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GEODIVERSIDADE DO CONCELHO DO FUNCHAL

CULTURA, TURISMO E MEIO AMBIENTE

João Baptista Pereira Silva

Centro de Investigação GeoBioTec da Fundação para a Ciência e a Tecnologia


Universidade de Aveiro

AMIGOS DOS AÇORES

ANO INTERNACIONAL DO PLANETA TERRA, 2008

FUNCHAL 500 ANOS


Ponta Delgada, 15 de Novembro de 2008
RESUMO

- Paisagem Vulcânica: aspectos Geo MGG (PN)

- Construindo e Vivendo nos Vulcões (PN)

- As Aluviões, a Nossa Senhora do Monte (PN / PE)


e o Brigadeiro Reinaldo Oudinot

- Calçada Madeirense: bordados de pedra a p/b

- As Cidades do Açúcar e dos Ovos Moles

- Na Pedra o Sentido de uma Vida e de um Património

- Desenvolvimento Sustentável

- Agradecimentos
ASPECTOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES

- Área total do concelho: 76,30 Km2


- 10 Freguesias
- CENSOS 2001: 103.961 Hab.
- Config. “Anfiteatro”
- 5 Cursos de água principais
RSL

ASPECTOS GEOGRÁFICOS – CURSOS ÁGUA


RSJ

RJG

RS

RSG

RSG – 1.800 m
RJG – 8.325 m
RSJ –11.529 m
RSL – 11.458 m
RS - 12.000 m
ASPECTOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES

Nível de Nº de
Hierarquização Linhas de Água
1 31
2 286
3 326
4 137
780 T

RSG – 1.800 m
RJG – 8.325 m
RSJ –11.529 m
RSL – 11.458 m
RS - 12.000 m
ASPECTOS GEOGRÁFICOS RELEVANTES

RSL
RJG

- Declives muito acentuados


- Cursos médio e superior declives 20% a 35% e no curso
inferior 10%
ASPECTOS GEOGRÁFICOS - BACIAS HIDROGRÁFICAS

11 - BACIAS HIDROG.

RSG – 1.800 m
RJG – 8.325 m
RSJ –11.529 m
RSL – 11.458 m
RS - 12.000 m
ASPECTOS GEOGRÁFICOS – OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO

Constr. e ocup. terr. nas zonas altas e inter-fluviais – Cota 800 m


ASPECTOS GEOGRÁFICOS- GEOMORFOLOGIA
- Vales jovens e encaixados em formas de U e V
- Secções estreitas com desenv. paredes verticais (Escoadas - U)
e sub-verticais (Mat. Piroclásticos - V)

U
ASPECTOS GEOLÓGICOS RELEVANTES
IDADE DAS ROCHAS
PORTO SANTO – DESERTAS -
MADEIRA

Pico Ponta da Cruz (261 m)


25.000 anos (Alves e Forjaz, 1991)
ASPECTOS GEOLÓGICOS RELEVANTES – EXERTO CARTA GEOLÓGICA

Comp Vulc Pós-Miocénico

Ap Vulc/Cones Esc e Mat Pirocl Gross

Cascalheiras e areias de praias modernas


NNW / SSE
CANHÕES/VALES SUBMARINOS E CRISTA DO FUNCHAL

A Crista do Funchal
estende-se a 26 Km da costa
e atinge 3.000 m de prof.
entre os canhões subm. do
Lido e do Funchal
LINEAMENTOS TECTÓNICOS E FALHAS FOTOINTERPRETADAS

- A CF corresponde a uma zona de rift com 20 cones vulc. aproximadamente;

- Na parte Sul e imersa da CF, temos um importante campo de cones vulcânicos;

- Na parte Norte e emersa da CF, temos os Picos da Cruz, da Arruda e do Buxo.


