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celebridade ZZZ

O mundo

Sheila
cor-de-rosa de

Mell
la chegou ao estrelato quando substituiu Carla Perez
no grupo “É o Tchan”. Eleita por votação popular,
essa leonina nascida em 23 de
julho de 1978, permaneceu no
grupo por cinco anos e meio. Algum
tempo depois que saiu da banda, ela
Recém-saída de “A Fazenda”,
ela agora quer unir suas
POR PIERO VERGÍLIO

descobriu uma nova paixão – os palcos – e


buscou na profissionalização um meio de não deixar
duas paixões: dança e dramaturgia
seu trabalho tão vulnerável às críticas, que ela garante
saber diferenciar. Cinco anos e dez peças depois de sua
estreia no teatro, a atriz faz questão de complementar ZZZ – A Record já havia lhe convidado para participar de “A Fazenda” em outras duas ocasiões, e você
que também é dançarina. Mais do que isso, deixa recusou alegando que não queria expor sua intimidade. O que, de fato, a fez mudar de ideia?
claro que tem orgulho de sua história e também de não Sheila Mello – Quando eu pensava nesse formato de programa, eu tinha
ter perdido seus valores. No seu mundo cor-de-rosa, medo de tornar pública a minha fragilidade, por isso não aceitei o convite.
No entanto, durante a exibição da primeira temporada, me encantei por
Sheila sonha em, daqui a algum tempo, fazer algo que tudo: as festas e o convívio com os animais. Assistindo em casa, eu me via lá
alie as duas atividades que mais ama: dançar e atuar. dentro o tempo inteiro: não achei apelativo. Esse pensamento foi o principal
Agora contratada da Rede Record, ela foi uma das responsável pela minha mudança. A proposta financeira também foi relevan-
participantes do reality show “A Fazenda 2”. Depois te, uma vez que sempre paguei minhas contas. Além disso, é claro que eu via
o programa como um trampolim para outros projetos profissionais. E foi o
de recusar o convite para participar do programa na que, de fato, aconteceu.
primeira temporada, Sheila – que dizia ter receio de
expor sua fragilidade – resolveu enfrentar seu medo. E, ZZZ – Falando nisso, a imprensa chegou a divulgar que, ao aceitar, você teria imposto como condição a
pelas revelações que ela fez nessa entrevista exclusiva sua contratação pela emissora após o término do reality. Essa informação procede?
Sheila Mello – Não, o que existiu foi uma conversa. Já dentro da casa, a
à ZZZ, parece que essa foi uma decisão acertada. A contratação aconteceu, mas não de uma maneira agressiva. A minha partici-
dançarina conta que essa experiência dilatou todos os pação foi um facilitador.
seus sentimentos e, com isso, ela conseguiu distinguir o
que realmente importa na vida daquilo que é secundário. ZZZ – Antes do confinamento, você declarou, em seu blog, que “esperava melhorar sua relação com
galinhas e não queria encontrar sapos”. Como foi a convivência com os animais?
Porém, engana-se quem pensa que este foi o único Sheila Mello – Eu sou uma menina nascida e criada nos arranha-céus de
aprendizado de Sheila na casa. Durante a conversa, ela São Paulo. Até então, eu tinha a impressão de que as galinhas eram extra-
revela como conseguiu superar seu medo de galinhas terrestres: um bicho estranho, todo torto; realmente sentia muito medo. Na
Fazenda, pude perceber as singularidades de cada animal. Isso é tão bonito.
– que até então lhe pareciam seres extraterrestres – e Foi engraçado porque me presentearam com um livro de Clarice Lispector,
como as aves se tornaram suas melhores amigas. do qual faz parte o conto “Uma Galinha”, e depois, lá no galinheiro, eu con-
Sempre simpática, Sheila aceitou compartilhar conosco seguia divagar nos pensamentos da autora: elas viraram minhas melhores
um pouco do seu mosaico de lembranças e conversou amigas. Mas confesso que, no caso de outros bichos, não fiz muita questão
de enfrentar o medo: quando cuidei dos avestruzes, o Igor [Cotrim] me
com a reportagem da ZZZ por telefone, no final de acompanhou o tempo inteiro. De qualquer forma, a relação com os animais
janeiro. A íntegra do bate-papo você confere a seguir. é o ponto mais delicioso desse formato.

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“Lá dentro (da Fazenda),
pude perceber a energia
que a gente gasta com ZZZ – O que foi mais difícil: superar o
medo dos bichos ou conviver com um
coisas desnecessárias” grupo de pessoas com as quais não se
tem intimidade?
Sheila Mello – É muito mais
complicado lidar com o ser
humano, pois isso requer uma “coragem emocional” muito grande. Aqui fora, você pode
fugir; excluir determinadas pessoas do seu convívio. Naquele ambiente, não há escolha:
você tem que enfrentar tudo. Essa coragem que o programa me deu eu quero levar para a

lo
vida inteira.

