0 é o valor de pressão atmosférica padrão ao nível do mar
(kg/m²), R é a constante específica do ar (J/kmol), z é a altitude (m), T é a temperatura (K) e g
é a aceleração da gravidade (m/s²) locais.
1
Pdisp =∗ ρ ∗ A ∗ u³ (15)
2
P0 g∗z
ρ= ∗ exp − (16)
R∗T R∗T
5000
4500
Pm
Cp u = (17)
Pdisp
Pe
Cp u = (18)
Pdisp
1
P= ∗ ρ ∗ Cp ∗ A ∗ u3 (19)
2
1 0,0 0,00
2 2,0 0,10
3 18,0 0,27
4 56,0 0,36
5 127,0 0,42
6 240,0 0,46
7 400,0 0,48
8 626,0 0,50
9 892,0 0,50
10 1.223,0 0,50
11 1.590,0 0,49
12 1.900,0 0,45
13 2.080,0 0,39
14 2.230,0 0,34
15 2.300,0 0,28
16 2.310,0 0,23
17 2.310,0 0,19
18 2.310,0 0,16
19 2.310,0 0,14
20 2.310,0 0,12
21 2.310,0 0,10
22 2.310,0 0,09
23 2.310,0 0,08
24 2.310,0 0,07
25 2.310,0 0,06
Fonte: Wobben Wind Power.
32
2.500,0
2.000,0
Potência P (MW)
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Velocidade do vento u na altura do cubo (m/s)
0,60
0,50
Coeficiente de Potência Cp
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Velocidade do vento u na altura do cubo (m/s)
A expressão que descreve o valor esperado para a energia elétrica que pode ser
gerada anualmente a partir do aproveitamento eólico é, em casos gerais, dada pela equação
33
u máx
Ea = 8.760 f u ∗ Pe u du (20)
u0
u máx
Ea = fr u ∗ Pe u (21)
u0
fr u = 8.760 ∗ f u (22)
u máx
Pe i + Pe i − 1
Ea = 8.760 F i−1 −F i ∗ (23)
2
i=u 1
2.7.1 Definição
turbinas eólicas dentro de um parque eólico. Este efeito provém da turbulência do vento em
virtude do princípio estocástico das variações do vento e não direcional do mesmo.
Interligar o parque eólico a uma rede elétrica mais forte e em um nível de tensão
mais elevado é, por vezes, necessário e deriva-se da potência a instalar e da condição da rede
elétrica disponível. Diante deste cenário, é instalado na subestação interna ao parque eólico
um transformador elevador, que pode ter um sistema de regulação de tensão em carga,
denominado de transformador com tap variável. Este é útil para reduzir variações
estacionárias de tensão e melhorar a qualidade da tensão no ponto de conexão, mas não é
compatível com compensação de variações dinâmicas de tensão e variações transitórias de
tensão, em decorrência da elevada frequência que apresentam, do desgaste que introduziriam
no sistema de regulação de tensão e do custo de manutenção do transformador. Um diagrama
geral que apresenta os componentes que podem ser instalados é mostrado na figura 10.
Figura 10 – Diagrama geral das diferentes formas de conexão de turbinas eólicas em parques eólicos.
(Fonte: CBEE, 2003).
36
A conexão elétrica de turbinas eólicas pode ser realizada de forma direta ou por meio
de conversores eletrônicos de frequência, também denominados conversores eletrônicos de
potência, conforme apresentado em documento do CBEE. Os conversores possibilitam uma
ampla variação da velocidade no rotor e a regulação do fator de potência, além de permitir
que o gerador seja síncrono ou assíncrono. A conexão direta, por outro lado, é caracterizada
pela presença de geradores assíncronos, multiplicadores de velocidade e bancos de
capacitores para excitação básica da máquina. Essa apresenta-se como uma conexão rígida
com a rede elétrica, pois a ocorrência de uma pequena variação da velocidade de rotação do
eixo mecânico é permitida. Nesta forma de conexão, ocorre a transmissão à rede de energia
elétrica de grande parcela das flutuações do vento sentidas pelo rotor.
elétrica através dos conversores de frequência. A presença destes confere ao conjunto rotor-
gerador a capacidade de acelerar e funcionar em velocidade variável e a possibilidade de
inserção de componente harmônica na corrente do circuito e de potência reativa variável e
programável na rede elétrica. Os conversores eletrônicos podem ser classificados como
AC/DC/AC ou AC/AC.
Figura 13 – Regulação de potência por variação do ângulo de passo das pás do rotor.
(Fonte: CBEE, 2003).
Em geral, a geração de energia elétrica pelas turbinas eólicas é feita em baixa tensão,
de 380 V a 690 V. Como resultado disto e para a devida integração final à rede elétrica, torna-
se indispensável a utilização de um transformador elevador de tensão. Estes podem apresentar
um sistema de regulação de tensão em carga, conhecidos como transformadores com tap
variável, úteis para reduzir variações estacionárias de tensão, garantindo melhor qualidade da
curva de tensão no ponto de conexão.
menores custos, como mostrado na figura 16, onde pode ser observado que os custos são
reduzidos conforme eleva-se a potência dos aerogeradores.
1400
1200 1152
1000
800
600
400
200 139
15 24 51
1 10
0
Biomassa Eólica - 450 kW Eólica - 225 kW Biogás Eólica - 20 kW PCH Fotovoltaica
Figura 16 – Custo (EU$/tCO2) resultante da redução das emissões para diferentes fontes de energia renovável.
(Fonte: EWEA, 2004).
Emissões Evitadas
Emissões Evitadas/kWh
Ano Potência Instalada Produção Acumuladas/kWh
CO2 SO2 NO2 CO2 SO2 NO2
6
GW TWh 10 t 10³ t 10³ t 106 t 10³ t 10³ t
2003 40,3 84,7 50,8 58,4 74,6 50,8 58 74,6
2010 197 537 260 286 364,5 1.065 1.217 1.564
2020 1.245 3.054 1.832 1.805 2.303,3 1.832 2.093 2.690
Fonte: EWEA, 2004.
Tabela 4 – Energia consumida ao longo das diferentes fases de uma turbina eólica de 600 kW.
Processo Energia
MWh
Fabricação 528
Instalação 137
Operação e Manutenção 215
Sucata (uso) 145
Sucata (recuperação) -204
TOTAL 821
Fonte: DWIA, 2002.
Medidas mitigadoras ou
Aspectos Impactos TO compensatórias/ Projeto/
Programas
Interferência com população local
Interferência com flora e fauna
Produção de ruído e poeira Compensação monetária ou
Ocupação do solo pelo Erosão do solo permuta de áreas; utilização de
parque eólico e sistemas anti-poeiras; recuperação
subestações (preparação, Alteração do uso do solo C de áreas degradadas; regulagem
terraplenagem, das máquinas utilizadas, evitando
desmatamento, etc) Emissão de gases de efeito estufa e causadores de produção de ruídos e emissões
deposição ácida pelas máquinas e caminhões que desnecessárias.
utilizem derivados de petróleo
Projetos paisagísticos e
Distorção estética Poluição visual C/O arquitetônicos para redução do
impacto visual.
3.1 NO MUNDO
Um dos motivos que contribuem para a promoção das soluções sustentáveis por meio
de geração de energia elétrica a partir do recurso eólico é a necessidade de diversificação da
matriz energética, que possibilita maior segurança de abastecimento de energia e menor
dependência de combustíveis fósseis. Além disto, pode se citar o fortalecimento dos
investimentos em energia eólica decorrente do baixo risco de aplicação, do caráter social e
48
dos benefícios econômicos adicionais, tais como custos de geração de eletricidade, em grande
parte dos casos, são invariantes durante o tempo de vida útil das turbinas eólicas, a energia
eólica não ocasiona dispêndios com combustível e custos de operação e manutenção são
previsíveis e reduzidos, se comparado ao investimento total.
De acordo com relatórios lançados em 2007 pelo IPCC, medidas imediatas e efetivas
devem ser tomadas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, considerada a maior
ameaça socioambiental que o planeta enfrenta. Segundo os relatórios, para impedir que a
temperatura média global suba mais do que 2 °C, em comparação com os valores pré-
49
industriais, as emissões globais devem atingir nível máximo em 2015 e, então, serem
reduzidas em 50% até o ano de 2050. Isto se traduz em restrição das emissões dos países
industrializados em 30% até 2020 e em 80% até 2050.
Uma vantagem fundamental apresentada pelo uso do recurso eólico para geração de
energia elétrica é a substituição da maioria dos dispêndios com recursos importados por mão-
de-obra e capacidade antrópica. A utilização da energia eólica gera muito mais empregos do
que as fontes de energia centralizadas e não-renováveis, contribuindo para que o setor torne-
se em todo mundo uma importante fonte de renda e emprego, sendo que, em apenas dois anos,
o setor praticamente dobrou o número de empregos oferecidos. Em 2008, os 440.000
50
700.000 * 660.000
600.000
* 540.000
500.000
440.000
400.000 350.000
300.000
300.000
235.000 * Prognóstico
200.000
100.000
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010
A energia eólica configura-se como a fonte energética que mostra a maior taxa de
crescimento relativo em 2008, sendo de 29% a.a., como já mostrado. Entre os fatores que
explicam este desempenho, destacam-se o crescimento da demanda de energia elétrica
mundial, a crescente escassez de combustíveis fósseis e não-renováveis, as necessidade de
controle ambiental, a preservação da natureza e o objetivo de crescimento auto-sustentado.
Constata-se, com base na figura 19, que os países que mais contribuiram para este resultado
foram os Estados Unidos, que apresentou 49,7% de aumento, e a China, 106,5%. Estima-se
que, em 2010, a capacidade instalada mundial atinja o valor de 190.000 MW (WWEA, 2009).