EXCERTO DA CARTA GEOLÓGICA

Os Pico SAR (435 m); PB (355 m); PSM (301 m);


PPC (261 m), represent. antigos cones vulcânicos
EXCERTO DA CARTA GEOLÓGICA

O Pico Alpires (944 m); Montanha (541 m); Cabeço de São Gonçalo
(195 m) repres. vestígios de cones vulcânicos
CONSTRUINDO E VIVENDO NOS VULCÕES
CONSTRUINDO E VIVENDO NOS CONES VULCÂNICOS
CONSTRUINDO, VIVENDO E EXPLORANDO AS ENCOSTAS DOS VULCÕES

- Estrutura interna do aparelho vulcânico


- Características geotécnicas dos materiais
- Crateras de impacto ambiental
- Colocação de materiais de natureza
e proveniência diversa
EXTRAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS PIROCLÁSTICOS

- Tipo de materiais (cinzas, lapilli, tufos, bombas…)


- Construção civil e obras públicas
- Blocos e pré-fabricados de betão
- Indústria Cerâmica (telha, tijolo, loiça utilitária…)
- Ornamentação de muros, lagos, lagoas e jardins
- Agricultura
ASPECTOS GEOLÓGICOS RELEVANTES – Cascalheiras e areias de praias modernas
MODELO DOS ANTIGOS LEITOS DE INUNDAÇÃO DAS RIBEIRAS
E CANAIS DE ESCOAMENTO ACTUAIS
VISTA NASCENTE

MODIFICAÇÃO DA LINHA DE COSTA (Sec. XVIII e XIX)

VISTA POENTE
MODIFICAÇÃO DA LINHA DE COSTA (Sec. XX)
ASPECTOS GEOLÓGICOS – Cascalheiras Fluviais e Marinhas
- Mat. de origem torrencial, muito heterométricos, mal calibrados e pouco coesos
que estão envolvidos por materiais silt/arg. de granul. fina;
- As cascalheiras fluviais e marinhas apres. porosidade e permeab. elevada.
-Terrenos comprendem cascalheiras fluviais e marinhas do Plistocénico;
AS ALUVIÕES, AS NOSSAS SENHORAS DO MONTE E DO
SOCORRO E O BRIGADEIRO REINALDO OUDINOT (19.02.1804)
ALUVIÃO

ALUVIÃO - “Quando uma nuvem do tipo cúmulo-nimbo provoca um


violento aguaceiro sobre uma área restrita, ou quando uma tromba de
água descarrega todo o seu conteúdo, geram-se de imediato fortes
caudais capazes de arrastar volumosos detritos sólidos”.

- O maior aluvião ocorreu no dia 9 de Outubro de 1803, tendo, na


ocasião, perecido cerca de 1.000 pessoas, a maioria delas residentes
no concelho do Funchal;

- Durante os séculos XIX e XX ocorreram cheias catastróficas no arq.


da Madeira, oito registados no século XIX e vinte e dois registados no
século XX; Das 22 no século XX, 14 ocorreram na segunda metade,
e treze ocorreram de 1970 para cá;

- Factores: alterações climáticas no arquipélago, a crescente


impermeabilização do solo e subsolo, e a ocupação e estreitamento
dos leitos das ribeiras ao longo dos cursos superior, médio e inferior,
respectivos.
ALUVIÃO HISTÓRICA de 1976 (32 Anos Depois)
ALUVIÃO HISTÓRICA de 1976
ALUVIÃO HISTÓRICA de 29/30 de Outubro de 1993 (15 Anos Depois)

RSJ

RSL RJG
ALUVIÃO HISTÓRICA de 29/30 de Outubro de 1993

RJG
RSL

RSJ
TRABALHOS DE CAMPO
- Área total dos trabalhos de campo: 8,2 Km2;
- Sel. área trabalhos o reg. do nº de ocorrência de CH e a destruição por elas provocada; o
nº de const. subter. versus imperm. do terreno; a observação de fissuras e fendas em
prédios contíguos às novas const.; var. do declive médio do terreno 10% e por representar
a antiga ZLIR ribeiras São João, Santa Luzia e João Gomes e actual foz das mesmas
ribeiras;

RSL RJG
RSJ
PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMPO

Nas últimas 2 déc., foram realizadas dezenas de


obras subter, túneis e grandes escav. e desm. de
rocha e solo. As obras foram real. em terrenos com
áreas compreendidas entre 300 m2 e 10.000 m2,
tendo as escavações atingido nalguns casos
profundidades da ordem de 30 metros, e servido
para construção de caves, arrec. e parq. estac..
FOTOGRAFIA AÉREA FUNCHAL CENTRUM – CC DOLCE VITA
EDIFÍCIO SANTA LUZIA
PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMPO
PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMPO

