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N1 N2
Ou seja, as tensões estão entre si na relação direta do número das espiras dos respectivos
N
enrolamentos. A razão a = 2 é denominada relação de espiras.
N1
Exemplo 1: Um transformador possui 1000 e 500 espiras nos enrolamentos de alta e baixa tensão.
Utilizando o transformador como elevador de tensão pede-se determinar a tensão no
secundário quando se aplica no primário uma tensão de 220V.
N1 = 500 espiras N2 1000
V2 = .V1 = .220 = 440V
N2 = 1000 espiras N1 500
V1 = 220 V
Logo o transformador, utilizando o enrolamento de baixa tensão como primário, constitui um
transformador elevador de tensão.
& 2 conectada ao
A figura abaixo apresenta o transformador ideal agora com uma carga Z
secundário.
I1 I2
ℑ1 ℑ2
V1 E1 E2 Z2 V2
N1 N2
Esta corrente irá produzir uma força magnetomotriz (FMM) ℑ 2 = N 2 I 2 no sentido mostrado
na figura 2. Uma força magnetomotriz (FMM) ℑ1 = N1 I 1 de mesmo valor mas contrária a ℑ 2 deve
aparecer no enrolamento 1 para que o fluxo não varie. Desta maneira tem-se:
ℑ1 = N1 I 1 = N 2 I 2 = ℑ 2 , ou seja,
I1 N 2
=
I 2 N1
o que indica que as correntes no primário e secundário de um transformador ideal estão entre
si, na relação inversa do número de espiras.
Levando-se em consideração o princípio da conservação de energia, se desprezarmos todas as
V
perdas podemos calcular a carga Z2 em relação ao primário do transformador sabendo que Z2 = 2 .
I2
Tem-se então:
S2 = V2 I2 (Potência Aparente) Assim:
S1 = V1 I1 (Potência Aparente) V2 I2 = V1 I1
S1 = S2 (Conservação da Energia) Os resultados anteriores mostraram que:
2
V1 N 1 N V1 N 1 V2
= ⇒ V1 = 1 .V2 =
V2 N 2 N2 .
I1 N 2 I 2
I1 N 2 N
= ⇒ I1 = 2 . I2 N
2
1
I 2 N1 N1 Z1 = 1 Z 2 = 2 Z 2
N2 a
Dividindo-se as duas equações acima se tem:
Z1: : impedância correspondente a Z2 vista no
V1 N 1 N 1
= . V2 . 1 primário.
I1 N2 N 2 I2
E finalmente:
I1 I2 Z1
V1 V2 Z2 ≡ V1
IE
V1 E1 N1 N2 E2 V2
I&M I&E
I&E S
I&2
V
Portanto tem-se no primário a corrente &I 1 dada por &I 1 = &I E + &I1' .
O figura abaixo apresenta um diagrama de tensões e correntes de um transformador elevador
de tensão onde Z& 2 = Z∠φ 2 com ∅ 2 ≅ 40°. Conforme pode ser observado a relação entre I2 e I 1' é
dada pela relação de espiras a.
I&C V&1
φ2 V&2
I&M
I&E
I& 2
φ
N2
I 2 = I 1'
N1
&1
Com o secundário aberto, a corrente no primário é igual a corrente de excitação. Como a corrente de
perda no núcleo IC não é fornecida será desprezada (por ser pequena). Desta maneira tem-se:
I& 1 = I& E = I C − jI M = − j0,57 A
b) Com uma carga igual a 600∠30° Ω
V2 =
N2
V1 =
450
. 200 = 600 V &I = 600∠0° = 1 ∠ − 30° A
600∠30°
2
N1 150
& N2 450
&I 2 = V2 I '1 = I2 = . 1 ∠ − 30° = 3 ∠ − 30° A
Z& N1 150
Equações do modelo:
&I 1 = f1 (V
& 1 , &I 2 ) = Y& V
& 1 + a &I 2
V& = f (V & , &I ) = a ' V − Z& &I
2 2 1 2 1 2
Observações:
1. A corrente &I 2 é mostrada saindo porque o transformador é considerado como sendo uma
fonte que alimenta uma carga conectada na saída.
2. Na dedução do modelo pode-se escolher duas quaisquer das variáveis independentes.
& 1 e &I 2
Escolheu-se V
& e Z& :
VIII.3.1 Natureza física dos parâmetros Y
& = IC − j IM
Y
V1 V1
IC
Adotando-se então G = (G é uma condutância que considera a perda de potência no
V1
I
núcleo por histerese e correntes parasitas) e B = - M (B é uma suscetância indutiva que considera o
V1
armazenamento de energia) chega-se a seguinte equação:
Y& = G + jB
A 2ª equação do modelo fornece:
& ⇒ a' = N 2
& = a' V
V2 1
N1
• •
I1 I 2
R X
•
IE
• •
•
IC IM
V1 G B 2
•
a V&1
a I2
Como a perda no núcleo depende neste caso da densidade de fluxo B e desta maneira de V1, o
teste de circuito aberto deve ser realizado a tensão nominal.
b) Teste de Curto-Circuito
Neste caso deve-se considerar V2 = 0 (curto-circuito) e substituir o voltímetro do secundário por
um amperímetro (cf. figura 10).
O teste de curto-circuito deve ser realizado à corrente nominal. Com o secundário em curto, o
modelo do transformador é o apresentado a direita da figura 10. Como I2 é limitada unicamente pela
impedância interna R + jX, a tensão requerida para estabelecer a corrente nominal é muito pequena.