ZZZ – Ex-participantes de realities normalmente dizem que não interpretaram personagens e foram “eles mesmos” durante o
confinamento. Você concorda?
Sheila Mello – Coloquei algumas metas para a minha participação na Fazenda. Uma delas era
controle mental. Eu fui eu o tempo inteiro, mas escolhia as minhas reações: trabalhei muito a minha
paciência, porque eu não queria brigar, nem alfinetar ninguém lá dentro; não acho isso legal. En-
tão eu ponderei muito, mas não há como você ser outra pessoa ali, porque a gente se expressa
de várias maneiras, inclusive com o corpo. Tem várias maneiras de você se expor e você
não consegue pensar em todas: chega uma hora que a coisa começa a ser natural.

ZZZ – Como parte desse processo, a pressão do jogo não faz com que, em determinado momento, você se
esqueça das câmeras e da vigilância, por mais que tente se policiar?
Sheila Mello – Acredito que não, porque se os participantes se esquecessem
das câmeras estariam todos pelados. Toda vez que eu ia tomar banho ou
trocar de roupa, por exemplo, eu sempre me cobria com uma toalha. É
claro que de vez em quando você pensa: “eu não deveria ter falado /
feito aquilo”, mas o fato de não ter ficado nua é a maior prova de que
eu não me esqueci das câmeras.

ZZZ – Depois que você saiu qual a primeira coisa que você fez? Por reflexo,
continuou se policiando?
Sheila Mello – Arrancar o microfone. Eu dormia mais a vontade e
ficava assustada, pensando que tinha câmeras. Acordei de sobres-
salto umas quatro noites depois do programa.

ZZZ – Normalmente, quem vive essa situação passa a enxergar a vida de outra forma.
A Sheila Mello que deixou a Fazenda é a mesma que entrou no programa quase dois
meses antes? O que mudou?
Sheila Mello – Essa experiência dilata todos os seus senti-
mentos e, com isso, você consegue distinguir o que realmente
importa na vida daquilo que é secundário. Lá dentro, pude
perceber a energia que a gente gasta com coisas desneces-
sárias; eu brinco que, na Fazenda, eu estava longe do meu
mundo de código de barras: sem contas para pagar, nem
celular. Consequentemente, a pessoa dedica-se integral-
mente àquele momento. Em nenhum instante, eu me pe-
guei pensando no futuro; apenas vivi o presente, conduta
que eu acredito que seria a ideal. Essa é a grande lição
que extraio desse projeto.

ZZZ – Como foi a sua passagem por


Itu? Já conhecia a cidade?
“Em momento
Sheila Mello – Eu já co-
nhecia, tanto com o “Tchan”,
algum, negaria
como depois, na minha nova
etapa, com as peças teatrais.
a minha história”
Então eu tenho um grande carinho por
Itu. Especificamente em relação à Fazen-
da, não posso dizer que tive uma impressão, porque a gente foi de olhos
vendados, soltaram a gente lá e depois da eliminação, a gente não
podia circular pela cidade. Essa admiração é resultado de experiências
anteriores.

ZZZ – Artisticamente, você ganhou projeção nacional quando passou a fazer parte de um
conhecido grupo da Bahia. Até hoje, algumas pessoas ainda se lembram de Sheila Mello como
a “ex-loira do Tchan”. Isso incomoda?
Sheila Mello – Nem por um segundo. A minha passagem pelo “É o
Tchan” é reflexo de uma história de batalhas – financeiras e pessoais – e
me realizou muito. Permaneci no grupo durante cinco anos e meio e,
toda vez que eu me lembro do concurso, tenho a certeza de que este é
o grande orgulho da minha vida. Em momento algum, negaria a minha
história. Quando alguém me diz: “você é atriz”, eu complemento: e dança-
rina, que é uma coisa que eu fui, sou e vou ser pela vida inteira. Essas peças
construíram o mosaico de lembranças da Sheila.
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Fotos: Marcus Alberti e Edu Moraes/Rede Record
celebridade ZZZ

