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é condição de
Todas essas decisões podem ser impugnadas através do recurso em sentido estrito
(art. 581, incs. II, IV e VI, do CPP).
4.1. Pronúncia Trata se da decisão que entende existir prova da materialidade e
indícios suficientes de autoria. Julga admissível a acusação, submetendo o réu a
julgamento pelo Tribunal do Júri. “Na fase da pronúncia vigora o princípio in d
úbio pro societate, uma vez que há mero juízo de suspeita, não de certeza. O jui
z verifica apenas se a acusação é viável, deixando o exame mais acurado para os
jurados. Somente não serão admitidas acusações manifestamente infundadas, pois h
á juízo de mera prelibação”.2 Essa decisão, na verdade, não é uma sentença, pois
não julga o mérito. Tem a natureza jurídica de decisão interlocutória mista não
terminativa. O Código de Processo Penal fala em sentença porque a decisão de pr
onúncia deve seguir os mesmos requisitos da sentença (relatório, fundamentação e
dispositivo). O dispositivo da decisão de pronúncia contém o julgamento da admi
ssibilidade da acusação, da pretensão punitiva (ex.: “... julgo admissível a acu
sação e pronuncio o réu.”).
2
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A fundamentação não precisa analisar com profundidade o mérito da causa como na
fundamentação da sentença, sob pena de influenciar na decisão dos jurados. Deve
ter uma linguagem comedida e cautelosa para pronunciar, sem referir se a culpado
ou inocente, pois levaria à nulidade da decisão. São efeitos da pronúncia:
•
Submeter o réu a julgamento pelo Júri. Fixar a classificação jurídica do fato.
•
Obs.: o art. 416 do Código de Processo Penal permite a mudança da classificação
quando ocorrer circunstância superveniente que altere a mesma. Ex.: o réu é pron
unciado por tentar matar a vítima. A vítima que estava na UTI vem a falecer. O r
éu deverá ser julgado por homicídio consumado. Altera se a pronúncia.
•
Interromper a prescrição. A Súmula n. 191 do Superior Tribunal de Justiça determ
ina que a pronúncia é causa interruptiva da prescrição ainda que ocorra a descla
ssificação do crime pelo Júri. Essa súmula veio pacificar os entendimentos, pois
alguns defendiam que se os jurados desclassificassem para o procedimento comum
ordinário,onde nada interrompe a prescrição, muitas vezes o crime já estaria pre
scrito.
•
Decretação da prisão, se for o caso (art. 408, § 2. , do CPP).
Não há mais o lançamento do nome do réu no rol dos culpados. O dispositivo que d
eterminava essa providência não foi recepcionado pela Constituição Federal em ra
zão do princípio da presunção de inocência.
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O juiz, na pronúncia, pode excluir a qualificadora incluída na denúncia se for m
anifestamente improcedente, arbitrária ou se não houver qualquer prova nos autos
sobre ela. P.: Se a denúncia foi oferecida por homicídio simples, e na instruçã
o apura se que há uma qualificadora, o juiz pode incluir essa qualificadora na p
ronúncia? R.: São duas as posições. Para parte da doutrina o juiz pode incluir a
qualificadora na pronúncia aplicando o art. 384 do Código de Processo Penal, mu
tatio libelli sob pena de violar a ampla defesa. Já o Supremo Tribunal Federal e
ntende que o juiz pode incluir qualificadora na pronúncia, independentemente da
aplicação do art. 384 do Código de Processo Penal, por força da regra específica
prevista no art. 408, § 4. , do Código de Processo Penal. Essa regra acima anal
isada também se aplica nas hipóteses de desclassificação de crime doloso menos g
rave contra a vida para outro crime doloso mais grave contra a vida. Ex.: descla
ssificação de infanticídio para homicídio. Ao juiz é vedado manifestar se na pro
núncia sobre:
•
causas de aumento de pena; causas de diminuição de pena; circunstâncias agravant
es; circunstâncias atenuantes.
•
•
•
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As causas de aumento de pena só serão incluídas no libelo. As circunstâncias agr
avantes vão ser incluídas no libelo ou nos debates durante a sessão de julgament
o. A única agravante que deve constar na pronúncia é a reincidência, pois irá in
terferir na prisão ou na liberdade do réu. Conforme dispõe a Súmula n. 21 do Sup
erior Tribunal de Justiça, pronunciado o réu, fica superada a alegação de excess
o de prazo na instrução criminal. A intimação da decisão de pronúncia varia conf
orme a situação do réu:
•
Se o réu está preso, será intimado pessoalmente. Se o réu está solto, será intim
ado pessoalmente. Caso não seja encontrado, a intimação será feita por edital, d
ependendo da natureza da infração: Se o crime é afiançável, a intimação será fei
ta por edital. Se o crime é inafiançável, o réu só pode ser intimado pessoalment
e. Ficando o réu em local incerto e não sabido o processo ficará parado até que
aquele seja localizado. Nesse caso, ocorre a chamada crise de instância, isto é,
há o estancamento da marcha processual. Nesse caso, o juiz pode decretar a pris
ão preventiva do réu para assegurar a aplicação da lei penal.
•
4.2. Impronúncia A decisão de impronúncia julga inadmissível a acusação. Não há
prova da materialidade e nem o menor indício de autoria. A decisão de impronúnci
a
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tem natureza jurídica de decisão interlocutória mista terminativa. Não julga o m
érito. Essa decisão só faz coisa julgada formal. Surgindo novas provas, o proces
so poderá ser reaberto se o crime ainda não prescreveu. Exceção: a decisão de im
pronúncia fará coisa julgada material nos seguintes casos:
•
atipicidade do fato (o fato narrado não constitui crime); comprovação da inexist
ência material do fato (não houve crime).
•
No que se refere à competência para o julgamento dos crimes conexos em caso de d
esclassificação, há dois entendimentos na doutrina. Alguns defendem que todos os
delitos passarão para a esfera do juiz togado, pois, se o Júri reconhece que nã
o tem competência para julgar o crime principal, seria um contra senso que decid
isse os demais. Outros afirmam que, mesmo ocorrendo a desclassificação, o Júri c
ontinuaria competente para julgar os crimes conexos ante o disposto no art. 81,
caput, do Código de Processo Penal.
4.3. Despronúncia É a decisão judicial que revoga uma decisão de pronúncia. Pode
ocorrer se houver interposição de recurso e o tribunal revogar a decisão ou se
o próprio juiz da causa, no juízo de retratação, voltar atrás e impronunciar o r
éu.
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4.4. Desclassificação (art. 410 do Código de Processo Penal) A desclassificação
ocorre quando o juiz do Júri se convence de que o réu não cometeu um crime dolos
o contra a vida, e sim cometeu um crime diverso, da competência do juiz singular
. Se o juiz tiver dúvida entre tentativa de homicídio ou lesão corporal, deverá
pronunciar o réu e deixar que o Júri decida se houve ou não o animus necandi, is
to é, intenção de matar. Visa preservar se, assim, a competência constitucional
do Júri. Se o Júri decidir que o réu não teve intenção de matar, o processo será
remetido ao juiz competente. O Júri não se manifesta sobre agravantes ou qualif
icadoras, nem menciona para qual delito o crime foi desclassificado, caso se man
ifeste acerca disso, não estará vinculando o juiz, que será competente. Atenção:
se o juiz do Júri desclassifica o crime e as partes não recorrem (é cabível rec
urso em sentido estrito), a decisão transita em julgado e o processo é remetido
ao juiz singular. Se o juiz singular, ao receber o processo, concluir que o juiz
do Júri se equivocou, e que o réu deveria ter sido pronunciado, qual medida dev
e tomar? O juiz para o qual o processo foi remetido nada poderá fazer. Não pode
suscitar conflito de competência, pois a decisão de desclassificação já transito
u em julgado. Se ele se convencer que era mesmo o crime doloso contra a vida, ai
nda que tentado, deverá absolver o réu. A desclassificação é decisão interlocutó
ria mista não terminativa.
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4.5. Absolvição Sumária É a absolvição do réu pelo juiz em razão de estar compro
vada a existência de causa de exclusão da ilicitude (ex.: legítima defesa) ou da
culpabilidade (ex.: inimputabilidade). É uma sentença, pois nela há o julgament
o do mérito. Faz coisa julgada material. Para ter eficácia deve ter o reexame ne
cessário. A Súmula n. 423 do Supremo Tribunal Federal determina que, enquanto nã
o houver o recurso de ofício, a absolvição não transita em julgado. P.: se o Jui
z tem certeza da excludente de culpabilidade (há laudo que comprova a inimputabi
lidade do réu) e tem dúvida sobre a excludente de ilicitude (há dúvida quanto à
legítima defesa) ele deve absolver ou pronunciar o réu? R.: O Juiz não pode reco
nhecer a legítima defesa e absolver o réu no sumário da culpa, pois esta não res
tou provada. Deverá pronunciar o réu, pois o Júri pode reconhecer a legítima def
esa e absolver o réu. Se o juiz no sumário da culpa reconhecer a excludente de c
ulpabilidade terá de dar a absolvição imprópria, impondo ao réu uma medida de se
gurança. No caso dele se pronunciar, o réu terá uma chance de o Júri reconhecer
a legítima defesa e o absolver; ou, na pior das hipóteses, será condenado e rece
berá uma medida de segurança pela inimputabilidade já comprovada.
A segunda fase do Júri é denominada juízo da causa ou judicium causae. Inicia se
com o oferecimento do libelo e termina com a sessão de julgamento. Essa fase ju
lga o mérito, ou seja, verifica a culpabilidade do acusado. Obs.: o Módulo XXI t
ratará desse tema.
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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO XXI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Do Procedimento do Júri
__________________________________________________________________ Praça Almeida
Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510 010 Tel.: (11) 3346.4600 –
Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
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DIREITO PROCESSUAL PENAL Do Procedimento do Júri
1. JUDICIUM CAUSAE
1.1. Desaforamento A segunda fase do procedimento do júri, após a sentença de pr
onúncia, é o juízo da causa ou judicium causae, o qual inicia se com o oferecime
nto do libelo pela acusação. Durante essa fase é possível que ocorra o pedido de
desaforamento (art. 424 do CPP). Desaforamento é o deslocamento da competência
territorial do júri. Somente a sessão de julgamento é que se desafora. Os demais
atos são praticados na Comarca onde corre o processo. É impossível o pedido de
desaforamento durante o sumário da culpa, pois nessa fase ainda não há certeza d
e que haverá julgamento pelo júri. Só a pronúncia transitada em julgado dá a cer
teza do julgamento pelo júri. O desaforamento deve ser sempre para a Comarca mai
s próxima, desde que nela não existam os mesmos motivos que ensejaram o desafora
mento. Assim, por exemplo, um crime que causou revolta em toda uma região, não a
dianta desaforar para uma cidade vizinha. São causas do desaforamento: a) motivo
s de ordem pública;
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b) dúvida a respeito da imparcialidade dos jurados (Atenção: a dúvida não é sobr
e a imparcialidade do juiz – essa impedimento ou suspeição); c) risco à seguranç
a do réu; d) quando, passado um ano do recebimento do libelo, o julgamento não t
iver se realizado. enseja exceção de
Tem legitimidade para pleitear o desaforamento:
•
qualquer das partes, por requerimento; o juiz, por representação; salvo no últim
o caso (d), em que só as partes podem requerer.
•
O pedido é formulado no Tribunal de Justiça; a Câmara Criminal com competência p
ara julgar os recursos do júri irá decidir, ouvindo sempre o Procurador Geral de
Justiça. O desaforamento pode ser pedido até um dia antes da sessão do julgamen
to. Por não ter efeito suspensivo, deve ser requerido o quanto antes. P.: Conced
ido o pedido de desaforamento, é possível requerer um segundo desaforamento? R.:
Sim. É possível novo desaforamento desde que, na nova Comarca, surjam novos mot
ivos.
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Reaforamento é a volta do julgamento para ser realizado pelo Júri da Comarca de
origem, sendo necessário que ali tenham desaparecido os motivos que provocaram o
desaforamento e que novos motivos (problemas que não mais existem na de origem)
tenham surgido na Comarca para onde o julgamento fora remetido. Portanto, em te
se, admite se o retorno do julgamento para a Comarca de origem.
1.2. Libelo O libelo é a “peça inaugural do judicium causae, consistente em uma
exposição escrita e articulada do fato criminoso, contendo o nome do réu, as cir
cunstâncias agravantes e todas as demais que influam na fixação da sanção penal.