Nesta baixa tensão a densidade de fluxo B é muito pequena, com a perda no núcleo sendo muito
pequena de tal maneira que se pode omitir a admitância de excitação Y do modelo (cf. figura 10 –
direita).
Com os instrumentos conectados conforme apresentado na figura, o watímetro WM indicará agora
somente a perda no cobre. Assim temos:
2
I 1C a 2 PCC
PCC = I R =
2
2C .R e R = 2
a I1C
aV1C
Da figura pode-se observar que: I 2C .Z = aV1C ⇒ Z =
I 2C
I 1C V
Como I 2C = tem-se que: Z = a 2 1C e X = Z 2 − R 2
a I1C
a=
V2 a
=
500
= 0,5 B = - Y 2 − G 2 = −408µS
V1a 1000
Y& = 100 - j 408 µS
Em curto circuito, o ensaio é feito com a corrente nominal, logo I1 = 10A. Portanto:
a 2 Pcc ( 0,5) 2 . 400 V1c 125
R= = = 1Ω Z = a2 = ( 0,5) 2 = 315
, Ω
I1c 2 (10) 2 I 1c 10
X = Z 2 − R 2 = 3Ω
Z& = 1 + j3Ω
& 1 colocada na referência temos:
b) Considerando-se o circuito a seguir, com a tensão V
• •
I1 I 2
R X
•
IE
•
V1 G B
• +
aV&1 V&2 Z& C
a I2
-
&I E = GV
& 1 + jBV& 1 = 100x10 -6 x10 3 − j 408x10 -6 x10 3
ou &I E = Y
&V& 1 = 0,4201∠ − 76,28° A
c) Para o transformador ideal, representado na figura abaixo, como as perdas são nulas temos:
• •
I1 I 2
•
Z& C
V1 V&2
d) Diagramas de fasores:
aV&1
Z& I&2 V&1 V&2 V&1
V&2
I&1
I&2 I& 2
R1 X1 2 X2
•
IE
•
E&1 +
V1 G B •
aE&1 = E& 2
a I2 -
X X
X2 = = 1,5 Ω X 1 = 22 = 6Ω
2 a
•
V1 100µS -j408µS E&1 +
aE&1 = E& 2
•
a I2 -
R1 R2'
Existe também uma faixa intermediária de freqüência na qual as duas indutâncias podem ser
desprezadas e o modelo se torna conforme apresentado a direita na figura 17.
I1
RG = 2000Ω
+ V1 V2' RL'
EG = 5V
-
EG 5
I1 = = = 1, 22 mA
( RG + R ) + ( X 1 + X )
' 2
L
'
2
2
4000 + 942 2
2
Então:
I1
RG = 2000Ω
Então:
V&2' = V&1 = E& G − I&1RG = 5∠ 0 − 2000.0,00237∠ − 10,43° = 0,922∠68,48° V
e
N 2 ' 0,922
V2 = V2 = = 0,146 V
N1 40
c-) Como as resistências dos enrolamentos são desprezadas, o transformador é considerado como
ideal na faixa média de freqüência. Visto do lado do primário do transformador, o circuito
consistirá da fonte de 5 V, da resistência interna de 2000 Ω e da resistência de carga referida ao
primário de 2000 Ω, todas em série. Tem-se então:
EG 5
I1 = = = 1,25 mA
RG + RL 2000 + 2000
'
Então,
I1
I2 = = 1,25.10 − 3. 40 = 7,90 mA
a
V2 = I 2 .R L = 7,9.10 − 3.50 = 0,395 V
VIII.5.2 Rendimento
Rendimento é a relação entre a potência consumida na saída do transformador e a potência
fornecida à entrada do transformador. Assim temos:
potência na saída
η=
potência na entrada
Considerando o modelo híbrido podemos avaliar o rendimento por:
V2 I 2 cos θ 2
η =
V2 I 2 cos θ 2 + R I 22 + G .V12
η = 0,9387 ou 93,87 %
A 500
900
B
1000
C
1100
Para se determinar a regulação, deve-se considerar a tensão V & 2 como sendo a nominal, ou
N
seja V&2 = 2 V&1 e então calcular V& 1 para o V
& 2 estabelecido, utilizando-se o circuito equivalente do
N1
transformador.
Sob carga total teremos a corrente máxima e como a carga tem FP = 0,5 em avanço, teremos uma
carga capacitiva Zc∠-60°. Tem-se então o seguinte circuito equivalente para o secundário:
•
I 2
R=1 X=j3
Z& C
+
aV&1 V&2
-
a V1 − V2 460,5 - 500
RV = x100% = x100% = -7,9%
V2 500
A regulação de tensão negativa indica um aumento na tensão de saída (aV1 é menor que V2).
Isto se deve a corrente com FP em avanço (capacitivo), pois como a resistência R de Z& é
normalmente baixa e a reatância total (soma da reatância de Z& , mais a reatância de Z& C ) é menor que
a reatância da carga tem-se que | Z& C + Z& |< | Z& C | . Desta maneira a corrente no secundário torna-se
maior resultando no aumento da tensão na carga.
Logo caso fosse mantida a tensão de 1000V na entrada, a carga poderia queimar devido à
aplicação de uma tensão maior do que 500V. A atuação no regulador se efetivaria pela utilização de
mais espiras na bobina do primário, ou seja, a tensão de saída para uma operação correta sem
problemas, deveria voltar a seu valor original (500 V).