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O Papa faz votos por que o mundo seja capaz de acolher e curar os doentes como pessoas
11 de Fevereiro
Deus deseja curar o homem todo C om os olhos da história já se
pode compreender claramente
o sentido profundo do longo
«Promover um mundo mais capaz processo que, desde a estipulação dos
de acolher e curar os doentes como Pactos Lateranenses, há oitenta e um
pessoas»: é este o compromisso que anos, chega até aos nossos dias. Um
anima a Santa Sé através das activi- processo inteiramente italiano, por-
dades do Pontifício Conselho para a que totalmente italiana era a Ques-
Pastoral no Campo da Saúde. Preci- tão romana, que aqueles Pactos vi-
samente no dia em que há vinte e nham resolver; mas ao mesmo tem-
cinco anos – a 11 de Fevereiro de po, um processo que se tornava, de
1985 – foi instituído o Pontifício um modo mais geral, paradigmático
Conselho, Bento XVI celebrou a mis- para as relações entre a Igreja cató-
sa na basílica de São Pedro, reafir- lica e os Estados na modernidade.
mando que a intenção da Igreja é Com efeito, a Itália foi um labora-
ajudar os doentes «a viver a expe- tório de experimentação de novas
riência da enfermidade de maneira modalidades de realização histórica
humana». Porque – recordou citan- da antiga ideia cristã da distinção
do a Spe salvi – «a grandeza da hu- entre Igreja e Estado, numa perspec-
manidade determina-se essencial- tiva não conflituosa, mas sim de co-
mente na relação com o sofrimento e laboração. Diante das novas configu-
com quem sofre». rações dos Estados que, a nível pla-
O Papa repropôs o significado do netário, o século XX ia realizando,
cântico do Magnificat, no qual os impunha-se outro tipo de delinea-
humildes e os indigentes conhecem a mento das relações com a Igreja, su-
misericórdia de Deus que «inverte o perando as teorias doutrinais de ou-
destino terreno»; não é o cântico da- trora, assim como as experiências de
queles que a sorte favorece sempre, um passado morto e sepultado. Os
aos quais tudo «corre bem»; é antes o agradecimento de a presença e a acção do Ressuscitado e do seu Espírito para Pactos de 11 de Fevereiro de 1929,
quem conhece os dramas da vida, mas confia na obra re- a experiência da doença. Nestas palavras sobressai toda a num contexto europeu assinalado
dentora de Deus. Ressaltando que «evangelização e cura importância da pastoral dos doentes, cujo valor é deveras por derivas totalitárias, significaram
dos doentes no corpo e no espírito representam duas obras incalculável, pelo enorme bem que presta à Igreja e ao o recurso ao instrumento internacio-
essenciais que a comunidade cristã não pode evitar, o Pon- mundo. Deus – reafirmou Bento XVI – quer curar o homem nal para afirmar e garantir, na me-
tífice recordou sobretudo o vínculo entre os doentes e os sa- todo, e por isso a saúde do doente deve ser entendida sem- dida do possível, a liberdade religio-
cerdotes, definido como uma «espécie de aliança, de cum- preemsentidointegral,semnuncaseparar a alma do corpo. sa nas suas três diferentes dimensões:
plicidade evangélica». Ambos têm uma tarefa: o doente de-
ve chamar os presbíteros e eles devem responder para atrair PÁGINA 7 CONTINUA NA PÁGINA 10