51
200.000
180.000
* 38.000
160.000
140.000 * 30.812
120.000
27.261
100.000
80.000 19.776
15.127 * Prognóstico
60.000
11.331
40.000 8.398
8.114
6.859
20.000 6.282
4.339
2.187 4.033
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Bulgária 176,7
58,1
China 106,5
127,3
Austrália 82,8
82,8
Polônia 71,0
80,4
Turquia 61,2
220,0
Irlanda 54,6
7,9
França 38,7
56,7
Itália 37,1
28,4
2008 2007
Alemanha 23.903
22.247
Espanha 16.740
15.145
China 12.210
5.912
Índia 9.587
7.850
Itália 3.736
2.726
França 3.404
2.455
Dinamarca 3.160
3.125
Portugal 2.862
2.130
2008 2007
Com base em dados e nas taxas de crescimento dos últimos anos, conjetura-se que a
evolução dinâmica da utilização da energia eólica continuará nos próximos anos. No entanto,
os impactos causados pela crise financeira corrente dificultam prognósticos a curto prazo.
Estima-se que a energia eólica atraíra mais investidores, incluindo governantes preocupados
em garantir a sustentabilidade da matriz energética, com a diminuição dos riscos inerentes ao
empreendimento e com a necessidade crescente de fontes limpas e renováveis de energia.
3.2 NO BRASIL
consumidores finais atendidos pelo SIN com exceção dos consumidores classificados na
subclasse residencial baixa renda, cujo consumo não excede 80 kWh/mês.
Biomassa
Norte
Eólica
3 50,0% 0 3 0 0 0 0 6
Total
46,80 45,8% 0,00 55,40 0,00 0,00 0,00 0,00 102,20
3 100,0% 3
PCH
41,80 100,0% 41,80
5 83,3% 1 6
Biomassa
89,20 74,8% 30,00 119,20
Nordeste
7 19,4% 12 12 4 1 5 36
Eólica
152,95 19,0% 73,43 413,50 160,30 5,40 165,70 805,58
15 33,3% 12 12 4 1 5 1 45
Total
283,95 29,4% 73,43 413,50 160,30 5,40 165,70 30,00 966,58
13 52,0% 2 10 25
PCH
280,44 56,2% 47,10 171,40 498,94
2 33,3% 4 6
Biomassa
Centro- 54,52 42,3% 74,40 128,92
Oeste
Eólica
15 48,4% 2 10 0 0 0 4 31
Total
334,96 53,3% 47,10 171,40 0,00 0,00 0,00 74,40 627,86
8 53,3% 4 2 1 15
PCH
161,00 56,5% 92,00 22,20 10,00 285,20
9 81,8% 1 1 1 11
Biomassa
265,52 80,0% 36,00 30,5 30,50 332,02
Sudeste
1 1 1 2
Eólica
28,05 135,00 135,00 163,05
17 60,7% 4 4 1 1 2 1 28
Total
426,52 54,7% 92,00 86,25 30,50 135,00 165,50 10,00 780,27
12 85,7% 1 1 1 14
PCH
236,90 90,0% 19,50 6,70 6,70 263,10
3 75,0% 1 4
Biomassa
95,10 90,5% 10,00 105,10
Sul
4 25,0% 11 1 12 16
Eólica
159,00 35,0% 225,29 70,00 295,29 454,29
19 55,9% 2 0 11 2 13 0 34
Total
491,00 59,7% 29,50 0,00 225,29 76,70 301,99 0,00 822,49
Fonte: ELETROBRÁS, 2009.
56
Potência
Nº Estado Região Usina Qualificação Situação contratada
(MW)
1 SC S Água Doce (CENAEEL) PIA1 Operação 9,00
2 PB NE Albatroz PIA Operação 4,50
3 RN NE Alegria I PIA Construção não iniciada 51,00
4 RN NE Alegria II PIA Construção não iniciada 100,80
5 PB NE Alhandra PIA Construção não iniciada 5,40
6 SC S Amparo PIA Construção não iniciada 21,40
7 SC S Aquibatã NÃO PIA Construção não iniciada 30,00
8 PB NE Atlântica PIA Operação 4,50
9 CE NE Beberibe PIA Operação 25,20
10 SC S Bom Jardim NÃO PIA Construção não iniciada 30,00
11 CE NE Bons Ventos PIA Construção 50,00
12 SC S Campo Belo PIA Construção não iniciada 9,60
13 PB NE Camurim PIA Operação 4,50
14 CE NE Canoa Quebrada PIA Construção 57,00
15 CE NE Canoa Quebrada Rosa dos Ventos PIA Operação 10,50
16 PB NE Caravela PIA Operação 4,50
17 SC S Cascata NÃO PIA Construção não iniciada 4,80
18 PB NE Coelhos I PIA Operação 4,50
19 PB NE Coelhos II PIA Operação 4,50
20 PB NE Coelhos III PIA Operação 4,50
21 PB NE Coelhos IV PIA Operação 4,50
22 SC S Cruz Alta NÃO PIA Construção não iniciada 30,00
23 RS S Dos Índios NÃO PIA Operação 50,00
24 RS S Elebras Cidreira PIA Construção não iniciada 70,00
25 CE NE Enacel PIA Construção 31,50
26 CE NE Foz do Rio Choró NÃO PIA Operação 25,20
27 RJ SE Gargaú PIA Construção 28,05
28 PE NE Gravatá Fruitrade PIA Construção 4,25
29 CE NE Icaraizinho NÃO PIA Construção 54,00
30 CE NE Lagoa do Mato PIA Operação 3,23
31 PE NE Mandacaru PIA Construção 4,25
32 PB NE Mataraca PIA Operação 4,50
33 PB NE Millennium PIA Operação 10,20
34 RS S Osório NÃO PIA Operação 50,00
35 RS S Palmares NÃO PIA Construção não iniciada 7,56
36 CE NE Paracuru NÃO PIA Operação 23,40
37 PI NE Pedra do Sal PIA Operação 17,85
38 PE NE Pirauá PIA Construção 4,25
39 CE NE Praia do Morgado PIA Construção 28,80
40 CE NE Praia Formosa NÃO PIA Construção 104,40
41 CE NE Praias de Parajuru PIA Construção 28,80
42 PB NE Presidente PIA Operação 4,50
43 SC S Púlpito NÃO PIA Construção não iniciada 30,00
1
Produtor Independente Autônomo de Energia Elétrica: produtor independente de energia elétrica cuja
sociedade, não sendo ela própria concessionária de qualquer espécie, não é controlada ou coligada de
concessionária de serviço público ou de uso de bem público de geração, transmissão ou distribuição de energia
elétrica, nem de seus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o controlador comum,
conforme parágrafo 1º, do Artigo 3º da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002 (ELETROBRÁS).
58
Potência
Nº Estado Região Usina Qualificação Situação contratada
(MW)
44 RJ SE Quintanilha Machado I NÃO PIA Construção não iniciada 135,00
46 RN NE RN 15 - Rio do Fogo NÃO PIA Operação 49,30
45 SC S Rio do Ouro PIA Construção não iniciada 30,00
47 SC S Salto NÃO PIA Construção não iniciada 30,00
48 RS S Sangradouro NÃO PIA Operação 50,00
49 PE NE Santa Maria PIA Construção 4,25
50 SC S Santo Antônio NÃO PIA Construção não iniciada 1,93
51 CE NE Taíba-Albatroz PIA Operação 16,50
52 PB NE Vitória PIA Construção não iniciada 4,25
53 CE NE Volta do Rio PIA Construção 42,00
54 PE NE Xavante PIA Construção 4,25
1.422,92
Fonte: ELETROBRÁS, 2009.
A segunda fase do PROINFA, prevista para iniciar após 2012 e ter prazo de duração
de 20 anos, ambiciona atingir participação de 10% da matriz energética do país pelas fontes
eólica, hidráulica, por PCHs, e de biomassa, supondo contratação anual de no mínimo 15% da
capacidade acrescentada de geração do setor de energia elétrica (CEBDS, 2008). A partir
destes números, estima-se que a potência instalada de centrais eólicas compreenderá entre 9
GW e 13 GW até 2030, considerando a projeção analisada no Plano Nacional de Energia
2030 (PNE 2030), um fator de capacidade de 30% e a divisão equitativa entre as três fontes
citadas.
necessidades da sociedade industrial moderna. A condução dos esforços para acompanhar esta
tendência e implementar efetivamente a tecnologia de geração de energia eólica dá-se em
consequência das características geográfica e climática do Brasil e da necessidade de expandir
e fortalecer a matriz energética do país. O levantamento do potencial eólico, em virtude do
explicado, torna-se indispensável, apresentando informações que possibilitem a identificação
de áreas adequadas para o aproveitamento eólio-elétrico e que sejam confiáveis a ponto de
multiplicar os investimentos no setor.
sistematicamente para a obtenção dos resultados, em que se destacam os mapas que indicam,
para a altura de 50 m, as velocidades médias anuais e o fluxo de potência eólica anual,
mostrado na figura 25, e as velocidades médias trimestrais, apresentado pela figura 26, que
demonstra a sazonalidade do regime eólico.
Figura 25 – Velocidades médias anuais (m/s) e fluxo de potência eólica anual (W/m²).
(Fonte: CEPEL, 2001).
Segundo dados do MME, no Brasil, somente 55% dos domicílios rurais e 27,5% das
propriedades rurais têm acesso à energia elétrica, compreendendo 20 milhões de habitantes e
4 milhões de propriedades agrícolas, em todo país, não supridas por esse tipo de energia. Na
região Centro-Oeste, 28,2% dos domicílios rurais são atendidos pelo serviço, não assistindo a
97,6% da população total rural, como mostrado na figura 27. Este cenário decadente pode ser
explicado pelo elevado custo do atendimento, inerente ao modelo tradicional de extensão de
redes elétricas, e os subsídios aos sistemas energéticos convencionais, que inibem o
aproveitamento das fontes locais de energia.
Brasil 27,5%
45,1%
Nordeste 11,1%
51,8%
Sul 61,7%
22,1%
Sudeste 47,0%
13,5%
Norte 1,8%
Centro-Oeste 28,2%
97,6%
O Programa Luz para Todos, criado em novembro de 2003 pelo Governo Federal,
engloba todas as atividades do PRODEEM e objetiva dar fim à exclusão elétrica no país. O
Programa é coordenado pelo MME, operacionalizado com a participação da ELETROBRÁS
e das empresas que compõem o Sistema ELETROBRÁS e executado pelas concessionárias de
energia elétrica e cooperativas de eletrificação rural. Delineia-se o investimento de R$ 12,7
bilhões, partilhado entre os governos estaduais, as empresas de energia elétrica e o próprio
Governo Federal, cujos recursos são provenientes de fundos setoriais de energia,
contemplando a extensão da rede de energia elétrica e a criação de sistemas de geração
descentralizada com redes isoladas e de geração individual.