- Após a Aluvião, de 29/10/1993, que


deixou a baixa do Funchal coberta de
lama, pedras e outros materiais e que
provocou várias mortes e distruição
significativa de hab., armaz., caves,
pontes, estradas e terrenos agrícolas,
pretendemos, desde já, dar nota de
algumas preocupações e reflexões sobre o
passado e a actualidade da problemática
das cheias na Madeira, em geral e, no
Funchal;

- Os dados dos trab. de campo e as


informações colhidas em obra, foram
calculadas, de forma aproximada, as áreas
parcelares de implantação de alguns
edifícios representativos, construídos e/ou
em construção, localizados nas freguesias
de Santa Luzia, Santa Maria Maior, São
Pedro e Sé.
Localização/Infraestrutura Área
Freg. (m ou m2)
Túnel Santa Luzia – Escola Secundária Francisco Franco 248
Santa Túnel Escola Secundária Francisco Franco – Campo da Barca 130
Luzia Edifício da Segurança Social, Rua das Hortas 1.550
Edifícios Elias Garcia I e II, Rua Élias Garcia 730
Edifício em fase de conclusão entre a Rua João de Deus e a Travessa do Rego 700
Rua 31 de Janeiro, nos 12 D, 12 F e 13 A 490
Antiga Cooperativa Agrícola do Funchal, Rua do Carmo 2.600
Hotel do Centro, Rua do Carmo 250
Galerias do Carmo, Rua da Fábrica, nos 6 a 20 1.750
Rua do Carmo nº 29 (antigo Cinema Cine Jardim) 2.600
Hipermercado Sá, Rua do Seminário, nº 7 935
Edifício em fase de conclusão, Rua das Hortas, nº 57 1.675
Edifício Europa, Rua do Bom Jesus 1.250
Centro Comercial Bom Jesus, Rua 31 de Janeiro 650
Edifício Ponte Nova, Rua 31 Janeiro, nº 87 490
Anadia Shopping, Ruas Visconde do Anadia e do Ribeirinho de Baixo 4.800
Edifício em construção entre as Ruas do Carmo e do Visconde do Anadia 1.200

Santa Secretaria Regional do Equipamento Social e Transportes, Rua Dr. Manuel Pesta Júnior, nº 6 4.400
Polícia de Segurança Pública, Rua da Infância , nos 28 a 32 4.100
Maria Edifício em construção entre as Ruas da Infância e Conde Carvalhal (contíguo ao edifício da PSP) 1.450
Maior Parque de Estacionamento do Almirante Reis, Rua D. Carlos I 4.500
Edifício Oudinot, Rua Brigadeiro Oudinot 1.600
Antiga Companhia Insular de Moinhos, Rua do Hospital Velho 3.060
Edifício Atlântico, Rua Bela de Santiago, nos 18 D, 18 E e 20 a 22 2.800

São Túnel São João, Largo Severiano Ferraz ou da Cruz Vermelha 433
Parque de Estacionamento da Cruz Vermelha, Largo Severiano Ferraz 1.800
Pedro Netos Palace, Rua dos Netos, nos 52 a 64 1.750
Rua dos Netos, 23 a 27 (Notícias da Madeira e ControlMédia) 345
Rua do Surdo, nos 4 a 6 675
e Rua da Alegria, nos 14 A a 14 H (antigo Mercado da Alegria) 1.700
Funchal Centrum, Rua Dr. Brito Câmara 10.200
Sé Rua Dr. Brito Câmara, nos 18 a 22 370
Edifícios CTT Correios de Portugal e 2000, Rua Calouste Gulbenkian 8.356
Edifício Dona Mécia, Rua Ivens, nº 3 1.180
Edifício em fase de conclusão, Rua Ivens, nº 24 650
Arcadas de São Francisco, Rua de São Francisco 1.830
Marina Fórum, Conjunto Monumental Infante e Marina Clube, Avenida Arriaga, nos 73, 75 e 77 5.100
Edifício Arriaga, Avenida Arriaga, nos 42 e 44 2.400
Galerias São Lourenço, Rua das Fontes 1.770
Parque de Estacionamento Cristóvão Colombo 1 350
PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMPO
- Modelo para os antigos leitos de inundação (denominação ALI) e dos actuais
cursos inferiores das Ribeiras (RSJ), (RSL) e (RJG);

- Ortofotomapa foram delimitados todos os edifícios e as principais ruas e avenidas


da baixa da cidade e calculadas as áreas, tendo-se obtido para a soma total das
áreas parcelares 3,6 Km2 . Ao subtrair o valor obtido à área total estudada estimada
em 8,2 Km2, obteve-se uma sup. Impermabilizada estimada em 4,6 Km2, aprox..
PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMPO

Cálculo das áreas dos antigos leitos de inundação e actuais áreas ocupadas
pelos cursos inferiores das Ribeiras de São João, Santa Luzia e João Gomes.

