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Texto e fotos: Nathália Kneipp cqv2010.blogspot.com Brasília, 12 de março de 2010.

Como será desenvolvido o trabalho de educação nutricional que começa com a oficina de
hoje?

Essa intervenção que estamos fazendo no MCT faz parte de um dos três projetos de educação
nutricional concebidos no UniCeub: Projeto Vida Leve, para a população em geral, especialmente
aqueles que pertençam a algum grupo de risco ou com histórico de problemas de saúde. Projeto
Sabor a Vida que é voltado para os diabéticos e o Projeto Nutri Jovem, focado em pessoas dessa
faixa etária. No MCT, o Projeto iniciado é o Vida Leve. Esse Projeto engloba um ciclo de oficinas que
ocorre com uma dinâmica de grupo para que a educação nutricional ocorra de forma interativa, por
meio de jogos cooperativos e atividades lúdicas. A participação em uma comunidade que busca
reeducação alimentar é mais vantajosa que a interação individual em um consultório. Aprender
sozinho é completamente diferente de aprender juntos em um contexto social. A atividade de hoje é
para fazer uma triagem nutricional e identificar o perfil do grupo da Secis. Explicaremos quais foram
os parâmetros avaliados e faremos uma breve orientação sobre alimentação saudável. Para as
próximas etapas, as pessoas devem se inscrever nas oficinas que acontecerão no UniCeub, localizado
no Edifício União, SCS, em frente ao Hospital de Base. É nesse local que funcina o Laboratório de
Culinária Experimental. A próxima oficina está programada para o dia 25 de março às 9h. com a
disponibilidade de 20 vagas.
Ouve-se com frequência a queixa de que a alimentação saudável significa relegar o
paladar, as comidinhas saborosas, ao segundo plano. Você considera que esse seja o
maior empecilho à reeducação alimentar?

É exatamente essa percepção que nós queremos mudar com as oficinas. A culinária experimental
existe para isso. Além da pessoa aprender os conceitos, o que faz bem à saúde, quais são as
melhores escolhas, ela também poderá provar, degustar, e descobrir que o processo de preparo do
alimento pode ser muito prazeroso, bem como os pratos que são feitos primam por um sabor que
agrade. Há algumas boas surpresas quando alguém descobre que uma saladinha de tomate, na
medida em que é cortada corretamente e bem temperada , proporciona um sabor até então
desconhecido. É na culinária experimental que a gente quebra esse tabu.

Existem trabalhos na área de Hematologia que relacionam a tipagem sanguínea com a


necessidade de escolhas diferenciadas de alimentos, levando-se em consideração cada
indivíduo e o seu tipo sanguíneo. Você trabalha com essa abordagem?

Não seguimos essa abordagem, preferimos o que está estabelecido nos Dez Passos para uma
Alimentação Saudável, pelo Ministério da Saúde, é um conjunto de escolhas que fazem bem para
qualquer pessoa, independente do tipo sanguíneo. Em vez de observarmos isso, preferimos
considerar as diferenças culturais, por exemplo, a história e hábitos da pessoa. A alimentação
saudável é muito básica e simples, não são necessários artifícios.

Muito se esperava da engenharia de alimentos como ferramenta de aprimoramento da


nutrição humana, você considera que essa área correspondeu às expectativas nas últimas
décadas? O mesmo pode ser questionado em relação à biotecnologia.

A engenharia de alimentos pode avançar mais, ao levar em consideração as questões relacionadas à


ecologia, à sustentabilidade. A alimentação tem que voltar a ser sustentável, pois com a produção
de alimentos em massa, com sua distribuição mais acessível em supermercados, houve uma perda
de qualidade dos alimentos. Conservantes, corantes, embalagens e transporte são elementos que se
encontram entre a produção do alimento in natura e seu consumo em nossas mesas. Por isso,
estamos voltando a ter comportamentos de consumo diferenciados, em que se privilegia o agricultor
local, aquele que produz sem agrotóxico. Busca-se consumir os alimentos in natura e não o alimento
conservado. Por isso, penso que a engenharia de alimentos esteja passando por uma “virada de
página”, em que esse novo pensar e novas atitudes se encontram presentes. Nos últimos 20 anos,
ela trabalhou pela industrialização e fácil acesso aos alimentos, o que não é condenável, pois na
escala em que se dá o comércio de alimentos, se não fosse assim, estaríamos passando fome. Já a
biotecnologia permite aprimorar o estudo da produção de alimentos que podem ser enriquecidos
com nutrientes, sem nada artificial, simplesmente por meio da administração genômica da planta. A
Embrapa tem um papel importante pois atua nessa administração genômica e regionalização da
produção, respeitando a vocação geoclimática e a cultura de cada região.
Quais são os projetos ou iniciativas relacionadas à segurança alimentar que você
apontaria como exemplares no Brasil?

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde; a Associação Brasileira do


Direito Humano – Alimentação Saudável; o Projeto de Emenda Constitucional (PEC 047/2003) que
inclui o Direito Humano à Alimentação entre os direitos sociais da Constituição Federal; a ação dos
Núcleos de Atenção à Saúde da Família, que contam com a colaboração de nutricionistas; todas
iniciativas bem-vindas, entre muitas outras.

A osteoporose é hoje uma verdadeira epidemia. Uma em cada três mulheres e um em


cada oito homens acima de 50 anos são portadores da doença, segundo a OMS. Entre as
causas, está a “desmineralização dos solos”. Nos fóruns que você frequenta, esse aspecto
é discutido? Existe interdisciplinaridade?

Só nas universidades, nos departamentos, na Agricultura Biodinâmica, com ações pontuais, mas não
tenho conhecimento disso como política nacional. Sei que, no Centro-Oeste, o solo é deficiente em
iodo e existem iniciativas para corrigir isso. No caso da osteoporose é preciso analisar um conjunto
de fatores que além da deficiência de minerais no solo que produz os alimentos, há o processo de
refino e industrialização das matérias-primas
naturais, e uma alimentação pouco
diversificada no dia-a-dia, que podem
contribuir para a carência desse mineral. E
não basta simplesmente tomar cálcio, é
preciso analisar todo o contexto. Pode ser
preciso tomar magnésio e vitamina D para
que haja absorção do cálcio, ou vitamina B12
para que ele seja processado direito. É o
contexto geral e não o focal que vai ser
determinante no sucesso do tratamento
dessa doença.

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