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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E


CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
METODOLOGIA DE PESQUISA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO

LEANDRO MAGALHÃES MARIANI

PROJETO DE PESQUISA

Conduta Profissional e Religiosidade: um estudo no contexto do praça do


Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal

Brasília-DF, dezembro de 2007


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 3

OBJETIVOS ............................................................................................................................................ 7

HIPÓTESES ............................................................................................................................................ 9

METODOLOGIA.................................................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 14
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INTRODUÇÃO

O modelo organizacional utilizado nas instituições militares de defesa


contra o inimigo externo desde os antigos impérios a até as atuais nações consiste em
uma estrutura sólida e verticalizada.

Os alicerces do modelo organizacional militar são centrados nos princípios


básicos da hierarquia, ou seja, escala de níveis de comando de acordo com o grau de
autoridade e responsabilidade correspondente, desde a gestão até a execução; e da
disciplina, que consiste em um regime institucional de ordem imposta e submisso a um
regulamento.

As instituições militares existem no Brasil desde o descobrimento até os


dias atuais. A mais antiga das instituições é a Marinha do Brasil, a força militar
marítima, pois foi a maneira pioneira que os europeus encontraram para chegar ao
Brasil, ou seja, pelo mar e utilizando naus – sua fundação é datada de 1567, primeira
batalha naval ocorrida em mares brasileiros.

No momento da chegada dos europeus no solo do Brasil já estava


fundado o Exército Brasileiro, a força militar terrestre, apesar de sua fundação ser
datada oficialmente em 1648, ano da Batalha dos Guararapes.

A Força Aérea Brasileira nasceu em 1941, bem após a invenção do avião


e da 1ª Guerra Mundial, sendo a mais moderna das instituições militares do Brasil.
Todas essas corporações citadas incluem as Forças Armadas do Brasil.

Porém, atualmente, além das forças armadas, existem no Brasil outras


duas instituições militares: a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar. Ambas
essas corporações incluem as Forças Auxiliares do Exército, ou seja, em caso de
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necessidade subjetivada pelo Exército, as Forças Auxiliares comporão o efetivo do


Exército.
Todos os estados que compõem a República Federativa do Brasil
possuem em sua estrutura executiva a Polícia Militar, sendo que a pioneira é a Polícia
Militar do Distrito Federal com 192 anos de existência.

O Corpo de Bombeiros Militar também compõe a estrutura executiva de


todos os estados do Brasil, porém em alguns estados o Corpo de Bombeiros compõe a
estrutura da Polícia Militar. Dos corpos de bombeiros o pioneiro é o Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal, com fundação no ano de 1856.

A essência missionária do Corpo de Bombeiros é a extinção de incêndio.


No Brasil, o responsável pela execução de extinção de incêndio era uma repartição da
Marinha, fundada em 1763, conhecida como “Arsenal da Marinha”.

Em 1856, após uma exposição de motivos feita pelo comandante do


Arsenal da Marinha, foi assinado um decreto por Dom Pedro II, Imperador do Brasil,
criando o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, nascendo uma instituição civil na
cidade de Rio de Janeiro. Em 1881 foi aprovado o Regulamento que organizava o
Corpo de Bombeiros militarmente.

Porém, apenas em 1988, no teor da Constituição Federal, o Corpo de


Bombeiros do Distrito Federal passou a ser chamado de Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal, confirmando sua situação de organização militar, baseado nos
fundamentos da hierarquia e da disciplina e possuindo uma tropa oficialmente
uniformizada.

Nesse período, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal já estava


localizado em Brasília, atual capital federal. Foi incluindo também na Constituição
Federal de 1988 a missão dos Corpos de Bombeiros em realizar ações de Defesa Civil.
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Atualmente o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, ou CBMDF,


é constituído por 6.600 militares na ativa, sendo 600 oficiais e 6.000 praças. Esta
divisão entre oficiais e praças consiste nos fundamentos do militarismo, onde os oficiais
são militares que ocupam cargos de comando e gestão e os praças tem a missão de
execução.

Para manter os moldes da hierarquia e da disciplina, o CBMDF, assim


como todas as instituições militares, possui um estatuto e regulamentos. Existem
regulamentos que instruem desde os padrões de cumprimentos e etiqueta entre os
militares a até o regulamento disciplinar. Interessa a este estudo apenas o regulamento
disciplinar que o CBMDF utiliza, que é o Regulamento Disciplinar do Exército – RDE.