Denominação/ Ant. Leito Curso


Área Ocupadas (Km2) Inundação (ALI) Inferior

Ribeira de São João 22,1 Km2 1,04 Km2

Ribeira de Santa Luzia 33,6 Km2 1,12 Km2

Ribeira de João Gomes 16,9 Km2 0,68 Km2


DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
- O objectivo é alertar as entidades competentes
para um conjunto de situações que vêm sendo
observadas a nível do ordenamento do território e
que podem potenciar eventuais riscos naturais por
efeito da progressiva ocupação e impermeab. do
solo e do subsolo que tem ocorrido na baixa
citadina do Funchal ao longo das 2 últimas
décadas, bem como para as implicações que
essas mesmas situações estão a causar no
património edificado; 1993

- Admitimos, que em iguais circunstâncias de


intensidade e duração de chuva, como por
exemplo as que verificaram de 28/29 de Outubro
de 1993 (a pp. variou então entre 89 a 210 Lt por
m2 em menos de 24H), nas circunstâncias
actuais, as consequências poderiam ser
igualmente catastróficas;

- As bacias de recepção hidrográfica e os canais


de escoamento, não possuem área suficiente
para fazer uma drenagem adequada às chuvas
torrenciais. 2008
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – Rua das Fontes

1993 2008

1993 2008
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS – Curso inferior da Ribeira de SÃO JOÃO

1993

2008
RECOMENDAÇÕES PARA MINIMIZAR OS EFEITOS DAS ALUVIÕES
Recomendamos às entidades competentes as medidas seguintes para minimizar os efeitos
das aluviões:

1 – recuperação da floresta indígena (Laurissilva) nas zonas montanhosas e de cabeceiras


dos principais cursos de água entre os 1400 m e 600 m de altitude, de forma a aumentar a
biodiversidade, a infiltração de água e combater a erosão dos solos;

2 – planeamento do território que envolva a gestão integrada dos recursos hídricos, quer do
fluxo superficial quer do fluxo subterrâneo, dando particular atenção aos canais de
escoamento principais e dos seus afluentes nos cursos superior, médio e inferior, nas áreas
rurais e urbanas;

3 – identificação, caracterização, controlo e monitorização do movimento de depósitos de


vertente ao longo dos cursos das ribeiras, que potencialmente possam dar origem a
escorregamentos e/ou correntes de lamas para o interior dos canais de escoamento;

4 – remoção de vegetação espontânea que ocorre ao longo dos leitos das ribeiras; remoção
parcial dos materiais geológicos que se depositam após as grandes chuvas ao longo dos
canais de escoamento; limpeza de materiais diversos (vazadouro de terras, entulhos e lixos)
que por vezes são colocados ao longo do leito das ribeiras;

5 – definição de um modelo hidrodinâmico capaz de prever em tempo real a ocorrência de


cheias na baixa citadina e gestão dos canais de escoamento;

6 – elaboração de cartas de risco de cheias (Aluvião) que tenha em conta para uma dada área
as condições geológicas, geomorfológicas, pedológicas e hidrológicas.
BORDADOS DE PEDRA A PRETO E BRANCO
CALÇADA MADEIRENSE: BORDADOS DE PEDRA A PRETO E BRANCO
BORDADOS DE PEDRA A PRETO E BRANCO
NOTAS HISTÓRICAS

► Gaspar Frutuoso, na sua obra “Saudades da Terra”,


Sec. XVI, trata com admiração e elogio as “calçadas de
pedra miúda”;