(...) O libelo é composto de três partes: introdução, articulado e pedido. Na i
ntrodução, consta a menção ao processo crime, a designação do acusador, pelo seu
cargo, e o nome do réu (exemplo: ‘Por libelo crime acusatório, diz a Justiça Pú
blica, por seu Promotor de Justiça infra assinado, nos autos do processo crime 4
28/90, que move contra o réu Ernestino de Souza, o seguinte: (...)’). No articul
ado, o fato criminoso e suas circunstâncias vêm expostos em artigos sintéticos e
objetivos (exemplo: ‘Que provará: 1) que o réu efetuou disparos de arma de fogo
contra a vítima, produzindo lhe os ferimentos descritos no laudo de fls.; 2) qu
e esses ferimentos foram a causa da morte da vítima; 3) que o réu é reincidente’
). No pedido, a acusação deve requerer a procedência da ação, com o recebimento
do libelo e a condenação do acusado pelo júri, como incurso no tipo incriminador
, pelo qual foi pronunciado (exemplo: ‘Isto posto, requeiro seja o presente libe
lo recebido, e o réu levado a julgamento perante o júri, como incurso no art. 12
1, caput, do Código Penal, a fim de ser condenado’)”1.
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CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 5
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O libelo é oferecido pela acusação (Ministério Público) somente contra o réu que
foi intimado da decisão de pronúncia. A pronúncia só transita em julgado após a
intimação do réu. O libelo é totalmente vinculado à pronúncia. Isto é, no libel
o o Ministério Público não pode alterar a classificação jurídica do crime consta
nte na pronúncia. “A pronúncia condiciona o libelo”. Também não pode o Ministéri
o Público incluir, no libelo, qualificadora que não conste da pronúncia. Se a ac
usação não concorda com a pronúncia, deve recorrer, mas não inovar no libelo. O
Ministério Público pode incluir agravantes no libelo.
P.: Se o Ministério Público não incluir no libelo as agravantes, pode fazê lo em
momento posterior? R.: No dia do julgamento, nos debates, a acusação pode alega
r as agravantes, mas não as causas de aumento da pena.
O libelo é uma peça articulada, ou seja, deve ser escrita na forma de artigos. S
e houver mais de um crime na pronúncia, deverá ser elaborada uma série de artigo
s para cada crime. Se houver mais de um réu, deve ser realizado um libelo para c
ada réu. No libelo, a acusação vai requerer a juntada de documentos, as diligênc
ias ainda não realizadas e apresentar o rol de testemunhas, no máximo cinco, que
serão ouvidas em plenário.
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P.: Se o Ministério Público não juntar documentos no libelo, pode requerer a jun
tada posteriormente? R.: Sim. No processo penal é possível a juntada de document
os a qualquer momento, cientificando a parte contrária. O limite temporal no jud
icium causae à juntada de documentos é dado pelo art. 475 do Código de Processo
Penal. Segundo esse dispositivo, os documentos a serem exibidos em plenário deve
m ser juntados e comunicados à parte contrária com antecedência de, pelo menos,
três dias do julgamento.
As testemunhas podem ser arroladas em caráter de imprescindibilidade. A parte qu
e arrolou a testemunha com esse caráter pode se recusar à realização do julgamen
to se essa não comparecer. O julgamento será adiado. Para desistir de testemunha
imprescindível no julgamento, deve haver anuência da parte contrária. O não com
parecimento da testemunha arrolada em caráter de imprescindibilidade não impedir
á a realização do julgamento, nos seguintes casos:
•
se a testemunha estiver em lugar incerto e não sabido; se a testemunha residir e
m Comarca diversa da jurisdição do Júri.
•
Prazo para o oferecimento do libelo:
•
cinco dias (a contar da intimação pessoal para o oferecimento) para o Ministério
Público, na ação penal pública;
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•
dois dias para o querelante, tanto no caso de queixa subsidiária quanto no de qu
eixa exclusivamente privada.
Se o Ministério Público não oferece o libelo, o juiz não pode mais nomear promot
or ad hoc para apresentá lo, já que essa figura desapareceu com a Constituição F
ederal de 1988. Hoje, o juiz utiliza o art. 28 do Código de Processo Penal, por
analogia. Se o querelante não oferecer o libelo, ocorre o seguinte:
•
na ação penal exclusivamente privada – a perempção; na ação penal privada subsid
iária da pública – o Ministério Público reassume a ação.
•
(Observação: pode haver libelo em ação exclusivamente privada, em caso de litisc
onsórcio ativo entre querelante e Ministério Público.)
O fenômeno do lançamento do libelo ocorre quando o querelante, na ação penal pri
vada subsidiária da pública, apresenta o libelo intempestivamente, fora do prazo
legal. O Código de Processo Penal determina que ele seja lançado dos autos (art
. 420 do CPP), quer dizer, seja excluído dos autos. Os autos serão remetidos ao
Ministério Público. Oferecido o libelo, esse será examinado pelo juiz, que poder
á ou não recebê lo. Caso não o receba, o juiz deverá notificar o Ministério Públ
ico para que apresente outro em 48 horas (art. 418 do CPP).
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Recebendo o libelo, o juiz, nesse mesmo despacho, deve determinar a entrega de c
ópia ao réu em três dias e notificar a defesa para apresentar a contrariedade ao
libelo, no prazo de cinco dias. A falta da entrega da cópia do libelo ao réu e
da notificação para a apresentação da contrariedade gera nulidade, evidentemente
relativa (art. 564, inc. III, “f”, do CPP), segundo entendimento do Professor F
ernando Capez2.
1.3. Contra Libelo O contra libelo segue as mesmas regras do libelo. Deve ser ap
resentado no prazo de cinco dias. A defesa deve requerer a juntada de documentos
, a realização de diligências e apresentar o rol de testemunhas, em número máxim
o de cinco, que irão depor em plenário. As testemunhas da defesa também podem se
r arroladas em caráter de imprescindibilidade. Para a defesa é uma peça de apres
entação facultativa, assemelhando se à defesa prévia. Deve ser dada a oportunida
de de apresentação, mas, caso a parte não apresente, não causa nulidade, porque
pode ser uma técnica da defesa só se manifestar em plenário.
1.4. Saneador Apresentados o libelo e o contra libelo, o juiz determina a realiz
ação das diligências necessárias. Após isso, profere um despacho saneador e marc
a a data para a sessão de julgamento.
2
Op. cit. p. 583.
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2. JULGAMENTO EM PLENÁRIO
A sessão de julgamento em plenário é composta pelas seguintes fases:
•
instalação da sessão; formação do Conselho de Sentença; atos instrutórios; debat
es; julgamento.
•
•
•
•
2.1. Instalação da Sessão Presente o Ministério Público, no dia e na hora design
ados para a reunião do júri, o juiz presidente da sessão verifica se a urna cont
ém as cédulas com os nomes dos 21 jurados sorteados, e determina que o escrivão
faça a chamada. Declarará instalada a sessão se comparecerem no mínimo 15 jurado
s. Caso contrário, convoca nova sessão para dia útil imediato (art. 442 do CPP).
O juiz anuncia o processo que será submetido a julgamento e ordena ao porteiro
que apregoe as partes e as testemunhas. Observação: Esse é o momento para a argü
ição de nulidade relativa, ocorrida após a pronúncia sob pena de convalidação (a
rt. 571, inc. V, do CPP). Se ocorrer nulidade após esse momento, deverá ser argü
ida imediatamente a sua ocorrência, sob pena de preclusão (art. 571, inc. VIII,
do CPP).
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Apregoado o réu e esse comparecendo, o juiz pergunta lhe o nome, idade e se tem
advogado. Deverá nomear lhe curador – se for menor e não o tiver – e defensor, s
e for maior. Nesse caso, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedid
o.
2.1.1. Ausências
a) Se o réu regularmente intimado não comparece
•
Ausência justificada: o julgamento é adiado. Ausência injustificada: se a infraç
ão for inafiançável, o julgamento somente se realiza com a presença do réu e, ne
sse caso, o juiz pode decretar a prisão preventiva para assegurar a aplicação da
lei penal; se a infração for afiançável, o julgamento será realizado à revelia
do réu.
•
b) Se o advogado não comparece
•
Ausência justificada: o julgamento é adiado. Ausência injustificada: o juiz deve
rá adiar a sessão de julgamento, nomear por cautela um advogado dativo e oficiar
à OAB o ocorrido. Se no dia do novo julgamento o antigo advogado comparecer, é
ele quem participa do julgamento.
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•
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c) Se o Ministério Público (acusação) não comparece
•
Ausência justificada: o julgamento é adiado. Ausência injustificada: o juiz deve
rá adiar a sessão de julgamento, oficiar ao Procurador Geral da Justiça e comuni
car ao substituto automático do promotor. Não há mais a figura do promotor ad ho
c.
•
d) Se o querelante não comparece
•
Ausência justificada: o julgamento é adiado. Ausência injustificada: ocorre a pe
rempção, em caso de ação penal exclusivamente privada, ou o Ministério Público r
eassume a titularidade, em caso de ação penal subsidiária da pública.
•
e) Se o assistente de acusação não comparece
•
Sua ausência nunca provoca o adiamento da sessão.
f) Se a testemunha não comparece
•
Se arrolada em caráter de imprescindibilidade: adia o julgamento, salvo se estiv
er em local incerto e não sabido ou for de fora da terra.
•
Se arrolada sem caráter de imprescindibilidade: não adia o julgamento, mas pode
sofrer condução coercitiva, multa e processocrime por desobediência.
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g) Se o jurado não comparece
•
Ausência injustificada: sujeita se ao pagamento de multa.
2.2. Formação do Conselho de Sentença O juiz, após verificar que se encontram na
urna as cédulas relativas aos jurados presentes, realizao sorteio de sete deles
para formarem o conselho de sentença (art. 457 do CPP). Antes do sorteio, o jui
z adverte os jurados dos impedimentos do Júri. No mesmo conselho de sentença, sã
o impedidos de servir marido e mulher, ascendente e descendente, sogro e genro o
u nora, irmãos, cunhados durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrast
a e enteado. Também advertirá sobre as incompatibilidades legais por suspeição –
parentesco com o juiz, promotor, advogado, réu ou com a vítima (art. 458 do CPP
). Caso exista impedimento por parentesco, servirá ao júri aquele que houver sid
o sorteado em primeiro lugar. Conforme a Súmula n. 206 do Supremo Tribunal Feder
al, é nulo o julgamento ulterior por júri do qual participe jurado que tenha tom
ado parte em julgamento anterior do mesmo processo. Na medida em que as cédulas
vão sendo abertas, a defesa, e depois a acusação, podem recusar os jurados sorte
ados. Recusa motivada, isto é, com fundamento em impedimento ou suspeição, as pa
rtes podem fazer quantas recusas forem necessárias. Já a recusa imotivada ou per
emptória, isto é, sem qualquer justificativa ou fundamento, cada parte só tem di
reito a três.
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A recusa de jurado pode provocar a cisão do julgamento. Existindo dois ou mais r
éus, com diferentes defensores, se um defensor aceita um jurado e o outro o recu
sa, havendo aceitação desse jurado pela acusação (Ministério Público), o julgame
nto será cindido. Só haverá o julgamento de um réu; o outro réu terá seu julgame
nto adiado. Se o jurado, aceito por um defensor e recusado por outro, também for
rejeitado pelo Ministério Público, julgamento. Escolhidos os sete jurados, o ju
iz faz a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito vos a examinar com imparci
alidade essa causa e a proferir a vossa decisão, conforme a vossa consciência e
os ditames da Justiça.” Os jurados prometem e estarão compromissados. A partir d
esse momento, passa a vigorar a incomunicabilidade dos jurados. A incomunicabili
dade não significa mudez. Os jurados podem conversar entre si, desde que não sej
a sobre o processo. Não podem conversar com terceiros estranhos ao processo; a c
omunicação com o mundo exterior ocorre somente via oficial de justiça. Tal medid
a visa garantir o sigilo das votações. será excluído, e não haverá cisão do
2.3. Atos Instrutórios O juiz presidente inicia os trabalhos com o interrogatóri
o do réu. Nesse interrogatório, além do juiz presidente, os jurados também podem
fazer perguntas ao réu. Em seguida, o juiz elabora um relatório do processo, co
m os fatos, as provas e as conclusões das partes. É um resumo de todo o processo
e destinase aos jurados (art. 466 do CPP). Se requerida pelas partes, ou por ju
rado, o
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escrivão fará a leitura das principais peças do processo (art. 466, § 1. , do CP
P). A leitura deve ser feita sem qualquer entonação. Inicia se a oitiva das test
emunhas. Primeiro, são inquiridas as testemunhas de acusação e a vítima, se o cr
ime foi tentado. O juiz, os jurados, a acusação (parte que arrolou) e a parte co
ntrária fazem as perguntas. Segue se a inquirição das testemunhas de defesa. O j
uiz, os jurados, a defesa (parte que arrolou) e a parte contrária fazem as pergu
ntas. As partes fazem a inquirição da testemunha diretamente. Após ser inquirida
, a testemunha deve permanecer incomunicável até o final do julgamento, salvo se
for dispensada pelas partes. Isso porque o Código de Processo Penal permite a r
einquirição da testemunha a qualquer momento, até na tréplica.
2.4. Debates Terminada a inquirição das testemunhas, o promotor lerá o libelo e
os dispositivos da lei penal em que o réu se acha incurso e produzirá a acusação
. Concluída a acusação, o defensor terá a palavra, para a defesa. O tempo será d
e duas horas para cada parte. Havendo mais de um réu, o tempo será acrescido em
uma hora. Encerrada a fala da defesa, o juiz indagará à acusação se fará uso da
réplica. Em caso positivo, a defesa terá direito a tréplica. O tempo será de 30
minutos para cada um. Havendo mais de um réu, o tempo será acrescido em mais 30
minutos. A defesa não pode inovar sua tese no momento da tréplica devido ao prin
cípio do contraditório. Se inovar, essa tese não será quesitada.
