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1) O documento é uma resenha do livro "A parte maldita" de Georges Bataille, que aborda os conceitos de dispêndio, excesso e consumo improdutivo.
2) Bataille argumenta que o mundo deve ser visto sob a perspectiva do excesso e dispêndio da energia, não apenas da produção e acumulação.
3) Ele analisa como diferentes sociedades lidam com os excedentes, seja através do consumo e dispêndio como nas sociedades astecas e nativos americanos, ou através do c
1) O documento é uma resenha do livro "A parte maldita" de Georges Bataille, que aborda os conceitos de dispêndio, excesso e consumo improdutivo.
2) Bataille argumenta que o mundo deve ser visto sob a perspectiva do excesso e dispêndio da energia, não apenas da produção e acumulação.
3) Ele analisa como diferentes sociedades lidam com os excedentes, seja através do consumo e dispêndio como nas sociedades astecas e nativos americanos, ou através do c
1) O documento é uma resenha do livro "A parte maldita" de Georges Bataille, que aborda os conceitos de dispêndio, excesso e consumo improdutivo.
2) Bataille argumenta que o mundo deve ser visto sob a perspectiva do excesso e dispêndio da energia, não apenas da produção e acumulação.
3) Ele analisa como diferentes sociedades lidam com os excedentes, seja através do consumo e dispêndio como nas sociedades astecas e nativos americanos, ou através do c
parte maldita de Georges Bataille, recm-publicado pela editora
Autntica, se inscreve na abordagem sobre o princpio da perda, do dispndio, do consumo improdutivo, inserido na tenso com a lgica da acumulao e da utilidade do mundo prtico. Ele ocupa um lugar privilegiado na obra de Georges Bataille por concentrar, em um nico volume, o desdobramento de muitos conceitos principais no pensamento do autor, a saber, os conceitos de dispndio, excesso, sacrifcio, luxo, sagrado, entre outros. Segundo o prprio autor, foi um trabalho que exigiu dezoito anos de pesquisa e reflexo (p. 39), sendo elaborado na efervescncia do entre guerras e da segunda grande guerra mundial, tendo como data de publicao o ano de 1949. A parte Maldita dividida em cinco partes e, para Bataille, se constitui como um ensaio de economia geral, ou seja, uma tentativa de representar o mundo em seu conjunto, em termos gerais, distanciando-se da explicitao da economia isolada que visa a proeminncia da produo, do lucro e da acumulao. O que o autor pe em jogo um modo de representao do mundo articulado em torno do problema do destino da energia que circula na superfcie terrestre, que para Georges Bataille o modo dispendioso, de modo que o autor passa para uma anlise econmica de como a humanidade lida, e lidou, com as riquezas segundo a faceta do dispndio. 641
Anderson Barbosa Camilo
Nessa perspectiva, vemos que na primeira parte de A parte
maldita, dedicada ao desenvolvimento do conceito de dispndio, o
movimento da energia do globo desemboca numa realizao intil,
apesar das atividades eficientes da humanidade em prol da resoluo das dificuldades materiais imediatas. A eficincia das obras humanas ultrapassada por uma inutilidade que advm do movimento dispendioso da energia terrestre, pois a terra recebe mais energia do que precisa, o sol d sem nunca receber (p.50), a energia est sempre em excesso (p. 46), os organismos utilizam uma energia excedente para crescer (p. 49), e esse excedente que transborda a eficincia da utilizao, para crescimento ou produo, precisa ser despendido, preciso necessariamente perd-lo sem lucro, despend-lo, de boa vontade ou no, gloriosamente ou de modo catastrfico (p. 45). Para o autor, o modo mais catastrfico de dilapidar a energia e os recursos excedentes estaria expresso na empresa da guerra (p. 46-47). Segundo Georges Bataille, encarar o mundo dessa forma encar-lo em seu conjunto, v-lo como princpio e como ltima etapa do movimento da energia que nos circunda, v-lo