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A Declaração de Savoy (cujo nome completo é A Declaration of the Faith and Order
owned and practiced in the Congregational Churches in England), é uma declaração e
um padrão doutrinário elaborado no ano de 1658 por uma assembléia de cerca de
duzentos Cristãos de cento e vinte diferentes congregações, reunidos para este fim por
doze dias - de 29 de Setembro à 12 de Outubro, no palácio de Savoy - Londres,
Inglaterra. Tal assembléia fora planejada pelo piedoso Lorde Protetor da Inglaterra,
Oliver Cromwell (e especialmente desejada pelos adeptos do Congregacionalismo, os
quais desejavam uma oportunidade pública de defenderem-se das acusações de sisma e
novidade teológica), tendo sido evocada por seu Secretário de Estado, após cinco anos
de estudos na Escritura por parte dos mais diversos teólogos, sob ordens de Lorde
Cromwell, e após uma extensa e intensa aplicação dos princípios bíblicos ao Governo,
com o objetivo de evitar divisões e contendas no seio do Protestantismo Reformado e
promover a liberdade de consciência religiosa para aqueles que professassem alguma
forma de cristianismo clássico e ortodoxo que não contradissesse as mais basilares
doutrinas da Fé. Ademais, era necessário finalizar o trabalho que havia sido iniciado
pela Assembléia de Westminster, para proporcionar um padrão claro e firme de Fé que
produzisse unidade na Igreja Cristã, especialmente entre os Puritanos de todo o mundo.
É notável que durante este tempo em que Cromwell implementou medidas diversas para
garantir a liberdade para o culto Cristão de diferentes convicções doutrinárias, jamais
houve intenção ou tentativa de permitir total liberdade de culto – a política era
organizada de tal forma que impedisse a desobediência civil e, ao mesmo tempo, a
proliferação de danosas heresias como o papismo ou o socianismo. Após todas estas
observações destaco que para se ter uma boa compreensão da Declaração de Savoy é
absolutamente necessário considerar este contexto histórico e, nisto, o objetivo político
e social contíguo ao objetivo teológico desta coleção de artigos de fé.
“Ao esboçar esta nossa confissão de fé, nós tivemos a nossa frente os artigos de
religião aprovados e analisados por ambas Casas do Parlamento, após consulta com
uma Assembléia de Teólogos chamados por eles para este propósito [n.t.: a Confissão
de Fé de Westminster]. Àquela confissão, pela substância da mesma, nós plenamente
aprovamos, assim como nossos irmãos na Nova Inglaterra, e as igrejas da Escócia
também, como estas testificaram em seus sínodos gerais.
...
Umas poucas coisas acrescentamos para obstar a algumas opiniões errôneas que tem
sido muito mais ampla e fortemente mantidas nos tempos mais recentes do que o foram
em tempos passados; e fizemos algumas outras adições e alterações aqui e ali, e
algumas explanações mais claras, conforme achamos ocasião.
...
Nós nos esforçamos todo o tempo para nos ater aquelas verdades em nossa confissão,
que são mais propriamente chamadas matéria de fé; e aquilo que pertence a ordem
eclesiástica nós dispusemos em certas proposições em separado
...
Como nossos Irmãos, os Ministros de Londres, esboçaram e publicaram suas opiniões
e apreensões sobre o Governo da Igreja em um inteiro Sistema; assim nós damos
semelhante testemunho público de nossas Consciências, e das Regras pelas quais nós
temos guiado nossa prática até então; as quais nós aqui esboçamos, e apresentamos.
Pelo que se demonstrará quão somos, muito ou pouco, diferentes nestas coisas em
relação a nossos Irmãos Presbiterianos.
E nós confiamos que aqui não há causa justa para que algum homem, tanto por
diferirmos do atual acordo, o que fazemos por uma questão de Consciência e não por
desdém, quanto por diferirmos uns dos outros, não sendo voluntariosos, possa acusar
qualquer de nós com odiosa reprovação chamando-nos sismáticos. E, em verdade, se
não fora por diferirmos do que foi estabelecido pelo Estado, muito menos seria pelo
que diferimos de nossos irmãos, sendo nossas diferenças em pequenas coisas, e
circunstâncias apenas, como eles mesmos reconhecem.”
Assim, em Savoy estava dado o primeiro passo para reconciliar e unir os Puritanos da
Nova Inglaterra, os Presbiterianos e os Congregacionais Cromwellianos sob a mesma e
antiga bandeira do Puritanismo Não-Conformista, sob a Fé Bíblica que nada renega da
Escritura, mas que plenamente se submete a nossa única e verdadeira Regra de Fé;
tarefa e desejo de união que foi perseguida por John Owen até o fim de sua vida (com
monumentais avanços após Savoy, conforme registrado em seus sermões e escritos),
herdado por Jonathan Edwards (que tão bem expressou tal anseio em obras como Uma
Humilde Tentativa de Promover Concordância e União entre o Povo de Deus...) e,
hoje, legado a nós, para que trabalhemos pela visível cooperação e união de todos os
que professam as doutrinas dantes professadas pelos amados Puritanos, esforçando-nos
para, pela Escritura, acomodarmos nossas visões e servirmos conjuntamente ao
Majestoso e Soberano Deus, que pela Graça salvou-nos de nossos pecados em Cristo
Jesus.
Fontes
SCHAFF, Philip (Ed). Creeds of Christendom, with a History and Critical Notes, sixth edition revised and enlarged
(Haper & Brothers, 1877), pp. 614-617.
Vd. FRASER, Antonia , Oliver Cromwell, Uma Vida (São Paulo: Record, 2000), p. 400.