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Relatório sobre oficinas de capacitação
Resex Corumbau
Débora Menezes
Jornalista e educomunicadora
(73) 9922-4691
debieco@uol.com.br
Apresentação
Este relatório tem como objetivo apresentar uma síntese do que foi trabalhado
nas oficinas de educomunicação junto às comunidades indicadas pela Reserva
Extrativista do Corumbau.
Foi realizada uma primeira reunião na escola local, com a presença de oito
pessoas. A proposta básica das oficinas foi apresentada (40 horas de jornalismo
comunitário e noções básicas de cidadania e educação ambiental, 20
participantes), sendo que o grupo se comprometeu a comunicar os moradores
locais sobre a realização dessas oficinas. Apesar de a Resex se extender até
Caraíva, por questões de logística nesse primeiro momento optou-se por
preencher a maioria das 20 vagas com moradores de Cumuruxatiba, distrito com
acesso mais fácil.
Nessa reunião foi combinado novamente que nos próximos 15 dias cada um
se comprometeria a mobilizar e comunicar sobre as oficinas que seriam
realizadas a partir de agosto e indicar participantes, reunindo as pessoas para
explicar sobre a importância de participar do jornal comunitário.
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Curso promovido pela Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da
Bahia – AATR, que está sendo realizado nas comunidades da Resex em módulos que
percorrem as localidades. A previsão de término desse curso é final de 2009.
Resex, Os primeiros problemas de articulação e de comunicação começaram aqui.
Os presentes questionaram porque não sabiam da proposta das oficinas e porque
haveriam poucas vagas para participantes fora de Cumuruxatiba.
Barra Velha
Maria Braz Bonfim
Renata Ferreira Nascimento
Corumbau
Jaqueline Conceição do Carmo
Issara Conceição do Carmo
Curumuxatiba
Marciel Ferreira de Souza
Ufredes Nascimento (Teta)
Emerson Nascimento Matos Neves*
Shaldson de Jesus*
Juliana Sakagawa Prataviera
Welton Reis de Souza
Fernanda Azevedo*
Elisabete da Cruz Marinho (Bete) **
Naruan Liro Saraiva Pinto
Alcione Pereira Simão*
Pedro Fidel Batista Leão Cangussu
Ana Carolina C. Neves
Veleiro
Sérgio de Jesus**
Zeca do Veleiro
Iniciamos o dia em duplas: um fala enquanto o outro fica em silêncio durante três
minutos; em seguida, a dupla troca de função. Depois as pessoas se
apresentaram uns aos outros. Além de “quebrar o gelo”, essa dinâmica ajuda a
despertar para a proposta de uma comunicação que não seja apenas a de falar,
mas ainda a de escutar.
Conhecendo os participantes
A princípio a atividade era pra ser uma sondagem sobre a percepção acerca
do tema comunicação. O foco entretanto, acabou sendo uma avaliação geral
sobre o processo de “chamamento” de participantes das oficinas, e sobre os
problemas de comunicação entre as comunidades da Resex.
Um dos pontos colocados pelo grupo foi a presença de “filtros” para selecionar
as pessoas. Teta comentou a preocupação em buscar pessoas ativas para
participar das oficinas, e novamente Elisabete comentou sobre a falta de
representantes dos pescadores nas mesmas – reclamação que foi feita com
frequência durante todo o curso e ainda durante o lançamento do jornal2.
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Lobão, Ronaldo. Relatório Parcial – Junho 2005 - Projeto: Fortalecimento da Gestão
Participativa do Uso dos Recursos Pesqueiros na Resex Marinha de Corumbau. O autor faz
uma revisão histórica da Resex e apresenta indícios para entender as relações entre as
comunidades presentes na reserva.
Dinâmica realizada após o almoço, que reuniu os participantes em roda para
contar histórias e cantar músicas tradicionais. Destaque para a presença do
senhor Cosme Ferreira da Silva, que participou do primeiro encontro.
Esgoto no mangue.
Dinâmica do barco
Leitura crítica
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Só foi possível realizar três visitas durante o período das oficinas, ao Instituto de Meio
Ambiente da Bahia (IMA), em Teixeira de Freitas, ao Ministério Público, em Prado, e à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em Prado.
Primeiramente, fizeram uma análise geral do veículo (visual, apresentação das
matérias), e depois escolheram uma reportagem para aprofundar a reflexão.
Foi feita uma relação entre a leitura do diagrama anterior, o trecho da apostila
e as falas da entrevista com o diretor do IMA, Evaldo Luiz Martins Vieira, que
afirmou na ocasião que todas as leis e informações referentes ao IMA estão
disponíveis na internet – o grupo questionou essa posição, pois os moradores das
comunidades não têm acesso ou familiaridade com a ferramenta internet para
acessar informações.
Ficha de pesquisa
1. Como você fica sabendo das coisas que acontecem em sua comunidade?
JORNAL TANARA
Conteúdo
Página 1 – Capa.
Página 11 – A decidir.
Página 12 – A decidir.
• Impressão do jornal:
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Veja o folheto no anexo.
para levar a reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) esta
semana, via representante de Cumuru (Nema).6
• Diagramação e impressão.
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Essa ação foi realizada, mas a produção do jornal não foi discutida na reunião do
Condema por falta de tempo para a pauta.
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Essa possibilidade foi descartada para o primeiro número pois o grupo não teve tempo
para fazer essa articulação.
