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A Torah
1º- De terem mudado o sentido dos livros que possuíam, de forma a servir os seus
interesses, porque temiam mais os homens do que temiam Deus;
2º- Que tinham somente fragmentos da primitiva Lei dada a Moisés (que a Paz
esteja com ele), à mistura com uma considerável quantidade de temas semi-
históricos, lendas e alguma boa poesia. A Torah mencionada no Alcorão Sagrado
não é o Antigo Testamento, tal como nós o conhecemos; nem é, sequer, o
Pentateuco; os primeiros cinco livros do Antigo Testamento, contendo a Lei e que se
fundamentava numa grande quantidade de narrativas lendárias e semi-históricas.
Dada a freqüência com que a Tawrah (Torah) é citada no Alcorão Sagrado, torna-se
conveniente clarificar as idéias quanto ao seu significado exato, vagamente,
podemos dizer que se trata das Escrituras Judaicas, a Tawrah é mencionada com
honra como tendo sido, na sua pureza, uma verdadeira revelação de Deus.
Traduzir Tawrah pôr "Pentateuco", o termo Grego que significa "Cinco Livros" é
igualmente incorreto. Estes são os cinco primeiros livros do Antigo Testamento,
conhecidos pôr Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e contêm uma
narrativa lendária e semi-histórica sobre a história do mundo, desde a Criação até à
chegada dos Judeus à Terra Prometida.
Neles existem belíssimos idílios, mas também histórias de incesto, fraude, crueldade
e traição, que nem sempre foram reprovadas. Grande parte da Lei de Moisés
baseou-se nesta narrativa, embora, tradicionalmente, os livros sejam atribuídos a
Moisés (que a Paz esteja com ele), o certo é que não só não foi ele quem os
escreveu, como também não foram escritos, nem no seu tempo, nem num
apreciável período depois dele.
Provavelmente, a atual compilação, na sua presente forma, foi feita após o regresso
dos Judeus do Cativeiro de Babilônia. Sabe-se que o decreto de Cyrus, que permite
este regresso, é de 536 a.C. (Antes de Cristo). Alguns livros agora incluídos no
Antigo Testamento, tais como os de Ageu, Zacarias e Malaquias foram,
provavelmente, escritos depois do regresso do cativeiro, sendo o de Malaquias de
420-397 a.C. Os compiladores do Pentateuco usaram, é claro, material antigo:
presentemente, parte deste material está classificado, os termos egípcios e caldeus
correspondem a relíquias das culturas locais e a documentos da época.
A Apócrifa comporta certos Livros que não são admitidos como Canônicos na Bíblia
Inglesa, não obstante terem sido recebidos pêlos primeiros Cristãos como parte das
Escrituras Judaicas e, ainda, o Concílio de Trento (1545-1563 D.C.) ter reconhecido
a maior parte deles como Canônicos.
A afirmação em 2 Esdras (cerca do século primeiro d.C) de que a lei foi queimada e
de que Ezra (diga-se, cerca de 458-457 a.C.) recebeu inspiração para a rescrever é
provavelmente verídica, no que se refere ao fato histórico de que a lei estava
perdida e de que a que temos atualmente não é anterior a Ezra, sendo boa parte
dela bastante posterior.
Até aqui temos vindo a falar da perspectiva Cristã do Antigo Testamento. Qual será
a perspectiva Judaica? Os Judeus dividem as suas Escrituras em três partes:
1- a Lei (Tawrah);
2- os Profetas (Nebiim);
1- Tawrah;
2- Nabiyin;
3- Kutub;
Esta divisão era provavelmente comum, no tempo de Jesus (que a Paz esteja com
ele), em Lucas 24:44 :
''E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e
nos profetas , e nos Salmos.''
E em Mateus 7:12 :
''Portanto o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós,
porque está é a lei e os Profetas.''
''...e ele leu aos ouvidos deles tidas as palavras do livro do concerto, que se tinha
achado na casa do Senhor.''
O mérito do Islam foi salientar que as escrituras não tinham qualquer valor, embora
reconhecesse em Moisés (que a Paz esteja com ele), um mensageiro inspirado, e
considerasse a sua Lei original como tendo validade no seu tempo, até ser
substituída.
Na crítica à posição judaica diz-se, com efeito, o seguinte: "Haveis perdido a vossa
Lei original; e não haveis seguido honestamente, nem mesmo a Lei que tendes
como substituta; não será melhor, agora que tendes entre vós um Mestre inspirado,
segui-lo, em vez de discutir acerca de textos incertos?"
A tradução correta de Tawrah é, portanto, "A Lei", está Lei foi, na sua forma
original, promulgada pôr Moisés (que a Paz esteja com ele) e, embora se tenha
perdido antes da pregação do Islão, este reconhece-a como tendo sido um Livro
inspirado. Aquilo que os Judeus conheceram pôr "A Lei", no tempo do Profeta,
correspondia a uma grande quantidade de escritos tradicionais que se tentou rever
neste apontamento.
O Evangelho
''E depois deles (os profetas), enviamos jesus, filho de Maria, corroborando a
Torah que o precedeu, e lhe concedemos o Evangelho, que encerra orientação
e luz, corroborante do que foi revelado na Torah e exortaçào para os tementes.
Que os adeptos do Evangelho julguem segundo o que Deus nele revelou,
porque aqueles que não julgam conforme o que Deus revelou serão
depravados. Em verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos
anteriores. julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigais as seus,
caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos
ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só
nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto aquilo que vos
concedeu. Emulai-vos, pois, na benevôlencia, porque todos vós retornareis a
Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências.''
