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Gramticas do primeiro tipo preocupam-se mais com como deve ser dito,
as do segundo ocupam-se exclusivamente
de como se diz. Para que a diferena
fique bem clara, imagine-se um antroplogo que descreva determinado sistema
de parentesco de um certo povo, e outro
que o censure por desrespeitoso, por no
distinguir-se o papel do pai e o do tio. . .
Num terceiro sentido, a palavra gramtica designa o conjunto de regras que
o falante de fato aprendeu e das quais
lana mo ao falar. preciso que fique
claro que sempre que algum fala o faz
segundo regras de uma certa gramtica,
e o fato mesmo de que fala testemunha
isto, porque usualmente no se "inventam" regras para construir expresses.
Pelo conhecimento no consciente, em
geral, de tais regras, o falante sabe sua
lngua, pelo menos uma ou algumas de
suas variedades. O conjunto de regras
lingsticas que um falante conhece constitui a sua gramtica, o seu repertrio
lingstico.
Uma gramtica do tipo 2 ser tanto
melhor quanto mais coincidir com uma
gramtica do tipo 3, isto , quanto maior
contedo emprico explicar. por esta
razo que Chomsky diz que a tarefa do
lingista semelhante da criana que
est aprendendo a lngua de sua comunidade: ambos devem descobrir as regras
da lngua. Os lingistas, sabe-se, so muito menos bem-sucedidos que as crianas.
Talvez haja regras gerais vlidas para
todas as lnguas. Talvez no. No discutamos isto aqui. Aceitemos que uma
gramtica refere-se a uma lngua. Ocorre
que lngua no um conceito bvio. Pelo
menos, pode-se dizer que h um conceito
de lngua compatvel com cada conceito
de gramtica. Isto , vista a lngua de
uma certa forma, ver-se- a natureza e a
funo da gramtica de uma forma compatvel. Qualquer outra postura ser
incoerente em excesso para merecer
ateno. Distingamos, pois, trs conceitos
de lngua.
O primeiro conceito o mais usual
entre os membros de uma comunidade
lingstica, pelo menos em comunidades
como as nossas. Segundo tal forma de
ver a questo, o termo lngua recobre
apenas uma das variedades lingsticas
utilizadas efetivamente pela comunidade
(ver item c), a variedade que pretensamente utilizada pelas pessoas cultas.
a chamada lngua padro, ou norma
NOVEMBRO DE 1983
GRAMTICA E POLTICA
GRAMTICA E POLTICA
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