Dados apresentados pelo informativo Luz Para Todos em junho de 2009 mostraram
que mais de 10 milhões de brasileiros do meio rural foram atendidos, sendo 716,1 mil
habitantes na região Centro-Oeste. Estima-se que, na implantação do Programa, foram
gerados cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos e utilizados mais de 4,6 milhões de
postes, 708 mil transformadores e 883 mil quilometros de cabos elétricos nas instalações,
68
Com o intuito de registrar o status atual das atividades de projeto no âmbito do MDL
no Brasil e no mundo, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) reúne em documento
dados, que serão explanados, fornecidos no sítio da Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre a Mudança do Clima (CQNUMC). Segundo compilação do dia 17 de setembro de 2009,
um total de 5.414 projetos encontram-se em alguma fase do ciclo de projetos do MDL, sendo
que 1.824 já estão registrados pelo Conselho Executivo do MDL e 3.590 estão em outras
fases do ciclo. A China e a Índia encontram-se em primeiro e segundo lugares,
respectivamente, em números de atividades de projetos, com 2.010 e 1.438 projetos,
representando, juntas, 64% do número total. O Brasil ocupa o terceiro lugar, com 416
projetos, que correspondem a 8%.
PR 7%
RS 9%
SC 8%
consiste em valorar cada tonelada de CO2 deixada de ser emitida ou retirada da atmosfera por
países em desenvolvimento, podendo ser comercializada no mercado mundial e criando
propensão ao desenvolvimento sustentável. Assim, os países desenvolvidos, listados no
ANEXO A do Protocolo, que não optarem por reduzir as emissões próprias podem negociar
RCEs no Mercado de Carbono e usá-los para executar suas obrigações compactuadas.
O Mercado de Carbono é o resultado mais visível dos recentes esforços para regular
e mitigar os efeitos consequentes das mudanças climáticas. Em 2008, apesar de ter sido um
ano em que a economia mundial sofreu uma desaceleração significativa, o mercado de
carbono, sob uma visão generalizada, continuou em sua tragetória de crescimento. Segundo
dados do Banco Mundial, apresentados na tabela 9, a regulação compelida das emissões de
gases de efeito estufa ocasionou um mercado emergente avaliado em US$ 126 bilhões em
2008, o dobro do valor do ano anterior, cujas transações de concessões e derivados no
Esquema de Comércio de Emissões Europeu (European Union Greenhouse Gas Emission
Trading System – EU ETS), para propósitos de conformidade, risco de gestão, arbitragem
cambial, arrecadação de fundos e tomada de lucro, equivalem a 37,5%.
2007 2008
Volume Valor Volume Valor
6 6 6
10 tCO2e 10 US$ 10 tCO2e 106 US$
Transações de Projetos-base
Mercado Primário do MDL 552 7.433 389 6.519
Mercado Secundário do MDL 240 5.451 1.072 26.277
Implementação Conjunta (IC) 41 499 20 294
Mercado voluntário 43 263 54 397
Sub-Total 876 13.646 1.535 33.487
Concessões
Esquema de Comércio de Emissões Europeu
2.060 49.065 3.093 91.910
(EU ETS)
New South Wales 25 224 31 183
Chicago Climate Exchange 23 72 69 309
Iniciativa Regional de Gases do Efeito Estufa na na 65 246
da América do Norte (RGGI)
Mercado de Unidades Comercializáveis do na na 18 211
Protocolo de Quioto (AAUs)
Sub-Total 2.108 49.361 3.276 92.859
TOTAL 2.984 63.007 4.811 126.346
Fonte: Banco Mundial, 2008.
72
Em 2009, cujo início foi tomado por pessimismo econômico, o mercado econômico
exibe sinais de revigoramento e de crescimento. Um relatório divulgado em julho de 2009
pela consultoria Point Carbon mostra que o volume de negociação de créditos de carbono
cresceu 124% no primeiro semestre de 2009 com relação ao mesmo período de 2008. Este
crescimento equivale a 4,1 bilhões tCO2e comercializadas, somando US$ 65 bilhões, que
correspondem a um aumento de 22% em termos de valor. Apesar dos preços baixos, em
virtude da desaceleração econômica citada, os volumes estão altos pois muitos setores
industriais europeus decidiram negociar suas permissões de emissões extras após passarem
por dificuldades decorrentes da crise financeira.
a sumidouros e resgate de carbono, US$ 10 a US$ 20, e para projetos na área de energia, US$
40 a US$ 60.
Demais países
8%
América Latina
12%
Subsistemas Interligados
Ano SIN
Norte Nordeste Sudeste/CO Sul
2008 3.662 7.557 32.302 8.668 52.189
2012 5.699 9.103 39.159 10.301 64.262
2017 7.636 11.667 48.043 12.765 80.111
Período Variação (% ao ano)
2008-2012 11,7 4,8 4,9 4,4 5,3
2012-2017 6,0 5,1 4,2 4,4 4,5
2008-2017 8,5 4,9 4,5 4,4 4,9
Nota: Inclui a interligação dos sistemas isolados Acre/ Rondônia e Manaus/Macapá/margem esquerda do Amazonas.
Fonte: PDE 2008/2017.
A carga de demanda, dada em MWh/h, é apresentada pela tabela 13 e dada para cada
subsistema e sistema do SIN. O subsistema Sudeste/Centro-Oeste, em que está envolvido o
Estado de Goiás, apresentará uma taxa de crescimento de 4,6% a.a., para o período de 2008 a
2017.
78
Subsistema Sistema
Ano
N NE SE/CO S N/Ne S/SE/CO SIN
2008 4.186 9.485 40.541 11.424 13.504 51.451 64.340
2012 6.537 11.443 49.264 13.628 17.786 62.323 79.043
2017 8.774 14.689 60.564 16.953 23.210 76.815 98.655
Período Variação (% ao ano)
2008-2012 11,8 4,8 5,0 4,5 7,1 4,9 5,3
2012-2017 6,1 5,1 4,2 4,5 5,5 4,3 4,5
2008-2017 8,6 5,0 4,6 4,5 6,2 4,6 4,9
Nota: Inclui a interligação dos sistemas isolados Acre/ Rondônia e Manaus/Macapá/margem esquerda do Amazonas.
Fonte: PDE 2008/2017.
Variação (% ao ano)
Discriminação 2008 2012 2017
2008/2012 2012/2017 2008/2017
9
PIB (10 R$ [2006]) 2.571 3.095 3.951 4,70 5,00 4,90
População Residente (10³ habitantes) 184.726 193.953 204.540 1,20 1,10 1,10
PIB per capita (R$ [2006]/hab/ano) 13.919 15.960 19.315 3,50 3,90 3,70
Consumo Final Energético (10³ tep) 207.221 251.393 310.541 4,90 4,30 4,60
Consumo Final de energia per capita (tep/hab/ano) 1,122 1,296 1,518 3,70 3,20 3,40
Intensidade Energética da Economia (tep/10³ R$) 0,081 0,081 0,079 - - -
Elasticidade-renda do consumo de energia - - - 1,04 0,86 0,94
Fonte: PDE 2008/2017.
A figura 30 apresenta o consumo final energético por fonte de energia, dividido entre
derivados do petróleo, que ainda corresponde ao maior consumo, gás natural, eletricidade,
fontes renováveis e outros energéticos. Destaca-se o aumento de 7,9% do consumo de energia
elétrica e de fontes renováveis, entre 2008 e 2017.
79
Gás Natural
Gás Natural 6,2%
6,0%
Figura 30 – Estrutura do consumo final energético por fonte (%), para 2008 e 2017.
(Fonte: PDE 2008/2017).
Fontes 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Hidro² 84.374 86.504 89.592 91.480 92.495 95.370 98.231 103.628 110.970 117.506
Nuclear 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 3.357 3.357 3.357 3.357
Óleo³ 1.984 3.807 5.713 7.153 7.397 10.463 10.463 10.463 10.463 10.463
Gás Natural 8.237 8.237 8.453 8.948 10.527 12.204 12.204 12.204 12.204 12.204
Carvão 1.415 1.415 1.765 2.465 2.815 3.175 3.175 3.175 3.175 3.175
4
Fonte Alternativa 1.256 2.682 5.420 5.479 5.479 5.593 5.593 5.913 6.233 6.233
Gás de Processo e Vapor 469 959 959 959 959 959 959 959 959 959
Conforme dados apresentados pelo World Wind Energy Report 2008, muitos
mercados latino-americanos de energia eólica mostraram-se estagnados, podendo representar
80
Ásia 20,2%
Europa 54,6%
América do Norte
22,7%
Segundo resultados preliminares do BEN 2009, ano base 2008, a oferta interna de
energia (OIE), descrita como sendo a quantidade de energia que se disponibiliza para ser
transformada ou para consumo final, incluindo perdas posteriores na distribuição (EPE,
2009), no Brasil apresenta crescimento de 5,6%, que representa 252,2 milhões de toneladas
equivalentes de petróleo (tep = 10.000 Mcal). Esse crescimento apresenta a mesma ordem de
grandeza da variação do PIB, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O consumo de eletricidade, incluindo os montantes atendidos
pela autoprodução, cresceu 4,0%. A síntese dos resultados é apresentada na tabela 16.
Biomassa* Derivados de
4,8% Eólica 0,1%
Petróleo 3,0%
Nuclear 2,8%
Gás
Carvão e
Natural
Derivados 1,6%
Importação 6,0%
8,6%
Hidráulica
73,1%
As emissões de dióxido de carbono, gás de efeito estufa, são mostradas na tabela 17,
onde se faz uma comparação com Estados Unidos, Japão, América Latina e Mundo,
inferindo-se a baixa contribuição relativa do Brasil. A figura 34 apresenta as emissões de CO2
por tep observadas no Brasil de 1985 a 2006.