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Se a acusação for composta pelo promotor e pelo assistente de acusação, eles dev
erão combinar entre si a distribuição do tempo. Não havendo acordo, o juiz marca
rá o tempo de cada um, não excedendo o limite previsto em lei. Apartes são as in
tervenções que uma parte faz na fala da outra. Não estão previstos em lei. Segun
do a jurisprudência, são possíveis desde que exista concordância do orador o apa
rte seja de forma cordial e não vise atrapalhar o orador.
2.5. Julgamento Após os debates, o juiz pergunta aos jurados se eles estão habil
itados a julgar ou se precisam de mais esclarecimentos (art. 478 do CPP). Esses
esclarecimentos devem relacionar se somente com matéria de fato. Em seguida, o j
uiz lê os quesitos e explica a significação legal de cada um. Indaga se os jurad
os têm algum requerimento ou alguma reclamação a fazer. O juiz, então, anuncia q
ue vai se proceder ao julgamento, determina que o réu seja retirado e convida os
demais circunstantes a deixarem a sala. O juiz, os jurados, o promotor, o advog
ado, o escrivão e dois oficiais de justiça dirigem se à sala secreta. Os jurados
passam à votação dos quesitos sob a presidência do juiz. O jurado vota sim ou n
ão, sem qualquer discussão ou fundamentação, em razão do sigilo das votações. Se
a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra já proferid
a, o juiz, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novam
ente à votação os respectivos quesitos. O veredicto apura se por maioria.
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2.6. Quesitação (Atenção: assunto muito perguntado na fase oral!) Quesitação é o
questionário; são as perguntas feitas pelo juiz aos jurados, que deverão respon
der sim ou não. É elaborado com base no libelo, no contra libelo, no interrogató
rio e nos debates. Como no júri vige a defesa plena, todas as teses devem ser qu
esitadas, ainda que incompatíveis. Haverá um questionário para cada réu, e uma s
érie de quesitos para cada crime. Conforme a Súmula n. 156 do Supremo Tribunal F
ederal, é causa de nulidade absoluta do julgamento a falta de quesito obrigatóri
o. Também a Súmula n. 162 do Supremo Tribunal Federal determina que é causa de n
ulidade absoluta do julgamento se os quesitos da defesa não precederem os quesit
os das agravantes (a jurisprudência também inclui as qualificadoras). A ordem do
s quesitos ocorre da seguinte forma:
•
Os relativos ao fato principal, ao fato imputado ao réu (autoria e materialidade
).
•
Os relativos à letalidade. (Exemplo: "As lesões efetuadas pelo réu foram letais,
causaram a morte?" ou ânimo homicida do réu (se o crime foi tentado).
•
Os relativos às teses de defesa (Súmula n. 162 do STF). Todas as teses devem ser
quesitadas, na seguinte ordem: teses que podem levar à desclassificação; teses
relativas às excludentes de ilicitude (nesse caso, deve haver quesito sobre a ex
istência ou não do excesso doloso ou culposo);
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se alegada a legítima defesa, cada requisito deve ser quesitado,. como, por exem
plo, "O réu defendia direito próprio? Defendiase de agressão injusta? Utilizou s
e dos meios necessários?".
•
teses sobre o privilégio.
Os relativos à existência de qualificadoras. Os relativos à existência de causas
de aumento ou diminuição. Os relativos à existência de agravantes e atenuantes.
•
•
Observações:
•
Ainda que não se alegue a existência de circunstâncias atenuantes, o juiz deverá
elaborar um quesito genérico da atenuante, sob pena de nulidade absoluta. Exemp
lo: "Existe alguma atenuante em favor do réu?".
•
Se os jurados reconhecerem que o réu agiu em legítima defesa, o juiz deve fazer
os quesitos sobre o excesso. Se os jurados reconhecerem a existência do excesso,
surgem dois caminhos: reconhecem o excesso culposo: homicídio culposo; reconhec
em o excesso doloso: continua o homicídio doloso. O juiz prossegue nos quesitos.
desclassificam o delito para
•
Se os jurados reconhecerem a existência de privilégio, ficam prejudicados os que
sitos referentes às qualificadoras subjetivas.
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Reconhecido o privilégio, somente podem ser formuladas perguntas sobre as qualif
icadoras objetivas.
•
No crime de aborto é necessário elaborar um quesito autônomo a respeito da exist
ência da gravidez. No crime de infanticídio é necessário elaborar um quesito aut
ônomo sobre a existência do estado puerperal.
•
Em se tratando de concurso de agentes no crime de homicídio, o primeiro quesito
será elaborado de forma não individualizada. Exemplo: "Terceira pessoa efetuou o
s disparos?". A participação do réu só será indagada no quesito seguinte, de for
ma detalhada. Exemplo: "O réu é o mandante do crime? O réu é o autor intelectual
do delito? O réu teve contribuição para a consumação do delito?".
2.7. Desclassificação no Júri Se os jurados desclassificam o crime, o julgamento
desse crime competirá ao juiz presidente do júri (arts. 74, § 3. , e 492, §2. ,
do CPP). A desclassificação pode ser:
•
própria: ocorre quando os jurados desclassificam a infração sem estabelecer a ti
pificação do fato; o juiz presidente tem liberdade para definir a infração e jul
gar o fato;
•
imprópria: ocorre quando, na desclassificação pelos jurados, fica estabelecido o
enquadramento do fato, cabendo ao juiz presidente apenas a aplicação da pena.
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Exemplos de desclassificação: Quesito: O réu agiu com imprudência? R: Sim. Agiu
com culpa, homicídio culposo. Desclassificação imprópria, ao juiz resta aplicar
a pena.
Quesito: O réu iniciou a sua conduta visando um resultado que não se consumou po
r circunstâncias alheias à sua vontade? R: Não. O réu não tinha o animus necandi
(dolo de matar). Desclassificação própria, o juiz vai tipificar a conduta e apl
icar a pena.
P.: Se o júri absolve o réu de crime doloso contra a vida, a quem compete julgar
os crimes conexos? R.: Na doutrina predomina o entendimento que os crimes conex
os serão julgados pelo júri. Se houve absolvição é porque os jurados conheceram
o mérito. Se foram competentes para julgar o crime doloso, também o são para jul
gar os crimes conexos. Ocorre a perpetuatio jurisdiciones (art. 81 do CPP). Na j
urisprudência, a questão é mais dividida. Há tendência a serem julgados pelo jui
z presidente em razão de aplicação analógica do art. 492, § 2. , do Código de Pr
ocesso Penal.
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a) Desclassificação no júri para a infração de menor potencial ofensivo Exemplo:
tentativa de homicídio, desclassificada para lesão corporal dolosa leve ou lesã
o corporal culposa. Segundo a doutrina, deve se aguardar o trânsito em julgado d
a desclassificação e remeter o processo ao Juizado Especial Criminal (art. 98 da
CF/88). Há precedentes do Supremo Tribunal Federal acolhendo essa posição.
b) Desclassificação de crime militar Exemplo: no júri, o advogado, sem negar a a
utoria, sustenta que não houve dolo eventual, mas sim culpa imprópria. O crime d
e homicídio culposo praticado por militar em serviço é da competência da justiça
militar. A justiça comum é incompetente para julgar esse delito. Deve o juiz ag
uardar o trânsito em julgado da desclassificação e remeter o caso para a justiça
militar, sob pena de violar regra constitucional de competência.
2.8. Sentença “Encerrada a votação e assinado o termo referente às respostas dos
quesitos, o juiz deverá proferir a sentença. No caso de absolvição, o juiz deve
colocar o réu imediatamente em liberdade, salvo se estiver preso por outro moti
vo.”3
3
CAPEZ, Fernando. Op. cit. p. 590
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2.9. Atribuições do Juiz presidente na Sessão de Julgamento (art. 497 do CPP) (O
bservação: é obrigatória a leitura desse artigo antes de uma prova.) As atribuiç
ões do juiz presidente na sessão de julgamento são:
•
regular os debates. Para isso o Código de Processo Penal lhe concede o poder de
polícia;
•
interromper a sessão de julgamento, por tempo razoável, para repouso ou refeição
dos jurados;
•
dissolver o conselho de sentença, caso constate que o réu está indefeso;
•
resolver todas as questões de direito que não dependam do julgamento dos jurados
(exemplos: preliminares, eventuais nulidades invocadas (quando o réu completa 7
0 anos, o prazo da prescrição cai pela metade);
•
determinar de ofício, ou a requerimento, a realização de diligências considerada
s imprescindíveis. Essas diligências, de preferência, devem ser realizadas de im
ediato, sem dissolver o conselho de sentença; se não for possível, deve dissolve
r o conselho e marcar novo júri.
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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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ULO XXII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. DAS NULIDADES
1.1. Conceito Nulidade é a sanção cominada pelo ordenamento jurídico ao ato prat
icado em desrespeito às formalidades legais. Ao estabelecer as formalidades, o l
egislador quer garantir que o réu tenha ciência da acusação, que seja citado reg
ularmente e que esteja sendo a ele oferecida a oportunidade de defesa. São norma
s de Direito Público. O Código de Processo Penal, em seus artigos 563 a 573, tra
ta das nulidades. (Atenção: é obrigatória a leitura desses artigos antes da real
ização das provas.) O artigo 564 do Código de Processo Penal apresenta o rol das
nulidades; todavia, algumas nulidades relativas constantes desse rol, em razão
da Constituição Federal de 1988, estão desatualizadas – deveriam ser nulidades a
bsolutas. Além disso, as hipóteses de nulidades deveriam ser verificadas, no cas
o concreto, pelo juiz. As nulidades podem ser absolutas ou relativas. Ao lado de
las, existem algumas situações em que o vício é tão grave que gera a inexistênci
a do ato. Em outras situações, o desatendimento da formalidade é incapaz de gera
r qualquer prejuízo ou anular o ato, pois trata se de mera irregularidade.
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1.2. Diferenças entre Nulidades Absolutas e Relativas 1.2.1. Quanto ao fundament
o A nulidade absoluta ocorre quando a regra violada houver sido instituída para
resguardar, predominantemente, o interesse público. A nulidade relativa ocorre q
uando a regra violada houver sido instituída para resguardar, predominantemente,
o interesse das partes. Sempre que ocorrer a violação a um princípio constituci
onal, a nulidade será absoluta. Para alguns autores, se a ofensa for muito grave
, o ato será inexistente.
1.2.2. Quanto ao prejuízo A nulidade relativa exige demonstração do prejuízo. Na
nulidade absoluta, o prejuízo é presumido.
1.2.3. Quanto ao momento de argüição A nulidade relativa deve ser argüida no mom
ento oportuno, sob pena de preclusão. Cada procedimento tem um momento último pa
ra a argüição. Conforme o artigo 571 do Código de Processo Penal, as nulidades d
evem ser argüidas nos seguintes momentos:
•
Procedimento Ordinário: até as alegações finais (inciso II).
2/12
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•
Procedimento do Júri: as que ocorrerem no sumário da culpa, até as alegações do
Júri (inciso I); as que ocorrerem posteriormente, depois de anunciado o julgamen
to e apregoadas as partes (inciso V); e as do julgamento em plenário, logo depoi
s que ocorrerem (inciso VIII).
A nulidade absoluta pode ser reconhecida a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição. Exceção: conforme a Súmula n. 160 do Supremo Tribunal Federal, “é nu
la a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recur
so da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.
1.2.4. Quanto ao interesse As nulidades relativas dependem de provocação pela pa
rte interessada, no momento oportuno. As nulidades absolutas não precisam de pro
vocação; o próprio juiz pode reconhecer de ofício, salvo a exceção da Súmula n.
160 do Supremo Tribunal Federal.
1.3. Inexistência e Irregularidade Inexistência é a sanção mais grave que pode s
er cominada a um ato processual. Para a doutrina, não se trata de ato processual
inexistente, mas sim de um não ato ou ato processual atípico por não se enquadr
ar no modelo legal.
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Ocorre quando o ato não reúne elementos essenciais para existir. É a violação fr
ontal da regra constitucional que gera a inexistência. Ex.: um processo por crim
e eleitoral que tramitou na Justiça Militar. Para o Professor Tourinho, a violaç
ão de qualquer regra constitucional que trate de competência torna o ato inexist
ente. Já, para a jurisprudência, trata se de nulidade absoluta. Característica p
rópria da inexistência: se o ato for inexistente, não produz efeitos, independen
te de declaração judicial. Na nulidade absoluta o ato produz efeitos até que sej
a declarado nulo. Enquanto isso não ocorrer, produz efeitos.
