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TERÇA-FEIRA
E Pedro, uma vez livre, dirigiu-se a casa de Maria, mãe de Marcos, onde
muitos se tinham reunido em oração. Quando bateu à porta do vestíbulo, uma
criada chamada Rode adiantou-se para ver quem era. Mal reconheceu a voz
de Pedro, ficou fora de si de tanta alegria e, sem abrir a porta, correu para
dentro e anunciou que era Pedro quem estava à porta. Disseram-lhe: “Estás
louca!” Mas ela insistia em afirmar que era verdade. Diziam eles: “Então é o
seu anjo”7. Este episódio mostra-nos a grande afeição que os primeiros fiéis
sentiam por Pedro e a naturalidade da fé que tinham nos Anjos da Guarda.
“Olha a confiança com que os primeiros cristãos tratavam os seus Anjos. – E
tu?”8
O nosso relacionamento com o Anjo da Guarda deve ser igual ao que temos
com um amigo íntimo. Ele está sempre atento, constantemente disposto a
prestar-nos o seu auxílio, se lhe pedimos que intervenha. Seria uma pena que,
por esquecimento, por tibieza ou por ignorância, não nos sentíssemos
acompanhados por tão fiel companheiro ou não lhe pedíssemos ajuda em
tantas ocasiões em que precisamos dela. Nunca estamos sós na tentação ou
na dificuldade; assiste-nos o nosso Anjo. E estará ao nosso lado até o
momento em que abandonarmos este mundo. No fim da vida, acompanhar-
nos-á até o tribunal de Deus, como manifesta a liturgia da Igreja nas orações
para a recomendação da alma no momento da morte.
III. “TEM CONFIANÇA com o teu Anjo da Guarda. Trata-o como amigo
íntimo – porque de facto o é –, e ele saberá prestar-te mil e um serviços nos
assuntos correntes de cada dia”14.
Para que o Anjo da Guarda nos preste a sua ajuda, é necessário que lhe
manifestemos de algum modo as nossas intenções e os nossos desejos.
Apesar da grande perfeição da sua natureza, os anjos não têm o poder de
Deus nem a sua sabedoria infinita, de maneira que não podem conhecer o
interior das consciências. Basta, porém, que lhes falemos mentalmente para
que nos entendam e até para que cheguem a deduzir do que lhes dizemos
mais do que aquilo que nós mesmos somos capazes de expressar. Por isso é
tão importante manter um trato de amizade com o Anjo da Guarda. E além de
lhe manifestarmos amizade, devemos venerá-lo, pois é alguém que está
sempre na presença de Deus, contemplando-o directamente.
A devoção ao nosso Anjo da Guarda será uma ajuda eficaz nas nossas
relações com Deus, no trabalho, no convívio com as pessoas que temos
sempre ao nosso lado, nos pequenos e nos grandes conflitos que se podem
apresentar ao longo dos nossos dias.
(1) Mt 4, 11; (2) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 63; (3) João Paulo II, Audiência
geral, 6-VIII-1986; (4) Hebr 1, 14; (5) cfr. Act 5, 19-20; 8, 26; 10, 3-6; (6) Act 12, 7-11; (7) Act
12, 13-17; (8) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 570; (9) João Paulo II, Audiência geral,
20-VIII-1986; (10) Ex 23, 20; (11) Catecismo Romano, IX, n. 4; (12) G. Huber, Mi ángel
marchará delante de ti, 6ª ed., Palabra, Madrid, 1980, pág. 43; (13) São João da Cruz, Cântico
espiritual, 2, 3; (14) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 562; (15) São Josemaría Escrivá, É
Cristo que passa, n. 63.