Chart Title
1,70 1,68
1,55 1,54
tCO2 / tep
1,50
1,50 1,49
1,481,48 1,48
1,45 1,44
1,43
1,42 1,42
1,41
1,40
1,36
1,35
1,30
1985 1990 1995 2000 2005
A matriz energética brasileira é apresentada como mostrado na tabela 19. Como pode
ser observado, apenas 0,53% da potência fiscalizada total, representando 602.284 kW de
capacidade instalada, é fornecida por empreendimentos eólicos. Este valor é pouco expressivo
mediante o potencial eólico do país, que compreende 143,5 mil MW, segundo o CEPEL,
volume superior à potência instalada total no país, de pouco menos de 114 mil MW.
Figura 35 – Potencial eólico estimado para vento médio anual igual ou superior a 7 m/s.
(Fonte: CEPEL, 2001).
São Gonçalo do
24 Taíba Albatroz 16.500 16.500 PIE
Amarante - CE
25 Parque Eólico dos Índios 50.000 50.000 PIE Osório - RS
26 Millennium 10.200 10.200 PIE Mataraca - PB
27 Presidente 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
28 Camurim 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
29 Albatroz 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
30 Coelhos I 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
31 Coelhos III 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
32 Atlântica 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
33 Caravela 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
34 Coelhos II 4.800 4.500 PIE Mataraca - PB
2
Produtor Independente de Energia Elétrica: pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebem
concessão ou autorização do poder concedente para produzir energia elétrica destinada ao comércio de toda ou
parte da energia elétrica produzida, por sua conta e risco, conforme disposto no Artigo 11 da Lei nº 9.074, de 07
de julho de 1995, e Decreto nº 2.003, de 11 de setembro de 1996 (ELETROBRÁS).
89
Potência Destino da
Nº Usina Município
Outorgada (kW) Energia
1 Praia do Morgado 28.800 PIE Acaraú - CE
2 Volta do Rio 42.000 PIE Acaraú - CE
3 Gargaú 28.050 PIE São Francisco de Itabapoana - RJ
4 Parque Eólico Enacel 31.500 PIE Aracati - CE
5 Canoa Quebrada 57.000 PIE Aracati - CE
6 Bons Ventos 50.000 PIE Aracati - CE
7 Xavante 4.250 PIE Pombos - PE
8 Mandacaru 4.950 PIE Gravatá - PE
9 Santa Maria 4.950 PIE Gravatá - PE
10 Gravatá Fruitrade 4.950 PIE Gravatá - PE
Potência Total 256.450
Fonte: BIG, 23/10/2009.
Potência Destino da
Nº Usina Município
Outorgada (kW) Energia
1 Quintanilha Machado I 135.000 PIE Arraial do Cabo - RJ
2 BA 3 - Caetité 192.100 PIE Caetité - BA
3 Maceió 235.800 PIE Itapipoca - CE
4 Redonda 300.600 PIE Icapuí - CE
5 Pecém 31.200 PIE Caucaia - CE
6 Alegria II 100.800 PIE Guamaré - RN
90
Potência Destino da
Nº Usina Município
Outorgada (kW) Energia
7 Alegria I 51.000 PIE Guamaré - RN
8 Pirauá 4.250 PIE Macaparana - PE
Fábrica de Wobben Wind Power no
9 600 REG Caucaia - CE
Pecém
10 Parque Eólico Ponta do Mel 50.400 PIE Areia Branca - RN
Parque Eólico Elebrás Santa Vitória
11 126.000 PIE Santa Vitória do Palmar - RS
do Palmar 1
12 Parque Eólico Elebrás Cidreira 1 70.000 PIE Tramandaí - RS
13 Eólica Ariós 16.200 PIE Beberibe - CE
14 Praia do Arrombado 23.400 PIE Luís Correia - PI
15 Parque Eólico de Palmares 7.562 PIE Palmares do Sul - RS
16 Vale da Esperança 29.700 PIE Touros - RN
17 Parque Eólico Tainhas I 15.000 PIE São Francisco de Paula - RS
18 Usina Eólica de Laguna 3.000 REG Laguna - SC
19 Santa Marta 46.531 PIE Laguna - SC
20 Parque Eólico Xangri-lá II 6.000 PIE Capão da Canoa - RS
21 Parque Eólico Giruá 11.050 PIE Giruá - RS
22 Usina Eólica Elétrica UEE Coqueiro 14.400 PIE São João da Barra - RJ
23 Parque Eólico Pinhal 9.350 PIE Palmares do Sul - RS
24 UEE Maravilha 49.600 PIE São Francisco de Itabapoana - RJ
25 UEE Saco Danta 26.400 PIE São João da Barra - RJ
26 UEE Mundéus 23.800 PIE São Francisco de Itabapoana - RJ
27 Púlpito 30.000 PIE Bom Jardim da Serra - SC
28 Aquibatã 30.000 PIE Água Doce - SC
29 Santo Antônio 3.000 PIE Bom Jardim da Serra - SC
30 Cascata 6.000 PIE Água Doce - SC
31 Rio do Ouro 30.000 PIE Bom Jardim da Serra - SC
32 Salto 30.000 PIE Água Doce - SC
33 Bom Jardim 30.000 PIE Bom Jardim da Serra - SC
34 Campo Belo 10.500 PIE Água Doce - SC
35 Amparo 22.500 PIE Água Doce - SC
36 Cruz Alta 30.000 PIE Água Doce - SC
37 Vitória 4.250 PIE Mataraca - PB
38 Salina Diamante Branco 200.000 PIE Galinhos - RN
39 Alhandra 5.400 PIE Alhandra - PB
40 Parque Eólico do Vigia 30.000 PIE Água Doce - SC
41 Piloto de Rio Grande 4.500 REG Rio Grande - RS
42 Eólio-Elétrica São Gonçalo 60.000 PIE São Gonçalo do Amarante - RN
43 Enerce Pindoretama 4.500 REG Pindoretama - CE
44 Aratuá I 14.700 PIE Guamaré - RN
45 Aratuá II 14.700 PIE Guamaré - RN
Potência Total 2.139.793
Fonte: BIG, 23/10/2009.
91
Os benefícios relativos à utilização da energia eólica como fonte energética, seja para
complementaridade da geração por parte de usinas hidrelétricas, seja para manutenção do
caráter limpo e renovável da matriz energética brasileira, são incontestáveis. No entanto, este
recurso intitui-se, ainda, como uma fonte de energia dispendiosa, se comparada, por exemplo,
à hidráulica ou de biomassa. A contratação de grandes montantes de energia eólica pode
ocasionar, portanto, impacto a nível tarifário, contrastando com a necessidade de modicidade
tarifária.
Como fatores que agregam maior custo à energia eólica no Brasil, pode se citar os
elevados custos logísticos de implementação dos projetos, relativos a, por exemplo,
precariedade das estradas nordestinas, região que apresenta o maior potencial eólico do país, e
o número restrito de empresas nacionais que oferecem equipamentos associado às restrições
de importação destes. No país, apenas duas empresas apresentam vantagens competitivas
adicionais, referentes a imposto de 14% sobre a importação de aerogeradores, importação
apenas de turbinas eólicas cuja potência seja superior a 1,5 MW e financiamento pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somente concedido a
fabricantes nacionais. Nota-se, assim, que o mercado apresenta barreiras significativas para a
entrada de equipamentos, possibilitando a cobrança de preços elevados pelos que são
produzidos em território nacional.
92
A promoção efetiva das fontes renováveis dar-se-á por mediação de uma nova
política pública que deve ser implantada no Brasil, corrigindo os problemas constatados na
primeira fase do PROINFA e adaptando à realidade brasileira os mecanismos aplicados com
sucesso em outros países. Sendo assim, torna-se indispensável estabelecer medidas legais para
o setor energético condizentes com o desenvolvimento e a estruturação de um mercado
nacional de energias renováveis.
Portaria MME
Cadastramento
Responsabilidade: EPE das Usinas
Análise
Responsabilidade: EPE Preliminar das
Conexões
Estudos de Planejamento
Responsabilidade: EPE da Transmissão
Habilitação
Responsabilidade: EPE Técnica
Divulgação dos
Responsabilidade: Aneel Encargos e
Tarifas
Leilão de
Responsabilidade: Aneel Energia Eólica
A distribuição por tamanho do projeto pode ser feita conforme apresentado na tabela
26, em que a maioria dos parques eólicos cadastrados apresenta potência instalada de 25 MW
a 50 MW. As centrais geradores de grande porte, cuja potência instalada excede 100 MW,
compreendem a apenas 1,36% do número total e a 806 MW de capacidade.
Em informe à imprensa, a EPE divulgou preço teto inicial de 189,00 R$/MWh para o
LER e a habilitação de 339 projetos de geração, 76,8% dos projetos cadastrados. Em
conjunto, os empreendimentos habilitados somam 10.005 MW de capacidade instalada, o que
corresponde a uma vez e meia a potência total do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira,
constituído pelas Usinas Hidrelétricas de Jirau, cuja capacidade instalada é de 3.300 MW, e de
Santo Antônio, de 3.150 MW, instaladas no Estado de Rondônia.
O valor da produção anual média será comparado com o valor anual contratado,
obtendo-se, assim, o saldo anual. As componentes dos saldos anuais positivos que excedem
10% o valor anual contratado são valoradas pelo menor valor entre o preço do contrato, o
Valor de Referência (VR) e o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) médio do ano
anterior. O valor obtido é dividido em doze parcelas iguais que devem ser pagas mensalmente
ao empreendedor no ano seguinte. Em contrapartida, as componentes dos saldos anuais
negativos que excederem os 10% são valoradas ao preço do contrato com um acréscimo de
10%. Assim, o valor resultante é dividido em doze parcelas iguais que são pagas mensalmente
pelo empreendedor no ano seguinte.
