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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE

CATÓLICA DE CAMPINAS
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Introdução ao jornalismo
BOND, Frank Fraser. Introdução ao jornalismo.
Rio de Janeiro: Agir, 1962, p.15-25.

A natureza do jornalismo
A palavra jornalismo significa, hoje, todas as formas quais e pelas quais as notícias e seus
comentários chegam ao público. Todos os acontecimentos mundiais, desde que interessem
ao público, e todo o pensamento, ação e ideias que esses acontecimentos estimulam,
constituem o material básico para o jornalista.
As definições diferem de acordo com os pontos de vista segundo os quais são formuladas.
Para o cínico, jornalismo é meramente um comércio; para o idealista, revela-se como uma
responsabilidade e um privilégio.
Disse Leslie Stephens: “Jornalismo consiste em escrever, mediante remuneração, sobre
assuntos em que não se é versado.”
Diz Eric Hodgins, da revista Time: “Jornalismo é a transmissão de informação, de um
ponto a outro, com exatidão, penetração e rapidez, numa forma que sirva à verdade e torne
aquilo que é certo evidente aos poucos, quando não imediatamente.”
Os dois conceitos de jornalismo florescem quando há garantias de liberdade, sejam elas
merecidas ou não. A primeira filosofia sustenta: “Dê ao povo o que ele quer”, a outra, “Dê
ao povo a verdade que ele precisa ter”.
Esta liberdade de que o jornalismo em todas as suas formas hoje goza foi penosamente
conquistada. No passado, a Autoridade, tanto civil como eclesiástica, possuía meios de
obstar todas as manifestações, de fato ou de opinião, que não coincidiam com seus desejos,
pois temia o preceito bíblico: “A verdade vos fará livre”.
Onde os homens não podem transmitir seus pensamentos sem medo, nenhuma outra
liberdade é a assegurada. Aí está por que a Primeira Emenda à Constituição dos Estados
Unidos reza que “O Congresso não fará lei alguma... cerceando a liberdade… da
imprensa”, e por que a Constituição de todos os Estados Americanos contém disposição
semelhante ou mais minuciosa. É por isto que as Nações Unidas criaram uma Subcomissão
de Liberdade de Informação em sua Comissão de Direitos Humanos.
Uma imprensa livre não pode estar sujeita a qualquer pressão, seja ela governamental ou
social.
Como Milton salientava em sua grande luta da liberdade de divulgação, é impossível
determinar qual julgamento pode decidir o que é bom e digno de ser lido pelo público. Só o
apoio desse público pode ser aceito como um critério seguro; as publicações
desprestigiadas encontrarão poucos leitores que delas tirem proveito, e cedo cessarão de
existir.
A liberdade da palavra e imprensa não é um fim em si mesmo. Ela simplesmente torna o
povo capaz de expressar livremente seu pensamento, e faz nascer, de todos os matizes de
Opinião, a possível— ela não é meramente “liberdade de”, mas “liberdade para”. Uma