► Sainz-Trueva (1991), a utilização de seixos pretos e


brancos na Calçada Madeirense atingiu o apogeu nos
séculos XVIII e XIX. Todavia, a partir de 1950, a
actividade sofre um grande declínio motivado pelo:
desinteresse pela tradição, falta de mão-de-obra e de
motivação, pouco apreço pelo ofício, baixos salários,
menor disponibilidade da pedra natural local, e utilização
de novos tipos de materiais para pavimentação.
- Monocromia e Policromia (Luminosidade e Reflexão da Luz)
- Transportes de Tracção Animal com 1 e 2 traves
MATERIAIS E AMOSTRAGEM
Praia Formosa, 1229 m

A pedra natural, de origem vulcânica e sedimentar,


foi amostrada em depósitos de praia, pequenos afloramentos de
rocha carbonatada e em obras de recuperação de calçadas sitas
nos concelhos do Funchal, de Câmara de Lobos, da Ponta do Sol,
de Santa Cruz, de São Vicente e na ilha do Porto Santo.
AMOSTRAGEM DE MATERIAIS VULCÂNICOS
TIPOLOGIAS E PROPRIEDADES – Rochas Vulcânicas

► A caracterização petrográfica, mineralógica e


química realizada num conjunto de amostras de
seixos e/ou calhaus, permitiu o estabelecimento das
tipologias relevantes:

- traquibasalto, traquiandesito e traquito, que


apresentam tonalidades desde o cinzento escuro até
o cinzento claro;

- basalto, hawaiíto e representantes do grupo


“minor varieties” que inclui diversos tipos de rochas
vulcânicas menos comuns; normalmente, tipos
litológicos que apresentam cor preta.
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA
TIPOLOGIAS E PROPRIEDADES – Rochas Sedimentares

► Rochas carbonatadas (calcários recifais marinhos)


elas apresentam cor castanho-avermelhado, branco
leitoso, branco amarelado ou branco avermelhado;

► Os fósseis marinhos identificados, correspondem a


várias espécies de lamelibrânquios, gastrópodes,
equinodermes, coraliários, crustáceos e foraminíferos;

► Dados de geocronologia isotópica indicam para os


calcários fossilíferos de São vicente a idade < 5,2 M.a.
e para o Porto Santo a idade compreendidas entre 18
e 13,5 M.a.
São PROVENIÊNCIA DOS MATERIAIS SEDIMENTARES
Vicente
SÍTIO DOS LAMEIROS – SÃO VICENTE
PROVENIÊNCIA DOS MATERIAIS SEDIMENTARES

Calcários marinhos e fossilíferos do Ilhéu da Cal


Património Geológico do Porto Santo – Ilhéu da Cal
FÓSSEIS NA CALÇADA MADEIRENSE
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA
ASPECTOS TEXTURAIS E PETROGRÁFICOS
► Classes granulométricas: Calhau (256 mm a 64 mm)
Seixo (64 mm a 4 mm);

► Os seixos e os calhaus, exibem forma oblata ou discoidal;

► A aplicação destes materiais no terreno faz-se sobre uma camada


de solo argiloso e/ou de argamassa, embutindo-os segundo o
eixo correspondente à dimensão maior da pedra;

► Os seixos e calhaus de rochas vulcânicas, apresentam-se lisos,


polidos e arredondados a bem arredondados, e a cor escura que
exibem é devida à patine que vão adquirindo ao longo do tempo,
por efeito da poluição e da sujidade;

► Os calcários provenientes de Portugal Continental, apresentam


aspecto compacto, cor branca, creme ou beije, forma cúbica e
espécies fósseis diferentes das identificadas a “olho nú” nos
calcários do arquipélago da Madeira.
CALHAU E SEIXO - CLASSES GRANULOMÉTRICAS
PROPRIEDADES FÍSICO - MECÂNICAS

Tipologias
Propriedades Físico-Mecânicas
Traquibasalto Traquito Calcário Recifal
Resistência mecânica à
1140 Kg/cm2 577 Kg/cm2 953 Kg/cm2
compressão
Resistência mecânica à flexão 182 Kg/cm2 75 Kg/cm2 105 Kg/cm2

Massa volúmica aparente 2398 Kg/m3 2247 Kg/m3 2567 Kg/m3

Absorção de água à ptn 2,12 % 4,17 % 1,73 %

Porosidade aberta 5,09 % 9,37 % 4,46 %

Coeficiente de dilatação
3,6 x 10-6 /ºC 4,0 x 10-6 /ºC 5,0 x 10-6 /ºC
linear térmica (Val. Max.)

Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,6 mm 2,0 mm 4,2 mm


Resistência ao choque: alt. mín.
55 cm 40 cm 40 cm
queda
PROPRIEDADES QUÍMICAS

Propriedades Tipologias
químicas
Traquibasalto Traquito Calcário recifal
Óxidos (%)
SiO2 50,31 63,72 < 200 ppm
Al2O3 17,38 17,83 < 200 ppm
TiO2 2,25 0,77 0,01
Fe2O3 10,14 4,45 0,40
MnO 0,17 0,15 0,01
MgO 4,14 0,27 2,50
CaO 8,55 2,27 54,10
K 2O 1,41 1,67 0,01
Na2O 4,61 6,25 0,01
P.R. 0,19 1,85 43,20
APLICAÇÕES
► A Calçada Madeirense constitui um património de
grande valor se tivermos em conta a composição dos
materiais geológicos e a diversidade de padrões que
apresenta;

► Motivos geométricos e florais estilizados, brasões


de armas, monogramas, datas e Cruz de Cristo,
são alguns dos elementos decorativos;

► Embelezam ruas, átrios, igrejas, palácios, casas,


quintais e jardins, muitas vezes ignorados. Feitas na
maior parte das vezes por mãos anónimas, revelam a
sensibilidade “naïve” dos autores e são testemunhos
culturais que merecem ser divulgados e preservados.
Cascata dos Poetas - Oeiras
Núcleo Histórico de Praga – República Checa
ARRECIFE - LANZAROTE
RECUPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA CALÇADA
Estrada da Boa Nova
Rua do Til
Rua Conde de Cravalhal
Travessa da Malta
Rampa do Cidrão
Largo do Pelourinho
Rua Dom Carlos I
UNIVERSIDADE DA MADEIRA - Abril de 2007
UNIVERSIDADE DA MADEIRA - Agosto de 2007
DA PRAIA AO BETÃO

1942 – 2008
66 ANOS
DA PRAIA AO BETÃO ARMADO

1970 – 2008
38 ANOS
AS CIDADES DO AÇÚCAR E DOS OVOS MOLES
Processo de Depuração do Açúcar
Paredes de Casas - Rua de Santa Maria
Muralha da Cidade – Hotel Santa Maria Bay
DA GEOCIÊNCIA À CALÇADA
As rochas utilizadas nas
calçadas provêm de locais com
distinta geologia. Os granitos e
granodioritos, das Beiras e do
Minho, distinguem-se dos
calcários do litoral e das rochas
vulcânicas frequentes nas ilhas.
O CHÃO QUE NOS SUSTENTA, O CHÃO QUE NOS SUPORTA

- Granito de grão grosseiro, duas micas, com megacristais de feldspato;

- Granito “Dente de Cavalo”

- Material de lastro dos navios


O CHÃO QUE NOS SUSTENTA, O CHÃO QUE NOS SUPORTA

Rua dos Netos


Rua de São Pedro
Rua Padre Gonçalves Câmara
O CHÃO QUE NOS SUSTENTA, O CHÃO QUE NOS SUPORTA

Rua dos Ferreiros


NA PEDRA O SENTIDO DE UMA VIDA
₪ Cape Girão is located in Câmara de Lobos municipality, at the south
coast of the Atlantic island of Madeira, and it is considered as being the
tallest cliff (580 metros) of Europe. It looks like that Cape Girão cliff is an
actual and partial evidence of a huge volcanic cone of Strombolian type
whose emission centre was located in the sea.

₪ Such cliff is made of superimposed and alternating basalt flows and


pyroclasts, materials that exhibit variegated colours. Those materials
which belong to the so-called Complexo Vulcânico Principal are cross-
cut by a net of basic dykes that show NW-SW and N-S attitudes that
extend in direction to Curral das Freiras and to other volcanic centres in
the island.
₪ During several centuries, at the base of the cliff, natural stone called “cantaria
mole” made of lapilli tuff and volcanic breccia, was extracted in quarries, being
used in the construction, in Funchal, of historic monuments, such as: Cathedral,
Santa Clara Monastery, São Lourenço Palace and Santiago Fortress.
Cabo Girão, 1852
Cabo Girão, 1920
₪ As the result of intensive extraction, the newspaper Diário de Notícias
do Funchal reports the following (translated to English): “on the 4th of
March, 1930, at 9h:20m, a large rock mass fell down into the sea from a
site, about 400 high, of Cape Girão cliff, and a deposit with an extension
estimated at 300 meters, approximately, was formed at the cliff base.