Ao final de cada quadriênio, o saldo positivo não excedente a 10% pode ser
repassado para o próximo quadriênio, ou, por preferência do empreendedor, ser valorado pelo
menor valor entre o preço do contrato, o VR e o PLD médio do quadriênio que está se
encerrando, e o valor obtido ser dividido em doze parcelas iguais que são pagas mensalmente
ao empreendedor no ano seguinte. De mesma forma, o saldo negativo não excedente a 10% é
valorado ao preço do contrato e o valor resultante é dividido em doze parcelas iguais que
deverão ser pagas mensalmente pelo empreendedor no ano seguinte.
GWh GWh
Brasil 307.487 100,00% 357.531 100,00% 16,28%
Centro-Oeste 16.518 5,37% 20.692 5,79% 25,27%
São Paulo 97.419 31,68% 1 109.148 30,53% 1 12,04%
Minas Gerais 39.088 12,71% 2 45.567 12,74% 2 16,58%
Rio de Janeiro 32.280 10,50% 3 32.394 9,06% 3 0,35%
Rio Grande do
19.876 6,46% 4 24.081 6,74% 4 21,16%
Sul
Paraná 17.204 5,60% 5 21.274 5,95% 5 23,66%
Bahia 15.499 5,04% 6 18.264 5,11% 6 17,84%
Santa Catarina 12.645 4,11% 7 15.724 4,40% 7 24,35%
Pará 10.249 3,33% 8 13.652 3,82% 8 33,20%
Maranhão 8.261 2,69% 9 10.130 2,83% 9 22,62%
Pernambuco 7.623 2,48% 10 8.756 2,45% 10 14,86%
Goiás 6.578 2,14% 12 8.615 2,41% 11 30,97%
Espírito Santo 6.729 2,19% 11 8.022 2,24% 12 19,22%
Ceará 5.916 1,92% 13 6.979 1,95% 13 17,97%
Mato Grosso 3.178 1,03% 16 4.399 1,23% 14 38,42%
Distrito Federal 3.785 1,23% 14 4.310 1,21% 15 13,87%
Amazonas 2.862 0,93% 18 3.924 1,10% 16 37,11%
Rio Grande do
2.750 0,89% 19 3.734 1,04% 17 35,78%
Norte
Alagoas 3.400 1,11% 15 3.602 1,01% 18 5,94%
Mato Grosso do
2.977 0,97% 17 3.368 0,94% 19 13,13%
Sul
Paraíba 2.588 0,84% 20 3.279 0,92% 20 26,70%
Sergipe 2.190 0,71% 21 2.663 0,74% 21 21,60%
Piauí 1.506 0,49% 22 1.670 0,47% 22 10,89%
Rondônia 1.067 0,35% 23 1.524 0,43% 23 42,83%
Tocantins 723 0,24% 24 964 0,27% 24 33,33%
Amapá 438 0,14% 25 601 0,17% 25 37,21%
Acre 352 0,11% 26 505 0,14% 26 43,47%
Roraima 304 0,10% 27 382 0,11% 27 25,66%
Elaboração: SEPLAN-GO/ SEPIN/ Gerência de Estatística Socioeconômica – 2008.
Figura 38 – Centrais elétricas que compõem os Sistemas Isolados (situação em outubro de 2003).
(Fonte: ANEEL, 2008, apud Atlás de Energia Elétrica do Brasil, 2008).
104
O BIG, cujos dados são divulgados pela ANEEL, fornece dados relativos à geração
de energia elétrica divididos por Estado da federação. Segundo o Banco, de toda a capacidade
instalada no país, de 105.587.975,15 kW, o Estado de Goiás contribui com 8,31%,
representando 8.787.911,60 kW, dividida entre 62 empreendimentos. Estima-se uma adição
de 2.369.018 kW na capacidade de geração do Estado, proveniente de 17 cometimentos em
construção e 23 outorgados. Estas informações estão expressas na tabela 29. Observa-se que o
Estado de Goiás não dispõe de unidades geradoras e projetos no setor de energia eólica.
105
Empreendimentos em Operação
Tipo Quantidade Potência (kW) %
CGH 11 5.371 0,06%
PCH 15 225.802 2,57%
UHE 11 8.019.596 91,26%
UTE 25 537.142 6,11%
TOTAL 62 8.787.911 100%
Empreendimentos em Construção
Tipo Quantidade Potência (kW) %
PCH 2 48.000 3,54%
UHE 8 780.500 57,51%
UTE 7 528.700 38,96%
TOTAL 17 1.357.200 100%
Empreendimentos Outorgados entre 1998 e 2004 (não iniciaram sua construção)
Tipo Quantidade Potência (kW) %
CGH 4 3.001 0,30%
PCH 8 146.997 14,53%
UHE 3 233.000 23,03%
UTE 8 628.820 62,15%
TOTAL 23 1.011.818 100%
Legenda
CGH Central Geradora Hidrelétrica
PCH Pequena Central Hidrelétrica
UHE Usina Hidrelétrica de Energia
UTE Usina Termelétrica de Energia
Fonte: BIG, 14/10/2009.
6000
5252
5068
5000 4817
3997
4000
3487
m³/s
3000
2489
1946
2000 1698
1401
1201 1062 1188
1000
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 43 - Vazão natural equivalente do reservatório de Sobradinho com a inserção da energia eólica.
(Fonte: DEWI Magazin, 2001).
3
Termo adotado pelo setor elétrico para identificar a vazão que ocorreria em uma seção do rio, se não houvesse
as ações antrópicas na sua bacia contribuinte — tais como regularizações de vazões realizadas por reservatórios,
desvios de água, evaporações em reservatórios e usos consuntivos (irrigação, criação animal e abastecimentos
urbano, rural e industrial). A vazão natural é obtida por meio de um processo de reconstituição, que considera a
vazão observada no local e as informações relativas às ações antrópicas na bacia (ONS).
111
O reservatório possui um volume total de 17,0 km³, sendo o volume útil de 12,5 km³.
O nível máximo de armazenamento é de 520,00 m, chegando a 521,20 m no período da cheia,
ou maximorum, sendo que, para operação, o nível deve ser de, no mínimo, 495,00 m. Na
estrutura de concreto, a tomada d’água contém seis comportas, apresentando dimensões de
8,83 m de largura e 12,31 m de altura. O vertedouro possui uma vazão máxima de 16.000
m³/s, sendo seis comportas, cujas dimensões apresentam valores de 15,00 m de largura e 9,00
m de altura (FURNAS).
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
A Usina Hidrelétrica de São Simão, localizada no rio Paranaíba e composta por seis
unidades em operação desde 1978, compreende a capacidade instalada de 1.710 MW,
correspondendo a 21,3% da capacidade instalada de empreendimentos hidráulicos no Estado.
Em 2008, registrou-se recorde de geração com a produção de 12.598,94 MWh, número que
representa a relevância da usina no cenário energético do país. O seu reservatório possui um
volume útil de 5,54 km³. Conforme a concessão expedida pela ANEEL, o nível máximo
operativo apresentado pela usina é de 401,00 m e o nível mínimo operativo é de 390,50 m,
sendo que constitui terreno desapropriado a faixa compreendida entre estas cotas. A barragem
apresenta comprimento total de 3.600,00 m e altura máxima de 127,00 m (CEMIG, 2009).
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
O reservatório possui um volume total de 54,40 km³, sendo o volume útil de 43,25
km³. O nível máximo de armazenamento é de 460,00 m, chegando a 461,50 m no período da
cheia, ou maximorum, sendo que, para operação, o nível deve ser de, no mínimo, 417,30 m.
Na estrutura de concreto, a tomada d’água apresenta três comportas, cuja altura d’água sobre
a soleira é de 61,18 m, apresentando dimensões de 7,65 m de largura e 9,13 m de altura. O
vertedouro possui uma vazão máxima de 15.000 m³/s, sendo cinco comportas, cujas
dimensões são de 15 m de largura, 20,4 m de altura e 19 m de raio. A casa de força, que
114
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Para fim de geração de energia elétrica, a energia primária de uma usina hidrelétrica
corresponde ao potencial disponível para vazões entre 90% e 100% do tempo. Por outro lado,
para caracterização dos períodos de estiagem, considera-se geralmente a permanência de 95%,
que se institui de mesma forma como estimador de energia firme. Dentre as aplicações da
curva de permanência, destaca-se a avaliação econômica de PCHs, a navegação de rios e as
condições de variabilidade ambiental de um rio.
2.500,00
2.000,00
Potência (MWmédio)
1.500,00
1.000,00
500,00
0,00
0 11 23 34 45 56 68 79 90
%
Figura 47 – Curvas de permanência das Usinas Hidrelétricas de Itumbiara, São Simão e Serra da Mesa.
Segundo a Nota Técnica PRE 01/2009-r0, resultante de estudos realizados pela EPE
e pelo MME, o valor numérico do potencial eólico brasileiro deve ser consideravelmente
ampliado em virtude do aumento das torres dos aerogeradores e consequente aumento da
velocidade do vento à altura do eixo do rotor da turbina. Um exemplo disto, que não deve ser
generalizado, mas que será utilizado como parâmetro de referência para este estudo, é a
extrapolação do potencial eólico do Rio Grande do Sul de 15,8 GW, a 50 m de altura, para
115,2 GW, a 100 m de altura. Sabe-se que a potência extraída pela turbina eólica, expressa
pela equação 19, corresponde à velocidade do vento por uma relação direta e cúbica. Sendo
assim, o aumento do potencial eólico apresentado pelo Estado de referência implica em
aumento de 93,9% da velocidade do vento a altura de 50 m, considerando que as demais
variáveis permanecem constantes. Nota-se que o coeficiente de Betz deveria ser apreciado,
mas, por falta de dados relativos à velocidade do vento na região de análise, para este estudo,
foi necessário desconsiderá-lo.
4
Taxa necessária para igualar o valor de investimento com seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa.
5
Valor, no tempo presente, de qualquer valor futuro ou série de pagamentos ou recebimentos futuros.
118
aproximadamente, 6,5 m/s para uma região compreendida aos limites da cidade, como
mostrado na figura 49. Nota-se que o aumento relativo apresentado pela comparação entre
estes dois valores é de 116,7%. Para este estudo, usar-se-á o fator de multiplicação de 3,25,
considerando, portanto, um aumento de 116,7% da velocidade do vento de 10 m para 50 m de
altura e de apenas 50% da velocidade do vento a 50 m para 100 m de altura.