enquanto gasto transbordante. Bataille afirma que a histria da vida sobre a terra principalmente o efeito de uma louca exuberncia: o acontecimento dominante o desenvolvimento do luxo, a produo de formas de vida cada vez mais onerosas (p. 53). H trs coisas que se passam na vida dos seres mais onerosos, os seres humanos e os animais, que expressam o dispndio que circula na superfcie da terra: a manducao, a morte e a reproduo sexuada (p. 53-54). A manducao dos seres por outros seres, o ato de comer, implica no gasto da vida, na consumao e na mostra da efervescncia do que vivo e animado, e nos lembrando de Blake, Bataille afirma que um exemplo disso o tigre. Na efervescncia da vida o tigre um ponto de extrema incandescncia (p. 54). Em todo o caso, a manducao traz a morte (p. 54). A morte a forma mais aguda do dispndio (p. 54). A morte como etapa final, ou de transio, que expressa o pice daquilo que se gasta, uma vez que a morte reparte no tempo a passagem das geraes (p. 54). A reproduo sexuada tambm considerada um grande gasto, pois ela um dos grandes desvios luxuosos que asseguram a consumao intensa da energia (p. 54). Nos animais 642
Resenha
ela ocasio de uma sbita e frentica dilapidao dos recursos de
energia (p. 55). Nos seres humanos, a sexualidade, livre da finalidade de reproduo, ou no, faz-se acompanhar [...] de todas as formas possveis de runas, faz apelo hecatombe dos bens em esprito, dos corpos e [...] rene o luxo e o excesso despropositados da morte (p. 55). Mas, como afirmamos anteriormente, isso encarar o mundo sob o seu conjunto, vendo-o como excesso que se agita violentamente num movimento dilapidatrio. Segundo Bataille, esse modo de perceber a realidade recusado pelo ponto de vista particular, que se relaciona com as riquezas e a energia segundo uma lgica da utilidade, do acrscimo, no da perda que de nada faz uso, do gasto pelo gasto. Em suma, do ponto de vista geral se coloca o problema do excesso (p. 58), segundo o qual o fim ltimo o dispndio desse excesso, enquanto que do ponto de vista particular, o problemas colocado em termos de falta de recursos (p. 58), e de preocupao pelo acmulo e o crescimento para responder a essa falta. Portanto, a preocupao do ponto de vista particular coloca-se na recusa do movimento dispendioso da vida, no leva em conta o ponto de vista geral: o que a economia geral define, antes de tudo, um carter explosivo do mundo (p. 59). Para Bataille, a humanidade quis ignorar, sob a lgica do lucro e da produo, o movimento transbordante e dispendioso que anima as formas de existncia no globo terrestre. Foi um ato que se intensificou ao longo da Histria, na medida em que a humanidade desenvolvia diferentes meios para utilizar a energia e as matrias presentes para melhorar sua sorte na terra (p. 45-46). No entanto, para o autor, o homem ao ignorar a turbulncia do mundo, de forma nenhuma afeta a realizao final do movimento dispendioso (p. 45-46). Bataille assume a importncia da utilizao da energia e das riquezas em atividades produtivas, mas afirma que o homem no somente aquele ser necessitado que busca, por exemplo, nas comunidades arcaicas, a aquisio para sanar suas dificuldades materiais em meio natureza, ou aquele da era capitalista, para o qual o lucro e a produo tornam-se os ideais de toda e qualquer atividade. O que percebemos em A parte maldita, segundo o autor, que a turbulncia do movimento dispendioso tambm faz parte do homem: O movimento geral de exsudao (de dilapidao) da matria viva o anima, e ele no poderia interromp-lo; at mesmo, 643
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no ponto mais elevado, sua soberania no mundo vivo o identifica a