Exemplos:
•
sentença sem relatório: nulidade absoluta; sentença sem fundamentação: nulidade
absoluta; sentença sem dispositivo: inexistente; sentença proferida por juiz em
férias ou aposentado: inexistente, por não ter jurisdição;
•
•
•
•
sentença proferida por juiz suspeito: nulidade absoluta; sentença proferida por
juiz impedido: inexistente.
•
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Ocorre irregularidade sempre que a formalidade desrespeitada for considerada inó
cua. Tal desrespeito é incapaz de gerar prejuízo, seja para a acusação, seja par
a a defesa. O ato produz seus efeitos normalmente. Exemplos: falta de leitura do
libelo no início da fala da acusação; falta de compromisso pelo perito louvado
ou particular (o perito oficial é funcionário e, ao tomar posse, já assume esse
compromisso); oferecimento de denúncia fora do prazo legal (5 dias para o réu pr
eso e 15 para o solto) acarreta o relaxamento da prisão em flagrante, mas a denú
ncia em si é válida.
2. PRINCÍPIOS DAS NULIDADES
2.1. Prejuízo Não há nulidade se não houver prejuízo (artigo 563 do CPP). Esse p
rincípio aplica se à nulidade relativa, na qual precisa ser demonstrado o prejuí
zo, pois, na nulidade absoluta, esse é presumido. No processo penal, a falta de
defesa acarreta a nulidade absoluta e a defesa deficiente produz nulidade relati
va (ver a Súmula n. 523 do Supremo Tribunal Federal). Exemplo: réu não tem defen
sor constituído e o juiz não nomeia um defensor dativo, ou esse é nomeado e nada
faz no processo; ; o réu fica indefeso, acarretando nulidade absoluta.
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2.2. Interesse Ninguém pode alegar nulidade que só interesse à parte contrária (
artigo 565 do CPP). Esse princípio só se aplica à nulidade relativa, pois a abso
luta pode ser alegada por qualquer pessoa. Ninguém pode argüir nulidade para a q
ual tenha concorrido ou dado causa. Como exceção o Ministério Público pode argüi
r nulidades que interessem somente à defesa.
2.3. Instrumentalidade das Formas Não se declara a nulidade de ato que não influ
iu na apuração da verdade real e na decisão da causa (artigo 566 do CPP) e també
m de ato que, apesar de praticado de forma diversa da prevista, atingiu sua fina
lidade (artigo 572, inciso II, do CPP).
2.4. Causalidade ou Conseqüencialidade Segundo o artigo 573, § 1. , do Código de
Processo Penal: “A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos qu
e dele diretamente dependam ou sejam conseqüência”. Todos os atos visam a senten
ça; os atos processuais são entrelaçados entre si. Assim, se um ato é nulo, os d
emais que dele dependam também o serão. O juiz deve declarar expressamente quais
são os atos contaminados. A Professora Ada Pellegrini Grinover estabelece duas
regras úteis para saber se há contaminação dos atos subseqüentes:
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•
A nulidade dos atos da fase postulatória, como regra, anula todo o processo. Exe
mplo: nulidade na denúncia, citação.
•
A nulidade de atos da fase instrutória, via de regra, não contamina os demais at
os da mesma fase processual. Exemplo: laudo elaborado por um só perito.
Observação: tribunal reconhecer a nulidade relativa, ela deve ser apresentada na
s alegações finais (artigo 500 do CPP). Apenas será anulada a sentença; a inquir
ição de testemunhas não precisa ser anulada.
2.5. Convalidação Todas as nulidades no processo penal admitem convalidação, até
mesmo as absolutas. Somente as nulidades relativas precluem se não argüidas no
momento oportuno. Entretanto, existem outras formas de convalidação além da prec
lusão. O Código de Processo Penal elenca três formas de convalidação:
•
Ratificação: prevista no artigo 568 do Código de Processo Penal. É uma maneira d
e se convalidar a nulidade decorrente de ilegitimidade de parte. Se a parte legí
tima comparecer e ratificar os atos anteriormente praticados, a nulidade se conv
alida.
A ilegitimidade pode ser: ad causae ou ad processum. Ilegitimidade ad causae:
Exemplo: o Ministério Público oferece denúncia em crime de ação penal privada.
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Ilegitimidade ad processum: Exemplo: a queixa na ação penal privada é apresent
ada pela vítima menor de 21 anos ou por um terceiro que não é o representante le
gal da vítima. A ratificação só é possível na ilegitimidade ad processum tratand
o se essa de nulidade relativa.
•
Suprimento: de acordo com o artigo 569 do Código de Processo Penal “As omissões
da denúncia ou da queixa, ... poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sent
ença final.” É a maneira de se convalidar possíveis omissões constantes na denún
cia ou na queixa.
•
Substituição: segundo o artigo 570 do Código de Processo Penal é a maneira de co
nvalidar nulidades da citação, intimação ou notificação. Exemplo: réu processado
é procurado em um dos seus endereços, mas não é encontrado. Em vez de procurá l
o nos demais endereços, o juiz ordena a citação por edital. No dia do interrogat
ório, o réu comparece para argüir a nulidade da citação. Convalesce o vício e é
aberto novo prazo para apresentação da defesa. A medida deveria ter sido realiza
da de uma forma, mas foi substituída por outra.
3. NULIDADES EM ESPÉCIE
O artigo 564 do Código de Processo Penal apresenta os seguintes casos de nulidad
e: I – Por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; Incompetência
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Competência é a medida da jurisdição. A competência em razão da jurisdição (comu
m ou especializada), da hierarquia e da matéria, assim como a competência recurs
al, são hipóteses de competência absoluta, imodificáveis pelas partes (questões
de ordem pública). A não observância dessas regras de competência acarreta nulid
ade absoluta do processo; o vício não se convalida, podendo ser reconhecido a qu
alquer tempo, de ofício, independentemente da demonstração do prejuízo. A compet
ência em razão do foro territorial, por ser relativa, depende de argüição da par
te, sob pena de preclusão, com a prorrogação da competência. Nesse caso, o vício
é sanável. Sendo reconhecida a incompetência relativa, serão anulados apenas os
atos em que exista decisão de mérito. Suspeição e suborno do juiz O impedimento
no processo penal é gerador de inexistência e não somente de nulidade dos atos
praticados. A suspeição acarreta a nulidade absoluta do ato. O juiz deve declara
r se suspeito ou impedido quando for o caso; se não o fizer, o vício pode ser ar
güido por qualquer das partes (artigo 112 do CPP). “Não aceitando a argüição, o
juiz mandará autuar em apartado a petição; dará a sua resposta dentro de três di
as, podendo instruí la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam
os autos da exceção remetidos, dentro de vinte e quatro horas, ao juiz ou tribun
al a quem competir o julgamento (CPP, artigo 100). Julgada procedente a exceção
de suspeição, ficarão nulos todos os atos praticados (CPP, artigo 101)”1.
1
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 6
24. 9/12
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O suborno ou peita é a pratica dos crimes de concussão (artigo 316 do CP), corru
pção passiva (artigo 317 do CP) e corrupção ativa (artigo 333 do CP). Também é c
ausa geradora da nulidade absoluta do ato.
II – Por ilegitimidade de parte; A ilegitimidade pode ser:
•
Ad Causam: o autor não é o titular da ação ajuizada, ou o réu não pode integrar
a relação jurídica processual (por ser inimputável, ou por não ter evidentemente
concorrido para a prática do fato típico e ilícito). O vício jamais se convalid
a nesse caso; trata se de nulidade absoluta e insanável.
•
Ad Processum: é a falta da capacidade postulatória do querelante (exemplo: o que
relante leigo assina sozinho a queixa crime), ou é sua incapacidade para estar e
m Juízo (exemplo: o ofendido, menor de 18 anos, ajuíza a ação privada sem estar
representado por seu representante legal). Essa nulidade pode ser sanada pela ra
tificação dos atos processuais (artigo 568 do CPP). Configura nulidade relativa.
III – Por falta das fórmulas ou dos termos seguintes; a) Falta do preenchimento
dos requisitos no oferecimento da denúncia ou queixa (artigo 41 do CPP), na repr
esentação do ofendido ou na requisição do Ministro da Justiça. b) Falta de exame
de corpo de delito nos delitos não transeuntes, isto é, aqueles que deixam vest
ígios. “A jurisprudência não tem
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pronunciado essa nulidade ante a falta do exame de corpo de delito, direto ou in
direto, optando por absolver o réu, por insuficiência de provas. Entendemos, con
tudo, que, mesmo não tendo sido realizado o exame pericial, caso sua elaboração
ainda seja possível, deve o juiz determiná la, nos termos dos artigos 156, parte
final, e 502 do Código de Processo Penal, ao invés de simplesmente proferir a d
ecisão absolutória, sob pena de ser nula a sentença, nos termos do artigo 564, I
II, “b”. Nesse sentido: STF, RT 672/388”2. c) Falta de nomeação de defensor ao r
éu presente, que não o tiver, ou ao ausente, e de curador ao réu menor de 21 ano
s (artigo 261 do CPP). O entendimento dominante é o de que a falta de nomeação d
e curador causa nulidade relativa; no entanto, o Superior Tribunal de Justiça já
se manifestou em sentido contrário. A falta de nomeação de defensor configura n
ulidade absoluta. d) Falta de intervenção do Ministério Público em todos os term
os da ação penal pública ou subsidiária. e) Falta ou nulidade de citação do réu
para se ver processar. A falta ou nulidade da citação ficará sanada desde que o
interessado compareça antes de o ato consumar se (artigo 570 do CPP). A citação
em hora certa, no processo penal, é causa de nulidade absoluta. f) Falta do inte
rrogatório do acusado. g) Falta de concessão de prazo para a defesa prévia, para
o oferecimento de alegações finais, ou para a realização de qualquer ato da acu
sação ou da defesa. h) Falta de sentença.
2
CAPEZ, Fernando. Op. cit.
p. 632. 11/12
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São causas de nulidade no procedimento do Júri: a) Falta, omissão ou irregularid
ade na sentença de pronúncia, no libelo ou na entrega de cópia do libelo ao réu.
b) Falta de intimação do réu para julgamento no Júri. c) Falta de intimação de
testemunhas arroladas no libelo ou na contrariedade. d) Presença de pelo menos 1
5 jurados para a constituição do Júri. e) Falta ou irregularidade no sorteio dos
jurados. f) Quebra na incomunicabilidade dos jurados.
IV – Por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. Formali
dade essencial é aquela circunstâncias. Pelo princípio da instrumentalidade das
formas, não se anula o processo por falta de formalidade irrelevante. sem a qual
o ato não atinge a sua
finalidade. Exemplo: a denúncia que não descreve o fato com todas as suas
Observação: contra a decisão que anula o processo no todo ou em parte, em virtud
e de nulidade relativa ou absoluta, cabe recurso em sentido estrito (artigo 581,
inciso XIII, do CPP).
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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO XXIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Recursos
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DIREITO PROCESSUAL PENAL Recursos
1. RECURSOS
1.1. Introdução O Professor Fernando Capez1 ensina que: “recurso é a providência
legal imposta ao juiz ou concedida à parte interessada, consistente em um meio
de se obter nova apreciação da decisão ou situação processual, com o fim de corr
igi la, modificá la ou confirmá la. Trata se do meio pelo qual se obtém o reexam
e de uma decisão”.
1.2. Características O recurso é meio voluntário; é extensão do direito de ação.
O Poder Judiciário só atua se provocado. Ao prolatar a sentença, o órgão jurisd
icional entrega a prestação tornando se inerte. Logo, para que volte a apreciar
a questão, deve ser provocado novamente com a interposição de um recurso. A inér
cia da jurisdição é a garantia da imparcialidade. O princípio da voluntariedade
do recurso é mitigado pelo recurso de ofício (recurso obrigatório, recurso neces
sário), ou seja, o juiz deve interpor recurso da decisão.
1
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 3
84. 1/15
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A natureza jurídica do reexame necessário é uma condição de eficácia da decisão,
não transitando em julgado a sentença em que tiver sido omitido. O artigo 574 d
o Código de Processo Penal estabelece: “Os recursos serão voluntários, excetuand
o se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos de ofício, pelo juiz: I
– da sentença que conceder habeas corpus; II – da que absolver desde logo o réu
com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu
de pena, nos termos do artigo 411."
Há outras hipóteses de cabimento de recurso de ofício, além das mencionadas no a
rtigo 574 do Código de Processo Penal:
•
sentenças absolutórias referentes aos crimes contra a economia popular ou a saúd
e pública;
•
despachos que determinarem o arquivamento dos autos do inquérito policial refere
ntes a esses crimes;
•
indeferimento in limine da revisão pelo relator que dará recurso para as câmaras
reunidas ou para o tribunal (artigo 625, § 3. , do Código de Processo Penal);
•
decisão que conceder a reabilitação.
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1.3. Classificação dos Recursos 1.3.1. Quanto ao conteúdo
•
Total ou pleno: quando se questiona toda a decisão. O órgão ad quem reexaminará
toda a decisão.
•
Parcial ou restrito: quando se questiona apenas parte da decisão. Será reexamina
da pelo tribunal apenas a parte impugnada.