A partir dos dados da tabela 32, pode, por meio de interpolação polinomial, como
mostrado na figura 50, se encontrar o valor da potência gerada para os valores médios
mensais da velocidade determinados. O polinômio de sétimo grau resultante da interpolação é
121
expresso pela equação 24, onde P é a potência gerada, em kW, e u a velocidade do vento, em
m/s. A tabela 33 apresenta os valores da potência para cada valor de velocidade.
2500
y = 0.000686*x7 - 0.0306*x6 + 0.506*x5 - 3.97*x4 + 17*x3 - 30.1*x2 + 16.8*x + 0.16
2000
1500
1000
500
Curva de potência
Polinômio de sétimo grau
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Figura 50 – Gráfico da curva de potência da turbina eólica e interpolação polinomial da curva (MATLAB).
A partir de análise dos dados da tabela 35, determinou-se que o presente estudo
objetivará propor a complementaridade de 2% da geração da Usina Hidrelétrica de Itumbiara,
compreendendo um acréscimo de 60 MW ao sistema interligado nacional de energia elétrica,
com a implementação de trinta turbinas eólicas em região compreendida pelo município de
Morrinhos, em Goiás. A figura 51 mostra a curva de permanência da geração da Usina
124
2.500,00
2.000,00
Potência (MWmédio)
1.500,00
1.000,00
500,00
0,00
0 6 11 17 23 28 34 40 45 51 56 62 68 73 79 85 90 96
%
Complementaridade ITUMBIARA
Localização
do Projeto
climáticos
dos dados
Unidade
Temperatura
Refrigeração
solar diária -
aquecimento
Atmosférica
Velocidade
graus-dias
horizontal
Graus-dia
mensal p/
Radiação
Umidade
do Vento
relativa
Pressão
do Solo
do Ar
Mês
Definido que a turbina eólica será da fabricante ENERCON, modelo E-70, potência
nominal de 2.000 kW e altura da torre de 113 m; que o parque eólico será composto por 30
turbinas, como já citado; e que o fator de utilização será resultante da determinação de 5%
para perdas e de 70% para disponibilidade, a energia elétrica exportada para a rede será como
apresentado pelas tabelas 37, 38, 39, 40 e 41, adaptadas do software RETScreen, em que os
valores de velocidade do vento mensais foram variados conforme apresentado na tabela 35.
Velocidade do Vento Morrinhos Preço eletricidade exportada Eletricidade exportada para rede
Mês
m/s m/s Rs/MWh MWh
Janeiro 8,7 3,0 189,0 12.098
Fevereiro 9,6 3,3 189,0 12.636
Março 8,6 3,0 189,0 12.049
Abril 8,6 2,9 189,0 11.550
Maio 8,6 2,9 189,0 11.997
Junho 8,5 2,9 189,0 11.599
Julho 8,5 2,9 189,0 11.955
Agosto 8,6 2,9 189,0 11.977
Setembro 8,7 3,0 189,0 11.785
Outubro 9,0 3,1 189,0 12.697
Novembro 9,0 3,1 189,0 12.410
Dezembro 9,0 3,1 189,0 12.776
Anual 8,8 3,0 189,0 145.528
Medido a m 100,0 10,0
Fonte: RETScreen.
127
Velocidade do Vento Morrinhos Preço eletricidade exportada Eletricidade exportada para rede
Mês
m/s m/s Rs/MWh MWh
Janeiro 9,1 3,0 189,0 13.086
Fevereiro 10,2 3,3 189,0 13.494
Março 9,1 3,0 189,0 13.042
Abril 9,0 2,9 189,0 12.521
Maio 9,0 2,9 189,0 13.006
Junho 9,0 2,9 189,0 12.585
Julho 9,0 2,9 189,0 12.971
Agosto 9,1 2,9 189,0 12.974
Setembro 9,2 3,0 189,0 12.718
Outubro 9,5 3,1 189,0 13.625
Novembro 9,5 3,1 189,0 13.310
Dezembro 9,5 3,1 189,0 13.710
Anual 9,3 3,0 189,0 157.040
Medido a m 100,0 10,0
Fonte: RETScreen.
Velocidade do Vento Morrinhos Preço eletricidade exportada Eletricidade exportada para rede
Mês
m/s m/s Rs/MWh MWh
Janeiro 9,6 3,0 189,0 13.981
Fevereiro 10,7 3,3 189,0 14.254
Março 9,6 3,0 189,0 13.935
Abril 9,5 2,9 189,0 13.380
Maio 9,5 2,9 189,0 13.898
Junho 9,5 2,9 189,0 13.449
Julho 9,5 2,9 189,0 13.862
Agosto 9,6 2,9 189,0 13.864
Setembro 9,7 3,0 189,0 13.586
Outubro 10,0 3,1 189,0 14.547
Novembro 10,0 3,1 189,0 14.207
Dezembro 10,0 3,1 189,0 14.638
Anual 9,8 3,0 189,0 167.601
Medido a m 100,0 10,0
Fonte: RETScreen.
128
Velocidade do Vento Morrinhos Preço eletricidade exportada Eletricidade exportada para rede
Mês
m/s m/s Rs/MWh MWh
Janeiro 10,1 3,0 189,0 14.847
Fevereiro 11,2 3,3 189,0 14.953
Março 10,1 3,0 189,0 14.809
Abril 10,0 2,9 189,0 14.240
Maio 10,0 2,9 189,0 14.791
Junho 10,0 2,9 189,0 14.314
Julho 10,0 2,9 189,0 14.753
Agosto 10,0 2,9 189,0 14.744
Setembro 10,2 3,0 189,0 14.397
Outubro 10,5 3,1 189,0 15.333
Novembro 10,5 3,1 189,0 14.968
Dezembro 10,5 3,1 189,0 15.429
Anual 10,2 3,0 189,0 177.578
Medido a m 100,0 10,0
Fonte: RETScreen.
Velocidade do Vento Morrinhos Preço eletricidade exportada Eletricidade exportada para rede
Mês
m/s m/s Rs/MWh MWh
Janeiro 10,6 3,0 189,0 15.604
Fevereiro 11,8 3,3 189,0 15.572
Março 10,5 3,0 189,0 15.564
Abril 10,5 2,9 189,0 14.966
Maio 10,5 2,9 189,0 15.546
Junho 10,4 2,9 189,0 15.055
Julho 10,4 2,9 189,0 15.517
Agosto 10,5 2,9 189,0 15.496
Setembro 10,7 3,0 189,0 15.131
Outubro 11,0 3,1 189,0 16.113
Novembro 11,0 3,1 189,0 15.726
Dezembro 11,0 3,1 189,0 16.213
Anual 10,7 3,0 189,0 186.503
Medido a m 100,0 10,0
Fonte: RETScreen.
O preço da eletricidade exportada foi fixado em 189,00 R$/MWh, preço teto inicial
para submissão de lance segundo Edital do Leilão de Contratação de Energia de Reserva
publicado pela ANEEL e aprovado em reunião pública em 10 de novembro de 2009, e os
valores de perdas e disponibilidade foram sugeridos de forma a garantir que o fator de
utilização fosse semelhante ao apresentado pelos Parques Eólicos de Osório, de 30%. A
síntese dos dados é mostrada na tabela 42. A partir destes, pode se observar que a variação do
129
valor de eletricidade exportada para a rede diverge da variação da velocidade do vento, não
constituindo, portanto, relação linear. Além disto, infere-se que o sistema é mais sensível às
variações negativas, se comparado a um mesmo valor de variação, mas positiva, como
mostrado. Nota-se que as variáveis fator de utilização, produção de energia bruta por turbina e
rendimento específico por turbina apresentam, de mesma forma, as variações sofridas pelo
valor de eletricidade exportada.
Produção de Rendimento
Velocidade média Eletricidade Coeficiente de
Fator de Energia Bruta Específico por
anual Exportada para a rede Perdas por
Utilização por Turbina Turbina
Turbina
m/s Variação MWh Variação MWh kWh/m²
8,78 -10% 145.528 -13,17% 27,7% 4.851 0,69 840
9,26 -5% 157.040 -6,30% 29,9% 5.235 0,69 907
9,75 0% 167.601 0,00% 31,9% 5.587 0,69 968
10,24 5% 177.578 5,95% 33,8% 5.919 0,69 1.025
10,73 10% 186.503 11,28% 35,5% 6.217 0,69 1.077
• Investigação de locais
• Power Purchase • Estudo de micro-siting
• Avaliação do potencial Agreement
eólico • Projeto mecânico
• Permissões e aprovações
• Avaliação ambiental • Projeto elétrico
• Direito ao uso da terra
• Projetos preliminares • Projeto de obras civis
• Projeto de
• Detalhamento dos custos financiamento • Orçamentos e contratos
• Relatórios • Suporte legal e contábil • Supervisão de
• Projeto gerencial • Viagens
construção
• Viagens • Outros
• Outros
• Outros
• Fundações
• Turbinas eólicas • Instalação
• Reservas de custo • Construção de vias • Treinamento
• Transporte • Construção de linhas de • Contingências
• Outros transmissão • Outros
• Outros
Categoria de custos iniciais do Fazenda eólica de médio/grande porte Fazenda eólica de pequeno porte
projeto (%) (%)
Estudo de viabilidade <2 1-7
Negociações de desenvolvimento 1-8 4 - 10
Projeto de engenharia 1-8 1-5
Custo de equipamentos 67 - 80 47 - 71
Instalações e infra-estrutura 17 - 26 13 - 22
Diversos 1-4 2 - 15
Fonte: RETSCREEN, 2000 apud Dutra & Tolmasquim (2003).