The fallen rock mass caused the dislocation of sea water, and as
consequence of that a great trough as well as waves about 30 m high
were produced, one of these waves moved westward, and another one
moved eastward. This last wave inundated all the Ribeira do Vigário
beach causing the death of 19 people who were staying around”.

₪ As a consequence of the rock mass fall, detrital deposits locally called


“fajãs”, such as, “fajã dos Asnos” and “fajã das Bebras” were
accumulated at the base of the cliff, and good use of them was made for
agricultural purposes, being presently exploited by the “Associação dos
Agricultores das Fajãs do Cabo Girão”.
Cabo Girão, 1960 Cabo Girão, 1980
Cabo Girão, 2005
“Pedras fazem uma parede, paredes fazem uma casa,
casas fazem ruas e ruas fazem uma cidade.
Uma cidade são pedras e uma cidade é gente; mas não é
um amontoado de pedras e também não é um aglomerado de gente”
Jacob Bronowki (1973)
Traquibasaltos e Traquitos – Cantarias “rijas”
Tufos de Lapilli – Cantarias “moles”
Tufos Brecha – Cantarias “moles”
PATOLOGIAS – Escamação, Desegregação, Pátina e Crosta Negra
PATOLOGIAS – Enfarinhamento, Pátina e Crosta Negra
PATOLOGIAS – Fissuração, Fendilhamento e Deformação
PRINCIPAIS EXPLORAÇÕES DE PEDRA NATURAL - Arquipélago da Madeira

N
Ilha do Porto Santo

SERRA DE DENTRO

Ilha da Madeira PICO DO ESPIGÃO


Porto Moniz Vila Baleira

Santana
S. Vicente
RIB.ª DA FAJÃ DA NOGUEIRA

CANIÇAL
RIB.ª DO CURRAL DAS FREIRAS
Machico
Calheta
RIB.ª DA SERRA DE ÁGUA
Santa Cruz
Ponta do Sol PALMEIRA
CABO GIRÃO
Câmara Funchal
de Lobos

Legenda: 0 10 km
Localidades Escala
Pedreiras com trabalhos
Explorações temporárias
Pedreiras do Cabo Girão - Concelho de Câmara de Lobos
Explorações
Pedreira da Palmeira - Concelho de Câmara de Lobos
Desenvolvimento sustentável: “Um modelo de desenvolvimento
que permite às gerações presentes satisfazer as suas necessidades sem
por em risco a possibilidade das gerações futuras poderem satisfazer as
suas próprias necessidades” (Brundtand,1987)
AGRADECIMENTOS
Amigos dos Açores - Associação Ecológica

Universidade dos Açores – Projecto GEODIVA

Câmara Municipal do Funchal – Divisão de SIG

Universidade de Aveiro – Centro de Investigação GeoBioTec, FCT


Professores Celso Gomes, Fernando Rocha, Fernando Almeida, Eduardo Silva

O autor agradece ainda ao Gabinete SIG da C. M. Funchal, BORDAL, Diário de


Noticias da Madeira, à Associação Comercial e Industrial do Funchal e aos
Conselhos de Gerência das Empresas Concreto Plano - Sociedade de
Construções, Lda, Tecnasol FGE, S.A., Teixeira e Duarte, S.A., Abrantina e
Geocimenta, a consulta de documentos históricos e as autorizações concedidas
para visitar e realizar registos fotográficos em várias obras subterrâneas
executadas na cidade do Funchal, bem como a disponibilidade de informações
técnicas.
FOTOS: © Rui Camacho; © Virgilio Gomes; © Fernando Almeida; © Tecnasol, FGE; © António
Spínola; © Rui Marote; © Photographia Museu Vicentes; © Arquivo Regional da Madeira/DRAC;
© Madeira Rochas ; © João Baptista
OBRIGADO PELA VOSSA PRESENÇA E ATENÇÃO

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