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A edição original deste livro foi em 1954. A edição brasileira é de 1962. O texto foi revisado para a nova
reforma ortográfica.
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pessoa pode causar o mal não somente por suas ações, mas também por suas omissões. Já
em 1735, Andrew Hamilton declarava, quando do julgamento do tipógrafo e editor Peter
Zenger: “… Peço permissão para afirmar que a supressão de uma prova deve ser tomada
como a prova mais evidente”.
A batalha pela liberdade de pensamento e expressão não conhece armistício; a luta pela sua
salvaguarda é uma guerra contínua que existirá enquanto existirem as forças que a ela se
opõem. Nenhum diretor de jornal, nenhum comentarista ou redator pode aceitar a liberdade
de expressão levianamente. Praticamente, todos os países que hoje vivem sob um regime de
censura já tiveram aquela liberdade; pensavam então “é impossível que isto venha a
acontecer aqui”.
Nem mesmo a guerra suprime a liberdade da imprensa — ela a restringe, tão-somente.
Quando a segurança de uma nação está em risco, é necessário que algumas liberdades
sejam suspensas e outras apenas restringidas.
Em tempo de guerra, esta liberdade não confere o direito de publicação de matérias que
possam solapar a moral pública, incentivar o povo a furtar-se à luta, ou prestar informações
ao inimigo.
Seja, porém, em tempo de paz ou de guerra, há determinadas liberdades que naturalmente a
imprensa nunca teve, como, por exemplo, a de ser difamatória ou obscena.
DEVERES DO JORNALISMO
Aceitando, como aceita essas garantias de liberdade, o jornalismo aceita, também, a
obrigação de merecê-las. O jornalismo que se respeita, em todas as suas formas, esforça-se
constantemente por cumprir essa obrigação — de cumprir com seus deveres para com a
sociedade.
A imprensa deve ser independente. Para ser independente ela precisa apoiar-se em bases
econômicas próprias, obtendo seus lucros sem ser subvencionada. Não pode servir o
público que a apóia, se estiver ligada a alguém que a manobra.
John Thadeus Delane, o grande diretor do jornal londrino The Times de 1841 a 1877,
defendeu veementemente esse princípio nas seguintes palavras:
“Para desincumbir-se de seus deveres com inteira independência e,
consequentemente, com o maior proveito público possível, a imprensa não pode
fazer aliança com os estadistas de seu tempo, nem pode subordinar-se às
conveniências da força efêmera de nenhum governo. O primeiro dever da imprensa
é obter a mais rápida e correta informação dos acontecimentos, revelando-os,
transformá-los imediatamente numa propriedade comum a todo o país. A imprensa
vive da divulgação. Tudo que passa através dela vem a ser uma parte do
conhecimento e história do nosso tempo. A obrigação da imprensa é falar, a dos
estadistas, é guardar silêncio. Os governos devem tratar-se com respeito aparente,
por pior que sejam suas origens ou seus atos. A imprensa, felizmente, não tem essa
obrigação.

O dever do jornalista é o mesmo do historiador — procurar a verdade acima de tudo


e apresentar aos seus leitores não o que a política estimaria que eles soubessem, mas
a verdade tão profunda quanto ele a tenha podido atingir.”

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A imprensa deve ser imparcial. A maioria das pessoas vê a imparcialidade como uma virtude que
se esforçam por alcançar. O jornalismo vê a imparcialidade como um ideal. Os melhores redatores e
os melhores jornais procuram evitar a parcialidade deliberada e intencional. É hoje uma prática
generalizada permitir que as partes contrárias exponham suas razões. O ideal de imparcialidade é
alcançado pelo jornalismo que evita erros, tendenciosidade, preconceitos e sensacionalismo.
A glória da democracia, como muitos jornalistas têm salientado, está no fato de ser ela uma forma
de governo que garante a continuidade dos direitos das minorias que não estão no poder. O
jornalismo honesto é exatamente o meio de expressão dessas minorias porque não está sob o
controle do governo.
A imprensa deve ser exata. O esforço pela exatidão imparcial é uma das medidas da qualidade
jornalística, qualquer que seja o veículo jornalístico. Difundir a verdade e objetivar os fatos, eis a
finalidade do ideal jornalístico. É claro que na exatidão da imprensa diária influi o fator tempo,
como salientava Louis Wiley, ex-Gerente do Times de Nova York:
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“O secretário do jornal publica a versão mais digna de crédito que pode obter de
um acontecimento, levando em conta que as máquinas precisam rodar numa
determinada hora, e que as testemunhas que dão aos repórteres o relato dos fatos
são humanas, afinal de contas. Se o jornal tivesse que esperar até confirmar todos
os detalhes, talvez o mundo ainda Ignorasse acontecimentos históricos de séculos
passados, sobre os quais os historiadores ainda não concordaram totalmente.”

A imprensa deve ser honesta. O bom caráter não é facilmente adquirido ou mantido sem um
esforço diário. Nenhuma atividade está sujeita a tal multiplicidade de contatos com o povo, a tantos
problemas variados pedindo decisões imediatas como o jornalismo. Mas os elementos básicos de
caráter, nos veículos jornalísticos, permanecem fixos. São eles honestidade nas notícias e nos
anúncios.
A imprensa deve ser responsável. Como Grove Patterson do “Blade”, de Toledo, observou, “uma
imprensa livre é muito mais do que um meio de vida dos seus diretores”. Ela desfruta dessa
liberdade porque é uma instituição semipública. Nessa condição, a imprensa deve uma obrigação à
comunidade que ela serve e que a sustenta. Disse M. H. de Young, fundador do Chronicle de San
Francisco, em seu testamento:
“Um grande jornal deve destinar-se muito mais à consecução de elevados fins para
o benefício do público, do que simplesmente a ganhar dinheiro para o benefício dos
acionistas da empresa”. Com essa declaração ele criou uma responsabilidade,
determinando que seu jornal deveria manter-se, durante toda sua existência, “livre
da influência, entrave ou controle de qualquer interesse, para benefício da cidade de
São Francisco e do Estado da Califórnia.”