1.3.2. Quanto às fontes informativas
•
Constitucionais: previstos pela Constituição Federal com a finalidade de levar a
os tribunais superiores o conhecimento ou a defesa dos direitos fundamentais do
indivíduo.
•
Legais: previstos no Código de Processo Penal e nas leis processuais especiais.
•
Regimentais: instituídos nos regimentos dos tribunais.
1.3.3. Quanto à motivação
•
Ordinário: é o recurso que visa à defesa de um direito subjetivo. Baseia se no m
ero inconformismo.
•
Extraordinário: é o recurso que possui requisitos próprios, como, por exemplo, p
rotesto por novo júri.
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1.4. Pressupostos Recursais Pressupostos recursais são os requisitos de admissib
ilidade que o recurso deve possuir.
1.4.1. Pressupostos objetivos
a) Cabimento O recurso deve estar previsto em lei.
b) Adequação Não basta que o recurso esteja previsto em lei; é necessário que ao
sistema recursal. Cada decisão, em regra, só comporta um recurso, em face da ap
licação do princípio da unirrecorribilidade das decisões. Esse princípio, da irr
ecorribilidade das decisões, é mitigado por algumas exceções legais, como, por e
xemplo, protesto por novo júri pelo crime doloso contra a vida e apelação pelo c
rime conexo; interposição simultânea de recurso extraordinário ao Supremo Tribun
al Federal e de recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça. seja
adequado à decisão que se deseja impugnar. Esse pressuposto confere lógica
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P.: Qual a conseqüência para a parte que interpõe recurso incorreto? R.: O recur
so, ainda que inadequado, pode ser recebido e conhecido pelo princípio da fungib
ilidade. É exceção ao princípio da adequação (artigo 579 do Código de Processo P
enal). Portanto, o recurso, mesmo equivocado, deve ser oferecido dentro do prazo
correto e que não esteja de má fé o recorrente.
c) Regularidade formal O Código de Processo Penal estabelece a forma segundo a q
ual o recurso deve ser interposto. São formalidades legais para o recurso ser re
cebido. Ex.: a apelação pode ser interposta por petição ou por termo nos autos.
d) Tempestividade O recurso deve ser interposto no prazo legal. Os prazos começa
m a correr a partir do primeiro dia útil após a intimação, e, conforme prevê a S
úmula n. 310 do Supremo Tribunal Federal: “quando a intimação tiver lugar na sex
ta feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo j
udicial terá início na segunda feira imediata, salvo se não houver expediente, c
aso em que começará no primeiro dia útil que se seguir”. No caso de carta precat
ória, o prazo é contado a partir da juntada da carta aos autos do processo.
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e) Ausência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer Fatos impe
ditivos são aqueles que impedem a interposição do recurso ou seu recebimento, qu
ais sejam:
•
Renúncia: é ato de disposição, ou seja, abre se mão do direito de recorrer. É di
ferente de deixar escoar o prazo sem interpor recurso. Na renúncia há manifestaç
ão expressa nesse sentido. O Ministério Público não pode renunciar. A renúncia a
ntecipa o trânsito em julgado.
P.: Em sentença condenatória, o defensor e o réu têm de ser intimados da sentenç
a e ambos podem interpor recurso. Se houver divergência de vontades, um deles qu
er renunciar e o outro não, qual prevalece? R.: Na doutrina, prevalece entendime
nto de que a vontade do acusado deve prevalecer sobre a do defensor. Na jurispru
dência, sustenta se que prevalece a vontade técnica do defensor. Há, no entanto,
entendimento que sustenta prevalecer a vontade daquele que quer recorrer, com b
ase na garantia da ampla defesa.
•
Não recolhimento à prisão nos casos previstos em lei (artigo 594 do Código de Pr
ocesso Penal).
Fatos extintivos são fato supervenientes à interposição do recurso:
6/15
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•
Desistência: é ato de disposição, porém sempre posterior à
interposição do recurso. O Ministério Público não pode desistir dos recursos int
erpostos (artigo 576 do Código de Processo Penal).
•
Deserção: ato de abandonar o recurso. Pode ocorrer pelo não
pagamento das custas processuais (artigo 806, § 2. , do Código de Processo Penal
).; ou pela fuga do réu no caso de apelação, sempre quando for negada a possibil
idade de apelar em liberdade.
1.4.2. Pressupostos subjetivos
a) Legitimidade A legitimidade refere se às partes legítimas para interposição d
o recurso (artigo 577 do Código de Processo Penal).
b) Interesse jurídico O interesse deriva da sucumbência. A sucumbência ocorre se
mpre que a parte teve frustrada alguma expectativa legítima. Estabelece o parágr
afo único do artigo 577 do Código de Processo Penal: “não se admitirá, entretant
o, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão
”.
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2. APELAÇÃO
2.1. Conceito O Professor Fernando Capez2 ensina que apelação é: “recurso interp
osto da sentença definitiva ou com força de definitiva, para a segunda instância
, com o fim de que se proceda ao reexame da matéria, com a conseqüente modificaç
ão parcial ou total da decisão”.
2.2. Classificação 2.2.1. Quanto à extensão
•
Ampla ou plena: devolve o conhecimento pleno de toda a matéria decidida.
•
Restrita, limitada ou parcial: impugna tópicos da sentença; pede se apenas o ree
xame de parte da decisão.
O que fixa a extensão da apelação é o ato de interposição. Caso isso não ocorra
entende se que a apelação foi total.
2.2.2. Quanto ao procedimento
•
Ordinária: ocorre nos casos de apelação de crimes punidos com reclusão (artigo 6
13 do Código de Processo Penal).
2
Op. cit. p. 403. 8/15
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•
Sumária: ocorre nas contravenções e nos crimes punidos com detenção.
2.3. Hipóteses de Cabimento da Apelação 2.3.1. Decisões proferidas por juiz sing
ular São hipóteses em que cabe a apelação:
•
decisões definitivas de condenação ou absolvição; decisões definitivas, ou com f
orça de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no art
igo 581 do Código de Processo Penal, pois a apelação tem caráter subsidiário;
•
P.: Todas as decisões condenatórias e absolutórias são apeláveis? R: O fato de s
erem apeláveis não significa que são sinônimos de recorríveis. Todas as decisões
condenatórias e absolutórias são recorríveis, mas nem todas apeláveis. A decisã
o de absolvição sumária no júri é recorrível mediante recurso em sentido estrito
e não apelação (artigo 581, inciso VI, do Código de Processo Penal).
2.3.2. Decisões proferidas pelo júri (artigo 593, inciso III, §§ 1. a 3. , do C
ódigo de Processo Penal) Nas decisões proferidas pelo júri, a apelação é cabível
se prevista em uma das hipóteses do inciso III do artigo 593 do Código de Proce
sso Penal:
•
Nulidade posterior à pronúncia: a nulidade posterior, se relativa, o momento de
arguição é imediatamente depois de anunciado o
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julgamento e apregoada as partes. Se o tribunal reconhecer a nulidade anula o at
o e todos os demais dele decorrente (artigo 571, inciso VI, do Código de Process
o Penal). Se a nulidade relativa tiver ocorrido durante o julgamento, o protesto
deve ser feito logo após a sua ocorrência, sob pena de ser convalidada (artigo
571, inciso VIII, do Código de Processo Penal).
•
Decisão contrária à letra expressa da lei ou à decisão dos jurados. Quando houve
r erro ou injustiça na aplicação da pena ou medida de segurança.
•
•
Decisão dos jurados manifestamente contrária a prova dos autos: decisão arbitrár
ia. Essa apelação só é cabível uma vez.
2.4. Artigo 593, § 4. , do Código de Processo Penal Quando de parte da decisão f
or cabível apelação e de outra parte for cabível recurso em sentido estrito, o ú
nico recurso cabível será a apelação, ainda que se recorra somente de parte da d
ecisão. A apelação absorve o recurso em sentido estrito.
2.5. Apelação na Lei n. 9.099/95 Hipóteses de cabimento:
•
sentença do procedimento sumaríssimo; sentença homologatória da transação penal;
rejeição da denúncia ou da queixa no procedimento sumaríssimo.
10/15
•
•
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O prazo dessa apelação é de 10 dias para a interposição e apresentação das razõe
s de apelação.
2.6. Efeitos da Apelação no Código de Processo Penal Os efeitos da apelação no C
ódigo de Processo Penal são:
•
Devolutivo (tantum devolutum quantum appellatum): o Judiciário irá reexaminar a
decisão; devolve se o conhecimento da matéria à instância superior.
•
Suspensivo: efeito que impede que a decisão proferida produza efeitos, que seja
eficaz. Obsta os efeitos da sentença.
•
Regressivo: efeito que permite ao próprio órgão prolator da decisão reexaminá lo
. Permite o juízo de retratação. A apelação do Código de Processo Penal não tem
efeito regressivo.
•
Extensivo: todos os recursos nos processos penais têm esse efeito (artigo 580 do
Código de Processo Penal). A decisão proferida no recurso interposto por um co
réu beneficia os demais que não recorreram, salvo se o recurso for fundado em mo
tivos de ordem pessoal.
2.7. Reformatio in Pejus A reformatio in pejus é a situação na qual o réu tem a
sua situação prejudicada em razão de recurso exclusivo da defesa. A reformatio i
n pejus é
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proibida com base no princípio do “tantum devolutum quantum appellatum”, segundo
o qual só é devolvido ao tribunal o pedido recursal. O tribunal só pode reexami
nar o que foi pedido. Ex.: a defesa recorre pedindo a absolvição. O tribunal neg
a a absolvição e coloca uma agravante. O artigo 617 do Código de Processo Penal
proíbe expressamente a reformatio in pejus.
2.7.1. Reformatio in pejus indireta Segundo ensinamento do Professor Fernando Ca
pez3: “anulada sentença condenatória em recurso exclusivo da defesa, não pode se
r prolatada nova decisão mais gravosa do que a anulada. Por exemplo: réu condena
do a um ano de reclusão apela e obtém a nulidade da sentença; a nova decisão pod
erá impor lhe, no máximo, a pena de um ano, pois do contrário o réu estaria send
o prejudicado indiretamente pelo seu recurso. Este é o entendimento pacífico do
STF (RTJ 88/1018 e 95/1081). (...) Obs.: No caso de a sentença condenatória ter
sido anulada em virtude de recurso da defesa, mas, pelo vício da incompetência a
bsoluta, a jurisprudência não tem aceitado a regra da proibição da reformatio in
pejus indireta (...)”.
3
Op. cit. p. 419. 12/15
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2.7.2. Reformatio in pejus no júri A lei que proíbe a reformatio in pejus (artig
o 617 do Código de Processo Penal) não pode prevalecer sobre o princípio constit
ucional da soberania dos veredictos. Anulado o júri, em novo julgamento, os jura
dos poderão proferir qualquer decisão. Se o réu foi pronunciado e condenado por
homicídio simples, a defesa interpõe apelação. O tribunal dá provimento e anula
o primeiro julgamento. No segundo julgamento o júri condena por homicídio qualif
icado. Houve reformatio in pejus, a pena aumentou só por recurso da defesa, e, n
o caso, reformatio in pejus indireta.
2.8. Reformatio in Mellius A reformatio in mellius ocorre quando o tribunal melh
ora a situação do réu em recurso exclusivo da acusação. Parte da doutrina susten
ta que é possível a reformatio in mellius, com base no próprio artigo 617 do Cód
igo de Processo Penal, que apenas proíbe a reformatio in pejus.
2.9. Processamento da Apelação O prazo para a interposição da apelação, segundo
o Código de Processo Penal, como regra é de cinco dias, salvo para o assistente
de acusação nãohabilitado, pois o Supremo Tribunal Federal manteve posicionament
o no sentido de que o prazo é de cinco dias, a contar da intimação, para assiste
nte
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habilitado, e 15 dias, após o vencimento do prazo para o Ministério Público apel
ar, para o não habilitado. A apelação é interposta por termo ou petição, no juíz
o que proferiu a decisão. Ele fará o exame do preenchimento dos pressupostos rec
ursais. Se o juiz denegar a apelação ou a julgar deserta, caberá recurso em sent
ido estrito (artigo 581, inciso XV, do Código de Processo Penal). Interposta a a
pelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um
para oferecer razões (exceto nos processos de contravenção em que o prazo será
de três dias). Após a apresentação das razões ou contra razões do Ministério Púb
lico, se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias. Se a ação pen
al for movida pelo ofendido, o Ministério Público oferecerá suas razões, em segu
ida, pelo prazo de três dias. Com as razões ou contra razões, podem ser juntados
documentos novos. O artigo 576 do Código de Processo Penal estabelece que: “O M
inistério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto”. Inexiste
juízo de retratação na apelação. É praticamente pacífico que a apresentação tard
ia das razões de apelação não impede o conhecimento do recurso.
2.10. Artigo 600, § 4. , do Código de Processo Penal O § 6. do artigo 600 do Có
digo de Processo Penal estabelece que: “Se o apelante declarar, na petição ou no
termo, ao interpor a apelação, que deseja
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arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde
será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes
pela publicação oficial”. O apelante pode requerer a apresentação das razões no
tribunal.