O regulamento disciplinar tem a finalidade de especificar as transgressões


disciplinares e estabelecer normas relativas a punições disciplinares, comportamento
militar dos praças, recursos e recompensas. Ou seja, é um documento formal onde
contem as condutas recomendáveis e não recomendáveis aos militares e onde impõe a
forma que essas condutas devem ser julgadas conforme a doutrina militar, de modo a
manter sólidas as bases da hierarquia e da disciplina.

Em termos práticos, pode-se dizer o seguinte: se ou praça pratica uma


conduta não recomendável conforme o julgamento de outro militar, como, por exemplo,
chegar atrasada ao serviço, o militar que presenciou a má conduta deve informar o fato
ao superior imediato. O superior desta praça irá apurar o fato conforme o escrito no
RDE e irá puni-la conforme o escrito no RDE.

Convém citar que as punições descritas no RDE são: advertência verbal,


repreensão (uma advertência em tom mais enérgico) e detenção (a privação da
liberdade). É prevista no RDE, em casos de comprovada não adaptação ao regime
militar, a exclusão do praça da corporação.
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Desta forma, os militares que não se adequam ao regime militar ou não


tem uma postura recomendável nos moldes do regime militar estão sempre nas listas
de punição da organização e são considerados pelos oficiais e demais militares como
indisciplinado.

Na minha experiência como oficial do CBMDF e conforme o senso comum


dos militares do CBMDF, posso afirmar que é possível verificar algumas características
em comum entre os militares com má conduta no meio militar (além da característica
comum da má conduta).

Ao contrário do praça indisciplinada, o praça disciplinada tem uma conduta


recomendável conforme o RDE, além de possivelmente ter características inversas ao
do praça indisciplinada.

O senso comum dos militares do CBMDF reflete algumas evidências,


principalmente no contexto técnico e operacional da função bombeiro, mas todas essas
verdades foram comprovadas e fundamentadas por meio de pesquisas na área técnica
do CBMDF. Portanto, não se pode afirmar sem dúvida que esse senso comum possa
evidenciar características peculiares do praça indisciplinada sem uma análise e um
estudo prévio.

Nesse sentido, este trabalho tem como objeto de estudo a relação entre
religiosidade e a conduta do praça bombeiro militar evidenciada na rotina de trabalho no
CBMDF.
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OBJETIVOS

O praça indisciplinada é mantida em destaque como modelo negativo nas


sedes do CBMDF. Os oficiais comumente analisam a vida e a história pessoal do
militar, comentando os resultados aos colegas. A partir desse processo cria-se um
senso comum quanto à personalidade e estilo de vida dos praças indisciplinadas.

Pode-se verificar, por exemplo, que alguns casos de indisciplina são


sazonais, como em períodos de feriado prolongado ou carnaval, onde ocorre com
freqüência o fato do militar faltar o serviço ou chegar ao serviço embriagado. Outro
exemplo é o militar estar passando por algum problema familiar como separação,
divórcio ou até a perda de um filho, levando-o ao desleixo perante as normas militares.

Existem também casos onde o militar tem a conduta indisciplinada em


períodos constantes, e se encaixam em características tais como o fato de ser solteiro,
gostar de ingerir bebidas alcoólicas, sair com os amigos, não gostar da carreira militar.

O senso comum relaciona muito destas características com a religiosidade


do militar. Às vezes vejo comentários como: “Esse bombeiro vive preso! Tinha que ser
ateu!”. Ou seja, há a relação pelo senso comum entre a conduta militar do indivíduo, o
seu estilo de vida e a sua religião.

É fato também o senso comum delimitar ainda mais essa afirmação,


chegando a considerar que os praças evangélicas são menos indisciplinadas que as
menos evangélicas. Vale dizer que são considerados praças evangélicos aqueles que
professam uma religião cristã baseada no protestantismo, onde, em Brasília, é
representado pelas igrejas evangélicas.
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Considerando esse contexto, o presente estudo tem como objetivo


analisar elementos da conduta do praça bombeiro militar na relação com a
religiosidade. Busca responder as seguintes questões:
• Em que medida a religiosidade influencia na conduta do praça do
CBMDF?
• Os praças indisciplinadas possuem uma identidade religiosa?
Qual?
• O fato de o praça ser ou não ser evangélica influencia em seu
comportamento no ambiente de trabalho?
• Que outros elementos motivam a boa conduta do praça no
ambiente de trabalho?
• Que aspectos o praça considera facilitadores ou estímulos para
adequar-se às normas estabelecidas?
• Que aspectos o praça considera barreiras ou limitadores que
interferem na adequação a essas normas?
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HIPÓTESES