Quinto encontro - Imbassuaba
Estava prevista uma vivência de fotografia com o grupo, que só foi possível
com os participantes de Corumbau, Veleiro e Barra Velha por questões de atraso.
O restante do dia foi ocupado com a produção de pauta.
Esse foi um dos momentos mais importantes da oficina, embora nem todo o
grupo do primeiro dia tenha participado. O debate sobre a aproximação com as
instituições e a preocupação em informar as comunidades com qualidade e
valorizar o seu espaço já se refletiram nos objetivos propostos pelo grupo para o
jornal, e transpareceram ainda mais no detalhamento da pauta abaixo.
Esse exercício de reflexão e de debate sobre cada uma das pautas foi um dos
pontos positivos das oficinas. Conversando, negociando, o grupo entendeu que o
jornal comunitário é um trabalho coletivo, de posicionamento e de fortalecimento
de representantes da comunidade preocupados com a qualidade de vida, a
cultura e o ambiente locais, e que preocupações como a citada acima podem ser
superadas pela união do grupo.
Descritivo da pauta do primeiro jornal - Tanara
Capa
Página 2
Editorial: coletivo
Charge: Fernanda
Página 3
Página 4
Como será: a partir das fotos e de entrevistas com moradores e outros usuários
(pousadeiros?) de Cumuru, Corumbau e outros, o texto vai mostrar a péssima
situação das duas estradas que ligam um bom pedaço do litoral da Resex. A
responsabilidade é um jogo de empurra: a prefeitura diz que o Ibama embargou
a obra da ponte do Japara, e por isso não toma a iniciativa de consertar a ponte –
mas há vários outros trechos precários sem essa desculpa. Vale lembrar que a
prefeitura apresentou ao Ministério Público e ao ICM-Bio ou Ibama um projeto
para a construção da nova ponte, em conjunto com a comunidade e plantadores
de eucalipto, mas não fornecem mais detalhes sobre isso. Os proprietários de
eucalipto têm sua parcela de responsabilidade sobre a estrada de Cumuru, pois a
utilizam e causam impactos com o transporte das toras. No caso de Corumbau, a
situação é ainda pior: o sr. Albino de Imbassuaba informou que há pelo menos
quatro anos não passa a patrola no trecho entre Antonio de Paula e Cumuru.
Fontes de entrevistas:
Páginas 5 e 6
Carol contribui com a pesquisa de fotos. Pensem no que pode ilustrar sobre a
Resex: fotos de pescadores? É preciso também acessar um mapa da Resex
(Fernanda poderia fazer um mapa desenhado, com figuras, localizando todas as
comunidades)
Retomar o histórico da Resex. Como foi criada e para quê. Seu futuro: depende
do que? O que é uma unidade de conservação e para que serve? Há outras
unidades de conservação em nossa região? Para que servem?
Fontes de entrevista:
• Comunidade: conversar com as pessoas nas ruas pra perguntar o que elas
sabem sobre a reserva; o que elas pensam sobre o que é plano de manejo,
conselho, o que acham, etc.
Página 7
Como será: fazer um histórico contando desde a primeira festa, o significado das
festas, o que teve de interessante, e contar um pouco sobre a organização da
festa dos nove anos, indicando o nome de todos os parceiros e apoiadores para
agradedê-los.
Fontes de entrevista:
Página 8
Fontes de entrevista:
Página 9
Como será: contar a história do Poeta. Como é seu nome completo, idade? Como
ele é, o que faz no seu dia a dia? Onde ele nasceu? Qual sua história e sua
relação com a comunidade? Desde quando ele escreve?Quantos poemas já
escreveu? Qual é sua inspiração? Podemos colocar um de seus poemas preferidos
também na matéria.
Fontes de entrevista:
• O poeta.
Página 10
Fontes de entrevista:
• Artesãos da comunidade
• Cacique
• Chefe do posto
• As próprias autoras
Página 11
Página 12
Embora a idéia inicial tenha sido a de concentrar essa primeira formação com
os moradores de Cumuruxatiba, quando lideranças de outras comunidades
souberam dessa opção sentiram-se excluídas. A opção de trazer pessoas de
locais mais distantes deveria ter sido prevista muito antes da contratação da
consultoria – ou então, as comunidades que não participariam do processo,
poderiam ter sido comunicadas com antecedência para não criar nenhum mal-
estar como o que foi gerado.
O outro motivo para essa falta de organização local é que houve muito
questionamento sobre a instituição Resex não ter oferecido apoio para a
alimentação (embora já tivessem acordado nas primeiras reuniões que a
responsabilidade sobre a alimentação do grupo seria do próprio grupo, decisão
essa definida por escrito).
Oferecer uma oficina de “fazer jornal” sem ter a garantia de que ele seria
produzido e publicado foi contornado pelas tentativas positivas do grupo em
conseguir patrocínio para a produção do primeiro número, e pela disponibilidade
da consultora em diagramar o jornal para que ele pudesse ser publicado.
Para novas oficinas, a sugestão é que se inclua no Termo de Referência uma
verba específica para a diagramação e impressão desse jornal-piloto, a exemplo
do que ocorre em outras unidades de conservação que trabalham com jornal
comunitário - como é o caso do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, que
subsidia o jornal O Timoneiro, em Caravelas.
Próximos passos...