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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO XXIV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510 010 Tel.: (11) 3346.4600 –
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LO XXIV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. DOS RECURSOS (II TOMO) 1.1. Recurso em Sentido Estrito (art. 581 e ss. do CPP
) O recurso em sentido estrito é interposto em primeira instância e classifica s
e em:
•
Recurso em sentido estrito pro et contra: o recurso é cabível em ambas as hipóte
ses de sucumbência. Exemplos: artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal
da pronúncia ou impronúncia; artigo 581, inciso X, do Código de Processo Pena
l da decisão que concede ou nega habeas corpus.
•
Recurso em sentido estrito secundum eventum litis: o recurso só é admitido em um
a das hipóteses de sucumbência. Ex.: artigo 581, inciso I, do Código de Processo
Penal da decisão que rejeita a denúncia ou a queixa (se houver recebimento, n
ão cabe recurso).
1.1.1. Hipóteses de cabimento O artigo 581 traz o rol de cabimento do recurso em
sentido estrito. Esse rol é taxativo? A doutrina e a jurisprudência tradicionai
s consideram esse rol como taxativo. De uns tempos para cá está ocorrendo uma le
ve flexibilização na interpretação do rol do artigo 581 do Código de Processo Pe
nal. Isso porque
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esse diploma é de 1941, e o rol do recurso em sentido estrito não acompanhou as
mudanças por ele sofridas. Tal fato vem motivando o entendimento de que, ainda q
ue o rol seja taxativo, admite se a interpretação extensiva e a aplicação analóg
ica. Ex.: A jurisprudência majoritária entende ser cabível recurso em sentido es
trito da decisão que suspende o processo nos termos do artigo 366 por analogia a
o inciso XVI do artigo 581, ambos do Código de Processo Penal. Segundo o rol do
artigo 581 do referido diploma, caberá recurso, no sentido estrito, da decisão,
despacho ou sentença: I) Que não receber a denúncia ou a queixa Se o juiz recebe
a denúncia, cabe habeas corpus. Se rejeita, cabe recurso em sentido estrito. Re
jeitada denúncia de crime previsto na Lei n. 9099/95 cabe apelação no prazo de d
ez dias. Tratando se de crime previsto na Lei n. 5.250/67, se o juiz recebe a de
núncia ou a queixa, cabe recurso em sentido estrito; se rejeita, cabe apelação n
o prazo de cinco dias. É necessário intimação do acusado para apresentar contra
razões, no caso do recurso em sentido estrito, pelo fato do juiz não receber a d
enúncia? O Código de Processo Penal não exige essa providência. Houve quem suste
ntasse a aplicação do Código de Processo Civil subsidiariamente, pois, antes da
reforma do Código de Processo Civil em 1994, o acusado era intimado para contra
razoar. Hoje, com a reforma do Código de Processo Civil, não se aplica mais essa
regra.
2/34
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II) Que concluir pela incompetência do juízo Nesse caso, o juiz reconhece de ofí
cio a incompetência. “Para parte da doutrina, da sentença que desclassifica o cr
ime de competência do Júri, para crime não doloso contra a vida, cabe recurso em
sentido estrito com base nesse fundamento, pois o juiz está, na verdade, conclu
indo pela incompetência do Júri.”1
III) Que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição A decisão a respei
to da exceção de suspeição é irrecorrível. As exceções podem ser de: litispendên
cia, coisa julgada e ilegitimidade de parte. Esse inciso trata de recurso em sen
tido estrito secundum eventum litis. Só são recorríveis as decisões que julgarem
procedentes as exceções.
IV) Que pronunciar ou impronunciar o réu
V) Que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir
requerimento de prisão preventiva ou revogá la, conceder liberdade provisória ou
relaxar a prisão em flagrante A cassação ocorre quando se verifica que a fiança
anteriormente concedida não era cabível.
1
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. 3/34
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Fiança inidônea é aquela prestada – por engano – em quantia insuficiente ou cujo
valor se depreciou com o tempo, havendo necessidade de ser reforçada, sob pena
de ficar sem efeito. Atenção: lembre se que em 90% dos casos referentes à fiança
o recurso cabível é o recurso em sentido estrito. E, nos casos de prisão e libe
rdade provisória, lembre se que só cabe o recurso em sentido estrito quando a ac
usação for sucumbente; se a defesa for sucumbente não cabe.
VI) Que absolver o réu sumariamente Trata se da única sentença absolutória que n
ão é apelável.
VII) Que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor A quebra da fiança ocor
re quando (arts. 328 e 341 do CPP):
•
o réu descumpre as obrigações às quais se submete; pratica outra infração penal
na vigência do benefício.
•
Artigo 343 do Código de Processo Penal: “O quebramento da fiança importará a per
da de metade do seu valor e a obrigação, por parte do réu, de recolher se à pris
ão, prosseguindo se, entretanto, à sua revelia, no processo e julgamento, enquan
to não for preso”. A perda do valor se dá quando o réu condenado não se recolhe
à prisão (art. 344 do CPP).
4/34
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VIII) Que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidad
e
IX) Que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa ext
intiva da punibilidade Exceção: durante a fase de execução, o recurso cabível se
rá o agravo (art. 197 da LEP).
X) Que conceder ou negar a ordem de habeas corpus Atenção: o dispositivo refere
se somente à decisão do juiz de primeirainstância. Normalmente, o habeas corpus
é julgado no tribunal. Do acórdão denegatório de habeas corpus proferido pelos T
ribunais Regionais Federais e pelos tribunais dos Estados cabe recurso ordinário
para o Superior Tribunal de Justiça. Se a sentença concede o habeas corpus, há
o reexame necessário.
XI) Revogado pela Lei de Execução Penal
XII) Revogado pela Lei de Execução Penal
XIII) Que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte
5/34
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XIV) Que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir Atenção: nesse caso, o
prazo para interposição do recurso em sentido estrito é de 20 dias. A legitimid
ade é de qualquer do povo. O órgão competente para o julgamento é o presidente d
o Tribunal de Justiça.
XV) Que denegar a apelação ou julgar deserta
XVI) Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial
XVII) Revogado pela Lei de Execução Penal
XVIII) Que decidir o incidente de falsidade É a decisão – definitiva – que julga
o incidente de falsidade documental. O recurso em sentido estrito disposto ness
e inciso é pro et contra.
XIX ao XXIII) Revogados pela Lei de Execução Penal
XXIV) Esse inciso já estava revogado pela Lei de Execução Penal. Atualmente, em
virtude da Lei n. 9.268/96, nem o juiz das execuções pode proferir decisão conve
rtendo a multa em prisão.
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1.1.2. Efeito do recurso em sentido estrito a) Devolutivo: todos os recursos têm
esse efeito; a decisão é reapreciada. b) Suspensivo: como regra, o recurso em s
entido estrito não possui efeito suspensivo, salvo o artigo 584 do Código de Pro
cesso Penal. Assim, o recurso em sentido estrito terá efeito suspensivo se inter
posto contra:
•
decisão que denegue conhecimento à apelação ou a julgue deserta; decisão que dec
lare perdido o valor da fiança; decisão de pronúncia apenas no tocante ao julgam
ento do réu pelo júri;
•
•
•
decisão que determine quebra da fiança somente no tocante a perda da metade de s
eu valor.
c) Regressivo: o recurso em sentido estrito permite ao órgão prolator da decisão
que se retrate. d) Extensivo: o recurso em sentido estrito possui esse efeito (
art. 580).
1.1.3. Processamento do recurso em sentido estrito O prazo para interposição do
recurso em sentido estrito, em regra, é de cinco dias (art. 586 do CPP). Exceçõe
s:
•
15 dias, no caso de recurso contra pronúncia interposto pelo assistente de acusa
ção não habilitado nos autos;
7/34
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LO XXIV
•
20 dias, contra a decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral (art. 586,
par. ún., do CPP).
Se o recurso em sentido estrito não for recebido, contra essa decisão é cabível
a carta testemunhal. Se o recurso em sentido estrito for recebido, intima se o r
ecorrente para apresentar as razões e o recorrido para apresentar as contra razõ
es. O juiz vai então reexaminar sua decisão podendo mantê la ou se retratar. Cas
o ele mantenha a sua decisão, o recurso sobe para o tribunal competente; caso el
e se retrate, intima as partes da nova decisão. O prazo para a apresentação das
razões, contra razões e retratação é sempre de dois dias. Em segunda instância o
recurso em sentido estrito segue o rito da apelação sumária. O prejudicado com
a retração pode interpor recurso cabível no prazo de cinco dias e o recurso subi
rá diretamente ao tribunal, independentemente de razões ou contra razões (art. 5
89, par. ún., do CPP). A nova decisão pode não ser impugnada por recurso em sent
ido estrito. Ex.: se o juiz indefere um requerimento de prisão preventiva, oMini
stério Publico interpõe recurso em sentido estrito. O juiz retrata se e defere a
prisão. As partes são intimadas. A defesa só pode impetrar habeas corpus, mas n
ão recurso em sentido estrito.
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O recurso em sentido estrito poderá subir nos próprios autos do processo ou em a
utos apartados. Nesse último caso, faz um instrumento que será examinado pelo tr
ibunal. O recurso em sentido estrito sobe nos próprios autos nos seguintes casos
(art. 583 do CPP):
•
quando interpostos de ofício; nos casos do artigo 581, incisos I, III, IV, VI, V
III e X; quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
•
•
2. PROTESTO POR NOVO JÚRI (ARTS. 607 E 608 DO CPP)
O protesto por novo júri possui as seguintes características:
•
é um recurso exclusivo das decisões do júri; é um recurso exclusivo da defesa; s
ó pode ser interposto uma vez; é um recurso que dispensa a fundamentação; é inte
rposto perante o juiz presidente julgado por ele mesmo.
•
•
•
•
Hipótese de cabimento: o protesto por novo júri será cabível sempre que houver c
ondenação a uma pena de reclusão igual ou superior a 20 anos por um só crime, se
gundo entendimento da doutrina e da jurisprudência .
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Obs. : cabe protesto por novo júri quando a pena imposta for em grau de apelação
? Está em vigor o artigo 607, § 1. , do Código de Processo Penal? Pelo artigo 60
7, § 1. , do Código de Processo Penal não cabe o protesto por novo júri quando a
pena imposta for em grau de apelação. Esse artigo faz, todavia, uma remição exp
ressa ao artigo 606 do mesmo diploma, artigo esse revogado desde 1948. Em razão
disso, a posição dominante entende que a revogação expressa do artigo 606 do Cód
igo de Processo Penal produziu a revogação tácita do artigo 607, § 1. . A posiçã
o minoritária (Professor Tourinho) afirma que o artigo 607, § 1. , está em vigor
, pois sua regra é compatível com os demais dispositivos do Código de Processo P
enal: quando da revogação do artigo 606 do Código de Processo Penal a regra nele
contida foi deslocada para o artigo 593 do Código de Processo Penal; logo, onde
está escrito artigo 606, leia se artigo 593 e parágrafos do Código de Processo
Penal. Para tal corrente não se trata de revogação, mas sim de uma remição não a
tualizada.
2.1. Concurso de Crimes Atenção: assunto muito abordado em concursos públicos. C
oncurso material: se a pena igual ou superior a 20anos resultar de concurso mate
rial, não será cabível protesto (as penas devem ser consideradas isoladamente pa
ra o protesto). Crime continuado e concurso formal: se a pena igual ou superior
a 20 anos resultar de concurso formal e crime continuado, admite se o protesto.
Entende se que em tais situações prevalece a unidade da conduta ou a ficção lega
l.
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2.2. Processamento O prazo de interposição é de cinco dias. É interposto perante
o juiz presidente. O juiz presidente pode admitir o protesto ou indeferi lo. Se
o juiz admite o protesto, desde logo marca novo júri. Não há apresentação de ra
zões ou contra razões. No novo julgamento não poderão fazer parte do Conselho de
Sentença os jurados que já tenham tomado parte no julgamento anterior (art. 607
, § 3. , do CPP). A Súmula n. 206 do Supremo Tribunal Federal estende essa regra
a qualquer caso de novo julgamento. Da decisão que indefere o protesto, qual a
medida cabível? São duas as posições:
•
Carta Testemunhável: esse recurso destina se a promover o reexame do recurso ind
eferido.
•
Habeas Corpus: corrente defendida pelos Professores Vicente Greco e Frederico Ma
rques. Essa corrente entende não ser cabível a carta testemunhável pelo fato do
seu rito ser o mesmo do recurso indeferido. No protesto, a carta seria interpost
a no próprio juízo e por ele mesmo analisado. Para ser reexaminado pelo órgão su
perior é necessário impetrar habeas corpus.
11/34
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2.3. Artigo 607, § 2. , do Código de Processo Penal O pedido de protesto por nov
o júri provocará a revisão da decisão. Dessa forma ele invalida qualquer outro r
ecurso interposto, mesmo que seja recurso da acusação.