esse movimento; ela o consagra, de modo privilegiado, operao gloriosa, ao consumo intil (p. 46). Portanto, o que Georges Bataille traz na primeira parte do livro so tais reflexes, sobre os modos em que a humanidade lida com as riquezas. Por um lado, seguindo um modo que obedece lgica da produo ocasionada, pelo menos nos estgios iniciais da humanidade enquanto civilizao, necessidade; e, por outro lado, seguindo um modo que obedece ao prprio movimento dilapidatrio que circula na superfcie do globo. Se o modo de se relacionar com as riquezas for somente pela via do lucro, da aquisio e da utilidade, ignorando o consumo no ligado produo, haver o excedente de qualquer forma, e nada afetar no movimento dispendioso, que inegvel e incontornvel: O sentimento de uma maldio est ligado a essa dupla alterao do movimento que a consumao das riquezas exige de ns [...] No momento em que o acrscimo das riquezas maior do que nunca, ele acaba de adquirir a nossos olhos o sentido de parte maldita que, de qualquer forma, sempre teve (p. 57). Com relao s outras sees de A parte maldita, podemos afirmar que Georges Bataille faz uma anlise das relaes das sociedades humanas no que concerne s riquezas, desde as sociedades arcaicas at as sociedades envolvidas no entrave ideolgico entre comunismo e capitalismo no ps-guerra. Nessa medida, Bataille afirma que o modo em que as sociedades lidam com os excedentes de suas riquezas o que lhes caracteriza (p. 106107). No mbito econmico, o excesso no necessariamente despendido por uma sociedade: Se h excesso de recursos em relao s necessidades [], esse excesso nem sempre consumido inutilmente. A sociedade pode crescer, sendo ento o excedente deliberadamente reservado para o crescimento (p. 63). Se a sociedade dilapida seu excesso, ela de consumao, se a sociedade volta seu excesso para algo que tem uma utilidade, ela de empreendimento (p. 63). Nesse sentido, na segunda parte do livro, Bataille aplica sociedade asteca suas asseres tericas sobre o dispndio e o modo de lidar com as riquezas e os excedentes, tomando-a como exemplo de uma sociedade de consumao. Sua cultura est nos antpodas da nossa cultura ocidental capitalista, sua preocupao em consumir 644
Resenha
no menor do que a nossa em adquirir (p. 64). O autor analisa
vrias facetas da consumao na sociedade asteca, como o sacrifcio humano e animal, as oferendas, as guerras e a violncia ligada destruio (p. 64-74). Ainda na segunda parte de A parte maldita, Bataille aborda outra sociedade como um tipo de sociedade de consumao: os antigos ndios do noroeste norte-americano. Nessa anlise, o autor toma como principal elemento de prodigalidade dessa sociedade o fenmeno do potlatch (p. 79-85). Bataille retoma aqui o estudo de Marcel Mauss intitulado Ensaio sobre o dom forma e razo da troca nas sociedades arcaicas, acerca do potlatch, da troca de ddivas que envolvia membros de uma mesma tribo, ou que tambm poderia envolver chefes de tribos rivais. Conforme Georges Bataille, de modo geral, o fenmeno do potlatch se caracteriza como um desafio em que uma tribo desafia outra numa troca de ddivas, que se constitui numa perda sunturia de riquezas por parte daqueles envolvidos no desafio. O fenmeno do potlatch ocorria analogamente com os ritos de passagem. Nele h um doador que doa, sem reservas, uma parte considervel de suas riquezas para um donatrio, com a finalidade de promover a humilhao, e nessa medida instaurar um desafio, obrigando o donatrio, que recebeu a ddiva do doador, a retribuir com uma maior quantia o gesto da ddiva. A ostentao advm sob a forma da dilapidao, do gasto sem regateio (p.78). O poderio est ligado vontade de perder (p. 81). Para Bataille, o potlatch a expresso do movimento dispendioso inserido na vida dos homens, a glria que no est no domnio dos bens adquiridos e de sua crescente acumulao, mas do frenesi que pe em jogo uma dilapidao de riquezas e de energia sem fronteiras que escapa ao clculo (p. 81). Na terceira parte do livro, Bataille d nfase s sociedades de empreendimento, tomando como exemplo a sociedade islmica e a tibetana. A primeira como o tipo de sociedade de empreendimento militar, e a segunda como o tipo de sociedade de empreendimento religioso (p. 89-109). Trata-se aqui de evidenciar uma divergncia entre os tipos de empreendimento que o autor aborda. Na sociedade de empreendimento militar, o que vemos como predomnio das atividades a aquisio, o seu crescimento enquanto sociedade armada sob um ideal de conquista, tal como o Isl (p. 93-94). Na sociedade de empreendimento religioso, trata-se 645
