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TERÇA-FEIRA
– De modo particular, devemos servir àqueles que o Senhor colocou ao nosso lado. Aprender
da Virgem Maria.
Cristo previne os seus discípulos: Vós, porém, não vos façais chamar
mestres... O maior dentre vós seja o vosso servo 3. E Ele mesmo mostrou
constantemente o caminho: Pois quem é o maior: aquele que está sentado à
mesa ou aquele que serve? Não é aquele que está sentado à mesa? No
entanto, eu estou no meio de vós como quem serve4.
Se não formos humildes, podemos desgraçar a vida dos que nos rodeiam,
porque a soberba infecciona tudo. Onde há um soberbo, tudo acaba por ser
vítima da sua auto-suficiência: a família, os amigos, o lugar de trabalho... O
soberbo exigirá que o tratem com atenções especiais, porque se julga
diferente, e será necessário tomar muito cuidado para evitar ferir a sua
susceptibilidade... A sua atitude dogmática nas conversas, as suas
intervenções irónicas – não interessa que os outros fiquem mal, desde que ele
fique bem –, a sua tendência para cortar conversas que surgiram naturalmente,
etc, são manifestações de algo mais profundo: um grande egoísmo que se
apodera das pessoas quando situam o horizonte da vida em si mesmas.
A experiência das coisas que nos agradam ou nos aborrecem, que nos
ajudam ou prejudicam, é uma boa norma para avaliarmos o que devemos fazer
ou evitar no trato com os outros. Todos desejamos ouvir uma palavra de ânimo
quando as coisas não nos correm bem, uma palavra compreensiva quando,
apesar da nossa boa vontade, tornamos a errar; que tenham em conta as
coisas positivas que fazemos, mais do que as negativas; que exista um
ambiente de cordialidade no lugar onde trabalhamos ou ao chegarmos a casa;
que nos exijam no trabalho, sem dúvida, mas com bons modos; que ninguém
fale mal de nós pelas costas; que haja alguém que nos defenda quando nos
criticam e não estamos presentes; que se preocupem verdadeiramente de nós
quando estamos doentes; que nos advirtam quando fazemos mal alguma
coisa, ao invés de a comentarem com outros; e que rezem por nós e... Estas
são as coisas que, com humildade e espírito de serviço, devemos fazer pelos
outros. Aprendei a fazer o bem.
III. O MAIOR ENTRE VÓS seja o vosso servo, diz-nos o Senhor13. Para isso,
devemos deixar de lado o nosso egoísmo e descobrir essas manifestações da
caridade que tornam felizes os outros. Se não lutarmos por esquecer-nos de
nós mesmos, estaremos dia e noite ao lado dos que nos rodeiam e não
perceberemos que precisam que lhes digamos umas palavras de alento, que
apreciemos o que fazem, que os animemos a ser melhores e que os sirvamos.
Como a mãe que acaricia os seus filhinhos, assim, levados pela nossa
ternura para convosco, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de
Deus, mas ainda a nossa própria vida16, manifestava São Paulo aos cristãos de
Tessalónica. Se o imitarmos, teremos frutos parecidos aos seus.
De modo especial, devemos viver este espírito do Senhor com os que estão
mais perto de nós, no seio da própria família: “O marido não procure
unicamente os seus interesses, mas também os da esposa, e esta os do
marido; os pais procurem os interesses dos filhos, e estes por sua vez
procurem os interesses dos seus pais. A família é a única comunidade em que
todo o homem «é amado por si mesmo», pelo que é e não pelo que possui [...].
Como ensina o Apóstolo, a observância desta norma fundamental explica que
não se faça nada por espírito de rivalidade ou por vanglória, mas com
humildade, por amor. E este amor, que se abre aos outros, possibilita que os
membros da família sejam autênticos servidores da “igreja doméstica”, onde
todos desejam o bem e a felicidade de cada um; onde todos e cada um dão
vida a esse amor com a urgente busca de tal bem e tal felicidade”17.
(1) Mt 9, 36; (2) cfr. Mt 23, 1-12; (3) cfr. Mt 23, 8-11; (4) Lc 22, 27; (5) São João Crisóstomo,
Homilias sobre São Mateus, 15; (6) 1 Cor 12, 3; (7) Ti 4, 6; (8) Cassiano, Instituições, 11, 3; (9)
Is 1, 17; (10) Jo 13, 15; (11) Mt 7, 12; (12) Is 1, 18; (13) Mt 23, 11; (14) Santa Teresa, Vida, 22,
14; (15) São João da Cruz, Carta à M. Mª. da Encarnação, em Vida; (16) 1 Tess 2, 7-8; (17)
João Paulo II, Homilia na Missa para as famílias, Madrid, 2-XI-1982; (18) Mt 7, 3-5.