A imprensa deve ser decente. O dever de ser decente compreende não apenas a linguagem e as
gravuras que o jornalismo usa, pois a lei isto prevê, mas também à maneira pela qual obtém as

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* Em inglês, news editor. Devido as diferenças entre a organização dos jornais americanos e os
nossos, a palavra editor pode corresponder a diretor de Jornal, secretário, chefe de redação ou chefe
de seção (seção de policia, seção de esportas, noticiário local, etc.). Mais precisamente, news editor
seria o nosso chefe da reportagem local. Alguns jornais brasileiros já estão adotando o sistema
americano, bem como a sua terminologia, dizendo, por exemplo, “editor de esportes”, “editor de
polícia”, “editor de política”, “editor Internacional”, etc. (N. do T.)
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notícias. Há situações na vida humana nas quais nenhum jornal pode, decentemente, justificar uma
intrusão como já afirmavam os que censuram o jornalismo. Os melhores jornalistas impõem ao seu
trabalho, como a si mesmos, a censura do discernimento.
OS OBJETIVOS DO JORNALISMO
O jornalismo tem quatro razões de ser fundamentais: informar, interpretar, orientar, entreter. Ele
realiza outras funções importantes como a circulação de anúncios e a difusão de um grande volume
de informações e comentários que dificilmente podem ser enquadrados no conceito geral de notícia.
Difundir notícias é o primeiro objetivo do jornalismo. Como definiu a Sociedade Americana de
Diretores de Jornais: “a função primordial dos jornais é comunicar ao gênero humano o que seus
membros fazem, sentem e pensam”.
É em virtude desta função de noticiar que o jornalismo goza da proteção das constituições federal e
estaduais. A sociedade dá sua proteção à Imprensa devido à responsabilidade desta em fornecer as
notícias.
Como James Russel Wiggins, ex-Diretor do Pioneer Press de St. Paul e do Dispatch de St. Paul,
hoje diretor-gerente do Post de Washington, salientou,
“Estes direitos e privilégios são garantidos porque a civilização, como nós a
compreendemos, não existiria se não houvesse facilidades para a difusão das
notícias. Sem as noticias, as pessoas em sociedade perderiam aquele sentido de
identidade sem o qual é impossível criar leis explícitas ou tácitas... Os jornais que
não reconhecem a importância pública das notícias estão empenhados em um
comércio onde as palavras Impressas fazem as vezes de ameixas.”

