Controle: Nmero 6 HOBSBAWM, E. A Era do Capital. Captulo 2: A Grande Expanso. Hobsbawm inicialmente ressalta que a transformao econmica mais expressiva do sculo XIX se deu entre 1848 e 1870. Na dcada de 1840 pairou um clima de dvida a respeito do desenvolvimento do capitalismo, contudo este persistiu e alguns pases europeus atingiram, nas dcadas seguintes, status de economias industriais. Exportaes e o emprego de mquinas cresceram na Inglaterra, capitais circularam, taxas de lucro subiram e o custo de vida subiu sem que houvesse revoltas, pois o desemprego no era alto e aumentos salariais necessrios foram concedidos satisfatoriamente. Consequentemente, os grupos revolucionrios perderam fora e a poltica pde desfrutar de estabilidade. Estes fatos foram muito importantes para a prosperidade das monarquias e dos principados restaurados. Entretanto, ocorreu mais uma depresso econmica global entre 1857 e 1858, que revitalizou as reivindicaes e movimentos polticos, como por unificao na Alemanha e na Itlia, desta vez ancorados em ideais liberais e no revolucionrios. Ainda assim, o progresso do capitalismo e da indstria continuou a prevalecer em seguida e foi demonstrado atravs da construo monumentos, que impulsionaram o turismo, e do surgimento da moda. A produo industrial no mais precisava de se limitar ao mercado domstico ou europeu, pois j havia meios de transporte e comunicao capazes de tornar eficientes as transaes comerciais globais. O crescimento do liberalismo econmico foi fundamental para a expanso capitalista: barreiras produo e ao comrcio foram retiradas at em pases onde o liberalismo poltico era evitado pelos governantes. Indivduos puderam autonomamente explorar recursos minerais na Prssia, por exemplo, e montar seus negcios; logo foi impulsionada a iniciativa privada. Diversos pases europeus abandonaram ou diminuram expressivamente as tarifas alfandegrias, mas os Estados Unidos no puderam faz-los, pois exportavam pouco e desejavam proteger a indstria domestica. O grande crescimento das produes de carvo e ferro (lideradas pela Inglaterra) e as extenses cada vez maiores e mais espalhadas cobertas por estradas de ferro eram
bons parmetros para apontar o crescimento econmico. A diminuio da concentrao
do progresso ao longo das dcadas tratadas no captulo tornou possvel a ascenso de outros pases, no apenas dos lderes em desenvolvimento industrial, Inglaterra e Blgica. Na Alemanha, o impacto foi, inclusive, poltico e impulsionou a busca pela unidade territorial, fundamentada pelo crescimento populacional e pela prosperidade econmica. Em 1871, ano em que foi concretizada a Unificao, a Alemanha j superava a Frana em ambos os quesitos apontados anteriormente. Os avanos tecnolgicos se fizeram presentes tambm na rea militar, significativa para as potencias da poca. A Revoluo Industrial que ocorreu entre 1847 e 1870 transferiu o foco de produtos txteis a produtos de ferro, utilizao da qumica e da eletricidade e cresceu em escala de produo. Foi nesta segunda fase que inovaes cientficas mais sofisticadas realmente apareceram, como: o telgrafo, as tintas artificiais, explosivos e a fotografia. Tornou-se clara a melhoria que o estudo em universidades e laboratrios podia trazer e, consequentemente, os pases que desejavam maior progresso realizaram investimentos na educao. Os lderes da Primeira Revoluo Industrial, Inglaterra e Blgica, tiveram que elevar seus nveis educacionais e os alemes e estadunidenses se tornaram destaques por possurem grande nmero de engenheiros e industriais bem educados. A centralidade da cincia tambm provocou a busca por novas e mais eficientes matrias primas que, por sua vez, contribuiu para o imperialismo. O petrleo e a borracha comearam a ser visados. O aprimoramento de mquinas e novas descobertas da cincia trouxeram vida cotidiana (dos mais privilegiados economicamente), nas dcadas seguintes, mudanas antes inimaginveis, como o telefone e os automveis. A histria, definitivamente, adquiriu uma perspectiva mais ampla enquanto a ligao econmica entre potncias e pases subdesenvolvidos se estreitava.
Dias, Maria Odila Leite Da Silva. A Interiorização Da Metrópole e Outros Estudos. in - A Interiorização Da Metrópole e Outros Estudos. São Paulo Alameda, 2005. P. 7-37
Ingleses x Ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)