2.4. Artigo 608 do Código de Processo Penal O protesto suspende a apelação até q
ue haja o segundo julgamento. Isso acontece se o réu for condenado por outro cri
me que não caiba protesto. Após a decisão do segundo julgamento, julga se a apel
ação. Atenção: nesse caso, a defesa poderia apenas interpor o protesto, aguardar
o novo julgamento e depois apelar de tudo? Não, porque se assim fizer, o crime
em que não cabe o protesto transitará em julgado; por isso a necessidade de se i
nterpor o protesto e a apelação.
3. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
O artigo 382 do Código de Processo Penal trata dos embargos de declaração contra
a sentença. São os chamados “embarguinhos”. Os artigos 619 e 620 do Código de P
rocesso Penal tratam dos embargos de declaração contra acórdão. É possível a int
erposição dos “embarguinhos” também contra decisão interlocutória.
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LO XXIV
Toda decisão, sentença ou acórdão para ser impugnada por embargos de declaração
tem de ser omissa, contraditória, ambígua ou obscura. O prazo para interposição
dos embargos de declaração é de dois dias. Interposto os embargos de declaração,
aplica se o Código de Processo Civil subsidiariamente, isto é, interrompe se o
prazo dos demais recursos.
P.: É necessário a oitiva da parte contrária nos embargos de declaração? R.: A j
urisprudência dominante estabelece que a oitiva da parte contrária é providência
desnecessária, salvo quando os embargos tiverem caráter infringente, isto é, ef
eito modificativo.
P.: Os embargos de declaração podem ter efeito modificativo? R.: Sim, principalm
ente nos casos em que os embargos de declaração visarem sanar omissão.
P.: Cabe embargos de declaração de embargos de declaração? R.: Sim, desde que o
segundo embargo vise suprir omissão da decisão do primeiro embargo.
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LO XXIV
P.: Qual o recurso cabível quando o juiz não acolhe os embargos? R.: Embargos em
primeira instância: a parte deve argüir em preliminar de apelação o equívoco da
sentença. Embargos em segunda instância: contra acórdão, cabe agravo regimental
.
3.1. Embargos de Declaração na Lei n. 9.099/95 Os embargos de declaração serão o
postos nesse caso, no prazo de cinco dias. Opostos por escrito ou oralmente. Nes
se caso, os embargos de declaração suspendem o prazo para os demais recursos.
4. EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
Embargos de nulidade é o nome dado aos embargos infringentes quando a divergênci
a for relativa à decretação ou não de nulidade processual. Os embargos só têm ca
bimento contra acórdão não unânime. O voto vencido pode divergir total ou parcia
lmente. Se for parcial, somente quanto ao tópico em que ocorreu a divergência se
rão interpostos os embargos. A divergência se apura quanto à conclusão do voto e
não quanto a sua fundamentação. No processo penal, os embargos infringentes con
figuram recurso exclusivo da defesa. Assim, se dois votos absolvem e um voto con
dena o réu, a acusação foi sucumbente e não cabe embargos infringentes.
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LO XXIV
Atenção: é necessário que o acórdão se refira ao julgamento de uma apelação ou r
ecurso em sentido estrito. Não cabe embargos infringentes de decisão não unânime
em habeas corpus. Processamento:
•
interposição em 10 dias; oitiva do querelante ou do assistente de acusação se ho
uver – também em 10 dias;
•
•
parecer do Procurador Geral de Justiça; parecer do relator; parecer do revisor.
•
•
O relator e o revisor não podem ter participado do primeiro julgamento. O relato
r e o revisor do primeiro julgamento podem modificar a sua decisão. Isso porque
a turma julgadora é composta de cinco desembargadores: três desembargadores que
proferiram a primeira decisão e o relator e o revisor. Dessa forma, podem manter
ou reformar a primeira decisão. Logo, os embargos infringentes têm efeito regre
ssivo, diante da possibilidade da mudança de voto de quem já votou.
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LO XXIV
4.1. Embargos Infringentes nos Tribunais Superiores
•
No Superior Tribunal de Justiça não cabe embargos infringentes. Nesse tribunal,
só cabem embargos de declaração e divergência.
•
No Supremo Tribunal Federal há embargos infringentes no âmbito penal no prazo de
15 dias. Cabe em três casos:
−
acórdão não unânime em ação penal julgada procedente; acórdão que julga improced
ente revisão criminal; acórdão denegatório de recurso criminal ordinário (art. 1
02, inc. II, da CF).
−
−
5. CARTA TESTEMUNHÁVEL
A carta testemunhável surgiu na época do Brasil Colônia: testemunhas comprovavam
que o recurso havia sido interposto. As partes são chamadas :
•
duas
testemunhante: parte que interpõe a carta. testemunhado: juízo que indeferiu o s
eguimento, o processamento do recurso.
•
É cabível quando for denegado seguimento a recurso, não importando o motivo da d
enegação. Tem caráter residual. Só será cabível se não existir nenhuma outra med
ida expressamente prevista para isso.
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LO XXIV
Exemplos:
•
Decisão denega apelação: interpõe se recurso em sentido estrito; Decisão denega
recurso em sentido estrito: interpõe se a carta testemunhável;
•
•
Decisão denega protesto por novo júri: para alguns, cabe a carta testemunhável;
para outros o habeas corpus;
•
Decisão denega embargos de declaração em primeira instância: preliminar de apela
ção;
•
Denega embargos de declaração em segunda instância: agravo regimental;
•
Agravo em Execução: carta testemunhável.
5.1. Processamento O prazo para a interposição da carta testemunhável é de 48 ho
ras. Contase o prazo de minuto a minuto. O termo inicial para a interposição é a
partir da intimação desfavorável. Na prática, é impossível determinar o minuto
inicial. Contam se dois dias. É interposto perante o escrivão. O escrivão é quem
forma o instrumento. Trata se de função burocrática. Se ele se omite, fica suje
ito a uma pena funcional de suspensão por 30 dias. Formando o instrumento, o esc
rivão deve entregar a carta ao testemunhante. Após isso, segue se o rito do recu
rso indeferido. No tribunal, segue se o rito da apelação sumária.
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LO XXIV
Chegando ao tribunal, o disposto no Código de Processo Penal permite que o mesmo
, caso dê provimento à carta, admita o recurso indeferido e o julgue no mérito,
desde que a carta esteja devidamente instruída. É economia processual. O próprio
tribunal pode julgar no mérito.
Obs.: fim dos recursos no processo penal. A seguir estão algumas ações impugnati
vas de decisão.
6. REVISÃO CRIMINAL
Os processualistas mais antigos, baseados no Código de Processo Civil, o chamava
m de recurso sui generis. Mas não é um recurso. É uma ação impugnativa autônoma.
Instaura se nova relação jurídica processual com o seu ajuizamento. Não tem pra
zo de interposição. Seu pressuposto é a decisão transitada em julgado. É ação re
scisória de coisa julgada penal, mas difere da ação rescisória civil.
•
Ação rescisória: prazo – preclusivo – 2 anos; pode ser ajuizada pelo autor, pelo
réu ou por terceiros prejudicados.
•
Revisão Criminal:
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LO XXIV
não há prazo para interposição; só pode ser ajuizada pela defesa; é sempre pró r
éu.
Se houve erro judicial que beneficiou o réu e transitou em julgado, essa decisão
não pode ser rescindida. No pólo ativo figura o próprio réu pessoalmente (não p
recisa de advogado) ou o procurador do réu (alguém em seu nome). Não é necessári
o procuração com poderes especiais. Se o réu já faleceu, podem ingressar o cônju
ge, o ascendente, o descendente ou o irmão do mesmo. Nesse último caso, tutela s
e o status dignitatis, isto é, a honra, a moral do réu. Para assegurar o status
dignatis é possível entrar com revisão criminal:
•
quando o réu já faleceu; quando o réu já cumpriu a pena.
•
P.: Se, no curso da revisão criminal, o réu morre quem assume a ação? R.: O Códi
go de Processo Penal estabelece que o presidente do tribunal deve nomear um cura
dor para prosseguir na ação. Esse curador pode ser o cônjuge, ascendente, descen
dente ou irmão.
P.: O Ministério Público pode figurar no pólo ativo?
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LO XXIV
R.: Há polêmica na doutrina quanto ao assunto. Para a Professora Ada Pellegrini
Grinover, sim. Mas a posição dominante na doutrina e na jurisprudência é a de qu
e não. O Ministério Público pode impetrar habeas corpus, mas não revisão crimina
l. Ao Ministério Público cabe ocupar o pólo passivo na revisão criminal em defes
a da coisa julgada.
P.: Quais são os fundamentos possíveis da revisão criminal? Qual é a causa de pe
dir? R: Conforme o artigo 621 do Código de Processo Penal são fundamentos: a) Qu
ando a decisão for contrária à letra expressa da lei ou contrária à evidência do
s autos. Nesse caso, a contrariedade precisa ser marcante, facilmente perceptíve
l. Atenção: se no final do julgamento da revisão criminal não se chega a uma cer
teza, tendo se apenas uma probabilidade da inocência, qual a solução? Na revisão
criminal vigora o princípio do in dubio pro societati. Na dúvida, a revisão ser
á julgada improcedente. Não cabe revisão criminal quando houver uma mudança na i
nterpretação dos tribunais. A contrariedade é somente a texto expresso de lei.
b) Quando a decisão se fundar em depoimentos, documentos ou exames falsos. Devem
ser comprovadamente falsos. Exige se a prova pré constituída da falsidade do de
poimento, documento ou exame.
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LO XXIV
P.: Como o requerente consegue uma prova pré constituída? R.: É possível que o a
utor dos crimes (do falso testemunho) tenha sido condenado. Junta se a cópia da
decisão, da condenação ou por meio de justificação criminal. Segue o rito do Cód
igo de Processo Civil. É com base nele que no Juízo Penal a justificação é ajuiz
ada.
c) Quando surgirem provas novas de inocência do réu ou causa de diminuição de pe
na. O pedido da revisão criminal é a rescisão da coisa julgada ou a correção da
injustiça. O tribunal possui juízo rescindente e rescisório. Obs.: quando se rec
onhece na revisão criminal alguma nulidade processual o tribunal limita se a res
cindir a coisa julgada. O processo é anulado. O juiz de primeiro grau retomará o
processo. Haverá nova sentença, salvo se ocorreu a prescrição.
P.: E a reformatio in pejus? R.: A nova sentença não pode ser mais gravosa para
o réu do que a sentença rescindida. É a proibição da reformatio in pejus indiret
a.
P.: Sempre é possível o pedido de indenização por erro judiciário?
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LO XXIV
R.: Em alguns casos não. O autor da revisão precisa pedir expressamente. Não é u
m efeito da revisão. Não é possível o pedido de indenização nos seguintes casos:
•
quando o réu de alguma forma colaborou na produção do documento falso;
•
quando o réu colaborou com a ocultação da prova.
Se o autor da ação limitar se a pedir a diminuição da pena, nada impede que o tr
ibunal, se for o caso, absolva o. Mas cabe ressaltar que no julgamento da revisã
o vigora o princípio in dubio pro societati.
P.: É possível o ajuizamento de segunda revisão criminal? R.: O ajuizamento só s
erá possível se tiver outro fundamento.
Obs.: não cabe revisão criminal de decisão de pronúncia. Não há coisa julgada ma
terial.
6.1. Competência Cada tribunal é competente para o julgamento de seus próprios j
ulgados. Se a decisão condenatória transitou em julgado na primeira instância, a
revisão criminal deve ser ajuizada no tribunal que tem competência recursal par
a aquela matéria.
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6.2. Procedimento A revisão criminal é uma ação. Inicia se com o oferecimento da
petição inicial, acompanhada da certidão do trânsito em julgado e de algum docu
mento que comprove as alegações do autor. A prova é sempre pré constituída, conf
orme o artigo 625, § 1. , do Código de Processo Penal. É encaminhada ao presiden
te do tribunal, o qual pode indeferi la liminarmente. Se não indeferir, ele enca
minha a um relator; este também pode indeferi la liminarmente. O Procurador Gera
l dá um parecer em dez dias. É uma contestação defende a coisa julgada. A revisã
o volta para receber os pareceres do relator e do revisor, no prazo de dez dias
para cada. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, o relator e o revisor não pod
em ter proferido nenhuma decisão no processo originário. A revisão é julgada.
6.3. Recursos
•
Do indeferimento liminar da revisão criminal cabe recurso inominado – em São Pau
lo esse recurso é o agravo regimental.
•
Do acórdão que julga a revisão criminal cabe recurso especial ou recurso extraor
dinário.
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Obs.: cabe embargos infringentes do acórdão não unânime que julga revisão crimin
al? Segundo o Código de Processo Penal não cabe. Exceção: cabe na revisão crimin
al julgada improcedente pelo Supremo Tribunal Federal.
P.: Cabe revisão criminal para rescindir sentença absolutória? R.: Sim, no caso
de absolvição imprópria.
P.: É requisito para a revisão criminal o prévio recolhimento do réu à prisão? R
.: Não, não é uma condição.