H. G. Wells disse certa vez que o Império Romano não poderia perdurar, pois não possuía jornais
— métodos de informar aos povos das províncias o comportamento do povo da metrópole.
Hoje, o primeiro propósito e responsabilidade do jornalismo é assegurar ao povo a informação. Essa
responsabilidade requer uma completa objetividade nas notícias.
A necessidade de interpretação e explanação das notícias em nossa época é realmente visível. A
vida tem se tornado tão complexa e seus interesses tão diversos que mesmo os especialistas ficam
confusos em seu próprio campo de conhecimento.
O pobre mortal comum preso a um labirinto de invenções, teorias econômicas e científicas, precisa
ser guiado através de suas dificuldades. Assim, o jornalismo de hoje deve lazer com que chegue ao
leitor ou ouvinte, além da notícia de um fato, de um acontecimento ou de uma teoria, também
explicações, interpretações, material de base, e diagramas, orientados no sentido de ajudar o
indivíduo a compreender melhor o que lê ou ouve. Dentro da geral e crescente tendência para a
especialização, o melhor jornalismo emprega pessoas com nível de conhecimentos que lhes
permitam dar ao leitor comum essas explanações. Grande parte da linguagem jornalística de hoje
assume a forma de útil e eficiente exposição.
Desde os primeiros tempos, o jornalismo tem procurado influenciar o homem, O jornalismo
esforça-se no sentido de estimular a mente humana através da palavra escrita, dos desenhos e
fotografias em jornais, revistas, panfletos e livros e através da palavra falada. Para estes fins, usa
todas as nuanças de argumentação e todos os artifícios de propaganda. A notícia “é a matéria prima
da opinião”; a opinião pode ser formulada sem uma única palavra de comentário, pela forma de
apresentar a notícia, com destaque ou sem ele. O jornal esforça-se abertamente por influenciar seus
leitores através de seus artigos, editoriais, caricaturas e colunas assinadas, O rádio, também
abertamente, procura influenciar por meio de seus comentaristas, de suas entrevistas e de muitos
locutores que advogam vários pontos de vista enquanto a televisão procura impressionar os seus
espectadores por meio das suas mesas-redondas, documentários e entrevistas.
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Paralelamente ao seu propósito sério de informar, interpretar e moldar opiniões, o jornalismo dedica
um esforço crescente à sua função de entreter. Há nisso um precedente histórico. O trovador de
antigamente, que levava as notícias de castelo em castelo, era bem recebido não só pelas novidades
que trazia, mas também pela sua habilidade de cantar, dançar e tocar o alaúde.
O jornal e a revista atraem o público que busca distração, comentando os aspectos pitorescos da
vida cotidiana em histórias de “interesse humano”, publicando piadas e anedotas e procurando
espaço para uma crescente apresentação de entretenimento que incluem coisas de gosto popular
como “frases engraçadas de crianças”, palavras cruzadas e histórias em quadrinhos. O jornalismo
no rádio e no vídeo tem seus comediantes e seus programas humorísticos, de perguntas ou de
histórias engraçadas.
CRITICAS AO JORNALISMO
O jornalismo, na opinião de muitos, algumas vezes não cumpre sua missão. As criticas ao
jornalismo em todas as suas formas são freqüentes, sempre o foram através dos séculos, e existem
no homem da rua e nos próprios profissionais. Na verdade, muitos dos mais severos críticos do
jornalismo têm sido seus mais íntimos amigos. O diretor inteligente nunca ignora uma crítica. Como
o jornal está entre as mais velhas e populares formas de jornalismo, a maioria dos comentários
hostis é dirigida contra a imprensa, sendo que a radiotransmissão, a televisão, a edição de livros e a
filmatografia são também, freqüentemente, alvos vulneráveis.
Aqui estão algumas das principais acusações:
1) Que a imprensa é inexata. Esta crítica é resumida pela frase — “Não se pode acreditar no que
se lê nos jornais”. Esta afirmação condenatória pode se referir tanto à publicação de “notícias
falsas” como a enganos deliberados ou a erros não intencionais. Falsas notícias incluem histórias
como a famosa “Burla da Lua”, que o Sun de Nova York perpetrou em 1835 publicando uma série
de artigos pseudocientíficos, nos quais relatava as descobertas astronômicas de Sir John Herschel,
na Cabo da Boa Esperança. Eles descreviam a construção de um telescópio gigante, detalhes da
geografia lunar, desvendados pelas lentes, a existência de vida na lua — Vespertillio homo ou
homens-morcego — e seu estranho comportamento “que não se coadunaria com a noção terrestre
de decoro.” Na realidade, estas histórias não estavam baseadas em fatos, e sim na imaginação de um
repórter do citado jornal, Richard Adams Locke. Falsas notícias incluem também as histórias
espalhadas pelos especuladores, cujo negócio é a alta e baixa repentinas dos preços em Wall Street,
de que eles ou seus associados tiram lucros, e as manobras dos propagandistas profissionais. A
expressão “engano deliberado” define-se por si próprio. Erros não intencionais são riscos da
profissão, e cada dia, em todo país, a imprensa exibe uma lista considerável de enganos comuns.
Esses erros ocorrem na matéria, nas manchetes e anúncios e podem ser divididos, de modo geral,
em quatro grupos: erros de ambiguidade, de paginação (make-up), de tipografia e erros diversos,
sendo os últimos principalmente de reportagem.
2) Que a propriedade de jornais, estações de rádio e televisão e estúdios de filmagem é muito
limitada e se está restringindo; que este estado de coisas pode escravizar nossa liberdade de
expressão. Essa crítica cita fatos como estes: dez Estados não têm cidades com jornais diários
concorrentes; apenas 117 cidades têm diários concorrentes (no Canadá, apenas dez); quatorze
companhias com dezoito jornais controlam um quarto da circulação diária nos Estados Unidos. O
leitor pode apresentar multas razões para mostrar como o monopólio entrava o jornalismo.
3) Que a imprensa dá muito espaço ao crime. Os jornais são provavelmente muito mais
censurados por relatarem minuciosamente as notícias sobre crimes do que por descrevê-las
inadequadamente. Tem sido sustentado que notícias sobre crimes fazem aumentar a criminalidade
por convidarem à imitação; que elas ferem parentes inocentes de criminosos; que ofendem o bom
gosto. Críticos imparciais, no entanto, admitem que elas prendem o interesse de todas as classes de
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leitores, e que freqüentemente ajudam na captura de criminosos. Contrariamente ao pensamento
popular, notícias sobre crimes representam, em média, menos do que três por cento da matéria
noticiosa dos principais e mais sérios jornais.
4) Que a imprensa freqüentemente publica notícias vulgares de sensação, em detrimento das
notícias importantes. É verdade que alguns jornais dedicam um espaço desproporcional a assuntos
efêmeros. É verdade que algumas revistas, livros, filmes, programas de rádio e televisão, exploram
o vulgar. É possível, no entanto, para pessoas de maior inteligência e cultura, comprar, na maioria
das cidades, jornais, revistas e livros de real valor, prestigiar um bom filme, ou sintonizar um
programa de rádio ou televisão de algum mérito.
5) Que a imprensa frequentemente publica apenas a parte superficial dos acontecimentos,
negligenciando o aprofundamento das causas. Sustentam alguns críticos que, por causa disto, o
povo não recebe as informações que lhe são necessárias, relativamente às condições sociais,
econômicas e políticas de que necessita para julgar inteligentemente. Em muitos casos essa crítica é
totalmente justa. No entanto, o melhor jornalismo escrito ou falado, visa não somente a informar
mas também a interpretar. Neste sentido o jornalismo visa a proporcionar ao público a perspectiva
necessária a colocar os fatos em sua seqüência relativa a tempo e importância.
6) Que certos jornais e jornalistas manipulam as noticias para servir a seus objetivos pessoais.
Sobre este ponto, Grove Patterson, na XVIII Conferência em memória de Don R. Mellat, disse o
seguinte:
“Não há crime no campo do jornalismo, nem mesmo o super-ameaçador
sensacionalismo, nem mesmo a incorreção geral, que mais subverta o princípio da
imprensa livre, não há crime mais indefensável que o de torcer as notícias de acordo
com a política de um diretor... O abandono da linguagem objetiva nas notícias não
somente faz de uma Imprensa livre uma trágica zombaria, como também cria uma
arma nas mãos dos gangsters do jornalismo.”

