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O que é a Declaração de Savoy?

A Declaração de Savoy (cujo nome completo é A Declaration of the Faith and Order
owned and practiced in the Congregational Churches in England), é uma declaração e
um padrão doutrinário elaborado no ano de 1658 por uma assembléia de cerca de
duzentos Cristãos de cento e vinte diferentes congregações, reunidos para este fim por
doze dias - de 29 de Setembro à 12 de Outubro, no palácio de Savoy - Londres,
Inglaterra. Tal assembléia fora planejada pelo piedoso Lorde Protetor da Inglaterra,
Oliver Cromwell (e especialmente desejada pelos adeptos do Congregacionalismo, os
quais desejavam uma oportunidade pública de defenderem-se das acusações de sisma e
novidade teológica), tendo sido evocada por seu Secretário de Estado, após cinco anos
de estudos na Escritura por parte dos mais diversos teólogos, sob ordens de Lorde
Cromwell, e após uma extensa e intensa aplicação dos princípios bíblicos ao Governo,
com o objetivo de evitar divisões e contendas no seio do Protestantismo Reformado e
promover a liberdade de consciência religiosa para aqueles que professassem alguma
forma de cristianismo clássico e ortodoxo que não contradissesse as mais basilares
doutrinas da Fé. Ademais, era necessário finalizar o trabalho que havia sido iniciado
pela Assembléia de Westminster, para proporcionar um padrão claro e firme de Fé que
produzisse unidade na Igreja Cristã, especialmente entre os Puritanos de todo o mundo.
É notável que durante este tempo em que Cromwell implementou medidas diversas para
garantir a liberdade para o culto Cristão de diferentes convicções doutrinárias, jamais
houve intenção ou tentativa de permitir total liberdade de culto – a política era
organizada de tal forma que impedisse a desobediência civil e, ao mesmo tempo, a
proliferação de danosas heresias como o papismo ou o socianismo. Após todas estas
observações destaco que para se ter uma boa compreensão da Declaração de Savoy é
absolutamente necessário considerar este contexto histórico e, nisto, o objetivo político
e social contíguo ao objetivo teológico desta coleção de artigos de fé.

A Declaração de Savoy foi constituída em três divisões: um prefácio, uma Confissão de


Fé (com vinte e dois capítulos) e um modelo de ordem eclesiástica (composto de trinta
itens). Foram eleitos seis teólogos como representantes para compor a comissão de
redação da obra: Thomas Goodwin, John Owen, Philip Nye, William Bridge, Joseph
Caryl e William Greenhil. Dentre estes destacam-se John Owen (considerando por
muitos como um dos três maiores teólogos Reformados de toda a História, ao lado de
Jonathan Edwards e João Calvino), que servira como capelão de Cromwell e vice-
chanceler da Universidade de Oxford; e Thomas Goodwin, considerado como o mais
claro e habilidoso escritor dentre os Puritanos. Ainda, o também renomado puritano
John Howe contribuiu notavelmente na elaboração dos textos e nas discussões, ainda
que não tenha sido eleito para a comissão representante.

Quando comparada com a Confissão de Fé de Westminster, as mais notáveis diferenças


são:

1) Um capítulo inteiro, chamado “do Evangelho e da Extensão da Grança do


mesmo” existe em Savoy, após o capítulo IX, e não existe em Westminster (o
capítulo IX, tanto na Confissão de Westminster quanto em Savoy, é intitulado “a
Lei de Deus”) .

2) O item IV do capítulo XX da Confissão de Westminster (a saber, “da liberdade


Cristã e da liberdade de consciência”) não possui correspondente em Savoy, e o
assunto ali tratado em Westminster foi apresentado de forma similar no item 3
do capítulo XXIV da Declaração de Savoy, exceto pela eliminação da referência
sobre censuras eclesiásticas constante na Confissão de Westminster.

3) Os itens 5 e 6 do capítulo XXIV da Confissão de Westminster (a saber, “do


Matrimônio e do Divórcio”), não possuem equivalente em Savoy. Estes itens
tratavam das licitudes para anulação do casamento e para o divórcio.

4) O capítulo XXVI da Declaração de Savoy foi elaborado para evitar dubiedades


existentes em Westminster e explanar mais claramente o conceito de uma Igreja
Invisível e Universal, não institucional. Além disto, este capítulo de Savoy traz
um pequeno esquema de uma escatologia otimista, algo totalmente ausente de
Westminster.