ZZZ – Não teme ficar estigmatizada também como “ex-partici-


pante de reality show”? Como você reage às críticas?
Sheila Mello – Eu acredito que essa pre-
ocupação com as opiniões diversas a gente
não pode ter; caso contrário não conseguiria
respirar. Não quis deixar o meu trabalho tão
vulnerável e busquei a formação. Ainda sim,
existem pessoas que opinam sem conhecer
a sua trajetória. Consigo discernir as críticas
construtivas – que visam o meu crescimen-
to – das que são preconceituosas. Nem faço
questão de tomar conhecimento dessas que
não levam a lugar algum; elas não têm impor-
tância para a minha vida e vão direto para a
minha “lixeirinha”. Depois é só esvaziá-la e a
vida continua... Sucesso em
“A Fazenda” e no
ZZZ – Simultaneamente ao trabalho como dançarina, você Carnaval paulistano,
também está investindo cada vez mais na carreira de atriz,
especialmente no teatro. Como foi esse processo? Sheila Mello aguarda
Houve uma transição? novo projeto para
Sheila Mello – Assim que saí do grupo “É o atuar e dançar
Tchan”, aceitei o convite para fazer um espe-
táculo teatral. Eu via as pessoas comentando
sobre interpretação, da mesma maneira que
eu falava de dança: os olhos brilhavam. Na
minha primeira peça, apesar de ter gostado de
estar no palco, eu não senti essa emoção: ape-
nas segui marcas estabelecidas pelo diretor; o
que para mim, enquanto dançarina, era muito
fácil. Nesse momento, percebi que estava no
caminho errado e me matriculei num curso de
“...eu tinha a
“Artes Cênicas” – com duração de três anos –
e me apaixonei. Um novo mundo se abriu na impressão de que
minha frente: o mesmo prazer que tinha com
a dança, eu comecei a enxergar na dramatur-
gia, especificamente no teatro. A sensação de pessoas da comunidade me dizem: “parabéns,
as galinhas eram
pisar no palco e esperar pelo terceiro sinal me
faz bem. Na Fazenda, tive a certeza de que
você representou bem”. Não só pela fantasia,
beleza ou forma física; elas vêm me cumpri- extraterrestres: um
essa experiência era importante para a minha
vida.
mentar justamente pelo samba. É o conjunto
da obra. bicho estranho, todo
ZZZ – Quais os projetos para o futuro?
Sheila Mello – Quando eu entrei na Fazen-
ZZZ – E como você se prepara para o desfile?
Sheila Mello – No meu caso, como eu torto; realmente
da, eu estava participando de duas peças.
Pedi para colocarem alguém de standby, pois
eu não sabia como seria o desenrolar dos
sempre dancei, não tinha esse tempo para
me preparar. No “Tchan” eu dançava todos
os dias, então, para mim, Carnaval era só
sentia muito medo”
acontecimentos após a minha saída. Agora mais um dia. Em 2009, eu percebi que eu
vou retomar esses projetos, além de continuar estava um pouco despreparada, então, nesse
meus estudos [Sheila estava fazendo faculda- ano, “me matei” na esteira, correndo, para • Sheila conheceu a dança aos
CurtaZZZ de Sheila Mello

de de Educação Física]. Lá na frente, o meu melhorar meu condicionamento e não por a quatro anos, quando começou a
objetivo é fazer algo que mescle dança e teatro, linguinha para fora na hora de representar a fazer aulas de balé.
pois uniria algo que eu fiz a minha vida inteira minha escola.
a essa minha nova etapa. Esse é o mundo cor- • Antes da fama, Sheila trabalhou
de-rosa de Sheila Mello. ZZZ – Considerada um símbolo sexual, Sheila Mello já foi capa como atendente do McDonalds,
de revista masculina por quatro vezes. Acredita que a beleza frentista e telefonista.
ZZZ – Em 2010, você desfilou como Rainha de Bateria da tenha lhe aberto portas? • 2.351 meninas se inscreveram no
escola “Acadêmicos do Tucuruvi” no carnaval paulistano. Para Sheila Mello – Com certeza. Até pela propos- concurso para encontrar a subs-
você, o que isso representa? ta do “Tchan” era preciso ser bonita. Depois tituta de Carla Perez, realizado no
Sheila Mello – Eu sinto um grande prazer eu comecei a ganhar dinheiro também nesse Domingão do Faustão, em 1998.
em desfilar, porque o Carnaval é uma celebra- segmento, com produtos de beleza, assinando
ção à nossa cultura e isso me permite conhecer algumas grifes; então abriu portas e me trouxe • Antes de ser eleita a loira do
muito mais o Brasil. Já viajei muito, mas não dinheiro. Com o cachê das revistas, consegui Tchan, com 62,9% dos votos,
tinha tempo de saber mais sobre a dança e a comprar meus apartamentos e algumas outras Sheila Melo e sua adversária na
cultura das cidades pelas quais eu passava. coisas. Para quem não tinha nada, foi ótimo. final, Daniela Freitas, passaram
Era sempre uma passagem rápida (aeropor- por nove eliminatórias.
to – hotel – local do show – aeroporto). Fico ZZZ – Faça uma breve retrospectiva da sua carreira, enumeran- • No seu segundo ensaio nu,
muito orgulhosa de essa festa ser brasileira do alguns momentos dos quais tem orgulho. Na outra ponta, Sheila posou ao lado da
e gosto de fazer parte dessa grandiosidade você se arrepende de alguma coisa? ex-companheira do “É o Tchan”,
e, além do mais, a essência do carnaval é a Sheila Mello – Arrependimento “zero” e o a morena Scheila Carvalho.
diversão. Eu amo sambar, amo brincar; e o que eu mais me orgulho é de ter construído a
carnaval consegue conciliar tudo isso. minha história sem nunca ter perdido os meus • Cinco anos se passaram desde
valores. E é legal, porque essa impressão se a estreia de Sheila no teatro.
ZZZ – Loira também tem samba no pé então... fortaleceu depois que eu tive essa experiência Nesse período, ela participou
Sheila Mello – (aos risos) “Ô meu filho, – onde as pessoas puderam me conhecer quase de dez peças.
muito”. Sinto-me honrada quando eu termino que, pelo avesso – tenho escutado muito esse • Sheila foi a oitava eliminada de “A
meu desfile – e isso acontece sempre – e as tipo de comentário, que sou ligada à família. Fazenda 2”, com 48% dos votos.

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