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São Paulo, 25 de Fevereiro de 2010

Resumo crítico do artigo:


“Raios e mudanças climáticas”

Por Laura de Melo e Pâmella Oliveira

Um raio é um fenômeno que para acontecer é preciso que existam cargas opostas
entre uma nuvem e o chão, quando isso acontece, a atração é muito forte, então
temos uma enorme descarga elétrica. Os raios se formam nas nuvens altas. A
umidade que sai do solo nos dias mais quentes se transforma em pequenas pedras de
gelo quando atinge certa altura. Essas partículas se chocam, ficam eletricamente
carregadas e provocam descargas.

Cerca de 70% das faíscas resultantes desse choque ficam nas nuvens e formam o
clarão que todo mundo está acostumado a ver nos céus. Outras 30% atingem o solo.

Na última década, o Brasil recebeu cerca de 57 milhões de raios e 1321 pessoas


morreram vítimas desse fenômeno natural. Esses números colocam o país no topo
da lista mundial de incidência de descargas atmosféricas e indicam que o fenômeno
está aumentando. Este aumento no número de raios pode estar relacionado com
alterações no clima do planeta. Mas por enquanto, isso é apenas uma hipótese.

O Projeto Temático “Impacto das mudanças climáticas sobre a incidência


de descargas atmosféricas no Brasil” apoiado pela FAPESP tem como objetivo
estudar os fatores climáticos que podem afetar a ocorrência de raios no país. A
motivação para essa pesquisa surgiu após uma conferência do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações
Unidas, quando foi levantada a hipótese de que os raios aumentariam o efeito estufa
ao provocar mais incêndios em florestas, que por sua vez liberariam mais dióxido de
carbono, alimentando um ciclo contínuo.

Por enquanto, não existe nenhuma teoria concreta que explique o porquê de a
incidência dos raios ter aumentado tanto nos últimos anos no território brasileiro, e
isso ocorre porque não existem dados suficientes para estudar esse fenômeno.

As principais fontes de dados, que registram a ocorrência dos raios, são: a Rede
Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (Rindat), informações
de satélite e registros do número de descargas em dias de tempestade.
A Rindat oferece informações precisas, mas a rede mudou ao longo do tempo, e
por isso, há dados de tipos diferentes a analisar.Alem disso, o sistema é recente e
cobre apenas as regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste.

A precisão das informações de localização de raios do sistema é, em média, de


500 metros dentro do perímetro definido pela posição das estações remotas de
recepção. O sistema opera através do Sistema de Posicionamento Global ("Global
Positioning System"- GPS), o qual proporciona informações de temporização de
raios com resoluções de até 300 nanossegundos.

Entre os produtos de visualização gerados pelo sistema se destacam:

• Localização geográfica e temporal de descargas atmosféricas nuvem-


terra;
• Localização de temporais
• Determinação de características de descargas como: valor estimado do
pico da corrente de retorno, polaridade e número de componentes
(multiplicidade) se a descarga for de natureza múltipla.

Outra forma de analisar dados é pelo satélite “Tropical Rainfall Measuring


Mission” (TRMM), que apresenta cobertura nacional e informações uniformes ao
longo do tempo. Mas, assim como a Rindat, o TRMM temum acervo de apenas dez
anos, o que é pouco para chegar a conclusões sobre a incidência das descargas
elétricas. Outro, porém, é que por circundar o planeta o satélite não monitora o
Brasil todo o tempo, o que provoca lacunas de informação.

A terceira fonte de dados para a pesquisa são os registros de descargas elétricas


em dias de tempestade, e é a fonte que apresenta as mais antigas informações sobre
a incidência de raios no Brasil. Os primeiros registros datam de 1780. Mas apesar de
ser o recurso que apresenta informações mais antigas, não é um recurso tão preciso
quanto os outros, pois os relatos na maioria das vezes, não são descritos de forma
precisa, tendo que ser medidos indiretamente pelos cientistas.

A partir dessas fontes de dados, é que os cientistas tentam comprovar suas


teorias, que no momento não passam apenas de hipóteses, que tentam analisar que
mudanças significativas que ocorreram ao longo dos anos no planeta que poderiam
ter contribuído para a maior ocorrência dos raios.

As teorias que têm sido mais aceitas para explicar esse fenômeno são: O
aquecimento global, fenômenos de aquecimento e resfriamento da água dos
oceanos, e manchas solares.
De acordo com alguns especialistas, o aquecimento global, que é o aumento da
temperatura média mundial, tem influenciado o crescente numero de raios, pois se
acredita que cada grau a mais registrado na temperatura global, pode ocasionar um
aumento de 10% a 20% na incidência de raios.

Outra relação que já foi traçada pelo ELAT (Grupo de Eletricidade


Atmosférica), é de que a temperatura dos oceanos influencia a ocorrência de raios.
O grupo de pesquisa conclui que nos anos em que houve mais mortes por raios,
2001 e 2008, coincidiram com o fenômeno do resfriamento das águas do Pacifico,
conhecido como La niña. Esse fenômeno gera profundas mudanças na dinâmica da
atmosfera, fator que interfere diretamente nas características climáticas do mundo.
Os cientistas perceberam que quando ocorre a La niña aumenta a incidência de raios
na região Norte e Nordeste. Nos períodos do El niño (aquecimento das águas do
Pacifico), as descargas aumentam na região sul. Já nas regiões sudeste e centro-oeste
os efeitos são mais difíceis de serem previstos. Apesar de notória, a influência da
temperatura dos oceanos na incidência de raios não conta com muitos estudos.

A ultima teoria mais aceita na explicação da grande ocorrência de raios


ultimamente, é o fato de que em ciclos de cerca de 11 anos, as manchas na
superfície solar aumentam e com elas o fluxo de radiação lançado pela estrela. Na
Terra, isso é sentido por meio de alterações das partículas da atmosfera. E são essas
partículas que facilitam ou não, a formação de gelo nas nuvens e os raios só ocorrem
quando existe gelo no interior destas. A próxima ocorrência de aumento das
manchas solares está prevista para 2012.

Por enquanto essas teorias são apenas hipóteses, pois ainda não foram
comprovadas serem os motivos pela grande incidência de raios dos últimos dez
anos. É esperado que a comprovação destas aconteça em breve, porque os
instrumentos que analisam as descargas elétricas evoluíram recentemente, porém
ainda não são suficientes para confirmar nenhuma das causas da grande quantidade
de raios na Terra, principalmente no Brasil.
Fontes:

• http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1403418-5598,00.html

• http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/04/01/e010429240.asp

• http://www.rindat.com.br/

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