Após a adulteração das antigas revelações, o Alcorão Sagrado surge com um duplo
propósito:
Olha pôr estes Livros, no sentido em que não deixará que se percam os seus
verdadeiros ensinamentos. Interpreta e subscreve-os, na medida em que confirma a
Palavra de Deus que neles permanece intacta.
Apresenta-se como detentor do testemunho da Palavra de Deus contida nos livros e
ajuda a desvendá-la a partir das interpretações e comentários das pessoas que a ele
estiveram ligadas. Pôr fim, o Alcorão confirma a Palavra de Deus, cabendo ao ser
humano preservá-la.
Da mesma forma que a Tawrah (Torah) não é, nem o Antigo Testamento, nem o
Pentateuco, como é agora recebido pôr Judeus e Cristãos, também o Injil
(Evangelho) mencionado no Alcorão Sagrado não é, com certeza, nem o Novo
Testamento, nem os quatro Evangelhos, como são agora entendido pela Igreja
Cristã, mas um Evangelho original, proclamado pôr Jesus (que a Paz esteja com
ele), tal como a Tawrah havia sido proclamada pôr Moisés (que a Paz esteja com
ele), e o Alcorão Sagrado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de
Deus estejam sobre ele).
3- Vinte e uma Cartas ou Epístolas a maior parte das quais escritas pôr São Paulo a
várias igrejas ou indivíduos, mas algumas escritas pôr outros discípulos e de
natureza geral;
Tal como regista o Prof. F. C. Burkitt (Cânone do Novo Testamento), trata-se de uma
estranha miscelânea;
"As quatro biografias de Jesus Cristo ... não são independentes umas das outras,
nem nenhum dos seus quatro autores pretendeu que a sua obra fizesse parte de
uma coleção. No entanto elas são colocadas lado a lado, desarmoniosamente,
sendo que o fim de uma delas é, de fato, imperfeito, e sendo outra, o primeiro
volume apenas, de um trabalho mais vasto".
Toda esta literatura inconsistente tem uma natureza aleatória, que não é para
admirar, uma vez que os primeiros Cristãos esperavam o fim do mundo para breve,
os quatro Evangelhos canônicos eram apenas quatro entre muitos e, além destes
quatro, houve mais quatro Evangelhos que sobreviveram.
Da mesma forma, também o Apocalipse não era único, existiam outros, eram
profecias sobre "coisas que deviam acontecer em breve"; não podiam estar
destinados a longa preservação, "pois o tempo é escasso".
Embora existissem já nos finais do século II d.C., isso não implica que tivessem sido
selecionados para formar um cânone, eram simplesmente textos devotos,
comparáveis à Life of Christ (Vida de Cristo) de Dean Farrar.
Não só existiam outros Evangelhos para além destes, mas também os autores de
dois destes Evangelhos, Marcos e Lucas, não se encontravam entre os Doze
Discípulos "chamados" pôr Jesus ( que a Paz esteja com ele).
Clemente de Roma (cerca de 97 d.C.) e Policarpo (cerca de 112 d.C.) citam palavras
de Jesus (que a Paz esteja com ele), de formas diferentes daquelas que foram
encontradas nos atuais Evangelhos canônicos. Policarpo (Epístola, 7 ) pronuncia-se
com veemência contra os homens "que pervertem as palavras do Senhor a favor
dos seus desejos", e quer virar-se "para a Palavra que nos foi entregue desde o
princípio", referindo-se assim a um Livro (ou Tradição) muito anterior aos quatro
Evangelhos ortodoxos.
É provável que o Pexito fosse a versão, ou uma forma árabe dela, usada pêlos
Cristãos na Arábia, no tempo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de
Deus estejam sobre ele), para o Ocidente, a forma final e definitiva do cânone do
Novo Testamento foi fixada no século IV d.C. (diga-se, 367 D.C.) pôr Atanásio,
assim como o credo de Nicena.
O Injil (em Grego, Evangel = Evangelho) de que fala o Alcorão Sagrado não
corresponde, nem ao Novo Testamento, nem aos quatro Evangelhos aceites como
canônicos; trata-se de um único Evangelho que, segundo ensina o Islam, foi
revelado a Jesus (que aPaz esteja com ele), que o ensinou.
No Alcorão Sagrado énos dito que de entre os Povos do Livro, aquele cujo amor se
encontra mais próximo dos Crentes é o povo Cristão.
Não se deve concordar que este fato não se aplique aos Cristãos atuais "porque
estes são praticamente ateus ou livres pensadores".
Penso que o pensamento cristão, tal como o mundial, aprendeu muito com os
protestos do Islão contra o domínio dos padres, o domínio das classes e o
sectarismo, bem como com a sua insistência em tornar a vida mais pura e bela,
enquanto durar. Devemos estender uma mão amiga a todos quantos são sinceros e
simpatizam com os nossos ideais.
''Constatarás que aqueles que estão mais próximo do afeto dos crentes são os
que dizem: Somos cristãos! porque possuem sacerdotes e não se ensorbecem
de coisa alguma. E, ao escutarem o que revelado ao Mensageiro, tu vês
lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade, dizendo;
Ó Senhor nosso, cremos! Inscreve-nos entre os testemunhadores! E porque
não haveríamos de crer em Deus e em tudo quanto nos chegou, da verdade, e
como não haveríamos de aspirar a que nosso Senhor nos contasse entre os
virtuosos? Pelo que disseram, Deus os recompensará com jardins, abaixo dos
quais correm os rios, onde morarão eternamente. Isso será a recompensa dos
benfeitores.''
(Alcorão Sagrado, 5ª Surata Al Maidá, versículos 82 ao 85)