7) Que a imprensa é sentimental. Todos os veículos jornalísticos — imprensa, cinema, rádio e


televisão — são vítimas desta crítica em vários graus. Seu defeito comum, de acordo com o falecido
Sir Willmott Lewis, é o sentimentalismo, “que é para o sentimento o que a religiosidade é para a
religião ou o legalismo é para a lei”. Sentimentalismo, para Leslie Stephen, “é emoção causada
gratuitamente”.
8) Que a imprensa evita publicar fatos que não estejam de acordo com as opiniões expressas
em seus editoriais. Esse costume não é característico da boa imprensa de hoje, embora o possa ter
sido algumas vezes no passado. Atualmente, nenhum jornal respeitável pensaria em excluir de suas
linhas pontos-de-vista que não os seus próprios. Pelo contrário, todas as idéias são acolhidas como
parte de uma discussão pública que deverá ser estimulada, O Times de Nova York afirmou em
editorial:
“Os jornais não são realmente perturbados ou irritados por opiniões contrárias às
deles. Se as criticas são responsáveis e têm algo valioso a dizer, têm o privilégio de
ser impressas, em conseqüência do dever de um jornal honesto de Imprimir todos os
fatos de relevo para os quais disponha de espaço.”

9) Que a imprensa publica afirmações difamatórias, feitas no Congresso, sem informações


adicionais que possibilitem aos leitores avaliar as acusações. Críticos construtivos da imprensa,
como Zechariah Chafee Jr., professor da Escola de Direito de Harvard, têm verberado a constante
publicação de declarações difamatórias sobre cidadãos norte-americanos feitas por jornais que

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suspeitam tratar-se de falsas acusações. Diz ainda o professor Chaffe que os jornais devem dar
sentido aos fatos:

“As vezes um fato é publicado com exatidão e mesmo assim deixa no leitor uma
impressão completamente errônea, a menos que seu sentido seja avaliado no
momento em que é divulgado.”

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