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do contrrio do que ocorre na sociedade de empreendimento
militar: desarmada e voltada para o sagrado e para a contemplao, tal como o antigo Tibet, que recusava a possibilidade do assassinato, rechaava o crescimento militar e o desenvolvimento tcnico (p. 107-108). Para Bataille, seguindo suas asseres acerca do dispndio, esses dois tipos de sociedade so expresses de como a sociedade humana pode lidar com seus excedentes (p. 106-107). Vemos, na quarta parte de A parte maldita, uma anlise da gnese do capitalismo enquanto recusa do dispndio que retira os recursos da ordem da utilidade. Nesse momento do livro, Bataille privilegia o tema do afastamento do homem do movimento dispendioso que faz parte do seu ser, nesse sentido um afastamento de si, e entra no mbito da razo instrumental e da coisificao do mundo. Para o autor, dialogando com a obra de Weber, o primeiro passo em direo a isso a reforma protestante (p. 113), que trar como consequncia a autonomia do mundo da produo (p. 120). Bataille passa a abordar o nascimento da burguesia e de como o mundo burgus (mundo capitalista, para o autor) recusa a predisposio ao dispndio na medida em que se entrega s obras, s coisas a serem produzidas (p. 128-129), em que a relao dos homens com as riquezas no mais ostentatria, mas aquisicional, excluindo a possibilidade de dilapidao (p. 129-130). Para o autor, isso est ligado s exigncias das dificuldades materiais, que de toda maneira afasta o homem de sua intimidade (p. 124). A intimidade perdida no mundo da ao, do agir para sanar as necessidades materiais, ou para produzir e obter um acrscimo das riquezas (p. 124-125). No final da quarta parte de A parta maldita, Bataille inicia uma crtica ao comunismo, pelo fato deste movimento poltico dar primazia coisa (p. 131), na medida em que sua ateno est naturalmente limitada ao que est a (p. 131). Trata-se, para Bataille, de uma poltica rigorosamente realista, uma poltica brutal, reduzindo suas razes estreita realidade (p. 131). Na quinta e ltima parte do livro, vemos Bataille continuar com a crtica ao comunismo e sua negao do consumo sem contrapartida. Mas, na realidade, o que Bataille pensa ao criticar o comunismo o exemplo do comunismo russo no desenvolvimento industrial. Bataille aborda o desenvolvimento industrial, que tambm est inserido na sociedade capitalista, pelo vis do trabalho acumulativo com o olhar da economia geral, percebendo que os 646
Resenha
homens imersos nesse desenvolvimento se resignam a gastos
improdutivos (p. 139). O autor continua em sua linha de anlise interpretativa pelo modo de uso das riquezas ao abordar o comunismo russo, assim como a revoluo russa. Ele os observa sob a perspectiva de mudana da economia, de uma economia dispendiosa anterior, a dos czares, para uma economia de crescimento industrial, em que os operrios abraaram a misria do pas, ou foram obrigados isso, em prol do crescimento produtivo. E, nessa medida, conforme Bataille, se estabeleceu uma negao do uso intil e luxuoso dos bens, sendo usadas as foras operrias e as riquezas para o desenvolvimento tcnico e industrial da nao (p. 140-144). No entanto, Bataille mantm um distanciamento crtico e no se deixa levar pela inrcia da crtica ao antigo regime russo, tentando pesar os prs e os contras, afirmando que a Rssia, para se igualar a outras potncias, clamava por algo extremo em nvel de crescimento, numa melhoria para o futuro (p. 147). O ltimo