2
Cturbina = 0,00118 ∗ Pnominal − 2,08 ∗ Pnominal + 3.000 (25)
O valor apresentado não está em total discordância com dados reais e atuais. O custo
referente aos Parques Eólicos de Osório, cujos dados técnicos são mostrados na tabela 45, é
de 3.573,33 R$/kW se considerado percentual de participação dos custos com equipamentos
de 80%, configurado como pior caso para esta análise. Baseando-se nos valores apresentados,
considerar-se-á o custo referente a equipamentos de 3.573,33 R$/kW. Assim sendo, o custo
total relativo ao sistema de produção de eletricidade e às turbinas eólicas será de R$
6
Custo CIF corresponde à totalidade dos custos da turbina eólica no país de origem e dos custos de seguro
(Dutra & Tolmasquim, 2003).
132
214.399.800,00. O custo referente aos equipamentos, conforme apresentado na tabela 43, para
fazendas eólicas de médio/grande porte, como é o caso do estudo proposto de implantação de
trinta turbinas eólicas, varia de 67% a 80% do custo inicial total do empreendimento. Sendo
assim, considerar-se-á três cenários, apreciando custos adicionais iniciais de 20%, 27% e
33%, mostrados na tabela 46.
Localização
Localização: Osório, RS (Brasil)
Altitude Média: 20 m.s.n.m
Aerogeradores
Tecnologia: E-70 E4
Altura do rotor: 100 m
Velocidade do rotor: 10-22 r.p.m.
Diâmetro do rotor: 70 m
Peso total do aerogerador: 915 Ton
Área de varredura: 3.960 m²
Potência nominal: 2 MW
Número de máquinas: 75
Potência Total
Parque Eólico Sangradouro: 50 MW
Parque Eólico Osório: 50 MW
Parque Eólico dos Índios: 50 MW
Produção Estimada 425 GW/ano
Emissões e consumos anuais evitados
Toneladas de petróleo (EPT): 36.550 Ton
Volume de Gás Natural: 41.252.889 m³
CO2 (efeito inverno): 148.325 Ton
Contaminantes (Sox, Nox, poeira e cinzas): 28.325 Ton
Inversão Total 670 Milhões
Fonte: Ventos do Sul.
seguros e profissionais. Estes custos, que podem ser fornecidos pelos fabricantes de turbinas
eólicas, representam a maior parte dos custos despendidos anualmente para manutenção da
central eólica. A previsão para esses valores é feita para o período de vida útil do
equipamento, sendo este de 20 anos.
Custos em O&M
Categoria do Projeto
Parâmetros de Custo Unidade
Barato Médio Caro
Custo de instalação* US$/kW 800 950 1.130
Período de construção meses 6 6 6
Amortização anos 20 20 20
Custos anuais de O&M
Fixos US$/kW 13,50 20,00 27,00
Variáveis US$/MWh 2,00 3,00 4,00
* Considerando ventos de 7 m/s na altura do rotor.
Fonte: Tolmasquim (2004), apud PNE 2030.
Com relação aos custos anuais variáveis de O&M, a equação 27 apresenta a função
linear que os representa. Considerando as gerações anuais referentes às variações de
134
velocidade do vento, como mostrado anteriormente, os custos anuais variáveis serão como
mostrados na tabela 48. Os custos anuais de O&M correspondem aos valores da tabela 49.
Velocidade média anual Eletricidade Exportada para a rede Custo de Instalação Custos anuais variáveis
m/s MWh R$/MWh R$/MWh R$
8,78 145.528 3573,33 16,72 2.433.128,21
9,26 157.040 3573,33 16,72 2.625.600,94
9,75 167.601 3573,33 16,72 2.802.173,61
10,24 177.578 3573,33 16,72 2.968.982,20
10,73 186.503 3573,33 16,72 3.118.202,07
Velocidade média anual Custos anuais fixos Custos anuais variáveis Custos anuais
m/s R$ R$ R$ Variação
8,78 6.767.331,84 2.433.128,21 9.200.460,05 -3,86%
9,26 6.767.331,84 2.625.600,94 9.392.932,78 -1,85%
9,75 6.767.331,84 2.802.173,61 9.569.505,45 0,00%
10,24 6.767.331,84 2.968.982,20 9.736.314,04 1,74%
10,73 6.767.331,84 3.118.202,07 9.885.533,91 3,30%
Nota-se que os custos anuais apresentam menor variação se comparados aos valores
de geração de energia elétrica. Isto dá-se pois os custos anuais fixos, que representam a maior
parcela dos custos anuais, não dependem de valores de geração, mas da capacidade instalada
do parque eólico, de 60.000 kW neste estudo.
Ano
Mês
2006 2007 2008 2009
Janeiro 0,0322 0,0229 0,0584 0,0281
Fevereiro 0,0346 0,0195 0,0668 0,0237
Março 0,0337 0,0195 0,0599 0,0247
Abril 0,0275 0,0197 0,0453 0,0245
Maio 0,0317 0,0161 0,0459 0,0405
Junho 0,0306 0,0256 0,0521 0,0369
Julho 0,0351 0,0310 0,0437 0,0241
Agosto 0,0336 0,0324 0,0425 0,0199
Setembro 0,0383 0,0355 0,0411 0,0162
Outubro 0,0360 0,0377 0,0438
Novembro 0,0265 0,0406 0,0334
Dezembro 0,0280 0,0496 0,0477
Média Anual 0,0323 0,0292 0,0484 0,0265
Fonte: MCT, 2009.
De acordo com documento emitido pela ANEEL, as perdas elétricas são descritas
como apresentado na tabela 51. Nota-se que essas representam 21,75% da energia total
injetada na rede do SIN, sendo que 6,34% correspondem a perdas técnicas, referentes às
características físicas e de geração e transporte de energia elétrica pelas redes de transmissão e
distribuição envolvidas; e 15,41% a perdas não-técnicas, também denominadas comerciais,
associadas a erros de medição e leitura e fraudes e furtos relativos à gestão comercial.
136
Com base nesses valores e considerando o custo de transação dos créditos de gases
de efeito estufa igual a 0%, a tabela 52 apresenta as reduções anuais líquidas de emissões de
gases de efeito estufa, intrinsecamente ligadas à geração de energia elétrica, e o equivalente
em litros de gasolina não consumidos, a título comparativo. Em dado recente, de 24 de agosto
de 2009, o crédito de carbono, relativo à neutralização de uma tonelada de gás carbônico
equivalente, foi cotado em € 12,00, correspondendo a R$ 31,00, no mercado internacional.
50% TJLP
Energia Elétrica - Distribuição¹ 1,3 60
50% TJ-462
¹ A participação máxima do BNDES poderá ser ampliada em 20 pontos percentuais, sendo que o Custo Financeiro da parcela de crédito
referente a este aumento de participação será TJ-462 acrescido de remuneração básica de 2,5% a.a. Caso a operação seja feita de forma direta
ou indireta não-automática, o Custo Financeiro desta parcela adicional poderá ser Cesta acrescido de Remuneração Básica de 2,5% a.a.
² Taxa de Juros de Longo Prazo.
³ Taxa de Juros Medida Provisória 462 = TJLP + 1,0% a.a.
Fonte: BNDES.
Taxa de Juros = Custo Financeiro + Remuneração Básica do BNDES + Taxa de Risco de Crédito (28)
Definida como o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES, a TJLP é
determinada a partir da meta de inflação calculada proporcionalmente para os doze meses
seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, baseada nas metas anuais fixadas pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN); e do prêmio de risco. A tabela 54 mostra a evolução
dos valores da TJLP, destacando-se o valor referente ao período de estudo de 6% a.a. A partir
dos valores mostrados, infere-se que a taxa de juros da dívida será de 10,47% a.a.
140
Ano
Período
2006 2008 2007 2009
% a.a.
Janeiro a Março 9,00 6,50 6,25 6,25
Abril a Junho 8,15 6,50 6,25 6,25
Julho a Setembro 7,50 6,25 6,25 6,00
Outubro a Dezembro 6,85 6,25 6,25 6,00
Fonte: BNDES.
Segmentos Distribuição
Geração
Hídrica (UHEs) com capacidade instalada igual ou superior a 1.000 MW 20 anos
Hídrica (UHEs) com capacidade instalada superior a 30 MW e inferior a 1.000 MW 16 anos
Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs 14 anos
Eólica 14 anos
Termelétrica, Co-geração a Gás e Bioeletricidade 14 anos
Transmissão 14 anos
Distribuição 6 anos
Fonte: BNDES.
Para esta análise, não será considerada a incidência do imposto de renda em virtude
da escassez de dados referentes a tributação deste tipo de empreendimento no Estado de
Goiás. No entanto, para um estudo de viabilidade, esta análise é imprescindível, já que,
dependendo do valor do imposto de renda, este pode inviabilizar a implementação do projeto.
141
A taxa de indexação sobre a eletricidade exportada a ser considerada será igual a taxa
de inflação, de 4,5% a.a., e a receita resultante será calculada com base nos dados de geração,
formulados pelo software, e de custo do MWh, fixado em R$ 189,00, como citado
anteriomente. Para esta análise, não será considerada a receita pela redução de gases de efeito
estufa pois, em decorrência da instabilidade financeira recorrente ao final de 2008 e início de
2009, o custo do crédito de carbono foi consideravelmente reduzido, se comparado ao ano de
2008. No entanto, ressalta-se que esta receita, em função do alto custo com O&M, não
representa grande variação do fluxo de caixa.
próprio inferior a este valor foram consideradas inviáveis, apresentando VPL e economia
anual no ciclo de vida negativos e custo de geração superior ao determinado, de 189,00
R$/MWh.
Dos resultados, pode ser concluído que, para estas características de projeto, o
empreendimento não seria viável se a velocidade do vento variasse em -10% e -5%. Em
ambos os casos, os resultados demonstram que, na melhor das hipóteses, em que os custos
adicionais iniciais representam 20% do total de custos de investimento e a aplicação seria
feita com capital próprio, ou seja, a razão da dívida seria 0%, as taxas internas de retorno
mostraram-se inferiores à taxa mínima de atratividade, apresentando valores de 7,8% a.a. e
9% a.a.; os valores dos VPLs seriam negativos, de -R$ 29.056.823 e -R$ 3.167.796; a
economia anual no ciclo de vida também apresentaria valores negativos, de -R$ 3.219.446 e -
R$ 350.986; e os custos de geração de energia elétrica seriam maiores do que o inicialmente
proposto, sendo de 204,30 R$/MWh e 190,55 R$/MWh.