P.: A revisão criminal tem efeito suspensivo, isto é, suspende a execução da pen
a? R.: Não. O ajuizamento da revisão criminal não suspende a execução da pena. M
as, segundo os Professores Magalhães Noronha, Scarance e Ada Pellegrini Grinover
, é possível a aplicação subsidiária do artigo 273 do Código de Processo Civil,
isto é, a antecipação de tutela.
P.: A revisão criminal tem efeito extensivo? Por exemplo: três indivíduos são co
ndenados por homicídio. Um deles prova que o fato não ocorreu. Estende se para o
s demais?
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LO XXIV
R.: Sim, aplica se o artigo 580 do Código de Processo Penal na revisão criminal.
7. HABEAS CORPUS (“Traga me o Corpo”)
O habeas corpus teve sua origem na Magna Carta da Inglaterra, em 1215, promulgad
a pelo Rei João Sem Terra. Momentos importantes desse instituto:
•
Habeas Corpus Act: período de consolidação do habeas corpus em 1679.
•
No Brasil: o habeas corpus teve sua origem: implícita na Constituição Federal de
1824; expressa em 1832 no Código de Processo Criminal; em textos constitucionai
s, a partir da Constituição de 1891, artigo 72, § 22.
7.1. Teoria Brasileira do Habeas Corpus Rui Barbosa percebeu que o ordenamento j
urídico brasileiro precisava ampliar o âmbito de atuação do habeas corpus, para
garantir ao cidadão a defesa de abusos anormais que impusessem mácula a direitos
individuais de outro que não o de locomoção.
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LO XXIV
O Supremo Tribunal Federal reconheceu expressamente, naquela época, a “teoria br
asileira do hábeas corpus” desenvolvida por Rui Barbosa, reconhecendo o como mei
o hábil para a defesa de outros direitos ameaçados por ilegalidade ou abuso de p
oder. Essa teoria que vigorou até 1926, quando uma emenda constitucional passou
a limitar o habeas corpus. Atualmente, o habeas corpus está previsto no artigo 5
. , inciso LXVIII, da Constituição Federal. O artigo 142, § 2. , da Constituição
Federal, restringe a abrangência do habeas corpus para as punições disciplinare
s militares. Sobre essa disposição, que já existia em outras constituições, Pont
es de Miranda sustenta a não possibilidade desse remédio constitucional discutir
o mérito da punição, mas poderá ser impetrado para questionar:
•
a existência do poder hierárquico daquele que determinou a punição sobre o punid
o;
•
a existência do poder disciplinar no caso concreto; se o ato censurado é ou não
ligado à função militar; se a pena imposta é suscetível de ser aplicada discipli
narmente.
•
•
7.2. Disciplina do Habeas Corpus (Arts. 647 a 667) O habeas corpus não é recurso
; não tem prazo para a sua interposição; não é obrigatório sua existência em um
processo. É ação constitucional de caráter penal e procedimento especial.
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LO XXIV
A Constituição Federal de 1988 institui duas espécies de habeas corpus:
•
habeas corpus preventivo ou salvo conduto:
não houve dano
consumado, havendo risco futuro de se sofrer uma coação.
•
habeas corpus repressivo ou liberatório: visa combater o dano à liberdade de loc
omoção, coação ou violência que se encontram consumados.
7.3. Partes As partes no habeas corpus são:
•
Impetrante: pessoa que pede a ordem. Pode ser qualquer pessoa (física ou jurídic
a, com ou sem capacidade civil plena). Não precisa ser advogado, em razão da imp
ortância do direito a ser tutelado.
P.: E o Ministério Público pode impetrar habeas corpus? R.: Sim, a teor dos arti
gos 127 da Constituição Federal e 654 do Código de Processo Penal. O Juiz de Dir
eito não pode impetrar habeas corpus nos processos de sua competência.
•
Paciente: pessoa em nome de quem se pede a ordem. Autoridade coatora: pessoa res
ponsável por determinar a ordem ilegal ou abusiva; é o pólo passivo do habeas co
rpus. A autoridade coatora será sempre aquela responsável pela ordem e não a que
se limitou a executar o ato.
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•
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LO XXIV
P.: Admite se habeas corpus contra ato de particular? R.: Posição dominante admi
te a impetração contra ato de particular. Ex.: contra diretor de hospital que se
recusa a liberar o paciente que não tem recursos para pagar a conta.
7.4. Rito do Habeas Corpus A impetração do habeas corpus se faz por meio de peti
ção inicial, que deverá conter os seguintes requisitos mínimos:
•
nome do paciente; descrição da atual ou futura violência ou coação à liberdade d
e locomoção;
•
•
petição escrita em língua portuguesa; assinatura do impetrante ou de alguém a se
u rogo; documentos que comprovem os fatos alegados.
•
•
7.5. Hipóteses de Cabimento (Art. 647/648 do CPP) P.: O rol do artigo 648 do Cód
igo de Processo Penal é taxativo ou exemplificativo? R: Discussão sem razão de s
er, pois o rol do artigo 647 do Código de Processo Penal é suficientemente amplo
para abranger várias situações.
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LO XXIV
São hipóteses de cabimento do habeas corpus:
•
Quando não houver justa causa: haverá justa causa sempre que a persecução penal
possuir fundamentos fáticos e jurídicos.
•
Sempre que alguém estiver preso por mais tempo que a lei permita: dispositivo qu
e vale para prisão penal e para prisão processual.
•
Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê lo. Quando houver c
essado o motivo que autorizou a coação. Quando não for alguém admitido a prestar
fiança, nos casos em que a lei a autoriza.
•
•
•
Quando o processo for manifestamente nulo: a nulidade deve ser manifesta.
•
Quando extinta a punibilidade. Ex.: instaura se inquérito policial para apurar c
rime prescrito.
P.: É possível o impetrante alegar em habeas corpus alguma hipótese e o tribunal
conceder por outra? R.: Sim. O tribunal pode até conceder habeas corpus de ofíc
io, não estando vinculado à alegação.
7.6. Competência 7.6.1. Competência do Supremo Tribunal Federal
•
Quando a autoridade coatora for Tribunal Superior.
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LO XXIV
•
Quando forem pacientes as seguintes pessoas: Presidente da República e Vice Pres
idente; Ministros de Estado, dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas da
União; comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica; deputados federais e sena
dores; Procurador Geral da República e chefes de missão diplomática.
7.6.2. Competência do Superior Tribunal de Justiça
•
Quando a coação partir de tribunal sujeito à sua jurisdição ou de Ministros de E
stado ou Comandante Geral da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Obs.: sempre que o habeas corpus envolver comandante do Exército ou Ministro de
Estado, sendo paciente, a competência será do Supremo Tribunal Federal, mas se f
orem autoridade coatora, a competência será do Superior Tribunal de Justiça.
•
Quando o coator ou paciente for autoridade sujeita à jurisdição: Governador do E
stado (o vice governador não) ou do Distrito Federal; desembargador; membros do
Tribunal Regional Federal, Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal de Contas do
Estado, Tribunal de Contas do Município; membros do Ministério Público da União
que oficie perante tribunais.
7.6.3. Competência do Tribunal Regional Federal
•
Quando o paciente ou coator for juiz federal, juiz do trabalho ou membro do Mini
stério Público Federal de primeira instância.
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7.6.4. Competência do Tribunal de Justiça
•
Quando forem pacientes ou coator: prefeito municipal; vicegovernador; secretário
s de Estado; deputados estaduais; membros do Ministério Público Estadual; Juiz d
e Direito (nos casos de sua competência recursal); Delegado Geral de Polícia; Pr
ocurador Geral do Estado; Comandante Geral da Polícia Militar; Juiz de Alçada,
Auditor da Justiça Militar.
7.7. Os Recursos no Habeas Corpus
•
Sentença que concede habeas corpus em primeiro grau: recurso de ofício (art. 574
, inc. I, do CPP) e recurso em sentido estrito (art. 581, inc. X, do CPP).
•
Habeas Corpus por Tribunal: recurso ordinário, se denegatória a decisão ( arts.
102, inc. II e 105, inc. II, da CF e Lei n. 8.038/90).
8. MANDADO DE SEGURANÇA NA ÁREA CRIMINAL
O mandado de segurança encontra se previsto nos incisos LXIX e LXX do artigo 5.
da Constituição Federal. Desde seu surgimento discutia se a possibilidade de ca
bimento contra ato jurisdicional. Hoje não há dúvida: é cabível contra aquele at
o jurisdicional para o qual não se previu recurso.
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Ex.: pedido de habilitação do assistente de acusação negado; decisão que determi
na a apreensão de objetos não relacionados ao crime, para garantir as prerrogati
vas do advogado. E se o ato for recorrível? Segundo a Lei do Mandado de Seguranç
a não será cabível. É válida essa restrição? Não. Essa restrição não é aplicada.
Prevalece o entendimento de que o mandado de segurança poderá ser impetrado con
tra ato jurisdicional que admita recurso, sempre que o recurso não possuir efeit
o suspensivo, pois, nesse caso, a interposição do recurso não impede que a decis
ão produza seus efeitos, de tal forma que não obsta a consumação da lesão a dire
ito líquido e certo em virtude de ilegalidade ou abuso de poder. Cabe também o M
andado de Segurança para obter efeito suspensivo em agravo interposto contra dec
isão que em sede de execuções concede livramento condicional ou progressão de re
gime sem o preenchimento dos requisitos legais ou para obter efeito suspensivo c
ontra a concessão de liberdade provisória em crime hediondo.
8.1. Direito Líquido e Certo Após grande discussão doutrinária, chegou se ao con
senso de que a expressão “direito líquido e certo” deve ser tomada no sentido pr
ocessual, para indicar direito apurável sem necessidade de dilação probatória. D
isso decorre a exigência de prova pré constituída do direito para que se cogite
a concessão de mandado de segurança.
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8.2. Partes São legitimados para impetrar o mandado de segurança a pessoa física
ou jurídica e, até, ente despersonalizado titular do direito líquido e cert
o ameaçado ou violado pela ilegalidade ou abuso de poder. Normalmente, no proces
so penal, esse remédio será utilizado pela acusação – pois a defesa pode fazer u
so do habeas corpus. O órgão do Ministério Público pode impetrar mandado de segu
rança perante tribunais. No pólo passivo, segundo a doutrina dominante, encontra
se a pessoa jurídica de direito público a cujo quadro pertence a autoridade coa
tora.
8.3. Competência Como se trata de mandado de segurança em face de ato jurisdicio
nal, a competência será sempre dos tribunais – originariamente.
8.4. Procedimento
•
Prazo para impetração: 120 dias contados da ciência do ato impugnado.
•
A petição inicial deve atender aos requisitos dos artigos 282 e 283 do Código de
Processo Civil e estar munida da prova pré constituída do direito do impetrante
.
•
O tribunal pode ou não conceder a liminar.
33/34
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LO XXIV
•
A autoridade coatora será notificada para prestar informações no prazo de 10 dia
s.
•
O órgão do Ministério Público deve apresentar parecer em 5 dias – atua como cust
os legis.
8.5. Liminar A lei do mandado de segurança assegura a possibilidade de concessão
de liminar ao impetrante sempre que a ameaça ao direito líquido e certo for atu
al e objetiva (art. 70, inc. II).
Obs.: a notificação da autoridade coatora para apresentação das informações tem
valor de citação.
Atenção: o Supremo Tribunal Federal entende que o mandado de segurança, quando i
mpetrado pelo Ministério Público contra decisão favorável a defesa, deverá també
m requerer e o tribunal determinar a citação do réu como litisconsórcio necessár
io. Sem isso, o Supremo Tribunal Federal anula o mandado de segurança.
34/34
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RATA
DIREITO PROCESSUAL PENAL MÓDULO I
No item 1.18. Princípio da Motivação das Decisões Judiciais, onde se lê “Previst
o nos arts. 5. , inc. LX, 93 e 381 do CPP”, leia se “Previsto nos arts. 93 da CF
e 381
do CPP”.
1/1
_____________________________________________________________________________ ER
RATA
DIREITO PROCESSUAL PENAL MÓDULO XIV
No item 1.6.1. Espécies de flagrante, fl. 07, onde lê se: “A ação penal privada
não impede a prisão em flagrante, desde que o ofendido autorize a lavratura do a
uto e o ratifique no prazo da entrega da nota de culpa, ou seja, em 24h.”; leia
se: “A ação penal privada não impede a prisão em flagrante, desde que o ofendido
autorize a lavratura do auto ou a ratifique no prazo da entrega da nota de culp
a, ou seja, em 24h”.
1/1
_____________________________________________________________________________ ER
RATA
DIREITO PROCESSUAL PENAL MÓDULO XVII
No item 1.5. Emendatio Libelli e Mutatio Libelli, fl. 8, onde lê se: “Se a pena
for menor ou idêntica à anterior deve se observar o disposto no art. 384, caput,
do Código de Processo Penal. O juiz deve baixar os autos para a manifestação da
defesa, que no prazo de 3 dias deverá produzir provas, podendo arrolar até 8 te
stemunhas.”, leia se: “...que no prazo de 8 dias deverá produzir provas, podendo
arrolar até 3 testemunhas.”
1/1