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Como j foi observado, os jornais podem ser vistos como um produto social
(cf. Schwarcz, 1987, p.15), reconhecidos socialmente, em que se observam
expectativas, posturas e representaes especficas. O estudo pioneiro de
Gilberto Freyre (1979) j apontava que informes de carter descritivo ou
interpretativo contidos nos jornais podem se tornar uma grande fonte de
conhecimento da populao negra no pas.
Ainda sobre o sculo XIX, encontrei nos jornais O Alabama, Jornal da Bahia e
Dirio da Bahia referncias aos costumes e hbitos baianos sobre a
indumentria masculina e feminina, a perseguio s prticas sexuais que
tinham no vesturio a referncia da perseguio policial, a represso a
batuques e sambas, e que resultaram em artigos publicados em 1997 e
1998. Outros pesquisadores, por recortes diversos, debruaram-se sobre
jornais do sculo XX para amparar a reflexo acerca da represso policial a
candombls nas dcadas de vinte (Braga, 1995), a ordenao do espao
pblico (Filho, 1998-1999) e o olhar sobre os blocos afro (Gomes, 1989).
Mesmo havendo nos jornais uma significativa referncia da histria sciopoltica e cultural do estado da Bahia, carecia uma sistematizao das
fontes, ao longo do sculo XIX ou do sculo XX, tendo como temtica a
populao negra na imprensa baiana. O levantamento de fontes podia ser
verificado em publicaes como Documentao Jurdica sobre o Negro no
Brasil (1800-1888), Legislao da Provncia da Bahia sobre o Negro (18351888) e o Guia de Fontes para a Histria da Escravido, publicados no
centenrio da Abolio, e que priorizaram documentos e manuscritos.
A disponibilizao de matrias de jornais constituem-se, portanto, em
releituras interpretativas, assim como possibilita uma maior divulgao de
fontes utilizadas ainda de forma pontual.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Gomes, Olvia Maria dos S. "Impresses da festa: blocos afro sob o olhar da
imprensa baiana. Estudos Afro-Asiticos, n 16, maro de 1989, pp.171187.