Já, se a velocidade do vento não sofresse variação, concluiu-se que o projeto torna-se
viável se os custos adicionais iniciais representarem 20% do total de custos de investimento,
conforme mostrado na tabela 56. O fluxo de caixa cumulativo (R$) da melhor alternativa, em
que se investe capital próprio, em função do ano, é apresentado na figura 54.
Algumas observações podem ser feitas a partir dos dados apresentados. Inicialmente,
nota-se que a TIR é muito próxima a taxa de desconto sugerida, variando, no máximo, 1 ponto
percentual. Esta pequena variação pode ocasionar inviabilidade do projeto, pois se deve
analisar se este pequeno retorno recompensa o risco do empreendimento. Pode se observar
também que o tempo de retorno, seja simples ou do capital próprio, compreende a mais da
metade do tempo de vida útil do empreendimento, de 20 anos, e que o custo de geração de
energia elétrica é muito próximo ao determinado. Ressalta-se, então, que o preço sugerido é o
preço teto do leilão de energia eólica, que este deve ser reduzido durante o processo de leilão
e que, em virtude disto, essas opções podem se tornar inviáveis.
Limite 9,16 %
Custos iniciais Rs
O&M 241.199.775 254.599.763 267.999.750 281.399.738 294.799.725
Rs -10% -5% 0% 5% 10%
8.612.555 -10% 12,0% 11,3% 10,6% 10,0% 9,4%
9.091.030 -5% 11,7% 11,0% 10,3% 9,7% 9,2%
9.569.505 0% 11,4% 10,7% 10,1% 9,5% 8,9%
10.047.981 5% 11,1% 10,4% 9,8% 9,2% 8,6%
10.526.456 10% 10,8% 10,2% 9,5% 8,9% 8,4%
Custos iniciais Rs
Preço eletricidade exportada 241.199.775 254.599.763 267.999.750 281.399.738 294.799.725
Rs/MWh -10% -5% 0% 5% 10%
170,10 -10% 9,5% 8,8% 8,2% 7,6% 7,1%
179,55 -5% 10,5% 9,8% 9,2% 8,6% 8,0%
189,00 0% 11,4% 10,7% 10,1% 9,5% 8,9%
198,45 5% 12,4% 11,6% 10,9% 10,3% 9,7%
207,90 10% 13,3% 12,5% 11,8% 11,2% 10,6%
Fonte: RETScreen.
Limite 10 ano
Custos iniciais Rs
O&M 241.199.775 254.599.763 267.999.750 281.399.738 294.799.725
Rs -10% -5% 0% 5% 10%
8.612.555 -10% 8,4 8,8 9,2 9,6 10,0
9.091.030 -5% 8,6 9,0 9,4 9,8 10,1
9.569.505 0% 8,7 9,1 9,5 9,9 10,3
10.047.981 5% 8,9 9,3 9,7 10,1 10,5
10.526.456 10% 9,1 9,5 9,9 10,3 10,7
Custos iniciais Rs
Preço eletricidade exportada 241.199.775 254.599.763 267.999.750 281.399.738 294.799.725
Rs/MWh -10% -5% 0% 5% 10%
170,10 -10% 9,9 10,4 10,8 11,2 11,6
179,55 -5% 9,3 9,7 10,1 10,5 10,9
189,00 0% 8,7 9,1 9,5 9,9 10,3
198,45 5% 8,3 8,6 9,0 9,4 9,7
207,90 10% 7,8 8,2 8,5 8,9 9,2
Fonte: RETScreen.
148
Limite 0 Rs
Custos iniciais Rs
O&M 241.199.775 254.599.763 267.999.750 281.399.738 294.799.725
Rs -10% -5% 0% 5% 10%
8.612.555 -10% 59.875.676 46.475.689 33.075.701 19.675.714 6.275.726
9.091.030 -5% 53.629.708 40.229.721 26.829.733 13.429.746 29.758
9.569.505 0% 47.383.740 33.983.753 20.583.765 7.183.778 -6.216.210
10.047.981 5% 41.137.772 27.737.785 14.337.797 937.810 -12.462.178
10.526.456 10% 34.891.804 21.491.817 8.091.829 -5.308.158 -18.708.146
Custos iniciais Rs
Preço eletricidade exportada 241.199.775 254.599.763 267.999.750 281.399.738 294.799.725
Rs/MWh -10% -5% 0% 5% 10%
170,10 -10% 6.033.453 -7.366.535 -20.766.522 -34.166.510 -47.566.497
179,55 -5% 26.708.597 13.308.609 -91.378 -13.491.366 -26.891.353
189,00 0% 47.383.740 33.983.753 20.583.765 7.183.778 -6.216.210
198,45 5% 68.058.884 54.658.896 41.258.909 27.858.921 14.458.934
207,90 10% 88.734.028 75.334.040 61.934.053 48.534.065 35.134.078
Fonte: RETScreen.
Apesar dos benefícios, o recurso eólico intitui-se como fonte de energia dispendiosa,
podendo ocasionar, em decorrência de contratação de grandes montantes de energia, impacto
a nível tarifário, em contraposição à necessidade de modicidade das tarifas. Infere-se,
portanto, a inevitabilidade da formação de políticas públicas de concessão de crédito a
projetos inovadores e de desoneração tributária da cadeia produtiva. Ainda, deve se fomentar
a concorrência e criar condições de contestabilidade da indústria de aerogeradores, que
representa obstáculo por não se configurar, no Brasil, como setor sólido e, mesmo assim,
atender a índices de nacionalização. Os resultados do Leilão de Contratação de Energia de
Reserva específico para contratação de energia eólica indicarão a tendência do setor eólico no
país e a propensão de expansão do mesmo.
Conclui-se, com base nos estudos, que a eletricidade exportada para a rede apresenta
variação distinta da efetuada para a velocidade do vento. Mostrou-se que o sistema de geração
é mais sensível às variações negativas da velocidade, compreendendo maior diferenciação
neste sentido. Com relação ao custo anual, referente a operação e manutenção, infere-se que o
custo anual fixo relaciona-se com o valor de potência instalada do parque e que o custo anual
variável refere-se à potência efetiva gerada. Assim sendo, o custo anual apresenta menor
variação, se comparado à variação da velocidade do vento, pois o custo fixo é o mesmo para
todas as possibilidades de velocidade e representa maior percentual do custo total. Por outro
lado, a redução anual líquida de emissões de gases de efeito estufa apresenta mesmas
variações observadas para a eletricidade exportada.
Denota-se que a opção por não considerar incentivos e subsídios para a análise
incorreu em obstáculo para a viabilização do projeto. Sabe-se que, apesar de o Governo
Federal não corroborar de forma efetiva com incentivos e subsídios e não estabelecer um
marco regulatório nacional para o setor de energia eólica, esta deve ser a tendência a ser
adotada até que se constitua um mercado inveterado. O imposto de renda também configura-
se como parâmetro determinante dos estudos de viabilidade, porém, não foi considerado por
falta de dados.
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PAIVA, Thais N. De S.; SOUZA, Sandro C. Sistemas de MDL e o status dos projetos
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WWEA – World Wind Energy Association. World Wind Energy Report 2008. Alemanha:
WWEA, 2009. 16 p.
APÊNDICE A
Síntese dos preços praticados em Goiás, para o período de janeiro de 2007 a novembro de
2009 e para três tipos de combustível (óleo diesel, gasolina c e álcool hidratado)
Ano Norma Data Meta Banda Limites Inferior e Superior Inflação Efetiva
Dia Mês
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
1 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65
2 13,67 12,66 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65
3 12,66 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
4 12,66 12,66 10,16 10,16 8,65 8,65 8,65
5 13,66 12,66 12,66 10,16 10,16 8,65 8,65 8,65
6 13,66 12,66 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
7 13,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65
8 13,66 11,16 10,16 10,16 9,16 8,65 8,65
9 13,66 12,66 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
10 12,66 12,66 10,15 9,16 8,65 8,65 8,65
11 12,66 12,66 10,16 8,65 8,65 8,65
12 13,66 12,66 11,16 10,15 9,16 8,65 8,65
13 13,66 12,66 11,16 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
14 13,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
15 13,66 11,16 10,16 9,16 9,16 8,65 8,65
16 13,66 12,66 11,16 11,16 9,16 9,16 8,65 8,65 8,65
17 12,66 11,16 11,16 9,16 9,16 8,65 8,65 8,65
18 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
19 13,66 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
20 13,65 12,66 11,16 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
21 13,65 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
22 12,65 11,16 10,16 9,16 9,15 8,65 8,65
23 12,66 11,16 11,16 9,16 8,66 8,65 8,65 8,65
24 11,16 11,16 9,16 8,66 8,65 8,65 8,65
25 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
26 12,65 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65
27 12,66 12,66 11,16 11,16 10,16 8,66 8,65 8,65
28 12,66 11,16 10,16 8,65 8,65 8,65 8,65
29 12,66 11,15 10,16 9,16 8,66 8,65 8,65
30 12,66 11,16 10,16 9,16 8,65 8,65 8,65
31 11,16 8,65 8,65
13,66 12,66 11,16 11,16 10,16 9,16 9,16 8,65 8,65 8,65 8,65
Mediana
9,16
Fonte: Banco Central do Brasil (25/11/2009).
ANEXO A
Direito de usar ou dispor do local a ser Entrega obrigatória no ato do Portaria MME
Anexo 7_Direito Uso
destinado à EOL cadastramento na EPE. 21/2008
Anexo 10_Declaração Declaração de não Participação da Deverá ser apresentada em até 45 dias Portaria MME
não Participação Entidade Certificadora antes da data de realização do Leilão. 211/2009
Especificações Técnicas
Família E-70
Diâmetro do Rotor 71 m
Altura do eixo do Rotor 64-113 m (torre tubular em concreto ou aço e diferentes fundações)
Número de pás 3 m²
Eixo Rígido
Sistemas de frenagem
Freio de rotor