Um estilo de vida nos termos de uma ética protestante se caracteriza por


uma vida regrada, sem extravagâncias. Conforme a ética protestante, o indivíduo deve
acordar cedo, pois “Deus ajuda quem cedo madruga”, deve ter humildade, demonstrar
confiança, entre outras características. (Weber, 2004)

Vale destacar que quando Weber se refere a uma ética protestante está
fazendo uso de um “tipo ideal”. Os tipos ideais possuem uma combinação que não é
possível encontrar na vida real. São construções que ajudam na compreensão dos
fenômenos. São recursos metodológicos de valor instrumental. Desse modo, Weber
adverte que a ética das várias modalidades protestantes – metodistas, luteranos,
pietistas, batistas – não se esgota na “ética protestante”. (Mariz, 2003)

Na perspectiva da ética protestante, a falta de vontade de trabalhar leva à


condenação do crente. Por outro lado, a dedicação ao trabalho e o esforço de fazer as
tarefas de forma cada vez mais eficiente conduz à salvação. A divisão do trabalho do
homem é uma vontade de Deus, e o cumprimento das obrigações faz parte do Plano
Divino. Essa seria a vocação de cada indivíduo que atende ao chamado de Deus, ou
seja, procurar desenvolver suas atividades cotidianas.

Porém, cabe ressaltar que a ética protestante considera o trabalho


realizado com qualidade e destreza como sendo uma virtude do próprio trabalhador na
forma de um sentimento de satisfação para sua consciência, pois a vontade de Deus
consiste na realização do trabalho de forma racional.

Vista deste ponto, a ética protestante relaciona-se com as normas


constantes no RDE, pois quem acorda cedo não se atrasa para o serviço (um item
constante no RDE), quem demonstra confiança não falta com a verdade (outro item
constante no RDE), quem trabalha com zelo e método não desobedece às normas de
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seu trabalho, entre outros. Este estilo de conduta baseado na ética protestante é
intrínseco da doutrina evangélica, porém pode haver praças do CBMDF que tem o
estilo de conduta baseado na ética protestante e não é evangélico.

A religião tem grande influência na sociedade. É possível uma relação


entre a indisciplina do praça do CBMDF com sua religião, pois a doutrina religiosa de
cada indivíduo é constituída de regras assim como o RDE no CBMDF. Nesse sentido, a
doutrina evangélica mostra-se com uma série de regras para que o fiel consiga a
salvação. Logo, pode-se afirmar que há uma relação entre o cumprimento das normas
evangélicas e a conduta recomendável do militar.

É possível que os praças do CBMDF que seguem fielmente a doutrina


evangélica sejam disciplinadas. Ou talvez os praças não evangélicas é que sejam
indisciplinadas, ou seja, o problema pode não estar no fato da ética protestante levar o
praça do CBMDF a uma boa conduta militar, mas sim nos outros modelos de
paradigmas religiosos que podem levar o praça do CBMDF a uma conduta totalmente
não recomendável conforme o RDE.

Existe a possibilidade de apesar do praça ser evangélica, ela ser


indisciplinada tendo em vista algum acontecimento em sua vida pessoal. Ou o praça se
dizer evangélica, porém não seguir a ética protestante.

Pode ocorrer do praça evangélica tratar as normas do RDE com certo


descaso, tendo em vista o praça considerar a doutrina evangélica como uma norma
superior a todas as outras de forma que, quando o escrito no RDE contiver informações
contrárias a uma regra protestante, o praça não irá seguir o RDE, tornando-se ou praça
indisciplinada, porém um evangélico exemplar.

Em relação às praças não evangélicas, podem existir praças


indisciplinadas e praças disciplinadas, não existindo uma regra dizendo que todas os
praças não evangélicas sejam indisciplinadas. O fato de o praça ser indisciplinada pode
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estar relacionado com algum objeto intrínseco a sua personalidade, independente de


ser evangélica ou não.