dado histrico analisado por Bataille em A parte maldita o Plano Marshall. O autor v nessa iniciativa dos Estados Unidos no ps-guerra um ato dispendioso, que extravia o princpio da economia clssica que visa o lucro e a contrapartida do que foi gasto (p. 158). Em suma, Bataille v no Plano Marshall um ato dispendioso por no empreender em meios de produo, na medida em que os Estados Unidos emprestam dinheiro Europa em estado de falncia econmica com taxas baixssimas. Nessa medida, tratouse, segundo a perspectiva batailleana, de uma doao de bens ou de uma consumao de riquezas sem empreendimento (p. 160-161). Contudo, o autor deixa claro que sabe que o Plano Marshall se tratou de uma estratgia poltica para tentar evitar a adeso e a disseminao do sistema poltico comunista pela Europa falida, o que justifica a ao de contradizer a lei do lucro da economia capitalista (p. 161). As teses de Bataille em A parte maldita geraram bastante influncia no pensamento francs contemporneo, sobretudo as suas noes de perda e dispndio foram de grande peso para o pensamento de Foucault nos anos de 1960, em que permeava nos escritos do autor da Histria da loucura a questo da derrocada do 647
Anderson Barbosa Camilo
sujeito na contemporaneidade. Esses temas se refletem no texto de
Foucault em homenagem ao primeiro aniversrio de morte de Bataille, intitulado Prefcio transgresso, publicado na revista Critique em 1963. A problemtica do dispndio, como sendo o vrtice da teoria da economia geral, tambm teve repercusso no pensamento do filsofo alemo Jrgen Habermas, quem dedicou um captulo do seu livro O discurso filosfico da modernidade ao comentrio de uma questo central no pensamento de Bataille: o problema do lugar do gasto intil nos tempos da reificao. Esse captulo intitulase Entre erotismo e economia geral: Bataille. O pensador francs Jean Baudrillard tambm comenta a questo batailleana do dispndio em seu livro A transparncia do Mal, na medida em que insere em A parte maldita o estatuto filosfico do princpio da perda para afirmar a importncia do pensamento de Bataille. Lanada no primeiro semestre de 2013, a nova edio de A parte maldita, publicada pela editora Autntica, releva uma antiga edio do texto no Brasil, publicado em 1975 pela editora Imago, numa traduo de Jlio Castaon Guimares, e que estava a longo tempo esgotada. Temos na edio da editora Autntica a cuidada traduo de Jlio Castaon Guimares, porm, revista e melhorada, que implicou em algumas variaes dignas de meno: o termo dispndio, para comear, substitui o de despesa, opo da antiga edio de 1975, e o termo consumao o de consumo, que Jlio Castaon havia usado na traduo da primeira edio brasileira de A parte maldita. Ambas modificaes ratificam um sentido mais amplo e filosfico para as asseres batailleanas ao longo do livro. Esta nova edio no contempla somente o texto na ntegra, mas compreende tambm uma introduo de Jean Piel acerca dessa obra batailleana, intitulada Bataille e o mundo. Jean Piel, pensador e escritor francs, foi amigo de Bataille e publicou originalmente esse texto na edio da Critique de 1963, que homenageava Bataille no primeiro aniversrio da sua morte, juntamente com o texto de Foucault referido anteriormente. Por fim, encontramos, aps a introduo de Jean Piel, o texto A noo de dispndio, de Bataille, publicado originalmente no 648
Resenha
ano de 1933 na revista Tel Quel. Trata-se de um ensaio em que o
autor, pela primeira vez, se volta para o tema do dispndio, da utilidade e do excesso. Nesse texto de 1933, Bataille ainda no utilizava as noes de economia geral e economia restrita, mas j encontramos nele muitos dos conceitos que aparecero desenvolvidos no escrito de 1949. Ou seja, temos na atual edio de A parte maldita publicada no Brasil os dois principais textos de Bataille acerca da problemtica do dispndio e do excesso, cuja leitura indispensvel para quem pretende pesquisar sobre o tema.