5) Os capítulos XXX , chamado “Das Censuras Eclesiásticas”, e XXXI, chamado


“Dos Sínodos e Concílios” não possuem par em Savoy, o que foi feito para que:
não houvesse sanção ou prejuízo às diferentes formas de governo encontradas
nas igrejas reformadas; não houvesse mais acusações específicas de sisma e
insubordinação contra os congregacionalistas e houvesse uma posterior
elaboração de uma plataforma de Governo firmada na Escritura que trouxesse
mais paz e colaboração entre todos os não-conformistas, fossem adeptos de
algum tipo de presbiterianismo ou de alguma forma congregacional.

Em todas estas diferenças destaca-se o desígnio da Declaração de Savoy em promover


união e cooperação entre diferentes igrejas, sem, no entanto, negociar a Verdade da
Escritura. Sobretudo, conforme o entendimento típico do puritanismo, havia o temor de
que a Declaração se tornasse um instrumento de institucionalização da igreja ou a fonte
(ou mesmo uma base legal) para tensões e jogos políticos. Este fora, inclusive, o maior
motivo pelo qual Cromwell relutou por algum tempo em liberar a elaboração de tal
documento – sabiamente o Lorde Protetor aguardava a conjuntura adequada para evitar
tais ameaças, que não só perturbariam a paz do reino mas, o que é infinitamente pior,
transtornariam a Igreja com contendas e atrairia para ela toda sorte de hipócritas.

Assim, considerando a situação histórica e os conhecidos posicionamentos dos seus


redatores, é um erro considerar-se que Savoy é uma mera adaptação de Westminster para
proselitismo congregacional ou mesmo uma versão congregacionalista da antiga
confissão. Segundo John Owen e Joseph Caryl registram em seus escritos e, segundo o
que a História daquele período registra, a elaboração de Westminster fora interrompida
por agitações e guerras (que comprovam tão bem a denúncia que a própria Confissão
faz sobre o terrível estado pecaminoso em que se encontra a humanidade decaída; digo
isto, mais exatamente, me referindo à decapitação do Rei Carlos I em 1649, por obra da
invasão do exército de Cromwell), o que levou os documentos da Assembléia a jamais
se tornarem oficiais na Igreja Estatal Inglesa; no entanto, diz-se nos, os padrões de
Westminster foram divulgados por todo o mundo no forma como estavam e
encontraram (pela excelência advinda da especial iluminação e graça com que o Espírito
visitou seus elaboradores), guarida em diversas igrejas de toda a Terra. No entanto,
certas pendências foram deixadas por ocasião da interrupção do processo iniciado na
Assembléia de Westminster, pendências como a presença de pontos por demais
restritivos à almejada liberdade religiosa e uma certa dubiedade em alguns trechos –
dubiedade esta que, na época da elaboração de Savoy, já levava alguns homens ao
sectarismo e a imaginarem doutrinas que nunca foram intentadas pelos santos homens
de Westminster. Deste modo, sob o Governo de Cromwell, o processo de elaboração da
Confissão de Fé foi retomado, agora não mais com vistas a uma Igreja Estatal mas,
segundo a teoria denominacional de Jeremiah Burrough (teoria já sob estudo há alguns
anos, segundo proposta apresentada desde a Assembléia de Westminster), para produzir
uma unidade espiritual (em lugar de uma unidade institucional) entre todas as
congregações da Inglaterra, ainda que estas congregações fossem um pouco díspares em
assuntos circunstanciais. Esta é a origem das diferenças entre Westminster e Savoy:
tudo o que fugia ao coração da Fé e poderia ser considerado como questão de
consciência e interpretação da Escritura ou questão de ordem e disciplina foi removido;
não por discordância ou erro, mas para promover liberdade e tolerância dentro dos
limites da Escritura e para prover oportunidade de uma mais detalhada elaboração sobre
estes assuntos. Logo, Savoy estabelece Westminster e reafirma o puritanismo calvinista
como vero padrão da Igreja - em nada uma destas confissões contradiz a outra, mas,
quanto a Fé e a piedade, se complementam. Intensão e matéria esta que é por demais
clarificada no prefácio da edição original de Savoy, onde figuram as seguintes
afirmações:

“Ao esboçar esta nossa confissão de fé, nós tivemos a nossa frente os artigos de
religião aprovados e analisados por ambas Casas do Parlamento, após consulta com
uma Assembléia de Teólogos chamados por eles para este propósito [n.t.: a Confissão
de Fé de Westminster]. Àquela confissão, pela substância da mesma, nós plenamente
aprovamos, assim como nossos irmãos na Nova Inglaterra, e as igrejas da Escócia
também, como estas testificaram em seus sínodos gerais.
...
Umas poucas coisas acrescentamos para obstar a algumas opiniões errôneas que tem
sido muito mais ampla e fortemente mantidas nos tempos mais recentes do que o foram
em tempos passados; e fizemos algumas outras adições e alterações aqui e ali, e
algumas explanações mais claras, conforme achamos ocasião.
...
Nós nos esforçamos todo o tempo para nos ater aquelas verdades em nossa confissão,
que são mais propriamente chamadas matéria de fé; e aquilo que pertence a ordem
eclesiástica nós dispusemos em certas proposições em separado
...
Como nossos Irmãos, os Ministros de Londres, esboçaram e publicaram suas opiniões
e apreensões sobre o Governo da Igreja em um inteiro Sistema; assim nós damos
semelhante testemunho público de nossas Consciências, e das Regras pelas quais nós
temos guiado nossa prática até então; as quais nós aqui esboçamos, e apresentamos.
Pelo que se demonstrará quão somos, muito ou pouco, diferentes nestas coisas em
relação a nossos Irmãos Presbiterianos.
E nós confiamos que aqui não há causa justa para que algum homem, tanto por
diferirmos do atual acordo, o que fazemos por uma questão de Consciência e não por
desdém, quanto por diferirmos uns dos outros, não sendo voluntariosos, possa acusar
qualquer de nós com odiosa reprovação chamando-nos sismáticos. E, em verdade, se
não fora por diferirmos do que foi estabelecido pelo Estado, muito menos seria pelo
que diferimos de nossos irmãos, sendo nossas diferenças em pequenas coisas, e
circunstâncias apenas, como eles mesmos reconhecem.”

Assim, em Savoy estava dado o primeiro passo para reconciliar e unir os Puritanos da
Nova Inglaterra, os Presbiterianos e os Congregacionais Cromwellianos sob a mesma e
antiga bandeira do Puritanismo Não-Conformista, sob a Fé Bíblica que nada renega da
Escritura, mas que plenamente se submete a nossa única e verdadeira Regra de Fé;
tarefa e desejo de união que foi perseguida por John Owen até o fim de sua vida (com
monumentais avanços após Savoy, conforme registrado em seus sermões e escritos),
herdado por Jonathan Edwards (que tão bem expressou tal anseio em obras como Uma
Humilde Tentativa de Promover Concordância e União entre o Povo de Deus...) e,
hoje, legado a nós, para que trabalhemos pela visível cooperação e união de todos os
que professam as doutrinas dantes professadas pelos amados Puritanos, esforçando-nos
para, pela Escritura, acomodarmos nossas visões e servirmos conjuntamente ao
Majestoso e Soberano Deus, que pela Graça salvou-nos de nossos pecados em Cristo
Jesus.

Fonte: Igreja Congregacional Kalleyana – www.igrejakalleyana.wordpress.com www.jardimclonal.blogspot.com


A Igreja Kalleyana, fundada em 2008 por dissidentes da UIECB que desejavam uma reaproximação com a
herança teológica Puritana e Congregacionalista de Robert Reid Kalley, é a única denominação no Brasil que
subscreve plenamente a Declaração de Savoy.

Fontes

REINER, Peter Toon. Puritans and Calvinism

SCHAFF, Philip (Ed). Creeds of Christendom, with a History and Critical Notes, sixth edition revised and enlarged
(Haper & Brothers, 1877), pp. 614-617.

Vd. FRASER, Antonia , Oliver Cromwell, Uma Vida (São Paulo: Record, 2000), p. 400.

PACKER, J. I. Entre os Gigantes de Deus (São Paulo: FIEL, 1996)

Declaração de Savoy – Edição Kalleyana (Casa Publicadora Kalleyana, 2010)

Harmonia da Fé Puritana (Casa Publicadora Kalleyana, 2010)

OWEN, JOHN. True Nature of a Gospel Church (1689)

OWEN, JOHN. Duty of Pastors and People Distinguished (1643)

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