Existe ainda o praça que tem um estilo de vida diverso da ética


protestante, porém é disciplinado enquanto de serviço no CBMDF. Neste caso, talvez
por medo da punição, talvez por interesse em recompensas, ou indiferente a qualquer
objeto institucional e motivado por realizações pessoais. Por exemplo, o praça pode
acordar cedo para ir trabalhar porque se sente bem em acordar cedo, o praça obedece
às ordens, pois se sente mal em receber uma chamada do oficial, ou seja, sem
qualquer relação do praça com a doutrina evangélica.

Pode-se colocar as mais variadas hipóteses relativas ao praça do CBMDF


ser indisciplinada. Porém este trabalho irá se conter apenas em analisar as situações
acima colocadas, primeiramente as relativas às praças evangélicas, posteriormente às
situações diversas.

Será necessária uma metodologia para a coleta de informações sobre as


teses em questão. Esta metodologia será especificada a seguir.
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METODOLOGIA

Participantes

Duzentos praças do CBMDF, sendo cem praças com punições em sua

ficha e cem praças sem punições.

Instrumento

Entrevista semi-estruturada, com questões referentes a sua conduta no

meio militar, sua religião e seu estilo de vida.

Apresenta-se a seguir o roteiro de entrevista:

1- Qual seu estado civil?


2- Você tem filhos?
3- Qual a sua religião?
4- Considera-se praticante ou não praticante? Justifique
5- É simpatizante de algum outro culto religioso diferente do seu de origem? Qual?
6- Você prefere sair com os amigos ou ficar em casa?
7- Você consome bebidas alcoólicas? Qual proporção?
8- Você gosta do serviço do CBMDF? Justifique.
9- Você gosta do regime militar? Justifique.
10- Você obedece às normas militares? Justifique.
11- Você já foi punido disciplinarmente no CBMDF? Quantas vezes? Quais foram as
transgressões?
12- O que te levou a realizar tais transgressões?
13- Qual era sua religião na época que cometeu cada transgressão?
14- Na sua opinião, o que leva o militar se tornar indisciplinado? Justifique.
15- Na sua opinião, o que leva o militar se tornar disciplinado? Justifique.
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Procedimento e análise dos dados

Inicialmente deverá ser feito o contato com os comandantes de 5 quartéis

do CBMDF, de modo que, para alcançar grupos de militares heterogêneos, sugiro as

seguintes companhias: 1ª Companhia Regional de Incêndio – Asa Sul, 2ª Companhia

Regional de Incêndio – Asa Norte, 3ª Companhia Regional de Incêndio – Gama, 8ª

Companhia Regional de Incêndio – Ceilândia e 9ª Companhia Regional de Incêndio –

Planaltina.

Deverão ser expostos o tema e objetivos da pesquisa, solicitando a

participação de 40 militares de cada quartel. Deverá ser solicitada à secretaria do

quartel a convocação de 20 praças com punições e 20 praças sem punições. Em

seguida, deverão ser agendados local e horário, de preferência no quartel onde o militar

é lotado e no dia do seu serviço, para realizar a pesquisa.

Convém realizar um estudo piloto antes da coleta definitiva dos dados. Tal

estudo deverá ser realizado com militares que não farão parte da amostra, com o

objetivo de verificar a clareza das questões propostas.

Quanto à análise de conteúdo a ser utilizada, deverão ser seguidas as

orientações de Bardin (1995). Esta análise consistirá em efetuar uma categorização das

respostas por meio de classificação das unidades de significação, levantando-se, a

seguir, a sua freqüência.


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REFERÊNCIAS

BARDIN, L. (1995). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

MARIZ, C. L. (2003). A sociologia da religião de Max Weber. In: TEIXEIRA, F. (org.).


Sociologia da religião. Petrópolis: Vozes.

WEBER, M. (2004). A ética protestante e o "espírito" do capitalismo. São Paulo:


Companhia das Letras.

DOCUMENTOS EXTRAÍDOS DA INTERNET – CONSULTAS ELETRÔNICAS

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, Institucional, Histórico.


Consultado em 07/06/2007
http://www.cbm.df.gov.br

EXÉRCITO BRASILEIRO, Institucional, Nossa História. Consultado em 07/06/2007


http://www.exercito.gov.br

FORÇA AÉREA BRASILEIRA, História. Consultado em 07/06/2007


http://www.aer.mil.br

MARINHA DO BRASIL, História, História Naval. Consultado em 07/06/2007


http://www.mar.mil.br

POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, Histórico. Consultado em 09/06/2007


http://www.pm.df.gov.br

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